Arquivos Colunistas - Página 213 De 304 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Colunistas

Selfit amplia atuação e fechará o ano com 70 unidades

Presente hoje em 14 estados como a rede de academias low cost high value que mais cresce no Brasil, a Selfit fechará o ano de 2019 com 30 academias inauguradas. A empresa, que tem como CEO o pernambucano Leonardo Pereira, possui seis unidades em Pernambuco e inaugurou neste ano uma nova academia em Petrolina. Em expansão pelas regiões Sul e Sudeste do país, a rede, que chegou este ano aos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, alcançará 70 unidades em operação até dezembro. Predominante no Norte e Nordeste e segunda maior em número de unidades próprias no Brasil, a empresa formatou este ano seu modelo de negócio também para franquias. A empresa vem dobrando seu faturamento anual desde 2015, com perspectiva de abrir capital em dois anos. “Estamos otimistas com 2020 e esperamos abrir mais de 45 unidades no período. Este segundo semestre foi muito positivo e já iniciamos estudos para a abertura das primeiras academias na América Latina”, explica Leonardo Pereira, CEO da Selfit. Em Pernambuco, a rede está presente no Recife, em Jaboatão dos Guararapes, em Caruaru e em Petrolina.

Selfit amplia atuação e fechará o ano com 70 unidades Read More »

Mar Hotel e Atlante Plaza inauguram novas academias

A rede Pontes Hotéis & Resorts está investindo em novas academias e renovados métodos de treinos. Os novos espaços, maiores e com modernos aparelhos, criam um novo nicho no mercado com academias em hotéis abertas para o público externo. Para o lançamento das novas academias, o grupo Pontes fechou parceria com Marcos Sousa, personal trainer, empreendedor e diretor comercial da Goal Gestão Esportiva.   O Mar Hotel, localizado em Boa Viagem inaugura ainda em outubro a academia Avanteh. “A partir de hoje (21), a nova academia estará funcionando tanto para o público interno como o externo, com todas as facilidades que o hotel oferece, como estacionamento amplo, gastronomia, lojas e segurança, por exemplo”, afirma Andreia Misael, gerente do Mar Hotel. A nova marca chega com uma proposta inovadora de focar no segmento empresarial, em funcionários de empresas, sejam pequenas, médias ou grandes. A proposta está sendo apresentada para gestores de empresas que possuem o desejo de incentivar financeiramente na promoção da saúde dos seus colaboradores, contribuindo com 100% ou parte da mensalidade. São destacadas as vantagens do exercício físico para esse público como saúde do funcionário, bem-estar, satisfação da equipe, auto-estima e melhor performance no trabalho. “A Avanteh é para pessoas que desejam ter melhores resultados com a prática regular de atividades. Além de ter alta performance no trabalho e na vida, cuidando da saúde física e mental”, explica Marcos. Para essa unidade, são esperados cerca de 400 cadastros de usuários. Em um espaço de 100 m², os clientes vão contar com serviços personalizados como acesso a um aplicativo, que facilita o treino, avaliação, fast training, aulas especiais como core, alongamento, bike e pilates, além de supervisão e prescrição presencial 16 horas por dia. Hidroginástica e funcional aquático também serão oferecidos na piscina do hotel. Já o Hotel Atlante Plaza, localizado na beira mar de Boa Viagem, vai receber a academia Root Move. O conceito da nova marca foi criado e pensado para funcionar em um ambiente totalmente enérgico, à beira mar, proporcionando experiências através de movimento e muita psicologia positiva. O objetivo é transformar a vida das pessoas através de um combo de atividades capazes de transformar a mentalidade com prazer e motivação. O público são gestores, empresários, médicos, autônomos e pessoas que residem ou tem em sua rota diária o Atlante Plaza. A Root Move conta com personal trainer exclusivo, aplicativo personalizado, aulas especiais e descontos em rede de parceiros. Estima-se um número máximo de 120 usuários.

Mar Hotel e Atlante Plaza inauguram novas academias Read More »

Porto Digital debate ecossistema de inovação europeu

Para debater o novo cenário da inovação empreendedorismo e da nova economia em desenvolvimento, o Porto Digital criou o evento “Talk sobre ecossistema de inovação da Europa” com a proposta de reunir três especialistas e executivos do cenário de inovação para compartilharem e trocarem experiências com o público envolvido no ecossistema de inovação. O evento acontece no Design Center do Porto Digital, amanhã (22), às 9h e com inscrições gratuitas. “O objetivo é discutir exemplos de sucesso do Velho Mundo de transformação digital, que tenham unido startups, aceleradoras e grandes grupos empresariais e de tecnologia”, explica Daniela Guedes, idealizadora do debate e conselheira do Porto Digital. Xavier leclerc, cofundador da MOX Digital, curador dos eventos .Futuro e board member da FrenchTech; o norueguês Erick Fontenele, CEO da EDEVO; e Mauricio Laranjeira, gerente de relações institucionais da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco) são os responsáveis por conduzir as trocas de ideias com o público a partir das suas experiências. A mediação do encontro será de Miguel Gaia, Head do Open Innovation Lab no Porto Digital. “Assim como no Brasil, os investimentos de fundos de venture capital registrados na França apontam para um grande crescimento.”O Brasil não deve apenas olhar para os Estados Unidos, China ou Israel, mas se interessar pelo modelo francês, que é uma porta de entrada muito boa para o mercado europeu. A França está fazendo sua transformação digital com sucesso unindo startups, aceleradoras, grandes empresas e empresas de tecnologia com uma parceria público-privada única”, explica Xavier Leclerc, board member da FrenchTech. A Europa tem se firmado como símbolo de inovação, empreendedorismo e de nova economia. Na França, por exemplo, o crescimento da receita gerada por startups foi de 33% entre 2016 e 2017. Dados de 2015 mostram que o peso da economia digital chega a 5,5% do PIB e já representa 25% do crescimento da economia nacional, segundo a consultoria McKinsey. Serviço Local: Design Center do Porto Digital, Rua do Apolo 235 Data: 22/10/2019 Horário: 9h00 às 12h00 Inscrições: contact.futuro@moxdigital.com.br

Porto Digital debate ecossistema de inovação europeu Read More »

Cesar School lança o treinamento EITA!

O Cesar School está com inscrições abertas para o EITA! Trata-se de um treinamento de 2 dias com objetivo de preparar profissionais para enfrentarem os desafios de um mundo em constante transformação. "Neste curso, os alunos aprenderão sobre temas essenciais para que se tornem agentes de transformação nas organizações. Isto se dará através do uso de técnicas facilitadoras para entender sobre o mindset da agilidade, como ter atitudes empreendedoras e inovar com propósito", conta Rodrigo Cursino, coordenador do curso. O EITA! é estruturado nos pilares: atitude empreendedora, inovação, tecnologia e agilidade. O público-alvo são pessoas de Recursos Humanos e outras áreas de apoio, profissionais de Comunicação e Marketing, líderes e gestores e pessoas empreendedoras. A turma com inscrições abertas acontecerá nos dias 8 e 9 de Novembro, tendo uma carga-horária total de 16h. Até o dia 20 as matrículas estão com um lote promocional, com 20% de desconto. Mais informações no link: https://www.cesar.school/eita  

Cesar School lança o treinamento EITA! Read More »

PE na rota da alta conectividade

Os dados são o petróleo do Século 21. Essa é a perspectiva lançada por especialistas do mundo inteiro para o novo cenário da economia global que está sendo desenhado. Nesse contexto, o recente anúncio da vinda de uma rede de transmissão via cabos submarinos para o Recife, pela norte-americana Seaborn Networks, ganha relevância maior para a economia pernambucana. A nova infraestrutura, prevista para operar em 2021, reforça a competitividade do polo de tecnologia local ao colocar o Estado na rota mundial de tráfego de dados em alta velocidade. Há uma expectativa do poder público e de empresários de que essa operação abrirá o caminho para a atração da instalação de data centers no Recife. Tratam-se de centros que recebem servidores e equipamentos de armazenamento e processamento de dados. “O investimento foi de R$ 200 milhões feito pela Seaborn Networks e por um grupo de empresários pernambucanos. O Estado tem uma posição geográfica estratégica e favorável e a nossa expectativa agora é de virarmos um hub de data center”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Sdec), Bruno Schwambach, em reunião da Rede Gestão. O secretário disse que foram dois anos de negociação para concretizar esse empreendimento, que deverá entrar em operação no segundo semestre de 2021. Schwambach explicou que atualmente toda conexão do Nordeste e de alguns outros Estados do Brasil sobem para Fortaleza via terrestre, o que reduz a competitividade local. “Isso torna a conexão mais cara e de menor qualidade”. Atualmente a corporação norte-americana envolvida no negócio já realizou a instalação de 260 mil km de cabos ópticos submarinos pelo mundo. No caso do Recife, o trabalho será uma conexão de 500 quilômetros da costa pernambucana até um cabo submarino da empresa que conecta São Paulo e Nova Iorque (veja o gráfico na página ao lado). Essa conexão Brasil-Estados Unidos tem uma extensão total de 10,5 mil quilômetros, que foi fruto de um aporte de US$ 290 milhões. A Sdec informou que a velocidade de transmissão será de 12 Tbps (terabits por segundo) e a tecnologia a ser implementada será da multinacional de telecomunicações francesa Alcatel-Lucent. Silvio Meira, um dos idealizadores do Porto Digital, considera esse investimento uma das melhores notícias sobre infraestrutura de Pernambuco dos últimos anos. “Na prática, o Recife passa a estar no mesmo patamar de conectividade global de São Paulo e Nova Iorque. Entramos, agora, na primeira classe da internet mundial. Isso faz com que o Recife se torne um ponto estratégico na conectividade brasileira à internet global, começando a passar por aqui não só esse cabo, mas uma parte significativa das comunicações digitais e interações entre o Brasil e o mundo”. De acordo com o especialista, é possível comparar esse momento como uma espécie de abertura de “portos digitais” às nações do mundo. “Se olharmos lá para 1808, tivemos a abertura dos portos do Brasil para as nações amigas. O que estamos fazendo agora é uma abertura não só do Estado para o mundo inteiro, porque a internet é global, mas estabelecendo o Recife como um dos pontos centrais desta conectividade nas Américas”. Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, destaca que com a operação dessa infraestrutura, o Recife poderá receber data centers de grande porte. “Hoje os maiores do mundo são de empresas como Google, Facebook e Amazon. Temos data centers aqui, mas nenhum de grande porte. Com essa nova conectividade teremos a capacidade de atrair um de nível global”, ressaltou. Além da melhor performance da conexão para o Recife, que como um todo é ainda de baixa qualidade, Pierre Lucena, destacou o aumento do potencial de atração de grandes empresas para a cidade. “O impacto será grande. Hoje buscamos grandes players para o Recife, mas temos problemas com a conexão, já que temos uma rede com muita instabilidade. Uma parcela substancial das empresas a se instalar precisa de grandes data centers próximos”. O prefeito do Recife, Geraldo Julio, também destacou a importância do empreendimento para a competitividade do setor de serviços da capital pernambucana, que terá a capacidade de atrair empresas que dependem de comunicação direta com as Américas, Europa e Ásia. “O investimento mostra a força do nosso polo tecnológico e abre as portas para que possamos explorar todo o potencial do nosso setor de serviços modernos”. Para além do Recife, o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aluísio Lessa destacou que a melhoria no serviço de conexão deverá se estender para o interior. “O Governo de Pernambuco dispõe da rede de fibra ótica terrestre, com cerca de 1,2 mil km ligando o Recife a Araripina. Serão conectados 20 municípios-polo ao longo desse trecho, garantindo internet de alta velocidade de até 10 gigabytes. Com a chegada do cabo submarino, vamos interligar Pernambuco ao mundo”. *Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais e assina a coluna Gente e Negócios no Algomais.com (rafael@algomais.com)

PE na rota da alta conectividade Read More »

Soneto Tropical reúne criadores brasileiros

Donas de olhares sofisticados para a curadoria em design e manualidades, Juliane Miranda (cofundadora da Trocando em Miúdos) e Vivian Lima (idealizadora da Casa Viva) lançaram um novo projeto em conjunto, o Soneto Tropical. No Espinheiro, a loja que se define como “refúgio urbano” reúne arte, design, manualidades e natureza, trazendo nas prateleiras peças de cerca de 40 criadores de todas as partes do Brasil. Na operação, além de diversos artigos botânicos que atendem à tendência da decoração “urban jungle”, estão nomes como Estudio Galho (PB), Fernanda Torquetti (MG), Livia Velludo (RJ), Selvvva (SP), Estudio Trindade (MG) e Schizzibooks (SP).

Soneto Tropical reúne criadores brasileiros Read More »

Juvenil Silva, um operário do rock pernambucano

Por Yuri Euzébio Os anos 70 representam um marco na cultura e na música mundiais. Marcada pela psicodelia, pelo rock'n’roll e pelo movimento hippie, essa década deixou um legado de diversidade e liberdade para as gerações posteriores. No Nordeste, o período representou um despertar de um movimento musical forte e marcado pelo caráter regionalista. Uma turma nova surgiu do Ceará a Pernambuco, passando pela Paraíba. Diversos novos nomes apareceram e revelaram ao Brasil um Nordeste pop onde frevo, forró e maracatu se misturavam com uma atitude rock'n’roll. Juvenil Silva é um setentista que nasceu tarde demais. O músico e multiartista pernambucano já tem três álbuns lançados, sempre fazendo rock com influências da psicodelia e do desbunde dos anos 70. Começou na música desde cedo e de forma despretensiosa como parece levar a vida até hoje. “Eu tenho 34 anos e desde os 14, 15 anos de idade que eu troquei a minha bicicleta por um baixo velho e fiquei tentando aprender umas músicas fáceis, aí já fiz uma banda sem muita expectativa de nada”, relembrou. “Sempre gostei de escrever, comecei então a compor loucamente e sempre deixei a galera cantar porque tinha muita vergonha dessa coisa de ser o frontman, eu não me via nesse papel”, pontuou. “Com o tempo, vez ou outra, num bar mostrando música nova pros meus amigos de outras bandas, eles chegavam e diziam ‘Ah, cara, é muito diferente quando tu interpreta as tuas músicas, tu devia cantar’, depois de muita gente falar isso eu resolvi tentar”, concluiu. O músico caminha desde o início por uma trilha própria, em paralelo à sombra da influência manguebeat, mas de ouvidos atentos ao que lhe contorna. Em 2013, lançou seu primeiro disco “Desapego”. "Foi meio que tranquilo, eu tava com uma grana e tinha promoção no estúdio, podia ensaiar de graça. Eu aproveitei e falei ‘vamo gravar’”, detalhou. “Escolhi dez músicas fáceis, ensaiei e gravamos o disco rapidamente e continuei minha vida sem a pretensão de ser um artista, fui pular o Carnaval, de repente apareceram várias matérias sobre o disco. O pessoal descobriu meu som e começou a fazer resenha e a aparecer proposta de show”, confessou. Ele teve que montar uma banda pra tocar no Abril Pro Rock, porque havia gravado o disco sozinho. No mesmo ano, Juvenil tocou em todos os festivais da cidade. Um ano depois dessa estreia, ele emendou com a produção de um segundo disco. “O segundo disco foi um processo mais profissional, ensaiando bastante, com banda, uma produção refinada”, explicou sobre “Super Qualquer no Meio de Lugar Nenhum” de 2014. Meio que por acaso, sem nunca se dar conta do que estava acontecendo, o compositor foi ampliando seu leque de atuação na cena musical independente e autoral da cidade. “Eu comecei a produzir festival, como o Desbunde Elétrico que durou 10 anos, comecei a tocar com outras pessoas”, destacou. Representante de uma cena musical da cidade ligada à psicodelia, rock e retomada do espírito setentista, o artista explica como essa época o influencias. “Existe muito o negócio de choque de geração, uma geração nega a outra é o que dizem. Nos anos 70 existiam uma parada, depois veio o manguebeat que inventou uma coisa nova e depois vieram ouros jovens roqueiros como a gente e resgatamos os anos 70”, pontuou. “Nós não dávamos muita moral pro manguebeat, estávamos ouvindo as coisas mais velhas, mas também jogando pra realidade que vivíamos.  Acho que foi isso, daqui a pouco as gerações mais novas vão vir e achar uma merda esse som que fazemos. E depois de um tempo, vai ter uma galera curtindo a gente”, refletiu. “Hoje em dia, eu sou um cara totalmente nem aí pra isso. Não sou muito fechado a nicho ou a galera, eu vou mais por energia”, ponderou. Figura simples e cativante, a ponto de trocar essa ideia com esse intrépido colunista em um bar brindando uma cerveja, Juvenil Silva segue fazendo a trajetória de seu caminho com acentuadas curvas ao contrário do esperado. O importante para ele é manter a sinceridade em sua vida e obra. “Eu dou muito mais valor, se o trabalho é sincero, do que aquele cara que finaliza algo aparentemente bom, mas forjado. Eu to mais pro lado do coração mesmo”, admitiu. Pro futuro, o músico planeja, à sua maneira própria, gravar um próximo álbum e retomar sua carreira solo, simultaneamente em que mantém seus inúmeros outros projetos como a Avoada, banda de música independente que formou com seus amigos, ou o espaço cultural TV Tumulto. “Eu não sei como eu vou findar esse próximo disco ainda, eu vou deixando rolar. Esse ano eu só compus e guardei as músicas, mas agora, enquanto eu vou executando meus projetos, eu vou gravando o meu próximo trabalho”, instigou. “Domingo a domingo, acordando cedo e dormindo tarde com um bom operário do rock”, concluiu.

Juvenil Silva, um operário do rock pernambucano Read More »

Desenvolvimento cultural por meio de dados

O Nordeste é o berço da cultura do Brasil, somos celeiro dos maiores escritores, músicos, movimentos e eventos culturais. Ao longo da minha trajetória, tenho aprendido que estudar o desenvolvimento econômico, é um exercício de reflexão sobre “vocação” e cultura certamente é uma das vocações do Nordeste. Sendo assim, pensar o desenvolvimento econômico da região, passa pela cultura local. Pertencente a área de ciências humanas-exatas, aprendi a contar a história em números. Eles, às vezes, nos ajudam a aplacar paixões e conduzir discussões de forma mais objetiva. Na minha carreira, estamos vocacionados aos números e nos dedicamos a “construir confiança na sociedade e resolver problemas importantes”. Mas vou contar aqui como os números podem agregar valores e histórias e caminharem juntos rumo ao desenvolvimento econômico cultural de uma região. Há mais de 10 anos, o sócio da PwC Portugal, Miguel Marques, iniciou estudos sobre economia do mar, quando ninguém falava sobre este tema - com o propósito de criar estudos baseando-se em índices ligados ao mapeamento de riquezas a partir do mar. Faço um parêntese: o mar, em minha visão, é outra grande vocação do nordestino. Nossa visão com esta iniciativa é gerar dados que possam fomentar a tomada de decisão, inclusive para políticas públicas. Em dez anos já estudamos mais de vinte países, já fomos à ONU falar sobre a nossa visão e debater as metas 2030 da ONU para o mar. Há dois anos fizemos o primeiro estudo da economia do mar para o Ceará. Este ano nós conhecemos, e iniciamos um processo de expansão de estudos para o Nordeste. Em janeiro lançamos a 2ª edição no Ceará, em março a 1ª edição do estudo em Pernambuco, em julho o estudo da Bahia e em setembro a 1ª edição do Rio Grande do Norte. Ao longo desta trajetória, aprendemos sobre coisas que não fazíamos ideia que conhecíamos, como por exemplo: que o RN tempera com sal 97 % das mesas do Brasil; que o Ceará e RN têm grande potencial da pesca do atum em suas costas; que é forte, mas com grandes oportunidades de crescimento, o turismo de cruzeiro para todos os estados da região; descobrimos iniciativas de mineração no mar na Bahia; produção de peixes no estado de Pernambuco, e tantas outras coisas mais. O ponto é que com a sistematização de dados, conseguimos descobrir elementos que não conhecíamos e conseguimos falar sobre nós com mais propriedade. Números podem nos ajudar a construir consensos. Acredito na nossa vocação para a cultura e entendo que precisamos contar melhor esta história para mostrar esse potencial e não deixar só, em sua tarefa de produzir o desenvolvimento econômico, o Estado. Acredito que sistematizar dados sobre a cultura é uma grande contribuição para a economia da região Nordeste. Tenho certeza que todos nós nos surpreenderemos com os resultados.       Vinícius Rêgo é sócio-líder da PwC Brasil no Nordeste, que é parceira do Iperid

Desenvolvimento cultural por meio de dados Read More »

Sobre a nova escola no Parnamirim

Ao longo do mês de setembro, recebi inúmeras solicitações de amigos, conhecidos e vizinhos para opinar e “agir” sobre a construção de uma escola, praticamente na esquina da rua onde moro, no bairro do Parnamirim. As alegações principais eram de que o trânsito, que já é travado nos períodos de pico, ficaria “muito pior” (e, até, “insuportável”), nos horários de chegada e saída dos alunos. Procurei me inteirar do que se tratava e, até onde pude perceber, “salvo melhor juízo” como diz a turma do direito, cheguei à conclusão de que, nesta altura do campeonato, do ponto de vista legal, há muito pouco a ser feito para mudar o que foi aprovado (que, também segundo o que pude apurar, seguiu os trâmites requeridos e o devido processo legal). Inclusive porque as atuais manifestações estão se dando sobre os efeitos ou consequências do direito de construir no local de acordo com a legislação vigente. E, de acordo com a legislação vigente, ali pode ser feita construção não só de escola mas de edifício de apartamentos, de supermercado, de academia, de centro de compras, de salas comerciais, de bar etc. O que, aliás, é positivo para dar vida diversa a um bairro que não deve ser só residencial. E, desses usos, não me ocorre nenhum mais nobre do que uma escola para os filhos dos moradores... Se vai impactar no trânsito, todos, de uma forma ou de outra, mais ou menos, impactariam também! A bem da verdade, devo ainda dizer que, do ponto de vista da benéfica participação dos cidadãos, é melhor que as mobilizações se deem “antes tarde do que nunca”. Todavia, o melhor seria que elas pudessem se dar sobre as causas, ou seja, sobre a pertinência da legislação (é adequada? poderia ser melhor? deveria ser ajustada?) que permite as construções (com seus devidos parâmetros e áreas possíveis de edificação), não só ali mas em qualquer outro lugar. Aliás, do ponto de vista institucional, este debate está justamente em curso com a revisão decenal do Plano Diretor do Recife que está na Câmara Municipal, em fase de discussão para aprovação legislativa. O que há que ser defendido, sempre, é que os legisladores considerem os diferentes interesses em jogo, do dinamismo próprio de cada bairro, dos empreendedores que podem ser estimulados, dos cidadão que precisam ser respeitados e que têm o direito de influenciar sobre o que vai ser legislado. Tratam-se, afinal, dos destinos da nossa cidade e da vida de cada um de nós!

Sobre a nova escola no Parnamirim Read More »

As moças nuas do Capibaribe...

Capibaribe — Capiberibe Lá longe o Sertãozinho de Caxangá Banheiros de palha Um dia eu vi uma moça nuinha no banho Fiquei parado o coração batendo Ela se riu... Foi o meu primeiro alumbramento Manuel Bandeira. Ao adentrar-se na planície do Recife, o Rio Capibaribe, continua o seu caminho de viajante preguiçoso, sem qualquer pressa do chegar, dormitando pelos remanços e barreiros, entrando pelo canavial e açudes, em contato direto com engenhos de fogo morto e usinas de açúcar. Ingressa por entre as barreiras dos engenhos São João e São Cosmo, na Várzea, fazendo uma grande curva, cheia de meandros pelo Sertãozinho de Caxangá, onde provocou o primeiro alumbramento do poeta Manuel Bandeira e as observações do poeta João Cabral. Preguiçosamente, em longas curvas, ainda sem qualquer pressa, o “cão sem plumas” passa por Dois Irmãos, Apipucos – onde o sociólogo Gilberto Freyre produziu grande parte de sua obra –, seguindo em direção ao Monteiro, Barbalho, Bom Gosto, Caldeireiro e Poço da Panela, de onde tantas vezes transportou os escravos que buscavam a liberdade em barcaças de capim, cuidadosamente fretadas por José Mariano Carneiro da Cunha e tripuladas pelos destemidos “cupins”. Essas localidades, de Apipucos a Madalena, foram outrora destinadas aos “passadores de festas”, apreciadores dos “banhos medicinais”, frequentadores dos banheiros de palha, assim descritos por Louis François de Tollenare, em suas Notas Dominicais, escritas em 1817: "É nas margens do Capibaribe que cumpre ver famílias inteiras mergulhando no rio e nele passando parte do dia, abrigadas do sol sob pequenos telheiros de folhas de palmeira; cada casa tem o seu, perto do qual há um pequeno biombo de folhagem para se vestir e despir. As senhoras da classe mais elevada banham-se nuas, assim como as mulheres de cor e os homens. À aproximação de alguma canoa mergulham até o queixo, por decência; mas o véu é demasiado transparente! Vi neste banho a mãe amamentando o filho, a avó mergulhando ao lado dos netos, e as moças da casa, traquinando no meio dos seus negros, lançarem-se com presteza e atravessar o rio a nado. A posição do corpo requerida por este exercício não deixa ver a quem passa, nem o seio nem parte alguma da frente do corpo, de sorte que elas consideram o pudor resguardado; mas, há outras formas não menos sedutoras que o olhar pode contemplar à vontade. Confesso que fiquei tão surpreendido quanto encantado ao encontrar um dia, neste estado de náiades (figura mitológica) sem véus, as senhoritas N. filhas de um dos primeiros negociantes da praça... É raro encontrar margens mais risonhas do que as do Capibaribe, quando se sobe em canoa até o Povoado do Poço da Panela". O rio, na época dos nossos avós, não este que conhecemos e de que nos fala o poeta João Cabral ou seu “cão sem plumas” – [...] “o outro rio/ de aquoso pano sujo/ dos olhos de um cão” –, era o rio das águas límpidas, que permitia ver o fundo de areia branca, cercado de árvores, “cujos ramos superiores se encontravam ou estão ligados por cipós floridos, pendentes em guirlandas”, habitadas por “mil pássaros adornados de brilhantes plumagens”. Era o rio das capivaras, como bem deduz o próprio vocábulo, habitado por peixes das mais variadas espécies e moluscos diversos, em nada se parecendo ao rio que conhecemos e estamos a legar aos nossos netos.

As moças nuas do Capibaribe... Read More »