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Relato de sonhos pode ajudar a diagnosticar esquizofrenia

lton Alisson, de Maceió (AL)/via Agência FAPESP Pacientes esquizofrênicos podem apresentar psicose, a perda de contato com a realidade que provoca delírios, alucinações e fala incoerente, entre outros sintomas. O diagnóstico desses pacientes, contudo, pode levar seis meses para ser fechado e pode ser revisto diversas vezes ao longo de suas vidas, por diferentes especialistas, uma vez que não há biomarcadores para atestar esse distúrbio mental. “O que se mede hoje para diagnosticar esquizofrenia são as respostas dos pacientes em um questionário. Apesar de importante, esse método é altamente subjetivo. Por isso, os pacientes com esquizofrenia são tratados de diversas maneiras, por múltiplos métodos e, geralmente, com combinações de remédios”, explicou Sidarta Ribeiro, neurocientista e diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Nos últimos 10 anos, o pesquisador, em colaboração com colegas de seu laboratório e de outras instituições no Brasil e no exterior, tem realizado uma série de estudos com o objetivo de analisar matematicamente o discurso de pacientes com esquizofrenia e tentar correlacioná-lo com os sintomas que apresentam. Alguns dos resultados dos estudos foram apresentados por Ribeiro em palestra no dia 26 de julho durante a 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na semana passada na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). “A ideia desses estudos é possibilitar fazer o diagnóstico de pacientes com esquizofrenia mais precocemente e possibilitar que eles possam receber o tratamento adequado mais rapidamente, porque os prejuízos dos surtos psicóticos são acumulativos”, disse Ribeiro. “Uma pessoa, quando tem o primeiro surto psicótico, tem alguns prejuízos cognitivos. Em um segundo surto, há mais outros danos e assim sucessivamente. O tratamento não adequado desses pacientes pode fazer com que continuem com seus problemas atuais e desenvolvam outros”, disse. De acordo com o pesquisador, os sintomas de pacientes com psicose são bastante evidentes. Em casos crônicos, em que apresentam uma série de surtos psicóticos, se não forem adequadamente tratados podem chegar a um quadro de fala incoerente, chamado “salada de palavras”, caracterizado pela aleatoriedade do discurso. Por meio de grafos – uma forma matemática de estudar diferentes objetos de um determinado grupo e suas relações e conexões –, os pesquisadores têm analisado o discurso especificamente sobre o sonho de pacientes diagnosticados com sintomas psicóticos para tentar aumentar a precisão do diagnóstico de transtornos mentais. Classificado por Sigmund Freud (1856-1939) no livro A intepretação dos sonhos, de 1899, como “a estrada real para o inconsciente”, o sonho, que é a chave para a psicanálise, também tem se revelado útil na psiquiatria, no diagnóstico clínico de esquizofrenia, segundo Ribeiro. “Temos visto que, de fato, o relato do sonho é um conteúdo particularmente muito útil na clínica psiquiátrica”, disse. Diferença de relatos Em um estudo realizado em colaboração com colegas do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Neuromatemática (NeuroMat) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) financiado pela FAPESP –, os pesquisadores gravaram, com o consentimento dos envolvidos, os relatos dos sonhos de 60 pacientes voluntários, atendidos no ambulatório de psiquiatria de um hospital público em Natal (RN). Alguns dos pacientes já tinham recebido o diagnóstico de esquizofrenia, outros de bipolaridade e os demais, que formaram o grupo de controle, não apresentavam sintomas de transtornos mentais. Os relatos dos sonhos dos pacientes foram transcritos. As frases dos discursos dos pacientes foram transformadas por um software desenvolvido por pesquisadores do Instituto do Cérebro em grafos. Ao analisar os grafos dos relatos dos sonhos dos três grupos de pacientes observaram-se diferenças muito claras entre eles. O tamanho, em termos de quantidade de arestas ou links, e a conectividade (relação) entre os nós dos grafos dos pacientes diagnosticados com esquizofrenia, bipolaridade ou sem transtornos mentais apresentaram variações. “O relato dos sonhos dos esquizofrênicos é extremamente lacônico, enquanto o do bipolar é mais desconexo e do grupo controle é cronológico e mais coeso. Isso pode ser uma forma de mapear a mente desses pacientes com palavras”, disse Ribeiro. Em outro estudo, a ser publicado, os pesquisadores gravaram os relatos de sonhos e de memórias passadas positivas, negativas, neutras, do dia anterior e mais antigas de adolescentes que apresentaram um primeiro surto psicótico para verificar qual tinha maior capacidade de prever o diagnóstico de esquizofrenia seis meses depois. O relato do sonho apresentou melhor desempenho. “Pensamos que a memória muito antiga talvez tivesse o mesmo caráter do sonho e não foi isso o que constatamos. O sonho classifica melhor os pacientes esquizofrênicos e teve maior capacidade de predizer o diagnóstico por esquizofrenia seis meses depois”, afirmou Ribeiro.

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Nicette Bruno e Beth Goulart participam do ‘Movimento Para Sobreviver’, que alerta sobre a relação do diabetes e riscos cardiovasculares

As atrizes Nicette Bruno e Beth Goulart são as estrelas que dão voz ao “Movimento Para Sobreviver”, que vai alertar a população sobre a relação do diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares. Nicette, que hoje está com 85 anos, foi diagnosticada há quatro anos com diabetes tipo 2 e endossa a campanha com conhecimento de causa.  Beth, no papel de filha, reforça a importância do cuidado com os idosos. Os dados são alarmantes: de cada 10 pessoas com mais de 65 anos e com a doença, sete morrem em decorrência de problemas no coração¹. Doenças cardiovasculares em pessoas com diabetes tipo 2 matam mais que HIV, tuberculose e câncer de mama². A campanha Para Sobreviver foi criada por uma coalizão formada por ONGs, sociedades médicas e laboratórios com o objetivo de debater a importância do acesso a tratamentos que proporcionem a sobrevivência do idoso com diabetes tipo 2. Saiba mais em www.movimentoparasobreviver.com.br.

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HPV é um dos principais fatores do câncer de boca e garganta entre jovens

Julho é o mês reservado para o combate ao câncer de cabeça e pescoço. Entre os dez tipos de câncer de maior ocorrência no Brasil, o tumor orofaríngeo – localizado atrás da boca e que inclui a base da língua, céu da boca, amídalas e paredes laterais – é um dos tumores mais incidentes entre os jovens brasileiros de até 40 anos de idade. “O HPV possui alta associação com este cenário precoce, em conjunto com outros fatores como o tabagismo e o etilismo”, alerta Dr. Marcelo Salgado, oncologista da Multihemo – unidade do Grupo Oncoclínicas em Recife. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o número de casos relacionados à infecção pelo vírus vem aumentando em homens e mulheres e a sua transmissão ocorre por meio da prática sexual sem proteção, principalmente por intermédio do sexo oral. “O risco do desenvolvimento do tumor maligno entre jovens é grande por conta da liberdade sexual adquirida nos últimos anos”, explica o especialista. Ainda segundo Dr. Marcelo, o vírus atinge de forma massiva a população feminina. Cerca de 75% das brasileiras sexualmente ativas terão contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus ocorre na faixa dos 25 anos. Primeiros sinais Os primeiros sinais do tumor orofaríngeo podem surgir por meio de feridas que não cicatrizam na boca nos primeiros 15 dias, além do aparecimento de nódulos no pescoço. O paciente pode se queixar também de dor para mastigar ou engolir. “Estes fatores, ligados ao aparecimento de pequenas verrugas na garganta ou na boca, podem revelar um possível diagnóstico com associação ao HPV. Portanto, é muito importante que seja acompanhado de perto por um especialista”, diz o oncologista. Outros sintomas podem estar relacionados à rouquidão persistente, manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca e bochecha, bem como lesões na cavidade oral ou nos lábios e dificuldade na fala. Principais fatores Infecções Virais A geração de jovens e adultos com menos de 40 anos preza e valoriza muito a liberdade sexual. Trata-se de um grupo que nasceu após o “boom” do HIV e, apesar de bem informada e consciente dos riscos envolvendo doenças sexualmente transmissíveis, apresenta índices elevados de contágio pelo chamado papilomavírus humano – conhecido como HPV. “Além disso, a hepatite B e C também são fatores de risco para câncer de cabeça e pescoço, são infecções virais que podem ser transmitidas em relações sexuais não seguras. Vale lembrar sempre da importância do uso de preservativos para a preservação da saúde”, finaliza o médico. Tabagismo Segundo o oncologista, o câncer de cabeça e pescoço apresenta maior incidência entre os jovens e pouco mais de um terço é causado por maus hábitos. “O principal e o mais importante de ser combatido é o tabagismo”, revela Dr. Marcelo. Antigamente, o hábito de fumar era visto com elegância e glamour, sendo incentivado até pelas propagandas que mostravam atores famosos tragando seus cigarros, o que estimulava esse costume entre as pessoas mais jovens. O uso frequente do cigarro também é responsável pelo aparecimento do tumor na cabeça e pescoço. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 90% dos pacientes diagnosticados com câncer de boca eram tabagistas. Álcool Houve um tempo em que o cigarro era liberado nos restaurantes e até em sala de aula. Hoje, isso não é mais permitido. Contudo, o uso do tabaco persiste e, na maioria das vezes, vem acompanhando de bebidas alcoólicas. Estimativas apontam que 75% dos casos de câncer de pulmão são decorrentes do uso do tabaco e os fumantes têm cerca de 20 vezes mais risco de desenvolver a doença. O álcool pode agir como um solvente e facilitar a penetração de carcinógenos nos tecidos-alvos. Além disso, aumenta o índice de quebras no material genético e a peroxidação de lipídios e, consequentemente, a produção de radicais livres. Vários estudos epidemiológicos demonstram que o consumo combinado de álcool e fumo constitui o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço.

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Inverno com Saúde oferece exames gratuitos para a população

Promover a conscientização ambiental, o bem-estar e os cuidados preventivos com a saúde humana: esses são os objetivos do Inverno com Saúde, ação promovida pelo Hospital Santa Joana Recife. Este ano, o estande móvel do projeto – que iniciou no dia 21 de julho e vai até 12 de agosto – estará no Recife e em Gravatá, oferecendo exames gratuitos para a população. No último final de semana, o primeiro da ação, os moradores de Gravatá e Recife já puderam ter contato com as orientações e os cuidados em saúde disponibilizados. Dando continuidade à sua programação, o Inverno com Saúde estará atendendo no próximo sábado, 28 de julho, no Hotel Portal de Gravatá (das 9h às 12h) e na Praça da Matriz (das 14h às 18h). A ação voltará ao Recife no domingo, 5 de agosto (das 9h às 16h), no Segundo Jardim de Boa Viagem. Além disso, o estande também será montado no Parque da Jaqueira, nos dias 29 de julho (das 9h às 16h) e 12 de agosto (das 8h às 13h). Com o mote “Faça chuva ou faça sol, a dica é se cuidar”, o Inverno com Saúde vai oferecer, gratuitamente, aferição de pressão e testes de glicemia e anemia, além de informações sobre responsabilidade socioambiental e panfletos com dicas de saúde para o período do inverno. No ano passado, foram cerca de 1.500 pessoas atendidas e quase 4.500 exames realizados. “O Inverno com Saúde chega ao seu 12º ano já consolidado como um importante projeto para a população das cidades de Gravatá e Recife. Por meio dele, nos empenhamos para levar à comunidade ações como o oferecimento gratuito de exames básicos, que mostram indicadores importantes para o direcionamento dos cuidados com a saúde de cada indivíduo”, afirma Marcelo Vieira, diretor administrativo do Hospital Santa Joana Recife.

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Estudo mostra que o Brasil terá mais de 29 mil novos casos de câncer relacionados ao excesso de peso e as mulheres são as mais atingidas

Que a obesidade é um dos grandes vilões da saúde, todo mundo já sabe. Porém, cada dia mais, surgem estudos e pesquisas com números alarmantes que relacionam o excesso de peso como um dos principais fatores para o aumento de casos de doenças graves como as cardiovasculares, insuficiência cardíaca, apneia do sono e vários tipos de câncer. Segundo o estudo desenvolvido pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em colaboração com a Harvard University, nos Estados Unidos, mais de 15 mil casos de câncer, por ano, poderiam ter sido evitados no país se não fosse a obesidade da população. A pesquisa feita por cientistas brasileiros, americanos e franceses, possuem estimativas ainda piores para o futuro. Até 2025, o Brasil terá mais de 29 mil novos casos de câncer relacionados ao excesso de peso. As mulheres são as mais atingidas, não apenas por serem o público com maior índice de IMC elevado, mas também por serem as mais afetadas pelos tumores de ovário, útero e câncer de mama, que também tem ligação com o sobrepeso. Apesar de todos os problemas físicos, emocionais e sociais que a obesidade pode trazer para a vida de uma pessoa, um em cada cinco brasileiros são atingidos por ela. Para a psicoterapeuta Sorella Mendes, é preciso que as pessoas encarem obesidade como uma doença que necessita de tratamento, só assim será possível mudar esse cenário preocupante. “Uma das principais queixas que escuto de minhas pacientes que enfrentam uma batalha diária para tentar eliminar peso é sobre a necessidade que sentem de comer, sem realmente estarem com fome. Na psicoterapia, tratamos essa fome como uma compulsão alimentar e a chamamos de fome emocional”, afirma Sorella, que idealizou o Projeto Mente Magra. De acordo com Sorella, existem quatro tipos de fome, a fisiológica, a social, a específica ou vontade e, por fim, a emocional. É importante identificar qual fome atinge cada pessoa para assim conseguir tratar o transtorno alimentar. Fome fisiológica x fome psicológica A fome fisiológica é a fome celular, aquela que organismo precisa receber alimentos para sobreviver. A fome real do corpo que não exige um alimento específico, mas que é saciada por qualquer alimento. Quando estamos realmente com fome, o corpo avisa dando sinais como aquele vazio ou dor no estômago, dores de cabeça e até mesmo irritação. Você sabe que precisa comer, para não passar mal ou ficar indisposta. Já as outras três fomes existentes são de fundo emocional, que podem sabotar a mente humana fazendo com que o indivíduo coma por emoção, por momento ou por desejo. Sem o autocontrole, essas fomes emocionais podem levar a compulsão alimentar, uma das principais causas da obesidade ou do sobrepeso. A primeira, e sem grandes problemas quando a pessoa já desenvolveu o autocontrole alimentar, é a fome social. Aquela despertada em eventos e comemorações. Momentos agradáveis em que nos reunimos com amigos e familiares para jogar conversar fora e comer os alimentos disponíveis no momento. Apesar de as vezes exageramos, quando é algo esporádico ou planejado, não chega a prejudicar. A segunda é a fome específica ou vontade, aquela relacionada ao prazer que desperta a vontade de beber ou comer algo específico como, por exemplo, um refrigerante ou um bolo de chocolate. Ela está ligada ao emocional podendo ser despertada por lembranças de infância ou estímulos externos como uma propaganda na televisão. A orientação da psicoterapeuta para esses casos é que o paciente ingira o tal alimento desejado, respeitando sempre os sinais de fome e saciedade, pois a vontade não assumida pode desencadear uma futura compulsão alimentar. “A ingestão dos alimentos considerados proibidos, em pequenas porções, faz com que o indivíduo passe a ter uma alimentação mais equilibrada. Quando entendemos que esses alimentos estarão a nossa disposição, conseguimos fazer escolhas melhores a longo prazo, sem focarmos apenas no prazer momentâneo”, afirma Sorella. Já a terceira, e mais preocupante, é a fome emocional. Essa já é considerada um transtorno alimentar a ser tratado, pois a pessoa come de forma compulsiva, não se sente saciada com pequenas porções, sente uma urgência em comer, come rápido e muitas vezes até escondido. A fome emocional pode ser gerada por um acúmulo de sinais, tanto de fome quanto de saciedade, que não foram respeitados. Longos períodos de restrição alimentar e de mentalidade de dietas, faz com que as pessoas se distanciem do que necessitam dentro de sua individualidade, ou até mesmo, como forma de se desconectar de seus medos, angústias e ansiedades. As emoções que não aprendemos a entrar em contato de forma saudável, geram fugas externas que muitas vezes são descontadas na comida. “A luta contra a obesidade precisa ser olhada com o verdadeiro respeito e cuidado que merece. O paciente obeso sofre com suas próprias limitações, com os problemas de saúde causado pelo excesso de peso, com os transtornos psicológicos que todo o processo causa e ainda é obrigado a enfrentar o preconceito das pessoas que o julgam por estar fora dos padrões considerados “normais” pela sociedade”, declara Sorella.

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Problemas na articulação da mandíbula podem causar dores de cabeça e ouvido

O nome é complicado e pode ser a origem de vários problemas como cefaleia, dor no ouvido, nos músculos do pescoço, no ombro e dificuldade para mastigar. A DTM, sigla para Disfunção Temporomandibular, é um conjunto de sinais e sintomas que afeta a musculatura da mastigação, da cabeça, do pescoço e a própria articulação temporomandibular, também chamada de ATM. Essa disfunção tem levado muitos pacientes aos consultórios dentários. Na avaliação da dentista Maria Paula Borghi, especialista em DTM e dores orofaciais, o aumento do número de pessoas vítimas do problema pode estar relacionado ao aumento da ansiedade e do estresse. "Entendemos que não existe um fator único e isolado para o surgimento das disfunções. Há um conjunto de fatores por trás da DTM, por isso ela é considerada multifatorial. Entre as possíveis causas, podemos relacionar, os traumas na face, a mordida incorreta, o apertamento ou o hábito de ranger os dentes, algumas medicações, alterações musculares e doenças degenerativas das articulações", explica. A maior incidência acontece em mulheres, na faixa etária é de 21 a 40 anos. As queixas mais frequentes são dificuldade de abrir a boca e para mastigar, estalidos, zumbido e dores que podem atingir a cabeça, a face, o ouvido e os músculos do pescoço e dos ombros. Maria Paula afirma que a disfunção pode estar relacionada a algumas doenças como a fibromialgia e pode acometer pacientes que apresentam o bruxismo (ato de ranger ou apertar os dentes durante o sono ou mesmo quando a pessoa está acordada). A especialista explica que o bruxismo pode estar associado ao uso de medicamentos antidepressivos, principalmente os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (como, por exemplo, a fluoxetina e a sertralina) ou os do tipo dual (venlafaxina) que podem causar o chamado bruxismo secundário. É importante destacar que o diagnóstico só pode ser realizado por um dentista que fará um exame clínico detalhado completo e avaliará alguns hábitos comuns no dia a dia do paciente. "O profissional avalia os músculos, as articulações, os dentes, a língua, a mucosa oral, os movimentos mandibulares, além de questioná-lo sobre a qualidade de sono, as medicações que usa, além de conhecer seus hábitos parafuncionais. Exames complementares como radiografias, tomografias e ressonância das articulações podem ser solicitados para verificar as possíveis causas e o tratamento mais indicado", esclarece Maria Paula. O tratamento aplicado é diferente para cada paciente e pode incluir o uso de placas protetoras, ajustes na oclusão, medicações, orientações e mudanças comportamentais para melhorar a qualidade do sono, laserterapia, acupuntura, fisioterapia e acompanhamento psicológico. A especialista afirma que "cada paciente é único e não existe uma forma única de tratamento. Infelizmente não podemos afirmar que teremos uma cura completa, principalmente em pacientes crônicos, o que podemos garantir é que, com o tratamento é possível reduzir os sintomas dolorosos com grande melhora na qualidade de vida." Sobre a Dental Cremer A Dental Cremer é líder nacional em venda de produtos odontológicos, sendo a primeira one stop shop da odontologia brasileira, disponibilizando tudo que o dentista precisa em um só lugar, por meio da sua central de vendas e loja virtual. Desenvolver soluções inovadoras e garantir praticidade à rotina dos dentistas têm sido os diferenciais da Dental Cremer. A empresa atende 70 mil profissionais, de todas as regiões do país, e oferece mais de 50 mil itens entre produtos e serviços para todas as especialidades.

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Movimento Brasil Sem Parasitose chegará à Recife

A população de Recife receberá, nos dias 1 a 3 de agosto, o Movimento Brasil Sem Parasitose (MSPB). A ação tem como objetivo atender, informar e orientar gratuitamente a população sobre tratamentos e cuidados para reduzir a ocorrência das doenças parasitológicas e suas consequências. A unidade móvel ficará estacionada no pátio da Basílica Nossa Senhora do Carmo. O MBSP é realizado pela Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) com apoio da FQM Farma. Médicos gastroenterologistas e pediatras realizarão os atendimentos em uma carreta de 52 m², adaptada com três consultórios e capacidade para cerca de 200 atendimentos por dia, os quais serão realizados por meio de entrega de senhas. Na primeira etapa, o paciente responderá um questionário sobre os padrões de saneamento básico, higiene pessoal e familiar, hábitos de vida e o histórico clínico. Em seguida passará por uma triagem realizada por enfermeiros e, depois do atendimento com os médicos, será direcionado para uma sala temática educativa, onde receberá orientações práticas sobre hábitos de higiene pessoal e doméstica, dadas por uma equipe de agentes de saúde. "As parasitoses são doenças simples e fáceis de serem tratadas, mas são pouco valorizadas, mesmo com grande incidência na população de um modo geral. É um problema de saúde pública e um dos mais graves que temos no mundo. Essa ação serve para valorizar e lembrar o médico da importância delas e aplicar um tratamento maciço”, explica o presidente da FBG, Dr. Flávio Quilici. Os principais temas abordados serão a importância de hábitos de higiene pessoal e doméstico para evitar a transmissão de parasitas e a importância do tratamento antiparasitário realizado por médicos. O Movimento também apresentará à população quais são as patologias tratadas pelo médico gastroenterologista e que acometem o sistema digestório (boca, estômago, esôfago e intestinos), tais como refluxo esofágico, gastrite, úlceras, prisão de ventre, diarreias, infecções intestinais, entre outras. Em sua terceira edição, Recife (PE) será a terceira cidade a receber o MBSP, que já passou por Guarulhos (SP) e está em Belo Horizonte (MG). A ação, que tem duração de 17 dias, ainda irá para Salvador (BA), nos dias 7 a 9 de agosto e Rio de Janeiro, nos dias 16, 17 e 21 a 23 de agosto. Problema mundial De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as parasitoses são as doenças mais comuns do mundo. No Brasil, elas afetam em torno de 36% da população, no caso das crianças, esse número sobe para 55%. O Movimento permite à população brasileira adquirir conhecimento sobre essas doenças, tornando-a agente na resolução dos problemas de saúde comunitária a partir de simples mudanças de hábitos de higiene pessoal e da comunidade. Além de desmistificar que as parasitoses são doenças exclusivas de pessoas que vivem em áreas críticas de saneamento básico. Em 2016 e 2017, mais de 300 médicos e profissionais da saúde, entre eles nutricionistas, assistentes sociais e enfermeiros, participaram do projeto e atenderam cerca de 20 mil pacientes nas 21 cidades percorridas As principais queixas relatadas pelos pacientes foram: 48% dores abdominais e cólicas; • 43% azia; 38% barriga constantemente inchada; • 31% diarreia, entre outros sintomas. Cuidados, sintomas e tratamento das parasitoses intestinais Embora mais prevalentes em regiões carentes de saneamento básico, as parasitoses atingem todas as camadas socioeconômicas da população, nas diversas faixas etárias. Pessoas com hábitos adequados de higiene pessoal e domiciliar, fora de regiões mais expostas, também podem se infectar, seja na rua, em casa, no trabalho, etc. Os sintomas mais frequentes das parasitoses intestinais são: dores abdominais, diarreia, gases, falta de apetite, perda de peso, náuseas e vômitos, tosse, febre, falta de ar, anemia, coceira no ânus, vontade de comer coisas diferentes como terra, areia e tijolo. Os riscos à saúde provocados se estendem além dos intestinos, dependendo do tipo de cada parasita, e pode causar anemia, desnutrição, doenças pulmonares, hepáticas, ginecológicas, neurológicas, pancreáticas, etc. O tratamento é feito por medicamentos específicos, além de orientação para a prevenção e mudança de hábitos oferecidos pelo médico especialista. A prevenção, o tratamento e o controle de verminoses podem ser feitos a partir da adoção de medidas simples no cotidiano familiar e domiciliar, como o hábito de lavar as mãos frequentemente, higienizar adequadamente os alimentos antes do consumo e evitar andar descalço, principalmente em regiões com esgoto e lixo a céu aberto. Movimento Brasil Sem Parasitose em Recife Data: 1 a 3 de agosto Horário: das 8h às 17h Local: Pátio da Basílica Nossa Senhora do Carmo Endereço: Avenida Dantas Barreto S/N, Bairro de Santo Antônio – Recife (PE) Informações: brasilsemparasitose.com.br   Sobre o Movimento Brasil Sem Parasitose Alinhado às diretrizes da OMS de controle de parasitoses intestinais, o Movimento Brasil sem Parasitose é um projeto social e educacional realizado pela Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) com apoio da FQM Farma. A ação leva orientação à população através do site e redes sociais, além de realizar atendimento gratuito à população na Unidade Móvel de Saúde. A equipe de atendimento é formada por cerca de 20 profissionais da saúde, entre médicos gastroenterologistas, enfermeiros e agentes de saúde que auxiliam no trabalho de orientação e prevenção das parasitoses.   Sobre a FQM Farma A FQM Farma é uma indústria farmacêutica especializada em medicamentos vendidos sob prescrição médica. Sua linha de produtos está presente em farmácias de todos os Estados do Brasil. A fábrica está localizada no Rio de Janeiro e possui a certificação de boas práticas, emitida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A sua missão é promover a saúde e o bem-estar, colocando à disposição da classe médica e profissionais de saúde, soluções terapêuticas modernas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida.

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Pesquisa aponta que apenas 1 em cada 4 brasileiros considera o diabetes uma doença grave e causa de morte

Embora esteja ligado à principal causa de morte em todo o mundo e à quinta em maior incidência no país – as doenças cardiovasculares¹ – o diabetes ainda é motivo de dúvidas para os brasileiros. A maioria da população ainda desconhece conceitos básicos sobre a doença, especialmente relacionados às complicações cardiovasculares. É o que aponta a pesquisa inédita “Diabetes: o que os brasileiros sabem e não sabem sobre a doença”², realizada pela Abril Inteligência com apoio da AstraZeneca e do Curso Endodebate. O levantamento mostra que a população, no geral, relaciona o diabetes principalmente a problemas de visão e amputação, sendo que doenças cardiovasculares são condições muito mais graves e que podem levar à morte. Apenas 43% dos diabéticos e 27% dos não diabéticos acreditam que o diabetes pode ter relações com a incidência de um acidente vascular cerebral (AVC). A pesquisa mostra ainda que alguns mitos associados à doença são vistos como corretos por boa parte dos entrevistados: 50% dos diabéticos acreditam que o diabetes é hereditário, e 35% acreditam que o diabetes é uma doença emocional, ligada ao estresse. O mito de que diabéticos nunca mais podem comer açúcar é considerado verdadeiro para 31% dos diabéticos e para 26% dos não diabéticos, o que mostra o desconhecimento de grande parte dos diabéticos sobre cuidados com a doença. Para o Dr. Carlos Eduardo Barra Couri, endocrinologista pesquisador da USP e médico responsável pela pesquisa, os dados relevam resultados preocupantes. “O desconhecimento do paciente com relação às complicações da doença é real e precisa ser combatido em diversas frentes. Possibilitar que o paciente alcance a meta glicêmica ideal, o mais rápido possível, após o diagnóstico é essencial para diminuir o risco de complicações futuras, e para isso o paciente precisa estar empoderado e informado sobre os impactos do diabetes mal controlado”. O levantamento também mostrou que o brasileiro entende a importância da adoção de hábitos saudáveis para o controle do diabetes. Mas, do conhecimento a uma atitude, há um longo percurso. Apenas 58% dos diabéticos afirmam ter uma alimentação balanceada, e apenas 23% afirmaram praticar atividade física de três a quatro vezes por semana. Para 35% dos diabéticos, a restrição alimentar é o que mais incomoda no tratamento. Já quando o assunto é a realização de exames, 46% dos diabéticos não realizam check-ups a cada seis meses, período considerado ideal pela classe médica. Ainda segundo os dados, pouco mais da metade dos diabéticos (56%) já realizaram o exame para medir a curva glicêmica, um teste oral que mede a tolerância a glicose e é utilizado para investigação do diagnóstico do diabetes. Já o exame de hemoglobina glicada, que avalia a média glicêmica do paciente, é bem mais popular entre os diabéticos: 91% afirmaram já terem realizado o exame ao longo da vida, ainda que 24% deles não saibam definir qual a função do exame. Para o Dr. Barra Couri, a chave para o bom controle da doença está na descoberta e adesão precoce ao tratamento. “É comprovado que o tempo dispendido entre o diagnóstico e o início do tratamento terá relação direta com uma melhor ou pior qualidade de vida do paciente diabético”, finaliza o especialista. A pesquisa “Diabetes: o que os brasileiros sabem e não sabem sobre a doença” foi realizada de forma online nas cinco regiões brasileiras, entre os dias 23 de março e 19 de abril de 2018, com participação de 1050 entrevistados, sendo 387 diabéticos (53% mulheres) e 663 não diabéticos (52% homens), e contemplou as classes A, B e C.   Referências: OMS: http://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/cardiovascular-diseases-(cvds) Pesquisa “Diabetes: o que os brasileiros sabem e não sabem sobre a doença” realizada pela Abril Inteligência, com apoio da AstraZeneca, entre os dias 23 de março e 19 de abril de 2018. Coleta de dados via web com 1050 respondentes, sendo 387 diabéticos e 663 não diabéticos.   Sobre a AstraZeneca A AstraZeneca é uma empresa biofarmacêutica global, voltada para inovação, com foco principal na descoberta, desenvolvimento e na comercialização de medicamentos de prescrição, principalmente para o tratamento de doenças em três principais linhas terapêuticas - Oncologia, Doenças Cardiovasculares, Renais & Metabólicas e Respiratória. A companhia também atua nas áreas de autoimunidade e neurociência. A AstraZeneca opera em mais de 100 países e seus medicamentos inovadores são usados por milhões de pacientes em todo o mundo. Para mais informações acesse: www.astrazeneca.com.br

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Anvisa publica nova regra sobre Suplementos Alimentares nesta semana

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai publicar, nos próximos dias, a nova regra sobre suplementos alimentares. Com isso, a produção e o comércio dos produtos que já estão no mercado terão que se adequar as novas regulamentações e os suplementos que serão lançados no futuro precisarão de aprovação da agência reguladora. De acordo com a advogada Marianne Albers, sócia do Felsberg Advogados, haverá um período de transição, quando as empresas deverão ajustar seus produtos às novas exigências. "Ainda não sabemos exatamente o que vai constar dessas novas regras sobre os suplementos alimentares, mas o fato é que há muito tempo se esperava por uma regra que unificasse as inúmeras regras e orientações que a ANVISA vinha estabelecendo ao longo dos últimos anos, trazendo muita insegurança jurídica ao mercado", diz Marianne. Tanto é que durante a fase de consulta pública feita pela Anvisa, segundo a advogada, foram feitas mais de 7000 contribuições à agência. "Nós assessoramos alguns clientes na elaboração e apresentação de algumas propostas", explica. Marianne esclarece que um dos pontos da nova regra será a exigência da comprovação da eficácia e segurança dos produtos. "Para todos terão que comprovar a eficácia dos suplementos, caso contrário terão que retira-los do mercado", acredita. A nova regulamentação já foi aprovada, "mas ainda não temos o seu conteúdo integral, pois ainda não foi publicada", diz, o que deverá ocorrer nos próximos dias. Entrarão nessa regulamentação produtos como Vitaminas e Polivitamínicos, Ômega 3, enzimas e probióticos, entre outros.

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Descoberta variação genética que dificulta emagrecimento em adolescentes obesos

*Por Fernanda Ziegler/Agência FAPESP Uma alteração em um gene que dificulta o processo de emagrecimento foi identificada em pesquisa feita na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A pesquisa, feita com 76 adolescentes obesos entre 15 e 19 anos, mostrou que um polimorfismo no gene receptor da leptina – sinalizador da saciedade – altera de uma só vez a regulação neuroendócrina e o balanço energético. Durante um ano, adolescentes pesando entre 101 e 120 quilos participaram de um programa de emagrecimento que incluiu atividade física e acompanhamento clínico, psicológico e nutricional por uma equipe multidisciplinar formada por médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e fisioterapeutas. No entanto, enquanto metade dos adolescentes perdeu em média 10% do peso inicial, a outra perdeu 6%. “Essa diferença nos intrigou. Não é que uma parte não obtivesse resultado – eles reduziram gordura visceral, corporal e tiveram melhoras nos exames bioquímicos –, mas não era possível que fosse apenas uma questão de maior ou menor empenho. Por isso, resolvemos estudar a parte genética”, disse Flávia Corgosinho, autora principal do estudo publicado na revista Neuropeptides. O artigo é resultado do doutorado de Corgosinho, com bolsa da Capes, e do projeto de pesquisa de sua orientadora, a professora Ana Raimunda Dâmaso, da Unifesp, com apoio da FAPESP. Com a investigação genética, os pesquisadores descobriram que os voluntários que respondiam de maneira inferior ao programa apresentavam uma determinada alteração no gene receptor da leptina (LEPR rs2767485). O estudo analisou os efeitos de um polimorfismo dentro de um único gene entre os mais de 500 genes relacionados à obesidade. Corgosinho conta que a variação genética estudada é do tipo recessiva e que metade dos voluntários apresentava pelo menos um dos alelos com a alteração, uma mostra significativa dos adolescentes obesos da cidade de São Paulo. “Como não tínhamos grupo controle no estudo, não podemos extrapolar esse dado para a população em geral”, disse Corgosinho à Agência FAPESP. O estudo em adolescentes se mostra importante, sobretudo se for levado em conta que a dificuldade de emagrecimento aumenta com os anos de vida. “Na infância e na adolescência ocorre a aceleração do metabolismo devido à fase de crescimento. É uma ótima oportunidade de favorecer o emagrecimento e modificar hábitos não saudáveis. Fora isso, a chance de um adolescente obeso se tornar um adulto obeso é estimada em 80%”, disse Dâmaso. Mais fome O grupo de pesquisadores descobriu também que voluntários com a variação genética que dificultava o emagrecimento apresentavam níveis de neuropeptídeos da fome – neurotransmissores que regulam a saciedade – elevados, quando comparados ao outro grupo sem a variação genética. “Moléculas sinalizadoras da fome, conhecidas como NPY, AgRP e o Hormônio Concentrador de Melanina (MCH), estavam mais elevadas naqueles que tinham alteração genética. Isso significa que teoricamente eles deveriam sentir mais fome”, disse Corgosinho. O acompanhamento dos adolescentes mostrou que, com a terapia de emagrecimento, eles conseguiram reduzir o índice desses neuropeptídeos para valores similares àqueles que não tinham variação genética. Com os exames de sangue provou-se que existe uma tendência de regularização desses sinalizadores de fome, porém, um deles (AgRP) continuou a subir. “Com isso, percebe-se que o grupo já começa a terapia com os sinalizadores da fome elevados. Há até uma melhora durante o programa, mas ainda existe dificuldade em regular esses neuropeptídios que ativam a fome. Não por acaso, o processo de emagrecimento deles fica mais complicado”, disse Corgosinho. Nível excessivo de leptina A leptina é um hormônio produzido e secretado principalmente pelo tecido adiposo que entre outras funções participa do controle neuroendócrino do balanço energético. Embora sua produção esteja diretamente relacionada à massa adiposa, é no hipotálamo (cérebro) que ela estimula neurônios e neuropeptídeos relacionados com a saciedade. Estudo anteriores já haviam demonstrado que na obesidade em adolescentes, apesar de a leptina estar em altas concentrações (hiperleptinemia), ela tem efeito reduzido ou ineficaz, não há boa inibição da fome e concomitante aumento do gasto energético. Corgosinho conta que existem alguns mecanismos propostos para que isso ocorra. “Um deles é que esse excesso de leptina poderia danificar o receptor. Outra hipótese é que o excesso de leptina superativaria o feedback negativo. O fato é que ainda não está bem estabelecido o que provoca essa resposta”, disse. Embora teoricamente quanto mais leptina, mais saciedade e aumento na oxidação de gorduras, no obeso ocorre o contrário: ele produz leptina em demasia e esse excesso acaba gerando uma ineficiência no receptor. Isso pode levar a um quadro de resistência à ação desse hormônio (dificuldades de passar pela barreira hematoencefálica, impedindo sua ação). “No estudo, percebemos que ambos os grupos de adolescentes obesos apresentavam hiperleptinemia, o que era esperado, porém apenas o grupo sem o polimorfismo conseguiu reduzir a leptina para valores normais depois do processo de emagrecimento”, disse Dâmaso à Agência FAPESP. Com o emagrecimento, o esperado era reduzir a leptina para níveis normais e voltar a ter uma regulação do sistema neuroendócrino, mediado por esse hormônio, favorecendo tanto o aumento da saciedade quanto do gasto energético. “Com esse mecanismo ativo, a chance de voltar a engordar ou ter aquele efeito ioiô são menores. Há um controle maior sobre o apetite”, disse Dâmaso. As pesquisadoras afirmam que o estudo também rendeu outros achados relacionados ao metabolismo lipídico e ao processo inflamatório – insulina, resistência insulínica e colesterol – que estão em vias de publicação. “Pretendemos buscar estratégias para otimizar esse processo de emagrecimento. Identificamos a dificuldade e agora precisamos propor soluções. Talvez essa população precise de um alimento funcional para ter os mesmos benefícios, ou uma intensidade de exercício físico diferente da utilizada no programa para alcançar os mesmos resultados”, disse Corgosinho. O artigo LEPR polymorphism may affect energy balance during weight loss among Brazilians obese adolescents (doi: 10.1016/j.npep.2017.07.007), de Flávia Campos Corgosinho, Sandro Soares Almeida, Lian Tock, João Bosco Pesquero, Ronaldo Carvalho Araújo, Ana Paula Grotti Clemente, Bárbara Dal'Molin Netto, Raquel Munhoz da Silveira Campos, Deborah Cristina Landi Masquio, Joana Pereira de Carvalho Ferreira, Priscila de Lima Sanches, Aline de Piano Ganen, Marcelo Macedo Rogero, Lila Missae Oyama, SergioTufik, Marco Túlio de Mello, Ana

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