Escolas no Museu – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Escolas no Museu

Quem costuma visitar museus no Recife vez por outra vai encontrar um grupo escolar. Sejam as crianças ou adolescentes, o trabalho de formação e de contato com as escolas é um dos pontos fortes das instituições museológicas da cidade. Especialistas acreditam, inclusive, serem esses estudantes os principais mobilizadores para que seus familiares visitem as exposições nos finais de semana.

Um dos líderes de recepção de estudantes é o Instituto Ricardo Brennand. De acordo com Leonardo Dantas, grupos escolares e toda a região Nordeste chegam diariamente no espaço para conhecer o rico acervo do museu. Maria Soledade, professora de história do EREM João Cavalcanti Petribú, em Carpina, trouxe em junho um grupo com 52 alunos do ensino médio para o IRB. Em anos anteriores já havia levado os estudantes para o Palácio do Governo e para o Museu de Arqueologia da Unicap. “Nessas visitas eles veem muita coisa do que apenas sistematizamos em sala de aula. Perguntam bastante. Além do aprendizado direto, nosso objetivo é fazer com que eles sintam prazer em frequentar esses lugares de cultura”, explica. As visitas para estudantes de escolas públicas no IRB são gratuitas, mediante agendamento prévio.

O Museu da Cidade do Recife vem a cada ano fortalecendo parceria com as secretarias de educação do município e do estado e mantém um contato próximo também com as instituições de ensino da rede privada. “Estamos fidelizando um público que todos os anos retorna para explorar as novas exposições que o espaço oferece. Hoje, contamos com diversos projetos que aproximam as escolas, como o Bandeira Sempre no Alto (no qual fazemos a troca de bandeira no mastro instalado no forte), visitas mediadas fixas (que abrangem o público do ensino infantil ao EJA), Projeto de Cooperação Brasil-Holanda de Educação Patrimonial (em que educadores de diferentes áreas de conhecimento desenvolvem ações de educação patrimonial), além da ida do museu às escolas para a realização de oficinas e atividades lúdicas, entre outros tantos projetos”, relata Betânia Corrêa de Araújo, gerente do Museu da Cidade do Recife.

O Mamam também tem vários projetos com escolas. Mabel Medeiros, chefe do Acervo, cita o Projeto Professor Parceiro, voltado para formação de professores. Atualmente atende os professores da GRE sul e GRE norte (Gerencia Regional de Educação do Estado), bem como os professores de Educação Infantil da Prefeitura de Camaragibe. “Temos como meta firmar parceria com a Secretaria de Educação da Prefeitura do Recife, bem como com a rede particular de ensino”, afirma.

Outro destaque do Mamam é o Projeto Escola Vizinha, que estimula a visitação às escolas do entorno do Museu, com o intuito de convidá-las a conhecer o MAMAM, além de realização, no espaço escolar, de oficinas e atividades. E há ainda uma parceria entre o museu e a CAPS INFANTIL – CEMPI. A iniciativa visa o recebimento e realização de atividades de crianças do espectro autista e suas mães. Mabel enumera ainda iniciativas como o MAMAM na Estrada (que visa a educação do olhar de crianças, jovens, adultos e idosos, em situação de risco ou não, bem como a formação de público para as artes visuais e a divulgação do Museu fora dos limites da cidade do Recife). “Nele, integrantes do Setor de Arte Educação do Museu seguem para comunidades no Recife e/ou diversos municípios de Pernambuco, propondo uma aproximação com o universo da Arte Moderna e Contemporânea, e realizam oficinas, exposições com obras do acervo e outras ações. O Projeto amplia a atuação do setor de Arte Educação do MAMAM, levando experiências relevantes, já realizadas nas duas casas do Museu”. Cineclube, shows pocket, colônia de férias e uma programação especial na semana de museus compõe ainda o mix de atividades do espaço.

PAÇO DO FREVO

De acordo com Eduardo Sarmento, gerente-geral do Paço do Frevo, diferentemente de outras instituições museais, as escolas são uma parcela menor de seu público, que é formado em sua maioria por visitantes espontâneos (que vêm sem agendamento). Esse é um dos motivos pelo qual o espaço tem realizado várias atividades que buscam estreitar o relacionamento junto ao público escolar. “Uma delas é o “Cardápio Educativo”, que consiste na proposição de atividades pensadas a partir das diversas demandas de conteúdos curriculares relacionados ao ensino regular. São proposições que trazem o Paço do Frevo como mote para visitas relacionadas a temáticas abordadas em sala de aula, pensadas em torno de diferentes disciplinas, como história, artes, sociologia. Além dos públicos escolares, as atividades do Cardápio Educativo contemplam grupos organizados oriundos de ONGs e, também, o ensino técnico, profissionalizante e universitário. Deste modo, os professores e gestores têm à sua disposição um conjunto personalizável de atividades e temas que podem ser utilizados com seus grupos no Paço do Frevo”.

Outra atividade que integra as várias iniciativas de aproximação e ativação do Paço do Frevo e das várias comunidades escolares, é o Programa Passo a Paço: educação através do frevo. Este tem o objetivo de contribuir com a formação de professores de Artes, História, Geografia e Língua Portuguesa. “O Passo a Paço realiza formações teóricas e práticas, tendo como eixo norteador a permuta de conhecimentos, a potencialização de vivências, o intercâmbio de experiências e a articulação de professores da Rede Estadual de ensino e das Redes Municipais de Educação do Recife e de Olinda. Para esta e outras ações, a compreensão da potência do diálogo entre Cultura Popular, Patrimônio e Educação nas Redes de Ensino constitui-se como eixo norteador”, afirma Sarmento.

Outra iniciativa educativa, mas de caráter mais relacionado aos museus e instituições culturais e suas rotinas, é a “Escola de Cultura”. “Oferecemos atividades formativas em diferentes áreas da cultura e abarcando desde áreas relacionadas a gestão e museus, até temas como acessibilidade e pedagogia, a Escola de Cultura tem sido nosso espaço de relacionamento, estudo e divulgação de novos conceitos e tecnologias relacionados às instituições culturais”, explica o gerente.

 

 

 

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