Luto: Como ajudar um pet a superar a perda do tutor – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Luto: Como ajudar um pet a superar a perda do tutor

Médica-veterinária explica que o período pode durar dias, semanas e até meses; o importante é saber como deixá-lo mais confortável durante o processo

Sentir a falta de alguém que já se foi não é um sentimento apenas para os humanos. Assim como os humanos, os pets sofrem com o luto e a saudade dos seus fiéis amigos. Apesar de ser um sentimento humano, os animais são capazes de sentir a ausência do tutor, como explica a médica-veterinária Annie Tenório, que atua na plataforma online de assistência veterinária da Vet4All, plataforma de telessaúde.

“O luto é um processo cognitivo mais complexo. Mas podemos falar que o pet fica triste sim. Um dos motivos para esse sentimento de falta está no fato de que os animais dependem muito do tutor em termos de autoconfiança. Quando eles ficam sozinhos, se sentem perdidos. Uma espécie de ‘o que eu faço agora?’”, detalha a profissional.

Para evitar que os cães e gatos passem por um período de muita tristeza quando um tutor se vai, a recomendação é socializar o animal. “Tem que criar o cachorro e gato para ser sociável com todo mundo desde pequeno; seja com outros animais ou com pessoas. Tendo um círculo social, a falta será superada mais rápido e o pet não ficará preso em casa”, aconselha Annie Tenório.

Nos casos em que o cão vive apenas com o tutor e não em uma casa em que há uma família, a médica-veterinária recomenda que, além da ficha médica do animal, o responsável mantenha também junto dela algumas anotações sobre os costumes do cão, indicando as brincadeiras, alimentos e coisas de que mais gosta. “Essas informações podem contribuir para que um novo tutor possa ter mais sucesso na interação com o animal no caso de uma fatalidade”, acrescenta.

Annie afirma que não é incomum notar uma mudança de comportamento nos animais que passam por perdas. Em geral, segundo afirma a médica-veterinária, eles ficam mais quietos, amoados, podendo até perder o apetite. “Se você tem um animal que fica sem comer por dois dias e depois não volta, é preciso levar ao especialista para ver o que está acontecendo”, alerta.

Como superar a morte de um pet?

Já quando ocorre o falecimento de um animal de estimação, o luto pode ser tão intenso como nos momentos de perda de um familiar. Afinal, sabemos que animais de estimação criam um vínculo muito intenso com seus tutores, tornando-se parte da família com a mesma afetividade dispensada aos parentes mais próximos. Quando ocorre a morte de um pet, é cada vez mais frequente que seus tutores busquem o serviço de cremação para garantir uma despedida digna aos bichinhos.

A psicóloga especialista em luto do Morada da Paz Pet, Mariana Simonetti, explica que o luto é um processo de rompimento de vínculo e a perda de um animal de estimação, principalmente quando já faz parte da vida de alguém há muito tempo, “pode ser manifestada com tristeza, saudade e dor. Existe certo estranhamento de algumas pessoas que não têm relação com animal de estimação sobre esse comportamento de sofrimento quando se perde um animalzinho. É um luto que deve ser legitimado, com certeza”, ressalta.

Mariana defende que a vivência do luto deve ser compreendida e tratada com o tempo. Ela aconselha que é preciso compreender para poder continuar seguindo a vida. “O luto é singular, então não tem uma receita. O importante é aceitar o momento, que é um processo de dor e de saudade e que com o tempo, a partir do momento em que reconhecemos esses sentimentos e convivemos com eles, conseguimos atribuir às pessoas ou aos animais que já faleceram em um lugar significativo em nossas vidas”, aponta.

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