As pessoas que sofrem com alergias respiratórias contam ainda com vacinas antialérgicas, também conhecidas como imunoterapia, que são destinadas àqueles indivíduos que não conseguem ter um controle ambiental adequado, seja com o uso ou não de remédios. “É importante destacar que a vacina não é para todos, mas somente para pacientes com alergia, asma ou rinite que não controlam a doença, mesmo fazendo o uso máximo de medicamentos”, adverte Antônio Aguiar, médico especialista em alergia e pneumologia e diretor da Vaccine.
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O objetivo da imunoterapia é diminuir o grau de sensibilidade ao ácaro, principal causador do problema. Segundo Aguiar, a vacina é formulada de acordo com cada paciente a partir de extratos do componente que causa a alergia e aplicada em doses crescentes. “O método desenvolve no paciente o anticorpo específico para o problema”, explica. “Se seguido à risca, o tratamento dura aproximadamente três anos e pode acabar de vez com os sintomas da alergia”, completa o especialista.
O tratamento pode acontecer de duas formas: subcutâneo e sublingual. “A avaliação médica é que vai indicar a melhor maneira, mas estudos recentes têm mostrado que a imunoterapia é mais eficaz por meio de gotas sublinguais”, afirmou o médico.
É gripe ou resfriado?
Além das alergias, as doenças infectocontagiosas também se disseminam com mais frequência nesta época do ano. “No inverno, as pessoas tendem a evitar os ambientes abertos, se concentrando em locais mais fechados e isso facilita o surgimento de epidemias de exacerbações respiratórias, especialmente em crianças, idosos e em enfermos com doenças clínicas com consequente repercussão pulmonar”, explicou o diretor da Vaccine. Os pacientes com problemas respiratórios agudos ou crônicos possuem grande vulnerabilidade porque esses processos inflamatórios podem reduzir as defesas do organismo. “É necessário que as pessoas tomem cuidado. Além de realizar o acompanhamento, é fundamental a utilização das vacinas, especialmente contra germes virais e bacterianos. Quando bem indicadas, o inverno pode ser bem mais confortável”, afirma Guilherme Costa.
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Resfriados e gripes são as infecções mais comuns, causadas por diversos tipos de vírus. A similaridade nos sintomas das enfermidades pode acabar por confundir os pacientes, porém, Antônio Aguiar esclarece as diferenças. “O resfriado dura de quatro a cinco dias, causando coriza, obstrução das vias respiratórias, febre baixa, espirros e dor de garganta. Já a gripe é causada pelo vírus Influenza e além desses sintomas, também causa febre alta e queda do estado geral, o que impossibilita a ida ao trabalho”.
É fundamental que haja o acompanhamento médico, porque as doenças podem provocar sérias complicações caso não sejam diagnosticadas. “É importante ficar de olho, pois uma simples gripe, ou resfriado, pode resultar em uma pneumonia, que é a principal causa de internação hospitalar no Brasil”, alertou Aguiar. A doença que atinge a saúde dos pulmões consiste em uma infecção causada por bactérias, vírus ou fungos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a gripe um dos grandes desafios, pois afeta países por todo o mundo. Por isso é indicada como medida de prevenção para o controle da doença, a etiqueta respiratória e dos hábitos saudáveis, que ajuda a evitar que os infectados possam transmitir o vírus. “O método é bem eficiente e consiste basicamente na conscientização da higiene pessoal que inclui alguns cuidados como evitar o contato físico com pessoas que apresentam os sintomas, lavar as mãos com frequência, evitar levar as mãos ao rosto, usar álcool gel e não compartilhar objetos de uso pessoal”, recomenda Aguiar.
Nestes meses do ano acontecem as campanhas de vacinação contra a gripe em todo o País. Segundo o especialista, a vacina é o método mais eficaz para proteger a população da doença. Para que seja eficaz, a vacinação deve ocorrer anualmente, porque o micro-organismo causador da gripe costuma sofrer mutações constantes. “O vírus que está circulando hoje não necessariamente será o que vai circular daqui a um ano. Por isso, se você se vacinou neste ano, no próximo, a vacina simplesmente não funciona mais”, alerta. Por isso, é preciso tomar a vacina novamente porque ela conterá o vírus que está circulando naquele momento.
O grupo prioritário ao qual a vacina está indicada é formado por crianças até 6 anos, pacientes com doenças crônicas, gestantes e idosos. A parcela com mais de 60 anos da população se insere em um contexto de prioridade, porque ocorre uma redução da imunidade com o passar do tempo. Existem também vacinas contra a pneumonia e coqueluche.
*Por Marcelo Bandeira