2021 - Página 173 De 173 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

2021

Cachaça Sanhaçu lança edição personalizada

A A Sanhaçu lançou uma edição limitada da sua cachaça: a Sanhaçu 365, que apresenta um lote de garrafas numeradas, datadas para cada dia do novo ano. O projeto é de iniciativa da cachaçaria Sanhaçu, de Chã Grande, interior de Pernambuco, com a loja especializada Eu Amo Cachaça, do Distrito Federal, em Brasília. O processo de armazenamento da Sanhaçu 365 aconteceu durante dois anos em tonéis de freijó e finalizada por mais seis meses em tonel único de primeiro uso de bálsamo. As duas madeiras do envelhecimento são brasileiras e a cachaça foi produzida no alambique do Engenho Orgânico da Sanhaçu, propriedade da família Barreto. De acordo com Oto Barreto, que gerencia a Sanhaçu com os irmãos Elk e Max, a experiência de entregar uma embalagem personalizada é especial não só para quem faz a produção, mas para quem vai receber o engarrafamento diferenciado. “Os apreciadores de uma boa cachaça poderão escolher a garrafa que tem a data do seu aniversário, casamento, ou outra data marcante, seja para o comprador ou quem deseja presentear, por exemplo”, conta Oto. Ele reforça ainda que há apenas uma unidade por data. “As garrafas limitadas Sanhaçu 365 serão comercializadas exclusivamente pela internet, em nossas redes sociais ou por telefone. Em janeiro começaremos a pré-venda, já as entregas devem acontecer já no mês de fevereiro”, finaliza ao adiantar que em 2022 é previsto uma nova edição exclusiva. A Sanhaçu começou a ser comercializada em 1993, no segmento, se destaca por ser a primeira cachaça orgânica certificada de Pernambuco. Há cinco, tornou- se o primeiro engenho do Brasil movido a Energia Solar. Atualmente é encontrada em todos os estados do Brasil e no exterior. E agora, assina o projeto exclusivo com a comunidade ‘Eu Amo Cachaça’, renomada loja do ramo, que tem abrangência em Brasília - DF.  

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Moda Center Santa Cruz volta a abrir às segundas e às terças-feiras

O Moda Center Santa Cruz divulgou o seu calendário de feiras para janeiro. A abertura volta a acontecer  sempre às segundas e terças-feiras, das 6h às 18h. O calendário está disponível no www.blogdomodacenter.com.bre no perfil do centro atacadista nas redes sociais (@modacentersantacruz). A movimentação ocorre com menor intensidade nas terças. Segundo José Gomes Filho, síndico do Moda Center, o centro atacadista recebeu um bom público nas feiras da alta temporada (novembro e dezembro), o que ajudou a estabilizar as perdas ocorridas durante os meses que estiveram fechados em 2020, operando apenas como ponto de entrega de mercadorias. “O movimento foi muito positivo. A falta de matéria-prima para produzirmos mais e uma maior variedade de produtos acabou impactando na geração de negócios. As vendas poderiam ter sido ainda melhores”, comenta. A expectativa para 2021 é otimista. “A partir da normalização da produção pela cadeia produtiva – tecidos, insumos - e com a chegada da vacina, devemos ter um novo fôlego e um crescimento das vendas”, complementou. Entre as melhorias para receber o público em 2021, o síndico conta que está prevista a melhoria na mobilidade e no acesso ao centro atacadista, com a criação de novas entradas e saídas e reorganização do estacionamento, a finalização da reestruturação da parte elétrica e geradores e reforço na divulgação do Moda Center Santa Cruz em outros estados do Brasil, com foco no Norte e Nordeste. O Moda Center também continuará reforçando a orientação para lojistas, donos de boxes, colaboradores e clientes a manterem os protocolos de higiene e segurança individual e coletiva como forma convivência e prevenção contra a Covid-19, a exemplo do uso de máscara e higienização frequente das mãos (nas pias instaladas em ao longo das laterais e nos corredores principais. As lojas e boxes são orientadas a disponibilizar álcool em gel para os clientes. O centro atacadista disponibiliza álcool em gel nos locais onde recebe o público, como o Serviço de Atendimento ao Condômino e recepção do Centro Administrativo.

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Para falar em gula

PARA FALAR EM GULA “No país da Cocanha, uma rara utopia da Idade Média (...) que aparece em um documento de 1250, descreve o território imaginário onde não se trabalha, onde tudo é luxo e volúpia. Os campos de verduras prontas para serem consumidas, de sebes (cercas de plantas) formadas de salsichas que após serem colhidas e devoradas brotavam em seguida (...) As cotovias já caem inteiramente assadas nas bocas felizes mortais (...)”. (Lê Goff: 2003) Na cultura ocidental judaíco-cristã, o trabalho dignifica a alma e a conta bancária, e assim vive-se num mundo urbano globalizado que assume o padrão massificador das grandes redes internacionais de fast-food, e que ao mesmo tempo também busca e valoriza a comida étnica, tradicional, exótica, dando um lugar especial aos muitos rituais associados ao fazer, ao servir e ao comer. A comida, a cozinha, o restaurante, ganham um crescente glamour hollywwoodiano que fazem dos chef’s verdadeiros ídolos da sociedade contemporânea. Um fenômeno que merece ser olhado nesses contextos globalizados da fome invadindo muitas regiões de um mundo que fica cada vez mais gordo. Então, o comer bem, o comer muito, a gula, esse vício, pecado, vai ganhando novos sentidos e sentimentos em cenários do food fashion. Os conceitos históricos do comer muito, de ter gula, são certamente relativizados com tudo que compõe e integra o que é comer: natureza, ingredientes, economia, população, significados que vão se adequando aos múltiplos processos da sociedade e da cultura. As cozinhas tradicionais do Brasil são gulosas, ricas, maternais e oferecem muito para comer bem, pois vigora o ideal do comer bem com o comer muito. Permanece um amplo olhar de que muito é fertilidade, e que a fartura é o muito na sua mais profunda variedade de ingredientes e processos culinários. Assim, para falar de feijoada é preciso falar de prato cheio, montanha, mistura do feijão, geralmente gordo de adubos _ lingüiças, toucinho, carne seca, paio, carnes salgadas _ e tudo mais que a leguminosa deve receber para o império do sabor e do cheiro que chamam impiedosamente à mesa; começando na abrideira de cachaça e frutas; da laranja ao lado da couve à mineira; da farofa tão gorda quanto o feijão, e aquele arroz branco, quase ingênuo que vai morar junto ao garfo e, então, celebrar a feijoada. E, o acarajé contemporâneo é um ampliado sanduíche, daí o nome sanduíche Nagô, com recheios de vatapá de acarajé, que é mais simples do que o vatapá de mesa, camarão defumado e refogado no dendê, caruru, salada, molho grosso de pimenta e, então, a África vai à boca e a gula também. Esse pecado que precisa ser recuperado enquanto virtude de uma sociedade cada vez mais “anoréxica”. Chocolates, de mão cheia, brigadeiro de colher; barras dos bons chocolates da Alemanha, da Suíça; bolos, tortas com sorvete de creme, profiteroles inundados de calda quente de chocolate, e tudo mais que o cacau, sua alma e sabor possam fazer para liberar endorfina e trazer prazer. Come-se tudo! Come-se de tudo! É nesse sentimento e destino onívoro que se situam os temas religiosos do comer, do jejum, dos tabus do comer isso e não aquilo, ou se comer terá de cumprir algum ritual, ou estar adequado a algum princípio que oriente o que é muito, e como esse limite é rigorosamente filho da cultura. Nas festas tradicionais o bem comer é o mesmo que comer muito, para assim melhor viver a festa, louvar o santo, celebrar o sagrado pela boca. Por exemplo, nos terreiros de candomblé, a avaliação vai se dar pela qualidade, mas principalmente, pela quantidade da comida oferecida. “Mocotó, rabada, sarapatel, leitão a pururuca, dobradinha, galinha de cabidela, maniçoba, vatapá, caldeirada, pato no tucupi, barreado; assado de boi, de cabrito, de cordeiro..”. Tudo deve ser servido e comido em quantidade para, então, celebrar as muitas opções dos acompanhamentos, experimentando somente assim uma compreensão verdadeira da comida. Certamente vive-se um novo conceito de gula, talvez o de comer bem e não o de comer muito. Também a comida vem ganhando novos e atualizados “entornos”. O fast food massificado é um dos temas dominantes sobre o bem ou o mal comer, em contextos em que o natural, o vegetal, impera como domínio do consumo à mesa, combinados na mais nova e fantástica dieta que realiza verdadeiros milagres. Ainda, nesse campo de sabores e preferências, a cozinha tradicional identitária e patrimonial atesta um tempo histórico e processos culinários aliados a representações que unem, muitas vezes mitos, deuses, temas da ancestralidade, modismos, e que ganham sentidos e símbolos na construção de pertença do indivíduo e do seu grupo. É um experimentar além das ditaduras nutricionais e quase sempre da consagrada boa higiene.

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