Arquivos Rafael Dantas - Página 80 De 198 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Rafael Dantas

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Programa Embarque Digital passa a contar com a Central de Estágios da Assespro-PE/PB

A Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Pernambuco e da Paraíba (Assespro PE/PB), o Porto Digital e a Prefeitura do Recife anunciaram uma nova parceira dentro do Programa Embarque PE. A Central de Estágios, que faz a ponte entre os estudantes e as empresas do pólo tecnológico, passará a receber o cadastro de todos os alunos que participarem do programa. “A Central de Estágios da Assespro PE/PB já existe há alguns anos, mas ampliar esse alcance e tornar possível que cada vez mais jovens se conectem com o mercado pernambucano de TIC, que está bastante aquecido, nos enche de orgulho e nos traz a certeza que estamos no caminho certo. É uma honra servir de ponte para que jovens e famílias inteiras modifiquem seus futuros através da educação, da tecnologia e do emprego. Sem falar no ganho que é ter esses novos talentos trabalhando em prol do parque tecnológico de Pernambuco”, declarou a presidente da Assespro-PE Laís Xavier. No evento de anúncio da parceria, o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, e o prefeito do Recife, João Campos, destacaram o papel de inclusão do projeto, visto que atende estudantes egressos da rede pública, e da importância da iniciativa para impulsionar a formação de mão de obra que é um dos grandes gargalos para a sustentabilidade do setor. Na segunda edição, o Embarque Digital criou 350 vagas gratuitas para o primeiro semestre de 2022 nos cursos de Sistemas para Internet e Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Os números iniciais do projeto, inclusive, indicam uma alta participação feminina. A inclusão de mais mulheres na área que é uma das metas de diversidade das empresas do ecossistema. JOÃO CAMPOS, prefeito do Recife “A gente tem um ecossistema muito forte de tecnologia na cidade e o grande diferencial é a capacidade de união entre todos os que fazem esse ecossistema. Ter a interlocução com as empresas que fazem o ecossistema é fundamental. Quando há sintonia, a tendência é de crescimento. Isso é um passo importante. A gente garante a formação com qualidade e garante a conexão permanente com o ecossistema. Então, as empresas saem ganhando, por causa desse contato permanente com as entidades de ensino. E para o aluno também é fundamental, porque desde o momento que ele começa a estudar, ele já pode ter uma fonte de renda”. PIERRE LUCENA, presidente do Porto Digital “A Central de Estágios está chegando para incentivar as empresas a buscarem novos talentos, entre os alunos do Embarque Digital. Ela é importante para gerar empregos, potencializa a ‘captura’ dos jovens que fazem parte do programa. A gente acredita que está avançando cada vez mais com o programa, o potencial é enorme. A gente espera que em alguns anos tenhamos de 40 a 60 mil pessoas trabalhando com tecnologia no Recife, porque numa cidade com mais de 1,6 milhão de pessoas, com essa quantidade de pessoas trabalhando com tecnologia, com a renda média superior, a cidade fica completamente diferente. Esse é um programa que gera inclusão”. ÍTALO NOGUEIRA, presidente da Assespro Nacional “Conhecendo hoje as 14 regionais da Assespro, não existe nenhum programa com a potência desse que nós temos no ecossistema do Porto Digital. Temos belíssimas iniciativas que estamos fomentando, mas com essa conexão, seja do Embarque ou do projeto de formação de residência do Softex não tem nada disso. Se olhar para o futuro, com absoluta certeza teremos um resultado muito grande. Veremos a transformação da cidade e do perfil dos profissionais que atuam. Essa é a força do ecossistema que temos aqui.” A própria Central de Estágios da Assespro PE/PB também foi qualificada recentemente. A plataforma passa a contar com o apoio de gestão da Consultoria Mandaca e com a tecnologia da startup RECRUT.AI, que utiliza algoritmos de inteligência artificial nos processos seletivos. As empresas contratantes e os estudantes procurando oportunidades de estágios podem acessar: centraldeestagiospepb.jobs.recrut.ai/

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Empresa oferece vagas de empregos no Recife para contratação imediata

Há duas áreas de atuação; os currículos devem ser enviados exclusivamente por e-mail Com expansão das unidades, a empresa Mafra Recife abriu 46 vagas na área administrativa e de vendas para ambos os sexos para contratação imediata. A seletiva busca pessoas com experiência profissional de até um ano. Os currículos devem ser enviados exclusivamente por e-mail. Os interessados precisam ter idade mínima de 18 anos, ter concluído o ensino fundamental ou médio, além de morar em Recife ou Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana. Detalhes sobre remuneração e benefícios serão repassados durante o processo. O currículo com foto deve ser enviado para o e-mail: vendas@mafrarecife.com.br até o dia 15 de julho. “Buscamos profissionais com experiência em vendas ou na área administrativa, na vaga voltada para comercialização de veículos novos e seminovos, quem precisar de orientação para atuação, receberá treinamento do setor”, revela Guilherme Cavalcante, responsável pela Mafra Recife.

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Headline XP capta R$ 915 milhões para investir em startups

O Headline XP, primeiro fundo de participações (FIP) da Headline, gestora global de venture capital comandada no Brasil por Romero Rodrigues e integrada à XP Asset, concluiu a captação de R$ 915 milhões. O fundo irá investir em startups brasileiras com alto potencial de escala. O resultado superou o alvo inicial, de R$ 834 milhões, e atraiu cerca de 12.500 cotistas, tornando-se o maior FIP do país em número de investidores. O Headline XP também se tornou o primeiro fundo especializado em venture capital para investidores qualificados. “Tivemos um resultado excepcional, sobretudo se consideramos o atual cenário desafiador para captação de recursos de empresas de tecnologia. As últimas semanas foram das mais turbulentas para as empresas tech, desde o estouro da bolha em 2000. Embarcar nesta jornada foi uma experiência única, e uma forma incrível de aprender o que é a XP por dentro”, ressalta Rodrigues. Romero é sócio da XP e líder da recém-criada estratégia de Venture Capital. A parceria entre Headline, uma plataforma global de investimento presente em 7 cidades com 46 gestores incluindo o fundador do Buscapé, e a XP Asset, foi anunciada em fevereiro deste ano. A duração total do fundo é de 10 anos. Nos próximos quatro anos, a equipe do fundo do fundador do Buscapé terá as atenções voltadas a formar um portfólio de cerca de 25 startups, as quais terão participações minoritárias de até 20%. O plano é seguir a receita de sucesso já posta em prática antes por Romero: apoiar com capital, mentoria e network os melhores empresários do Brasil e, com isso, ajudar a desenvolver o ecossistema de empreendedorismo no país. Metade do capital do fundo será usado nestes próximos quatro anos, para adquirir portfólio e, a outra metade dos recursos, nos quatro anos seguintes, será destinada à participação em aquisições de rodadas subsequentes, para evitar que sejam diluídos nas boas companhias. Nos últimos dois anos restantes, a ideia é desinvestir e retornar o capital aos cotistas.

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Hausport inaugura loja no Moda Center

A Hausport, marca de moda esportiva do Grupo Rota do Mar, inaugura nesta sexta-feira (10/6) a sua segunda loja, no Moda Center, em Santa Cruz do Capibaribe. A unidade, com foco no público atacadista, vai oferecer opções de roupas para pessoas que praticam esportes e atividades físicas ligadas à saúde e ao bem-estar, como caminhada, crossfit, corrida, futmesa e beach tennis, entre outras. A abertura para o público acontece no sábado. O mix da Hausport conta com mais de 50 peças entre camisetas básicas, regata e de manga longa, shorts curtos e longos, boardshorts, tops, legging e conjuntos. A marca oferece opções com tecidos como a poliamida e fibras de garrafas pet com tecnologias para rápida absorção e evaporação da umidade. O propósito da Hausport é oferecer roupas que facilitem os movimentos e colaborem para o aumento da performance durante os exercícios com conforto. A Hausport do Moda Center fica no setor verde, bloco 8, ao lado da loja da Rota do Mar. Até o dia 27 de junho, a unidade abre em horário especial aos sábados (12h às 0h), domingos (5h às 18h) e segundas-feiras (das 6h às 16h). A partir do dia 4 de julho, passa a funcionar no horário normal: todas as segundas-feiras, das 5h às 17h.

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Refazenda

Refazenda recebe certificação de boas práticas sociais e ambientais

A marca pernambucana Refazenda, liderada pela empresária e estilista Magna Coeli, acaba de receber a certificação de Empresa B, aderindo assim, a um novo patamar empresarial. A certificação reconhece boas práticas e políticas e o compromisso da marca em aspirar altos padrões de desempenho social e ambiental, além de transparência e responsabilidade. “Isso contribui para uma tendência global de empresas que medem e gerenciam impactos sociais e ambientais com o mesmo rigor que o fazem com impactos financeiros”, explica Marcos Queiroz, diretor de soluções da empresa. As Empresas B medem os impactos que suas ações geram em seus grupos e áreas de interesse como trabalhadores, comunidade (fornecedores e distribuidores), meio ambiente, governança e clientes, e estão comprometidas a melhorar continuamente e operar com altos padrões de desempenho e transparência. No mundo, existem mais de 5 mil empresas B certificadas, sendo mais de 800 na América Latina, distribuídas em 15 países, e mais de 200 no Brasil. No Norte e Nordeste, a Refazenda é a segunda empresa a ganhar a certificação. A outra é a Construtora Viana & Moura. A organização certificadora na América Latina é a B Lab, uma entidade sem fins lucrativos nos Estados Unidos. O Sistema B é uma fundação que acredita que governos, organizações da sociedade civil, movimentos sociais, cidadãos e a responsabilidade social corporativa, todos juntos, não são suficientes para resolver os problemas sociais e ambientais atuais. Desde 2012, ele é um parceiro global do B Lab, na promoção de Empresas B e de outros atores econômicos da América Latina e do Caribe, para construir uma nova economia na qual o sucesso e os benefícios financeiros incorporem o bem-estar social e ambiental. “Acreditamos na força do mercado para desenvolver soluções para problemas sociais e ambientais e, com isso, construir uma nova economia que seja mais inclusiva e sustentável. As Empresas B combinam propósito, responsabilidade e transparência rumo a uma nova maneira de fazer negócios e gerar impacto positivo”, comenta Marcel Fukayama, diretor executivo do Sistema B Internacional.

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Último dia para startups se inscreverem no programa de inovação aberta da Yduqs

Termina nesta sexta-feira (03), o prazo para inscrição na primeira edição do programa Yduqs Labs. Startups de qualquer região do país, com soluções validadas, CNPJ vigente, e que atendam aos desafios propostos, podem se inscrever. As empresas selecionadas irão executar pilotos remunerados que serão avaliados no contexto da companhia e terão, futuramente, oportunidades de contratação, investimento e co-criação de produtos. O número de startups no Brasil só cresce, segundo dados da ABStartups: só no setor de educação, são mais de 748. Esse número ajuda a entender por que dados do Distrito Report apontam que as edtechs – empresas que usam a tecnologia para criar soluções na área de educação – devem movimentar globalmente mais de US$ 350 bilhões até 2025. Alinhada à tendência global, a Yduqs, maior grupo de educação superior no Brasil, adquiriu em 2021, a QConcursos e, em 2022, a Hardwork Medicina, suas primeiras edtechs. Reforçando a jornada de transformação digital, a Yduqs lançou neste mês o seu próprio programa de inovação: o Yduqs Labs, que fará a ponte entre a empresa e startups do ecossistema para impactar milhares de estudantes com soluções inovadoras. Desde 2018, o grupo tem feito investimentos recorrentes – que chegam a quase 50% do total investido pela companhia – que possibilitaram a criação de um ecossistema de produtos, plataformas e ofertas que conectam a jornada do aluno de ponta a ponta, levando a melhor experiência e facilitando o aprendizado. O programa que tem como principal objetivo trazer melhorias para os negócios atuais e criar possíveis novos negócios fomentando a colaboração com soluções inovadoras, que ajudem a Yduqs a entregar mais valor aos alunos e parceiros. “O Yduqs Labs é a porta de entrada para a conexão do nosso negócio com o ecossistema de inovação. Por meio dele, estamos em busca de startups que possam ampliar as possibilidades de resolução dos nossos desafios de forma inovadora e ágil”, explica Rossano Marques, vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Yduqs. Interessados em se inscrever no programa e que ainda tenham dúvidas sobre a aderência da sua solução aos desafios apresentados, podem assistir o vídeo, disponível no Youtube, com mais detalhes: Yduqs Labs | Sessão Informativa (23/05/2022) – YouTube ServiçoYduqs Labs – Programa de Inovação AbertaInscrições: www.yduqslabs.com.br

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AlmirReis AroldoPacheco

Com o pé do outro lado do Atlântico

(Foto: Bruno Castanha/Acervo Paradigma) O escritório pernambucano Reis e Pacheco Advogados, dos sócios Almir Reis e Aroldo Pacheco, está expandindo atuação para o outro lado do Atlântico. Firmou parceria com a advogada Desiree Clary, sediada em Portugal e com mais de 14 anos de experiência na advocacia, para oferecer consultoria a brasileiros residentes ou moradores no continente europeu. Entre os serviços, legalização, moradia, vistos, investimentos e aquisição de imóveis.

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Tramontina Moreno

Tramontina inaugura fábrica em Pernambuco e cria 300 empregos diretos

Novo empreendimento abre mais 300 vagas de emprego. ((Fotos: Heudes Regis/SEI)) A nova fábrica de porcelana da Tramontina foi inaugurada ontem (17), em Moreno. A indústria produzirá porcelanas de mesa (pratos, travessas, xícaras e pires). A planta pernambucana cria 300 novos postos de trabalho. O terreno que abriga a planta da Tramontina foi doado pelo Governo do Estado. Serão mais de 200 novos produtos entre pratos, xícaras, pires, canecas, saladeiras e travessas, somados ao portfólio de mais de 22 mil itens da indústria centenária. “Fico muito feliz em saber que estamos inaugurando, aqui, mais uma fábrica da Tramontina. Ninguém faz o maior investimento da história do grupo empresarial em uma região se não confiar no Estado e nas instituições que funcionam no Estado. A gente vê que essa confiança existe e confirma que investir em Pernambuco vale a pena”, afirmou o governador Paulo Câmara, que esteve presente no evento de abertura. Participaram da inauguração o presidente da Tramontina, Clovis Tramontina; o diretor do conselho da empresa, Ildo Paludo; o presidente da Ferreira Costa, Guilherme Ferreira Costa; os prefeitos João Campos (Recife) e Edmilson Cupertino (Moreno); a vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão; além do secretário de Desenvolvimento Econômico do Recife, Rafael Dubeux, e do presidente da Câmara dos Vereadores do Recife, Romerinho Jatobá. O diretor-executivo da Tramontina, Rui Baldasso, enfatizou os motivos pelos quais a empresa optou por Pernambuco para instalar sua nova unidade. “Nós gostamos muito da região e já percebemos, em outros projetos, que temos mão de obra especializada, além de um porto aqui ao lado, que facilita muito a exportação, e nós exportamos para uns 120 países”, disse Baldasso. A partir das palavras do executivo, foi revelado que a empresa atuará para atender demandas do mercado nacional e internacional. A unidade possui capacidade de produção de 46 mil peças por dia e tem uma operação apoiada por inteligência artificial e robotização. As máquinas da fase de conformação determinam o melhor arranjo das peças nos fornos, cujo carregamento e o descarregamento é feito com base em uma lógica pré-estabelecida, preservando a estabilidade térmica do equipamento. O sistema de abastecimento para fase de esmaltação é pré-dimensionado em função das características de cada produto. Além disso, a utilização de energia, ar comprimido, gás e água é monitorada remotamente e também pode ser regulada a distância. A nova fábrica ocupa uma em área de 54.318,51 m².

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Suape anuncia serviço para viabilizar conexão com a Transertaneja

Um novo passo está sendo dado para viabilização da ferrovia que cortará todo o Estado até o Porto de Suape. O Complexo de Suape anunciou que será assinado nos próximos dias uma ordem de serviços para que sejam feitos os estudos para adequação e atualização do projeto executivo do acesso ferroviário do atracadouro pernambucano à futura Transertaneja em um trecho de quase 10 quilômetros que liga o entroncamento da BR-101 com a Rota do Atlântico e a porção leste da Ilha de Tatuoca. O ramal viabilizará a instalação de um terminal de minério na Ilha de Cocaia, para escoamento da produção de jazidas localizadas em Curral Novo, no Piauí, a 703 quilômetros do porto. O consórcio formado pelas empresas TPF Engenharia e B & C Engenheiros Consultores Ltda foi o vencedor da licitação e a ordem de serviço para o início dos trabalhos será assinada. O prazo de execução do contrato é de 300 dias. O investimento neste projeto executivo, para viabilização desta importante etapa de implantação da ferrovia no território de Suape, é de R$ 5.270.000,00. “É um passo muito importante de preparação da infraestrutura do porto para a chegada deste grande projeto ferroviário, que terá impactos positivos não só para Suape, mas para toda a cadeia produtiva de Pernambuco e dos Estados vizinhos. Há uma infinidade de novas possibilidades de negócios para diversas cargas, como grãos e veículos, por exemplo ”, enfatiza o diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão. “Com esse e outros investimentos em curso, Suape, sem dúvida alguma, se consolidará como um dos mais importantes portos públicos do país em poucos anos”, complementa. A Ferrovia Transertaneja é uma alternativa à Transnordestina, iniciada em 2006 e que permanece inacabada por causa de sucessivos atrasos na obra, a cargo da TLSA, empresa responsável pela concessão do serviço. A obra será tocada pela iniciativa privada e tem custo estimado de R$ 5,7 bilhões.

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Cesar Cavalcanti

“A pandemia afetou de forma significativa, quase terminal, a sustentabilidade do sistema de transporte público”

Cesar Cavalcanti, professor Aposentado da UFPE, membro das Academias Pernambucana e Nacional de Engenharia e Diretor da Regional Nordeste da ANTP (Associação Nacional de Transporte Público) fala para a Algomais sobre como a pandemia aprofundou a crise econômica do setor de transporte de passageiros e aponta algumas alternativas para virar esse quadro, que é crítico para a sustentabilidade das cidades. Quais os principais desafios para a qualificação dos sistemas de transporte público das metrópoles brasileiras, como do Grande Recife? O momento em que vivemos é extremamente desafiador e os sistemas de transporte não ficaram imunes a esta condição. Pelo contrário, os chamados Sistemas de Transporte Público de Passageiros em áreas urbanas, conhecidos pela sigla STPP, já vinham sofrendo muitas dificuldades desde antes o surgimento da pandemia de Covid-19 e, durante a eclosão do vírus, viram sua demanda, já decadente, decrescer a níveis alarmantes. Junte-se a isto, as mazelas provocadas pelo uso crescente dos veículos individuais, que contribuem para obstruir o escasso espaço viário disponível, contribuindo para tornar, ainda menos atrativo, o transporte coletivo. Outro fator de pressão sobre os STPPs, reside no reconhecimento da necessidade de descarbonização do setor, de forma a reduzir a emissão de gases de efeito estufa (a mobilidade urbana, da forma como hoje é realizada, é a principal responsável pela emissão desses gases) e assim, proteger o meio ambiente urbano e a saúde das pessoas que nele habitam. No âmbito econômico, destaca-se a premência de desconectar a histórica vinculação entre o preço do serviço ou “passagem” cobrado ao passageiro e o valor pago ao prestador daquele serviço, por razões a serem abordadas logo abaixo. Por fim, destaca-se a necessidade de conceber e efetivar novas formas de contratação dos serviços, que viabilizem a implantação de sistemas verdadeiramente integrados, nos aspectos operacional/modal, físico e tarifário. Embora outros desafios existam, acreditamos que esses se incluem entre aqueles de maior relevância. Como a pandemia afetou a sustentabilidade dos sistemas de ônibus ou metrô? Ao difundir o sistema de home office, limitar o número de passageiros por veículo de transporte, acometer parte do pessoal de operação pela doença e fechar ou reduzir a operação de diversas categorias econômicas, entre comerciais, esportivas, de lazer e culturais, a pandemia de Covid-19 afetou, de forma significativa (outros dizem, que, de forma quase terminal…) essa sustentabilidade: reduziu a demanda, suprimiu a disponibilidade do pessoal de operação, elevou os custos de operação por passageiro transportado, restringiu as alternativas de investimento e, de quebra, ainda contribuiu para denegrir a imagem dos STPPs, sob a controversa hipótese de que o transporte coletivo era, necessariamente, o maior disseminador do vírus. Como a recente alta dos preços no País está afetando o setor de transporte público? Os itens de custo mais importantes para o setor são a mão de obra, com participação de cerca de 50%, e combustíveis, com aproximadamente 30% dos custos totais. Como a mão de obra teve sua remuneração congelada, desde o começo de 2020, é de se esperar o recrudescimento das reivindicações salariais dos trabalhadores nos STPPs, como, de fato, tem se verificado em todo país, através de greves, operações padrão e outros expedientes prejudiciais à plena operação dos serviços. Já no caso do combustível, verifica-se um significativa ampliação do custo do combustível no conjunto dos custos do transporte, conforme pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, que aponta para o crescimento de 70% do preço do óleo diesel, desde 2020. Sem esquecer que outros integrantes do custo do transporte também passam por uma substancial pressão inflacionária, verifica-se que, de acordo com estudo da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro – FETRANSPOR, publicado na Revista ÔNIBUS, de março p.p.,o custo por quilômetro do serviço metropolitano de transporte de passageiros na RMRJ, entre Janeiro de 2020 e Janeiro de 2022, passou de R$5,2805 para R$6,4829, um aumento de 22,8%. Hoje, quais as principais discussões para se encontrar uma solução para o financiamento do sistema de transporte público no Brasil? Sem dúvida, esta é uma questão vital para garantir a continuidade dos serviços e ela se desenvolve em duas vertentes muito importantes: novas formas de licitação dos serviços, associadas a ideias inovadoras sobre sua gestão e a questão do financiamento dos serviços, propriamente dito. Na primeira vertente, argumenta-se pelo aumento da transparência do processo licitatório, com a realização de audiências públicas e/ou a criação de Comitês Gestores que possam aferir, com seriedade e competência as vantagens, deficiências e limitações das novas ideias que estão sendo adotadas nos países desenvolvidos, tais como, entre outras, a compra ou leasing, pelo setor público, dos veículos de transporte, com a operação entregue à iniciativa privada, por licitação. No que toca à gestão, vislumbra-se a amplificação da oferta de alternativas de transporte (patinetes, bicicletas, sistemas estruturados de carona, veículos por aplicativo, ônibus, people movers (do qual dispomos um notável exemplo, o AEROMOVEL de Porto Alegre, idealizado por Oskar Coester), VLTs, Metrôs e, no futuro, veículos aéreos), todas convenientemente interligadas e integradas, física, operacional e tarifariamente. A vertente do financiamento toca numa chaga antiga do STPP brasileiro: sua absoluta dependência, até poucos anos atrás, das tarifas pagas pelos seus usuários, para custear a operação dos serviços e prover os recursos necessários para sua modernização/aprimoramento e expansão. Atualmente, são reconhecidos dois inviabilizadores desta opção: 1) o transporte coletivo regular urbano é um serviço caro, quando se pretende que ele apresente elevados níveis de segurança, rapidez, conforto e confiabilidade e essa carestia se reflete, naturalmente, na planilha tarifária, na razão direta da frequência e extensão territorial e temporal dos serviços oferecidos, e na razão inversa da diminuição da demanda que o utiliza 2) o cerne da demanda do STPP é constituído pelos segmentos de menor poder aquisitivo da população e, a esta dificuldade acresce o fato de que, esses usuários tendem a utilizar o transporte, pelo menos duas vezes por dia, em 5 ou 6 dias da semana (imagine-se 45 viagens/mês, a um custo médio de R$5,00/viagem, representando 225,00/mês, ou 18,6% do salário mínimo, para apenas

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