Inaugurado poucos dias antes do Natal, o boulevard da Avenida Rio Branco, no Bairro do Recife é um presente para a mobilidade ativa na capital pernambucana. Além da transformação que o espaço passou, com calçadas niveladas, nova iluminação, fiação embutida e um mobiliário urbano diferenciado, a decisão pública de fechar a via para os veículos é simbólica. E conectada com as boas práticas de urbanismo praticadas em todo o mundo.
O rua possui 18 bancos de madeira e liga de aço, quatro quiosques e uma banca de revista. O projeto básico para transformação da via partiu da Prefeitura do Recife. As obras foram executadas pelo Governo do Estado, com investimento de R$ 5,5 milhões, recursos vindos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Para transformar a rua num espaço prioritário para pedestre, foram suprimidas da Rio Branco 46 vagas de Zona Azul e 17 de táxis.
Esse é um passo de uma mudança de orientação na mobilidade da cidade, que deveria estimular principalmente a mobilidade a pé e por bicicletas, seguida do transporte público. Historicamente, a preocupação das agências que tratam da mobilidade municipal são estruturadas e focadas na fluidez do trânsito de veículos particulares. As medidas que promovem a mobilidade ativa (a pé e de bikes), como abertura de ciclovias, redução de velocidade nas vias (a exemplo da Zona 30), sofre ainda grande resistência da parcela da população que se desloca de carros e motos. Mas é uma batalha diária de conscientização pela vitalidade dos espaços públicos da cidade e pela qualidade de vida da população.