Arquivos Algomais Saúde - Página 42 De 171 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Cobertura vacinal cai e fica abaixo de 60% nas maiores cidades brasileiras, aponta CLP

Documento apresenta queda entre 2020 e 2022; nenhuma das capitais tem mais de 75% da população vacinada Levantamento realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Gove Digital, identificou que houve uma queda de 71% para 58% na cobertura de vacinação dos maiores municípios brasileiros de 2020 a 2022 e que até entre as capitais, somente três melhoraram a cobertura vacinal (Aracaju -SE, Goiânia-GO e Florianópolis-SC), mas nenhuma delas alcançou cobertura superior a 75%. Além disso, foi identificado que somente 37 municípios do interior do país, a maioria do sul e sudeste, possuem cobertura acima de 75%. Na outra ponta, 111 municípios tem cobertura abaixo de 50%. O estudo usou como base os dados sobre cobertura vacinal do Ranking de Competitividade dos Municípios 2022, que avaliou 415 cidades com população acima de 80 mil habitantes, o que corresponde a cerca de 60% da população brasileira. Dentre as capitais, cinco delas ficaram com cobertura abaixo de 50%: Salvador (BA), São Luís (MA), Macapá (AP), João Pessoa (PB) e Belém (PA). Já entre as 37 cidades com cobertura vacinal acima de 75%, 20 estão no Sudeste, 14 no Sul e as outras três são das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. A maior parcela dos municípios do levantamento, 267, possui entre 50% e 75% de cobertura vacinal, enquanto que 27% das cidades analisadas, ou 111 municípios, tem cobertura abaixo de 50%. Dentre os municípios melhor posicionados na cobertura vacinal, Itanhaém (SP) ficou em primeiro lugar, seguido por Jaraguá do Sul (SC) em segundo, e São Bento do Sul (SC) na terceira colocação. Na outra ponta da tabela, Belford Roxo (RJ) é o município com menor índice vacinal, atrás de Manhuaçu (MG) e Nova Iguaçu (RJ). Ranking. Em setembro de 2022, o Ranking de Competitividade dos Municípios foi lançado pela terceira vez seguida pelo CLP em parceria com a Gove Digital, avaliando 415 municípios brasileiros com mais de 80 mil habitantes, que representam cerca de 60% da população brasileira. O ranking se baseia em 65 indicadores, distribuídos em 13 pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública das cidades brasileiras: Sustentabilidade Fiscal, Funcionamento da Máquina Pública, Acesso à Saúde, Qualidade da Saúde, Acesso à Educação, Qualidade da Educação, Segurança, Saneamento, Meio Ambiente, Inserção Econômica, Inovação e Dinamismo Econômico, Capital Humano e Telecomunicações. Todos os indicadores são oriundos de dados públicos. No caso do indicador de cobertura vacinal, que se encontra dentro do pilar de Acesso à Saúde, os dados são do Datasus de 2021 O indicador sintético da taxa de cobertura de vacinação para o conjunto de imunobiológicos definidos pelo Programa Nacional de Imunizações. Individualmente a taxa de cobertura de cada vacina é calculada por meio da razão entre o número de doses aplicadas da dose vacinal indicada (1ª, 2ª, 3ª dose ou dose única, conforme a vacina) e a população alvo. Os dados completos estão disponíveis no link: https://bit.ly/3MOLCYA

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“Nós, idosos, não somos um fardo. Somos um recurso para nossas famílias e a sociedade”

Num país, como o Brasil, considerado o segundo pior para se aposentar, de acordo com ranking da consultoria de investimentos Natixis, o idoso enfrenta muitas dificuldades. Porém, as soluções existem e, algumas delas são criativas e simples. Quem garante é um expert no assunto, o médico gerontólogo Alexandre Kalache, que já comprovou isso na prática. Quando foi diretor do Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida da Organização Mundial da Saúde, em Genebra, ele concebeu a iniciativa Cidades Amigas do Idoso. Implantada em Nova Iorque, em 2008, teve grande sucesso ao executar medidas como aumentar o tempo dos semáforos para permitir que pessoas mais velhas pudessem atravessar as ruas. Kalache fundou a Unidade de Epidemiologia do Envelhecimento da Universidade de Londres onde também criou o primeiro Mestrado em Promoção da Saúde da Europa. Em 2022, foi agraciado com o Prêmio Zilda Arns de Direito das Pessoas Idosas, especialmente por sua mobilização internacional por meio do movimento Velhice Não É Doença, que resultou na retirada do termo “velhice” do Código Internacional de Doença. Atualmente é presidente do Centro Internacional da Longevidade e co-diretor do Age Friendly Insititute, baseado em Boston. Desde 2021 divide seu tempo entre o Brasil, Londres e Granada, onde é professor associado da Escuela Andaluza de Salud Publica. O gerontólogo esteve no Recife para realizar uma palestra no Sesc e conversou com Cláudia Santos sobre a necessidade de uma política voltada ao envelhecimento populacional, como o tema tem sido tratado nas campanhas eleitorais e as iniciativas para o idoso ter acesso a cuidadores. Uma delas, bem criativa, está sendo discutida na capital pernambucana. Num ranking de 44 países, o Brasil aparece como o segundo pior do mundo para se aposentar. Como o senhor avalia essa situação e a ausência de propostas para o idoso nas campanhas eleitorais? É lamentável que o Brasil esteja nesse ranking. A maioria do povo brasileiro que se vê hoje numa situação muito pior do que já era há 10 ou 20 anos. A população 60+ vai dar um salto; ela hoje representa 15% dos brasileiros (em torno de 33 milhões de pessoas), em 2050 chegaremos a 31%, com 68 milhões. Temos que considerar como criar condições de vida para que essa massa de pessoas chegando aos 50 ou 60 ou 70 anos, que já perderam a oportunidade de se preparar desde a infância. E não falo só em relação à aposentadoria. Uma mulher jovem, por exemplo, que não consegue formar massa óssea, vai acabar com osteoporose. Uma pessoa que não tem acesso ao SUS, que está sendo depauperado, não vai prevenir a hipertensão e daqui a 30 anos terá um derrame aos 58 anos, vai cair na dependência, o que terá custo para a família e para o governo. Estamos despreparados e não vejo nos partidos políticos ou nos candidatos uma proposta coerente de uma política para responder ao envelhecimento populacional. Não estou sendo partidário, apenas digo que o único que apresentou – porque me foi pedido para preparar as diretrizes de políticas para o idoso – foi o candidato Lula. Isso foi entregue a ele em mãos, por mim, num evento com 40 pessoas. Não era um evento político e, sim, de conteúdo. Afinal, trabalho há 47 anos nessa área, tenho 35 anos de experiência fora do Brasil, fui diretor da Organização Mundial da Saúde, quero ser útil a este País. Quais as propostas que o senhor sugeriu?A primeira está relacionada à saúde porque 83% dos idosos dependem do SUS, que temos que fortalecer por estar depauperado e não foi ainda mais depauperado porque veio a pandemia e, sem o SUS, seria uma carnificina ainda maior. Outro pilar é a aprendizagem ao longo da vida. É preciso investir, desde a criança até o velho, para que ele continue produtivo, não se torne obsoleto aos 47 anos e perca o emprego. O terceiro pilar que peço ao governo, seja ele qual for, é o direito de participar. Não adianta ter saúde, ter conhecimento e ter as barreiras colocadas por uma sociedade que é hedonista, que não gosta de velho, acha que ele deve morrer, é um fardo. O quarto pilar é que o governo proteja, ampare, dê segurança ao idoso, porque o horror do envelhecimento é não saber se você vai envelhecer com um teto, com comida na prateleira e o mínimo de dinheiro no bolso. A soma de tudo isso é que precisamos de uma cultura do cuidado, que ele não parta apenas da família que perdeu poder aquisitivo e, às vezes, depende da pensão daquele idoso. Quando idosos morreram por Covid-19, muitas famílias entraram na miséria. Não somos um fardo, somos, acima de tudo, recursos para as nossas famílias, para nossa sociedade, para as nossas comunidades. Investir no envelhecimento saudável, ativo e digno, é um motor para a produtividade do País porque enquanto eu estiver trabalhando, pagando imposto, gerando renda, dando emprego a pessoas que trabalham comigo, sou um recurso indispensável neste momento em que teremos menos jovens e vamos precisar cada vez mais de pessoas ativas e velhas. Quais as instituições que atuam em defesa da pessoa idosa? Tivemos as criações dos conselhos pela Constituição de 1988, um deles é o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa. São compostos por integrantes do governo e da sociedade civil. Existem instituições fantásticas, não estou sendo religioso, porque não sou, mas há, por exemplo, a Pastoral da igreja católica, o Rotary Club, o Lyons, as igrejas evangélicas e há, ainda, as sociedades profissionais, como a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Esses conselhos, se forem realmente paritários, alternam o poder. Sua presidência é democraticamente eleita e por dois anos é o governo quem a encabeça, nos outros dois anos é a sociedade civil. O que aconteceu em 19 de junho de 2019? O Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa sofreu uma intervenção presidencial que tirou a diretoria democraticamente eleita, no caso a diretora era da Pastoral, e colocou um interventor, que não tem informação nenhuma em gerontologia, nem sobre envelhecimento,

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Pandemia reduz a realização de transplantes

*Por Rafael Dantas “V ocê precisa fazer um transplante”. Essa frase assusta muitos pacientes. Ao mesmo tempo abre o caminho para uma nova vida, que só é possível graças ao avanço tecnológico e das ciências médicas e ao robusto programa do Sistema Único de Saúde. Havia um cenário crescente de cirurgias e de redução da fila de transplantes até 2019, quando chegou a pandemia que fez reduzir muito a realização de transplantes. Meses após o pico da Covid-19, o Brasil e Pernambuco vivem um período de retomada gradual das doações. No entanto, existem ainda 2.644 pacientes aguardando sua vez na fila apenas no Estado. Uma luta contra o relógio travada diariamente. De acordo com dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), a mortalidade dos pacientes na fila de transplantes no Brasil cresceu de 2,5 mil mortes em 2019 para 4,2 mil mortes em 2021. A associação informa que ao menos nove pessoas faleceram por dia aguardando transplante no primeiro trimestre de 2022. “A pandemia trouxe um impacto monstruoso. Tínhamos avançado bastante no volume de transplantes por ano. Percebemos até uma redução da negativa familiar, aumentando a quantidade de doações. Mas a pandemia foi um tsunami. Regredimos em números a quase sete anos de trabalho. Desde 2020 estamos em recuperação gradual, mas ainda não voltamos ao patamar pré-pandemia”, afirmou Noemy Gomes, coordenadora da CT-PE (Central de Transplantes de Pernambuco). Ela conta que um dos maiores impactos foi na fila de transplante de córnea, que desde 2015 era considerada zerada (quando o paciente espera menos de 30 dias pela realização do procedimento). Após a chegada da Covid-19 ao Brasil, o tempo de espera chegou a ser superior a um ano. “Hoje temos uma fila de quase mil pessoas para transplante de córnea. Chegamos a fazer metade do volume de transplantes que a gente fazia antes”, afirma Noemy. A superintendente-geral do Imip (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira), Tereza Campos, conta que o serviço de transplantes da instituição sofreu com a situação nacional de falta de doadores e, consequentemente, com a queda na realização de cirurgias durante a pandemia. O hospital é o maior centro de transplantes do Norte e Nordeste. “A principal causa da queda na taxa de efetivação da doação foi o aumento de 60% da taxa de contraindicação à doação, que passou de 15%, em 2019, para 24% em 2021. Esse aumento foi devido às medidas tomadas no início da pandemia para evitar a transmissão da Covid-19 pelo transplante, pois o risco de transmissão era desconhecido. Diante desse contexto, o Imip adota todas as medidas necessárias para garantir a segurança do paciente, para recuperar a performance de 2019 e continuar salvando vidas. No momento, estamos desenvolvendo campanhas nas nossas redes sociais e na instituição para conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos.” O técnico em informática Ramon Carlos, 29 anos, alguns anos antes da pandemia fez o transplante de córnea nos dois olhos. O problema na visão foi percebido ainda na adolescência e trouxe prejuízos no desempenho escolar. O diagnóstico de ceratocone o levou inicialmente ao uso de uma lente de contato e a necessidade posterior do transplante, que foi realizado no Imip. “Usei lente de contato até que chegou a minha vez na fila. Estava tenso, obviamente, com medo que o organismo não aceitasse a córnea. Mas a cirurgia foi um sucesso. Passei alguns dias com tampão no olho e depois passei a usar óculos simples que já corrigiam a visão. Três anos e meio depois, tive a recomendação de fazer o transplante do outro olho também. Hoje enxergo muito bem. Acabaram as dificuldades de estudo, de prática de esportes, que eu não conseguia fazer sem as lentes”, conta Ramon Carlos. Anos após o transplante, ele precisa apenas manter o uso de um colírio e ter um acompanhamento médico anual. Enquanto a espera de Ramon era para ter melhor qualidade de vida, os pacientes de outros órgãos vivem uma corrida contra o tempo para se manterem vivos enquanto aguardam a cirurgia. Além de córnea, Pernambuco realiza transplantes de coração, fígado, rins, rim com pâncreas e medula. De forma excepcional, também realizou transplantes de osso no Hospital Otávio de Freitas, que está em processo de credenciamento para realização do procedimento. A ampliação do tempo de espera pela cirurgia de alguns desses órgãos tem uma relação direta com a taxa de mortalidade, segundo Noemy Gomes. DESAFIOS APÓS O AUGE DA PANDEMIA Com atuação há mais de 10 anos no setor, o médico Cesar Lyra, coordenador de Transplantes de Fígado no Real Hospital Português, considera que a conscientização familiar é a grande dificuldade para ampliar as doações. “O Sistema Nacional de Transplantes é muito bem estruturado do ponto de vista organizacional. As filas por gravidade e compatibilidade funcionam muito bem e quase 85% de todas as cirurgias são realizadas com financiamento do SUS, mesmo nos hospitais privados O maior desafio hoje é aumentar a oferta de órgãos. Sobretudo os que não têm tratamento substitutivo, como fígado e coração. As pessoas que desejam ser doadoras de órgãos devem disseminar a conscientização em suas famílias. Dizer sempre que é doador de órgãos. Isso é importante para a decisão afirmativa por parte dos familiares no momento da perda do ente querido”. O chefe do Programa de Transplante de Medula Óssea do Real Hospital Português, Rodolfo Calixto, afirma que nessa modalidade, o impacto da pandemia foi mais acentuado nos três primeiros meses da circulação do vírus. Após esse período, as cirurgias voltaram aos poucos e hoje estão normais. “Atendemos pacientes que não poderiam esperar a pandemia passar para receber o transplante.” Tereza Campos aponta entre os grandes desafios: “a dificuldade das famílias em autorizar a doação; o desconhecimento de parcela da sociedade sobre o assunto; o curto intervalo de tempo entre a retirada do órgão e sua implantação; além das constantes altas nos custos de insumos diretos e indiretos somados a uma tabela de repasses do SUS defasada em mais de uma década”. Um dos esforços em curso para

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Hospital Especial Feira HospitalMED

Simulador de Paciente Humano para treinamentos será um dos destaques no Hospitalmed

Equipamento poderá ser conferido durante feira, no Centro de Convenções de Pernambuco Ter em mãos a vida de outra pessoa é de uma responsabilidade enorme e uma coisa é certa: não dá para ficar testando procedimentos como se tivesse sempre uma segunda chance. Neste sentido, o Hospital Especial Domiciliar conta com um Simulador de Paciente Humano que reproduz casos reais. O equipamento é utilizado pelas equipes médicas e de enfermagem para treinamentos contínuos e será exibido na feira Hospitalmed. De acordo com Fernanda Beltrão, Gestora de Educação Permanente do hospital, o simulador permite que sejam realizados procedimentos diversos, como entubação orotraqueal, reanimação cardiopulmonar, monitorização cardíaca e verificação de sinais vitais. “O equipamento pode ser programado para várias situações. Desta forma, nossas equipes são treinadas seguindo protocolos reais e que são monitorados, dando total precisão do que está sendo feito da forma correta ou não, sem colocar vidas em risco e desenvolvendo habilidades”, explica. Ao todo, o software do simulador é capaz de reproduzir 24 tipos de sons de respiração, 42 tipos de sons do coração e 5 sons abdominais. Além da possibilidade de editar inúmeros casos clínicos, sem restrições. “Foram investidos cerca de R$ 130 mil e contar com este simulador nos proporciona maior segurança no dia a dia das nossas equipes, atuando diretamente com os nossos pacientes”, afirma Fernanda. HOSPITALMED – Entre os dias 19 e 21 de outubro, o Hospital Especial Domiciliar estará presente na HospitalMed, a maior feira de Negócios de Saúde do Norte-Nordeste, no Centro de Convenções de Pernambuco. Durante o evento, a empresa apresentará a sua estrutura e serviços oferecidos, que a levou a ser referência em Pernambuco ao longo das últimas duas décadas. O público também poderá conferir de perto o simulador de paciente humano, vendo na prática como o equipamento funciona a partir de diversas situações que serão apresentadas.

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Arteterapia tem efeitos positivos na qualidade de vida de pessoas idosas

(Por Catarina Albertim, da Ascom da UFPE) Com o crescimento da expectativa de vida da população brasileira, acende-se o alerta para questões relacionadas à qualidade de vida no envelhecimento da população. Um dos aliados para a promoção da saúde e do bem-estar de pessoas idosas é a arteterapia, recurso que contribui para a melhoria da autoestima, da avaliação da autoimagem e da interação social desse grupo. É o que comprova pesquisa realizada pela professora Viviane Cristina Fonseca da Silva Jardim, do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Os dados compõem a tese de Doutorado em Enfermagem de autoria da docente, defendida, em 2021, no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPE, Campus Recife. Intitulada “A arteterapia como intervenção na promoção da qualidade de vida da pessoa idosa”, sob a orientação da professora Eliane Vasconcelos, a tese apresenta como resultados quantitativos o aumento nos domínios avaliados pelo questionário “WHOQOL-BREF” com destaque para o aumento nas áreas de relações sociais (9,3%) e ambiente (6,2%). O modelo do questionário utilizado é composto por domínios físicos, psicológicos, de relações sociais e ambiente. Com ele, foi possível identificar quais áreas deveriam ser trabalhadas para melhorar a qualidade de vida dos idosos com a arteterapia. “Quando a gente identificou quais eram os domínios afetados, […] nós planejamos as nossas vivências em arteterapia para estimular aqueles domínios”, apontou a professora Viviane Jardim. Para comparar os resultados quantitativos, o questionário foi aplicado em duas etapas, uma antes de iniciar as intervenções em arteterapia e uma após todas as intervenções. “O processo de intervenção ocorria todas as quartas-feiras no NAI [Núcleo de Atenção ao Idoso da UFPE], com duas horas e meia de duração, entre 9h e 11h30 da manhã”, explicou. Já na análise qualitativa – realizada com 16 grupos focais, utilizando recursos expressivos de modelagem, escrita criativa, pintura e sucata –, foram coletadas 16 ideias centrais, resultantes das narrativas das pessoas idosas. Esses resultados apontam melhorias na relação com o ambiente físico, nas memórias do passado, na importância da participação em grupo e na relação com o ambiente físico. “Cada recurso expressivo da arte favorece o idoso no processo do seu autoconhecimento que leva a melhorar sua autoestima e seu bem-estar”, revelou a professora. Outros resultados relacionados diretamente ao aumento na avaliação da qualidade de vida dos idosos participantes dizem respeito à energia para execução de atividades rotineiras, à aceitação física, à satisfação com os relacionamentos e ao lazer. “Podemos inferir que essas vivências grupais em arteterapia proporcionaram realmente a ressignificação do processo de envelhecer”, afirmou a pesquisadora. “Todas as imagens que foram criadas pelos idosos e emergidas através das narrativas deles, durante a intervenção, permitiram também essa autorreflexão”, completou. Os dados foram coletados no período de agosto de 2019 até janeiro de 2020. O grupo participante da pesquisa foi composto por idosos vinculados ao NAI-UFPE, sendo 12 mulheres e dois homens. A professora ressaltou que “ao avaliar o ponto de corte do indicador de qualidade de vida antes das intervenções, observou-se que houve alguns indicadores de scores que estavam baixos antes, menores que 60. Isso é uma avaliação estatística indicando uma baixa condição de qualidade de vida da pessoa idosa”. A partir do momento que os idosos participantes da pesquisa eram introduzidos às práticas com arteterapia, foi percebido um aumento nos níveis relacionados à autoestima, ao bem-estar e ao autoconhecimento, o que influenciava diretamente nas relações vividas dentro e fora do núcleo. Para avaliar as descobertas obtidas no processo, utilizou-se a síntese do discurso coletivo, a fim de contemplar o todo das experiências relatadas, sem deixar de prezar pelas características subjetivas levantadas ao longo da vivência dos participantes. “A arteterapia é um processo terapêutico que utiliza a arte como caminho de expressão do ser interno, da essência. Ela é um caminho para se expressar sentimentos, emoções e sensações”, explicou a pesquisadora. Isso frisa a importância de promover práticas que incentivam a expressão, reflexão e bem-estar, aliadas a uma busca por melhor qualidade de vida. MOTIVAÇÃO – Partindo de experiências pessoais e acadêmicas, envolvendo o artesanato e posteriormente a criação do projeto de extensão “O uso do artesanato na qualidade de vida do idoso”, em 2012, a professora Viviane Jardim direcionou sua pesquisa para pessoas idosas. Por perceber, durante ações da extensão, que “esses idosos tinham a necessidade de se expressar”, a pesquisadora buscou complementar sua formação na área e investir nos conhecimentos voltados para práticas integrativas, como é o caso da arteterapia. “O idoso carrega um estigma muito grande. Então, quando a gente estimula essa pessoa idosa a se autoconhecer, ela vai ver a beleza desse processo de envelhecer com qualidade”, comentou a pesquisadora ao se referir à escolha da arteterapia para o processo de promoção da qualidade de vida para pessoas idosas.

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Dra Maria de Lourdes unimed

Recife sediará simpósio internacional de neurocirurgia de base do crânio

O simpósio será aberto pela presidente da Unimed Recife, Maria de Lourdes de Araújo Uma das áreas mais delicadas do corpo humano, a base do crânio, também é uma das mais complicadas para acessar quando é necessário passar por cirurgia. Para isso, a medicina sempre se atualizando e desenvolvendo novas técnicas, tem voltado o olhar à área e traz no II Simpósio Internacional de Cirurgia de Base do Crânio da Unimed Recife nomes da cirurgia do Brasil e exterior que vão trazer suas experiências e discussões atuais sobre o tema, com foco nas neurocirurgias intracranianas para tumor realizadas através do nariz. O evento, que terá na fala de abertura a presidente da Unimed Recife, Maria de Lourdes Araújo, acontecerá nos dias 20 e 21 de outubro, no auditório do RioMar Trade Center, no Pina, das 9h às 18h. “Será um evento interessante para todos os níveis acadêmicos. Permitirá uma atualização de alto nível não só para os profissionais da Unimed Recife, como da cidade do Recife”, reforça o neurocirurgião chefe da Unimed Recife e um dos organizadores do evento, Dr Matheus Kitamura. Serão mais de vinte temas debatidos durante o simpósio, entre eles, no dia 20, A história da cirurgia da base do crânio, com o neurocirurgião Dr Marcelo Moraes Valença (PE); e Diagnóstico por imagem em cirurgia da base do crânio anterior, com o neurorradiologista Dr Ronaldo Lessa. Já no dia 21, entre as apresentações, haverá a palestra do neurocirurgião norte-americano Dr Zackary Litvack, com o tema Craniopharyngeoma – choosing the approach; e Cirurgia craniofacial para ressecção de tumores malignos da fossa anterior, com Dr Terence Pires (RJ). “Compartilhar a experiência de Recife na base de crânio com profissionais internacionais e nacionais de alto nível é muito importante e as discussões serão bastante interessantes de acompanhar ao longo desses dois dias”, reforça Dr Joacil Carlos, neurocirurgião e organizador do simpósio. As inscrições para o simpósio já podem ser feitas pelo e-mail simposio@unimedrecife.com.br ou pelo link http://unimed.me/WacOA.

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Nova técnica para aumento da próstata: dos EUA para PE

Minimamente invasivo e sem cortes, o método HoLEP (Enucleação da Próstata por Laser Holmium) é novidade no Norte/Nordeste do país e está sendo trazido para Pernambuco pelo urologista Luiz Henrique Araújo. O procedimento é considerado um dos mais modernos do mundo para tratamento da hiperplasia prostática benigna, mais conhecida por aumento benigno da próstata, que afeta mais da metade dos homens acima dos 50 anos. O urologista se aprimorou na técnica em Indianápolis (EUA) e ministrou aula sobre o tema no Congresso Paulista de Urologia, em setembro passado. No HoLEP, a cirurgia é totalmente realizada através da uretra. O cirurgião faz um corte com o laser na área da próstata que sofreu aumento, obtendo precisão e ausência de sangramento – prática essa impossível de ser realizada com outras técnicas. Ao final da enucleação, o material é enviado ao patologista para análise, afastando-se assim a presença de câncer de próstata.

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Incidência de câncer de mama em pacientes jovens é a maior em dois anos

Diagnóstico tardio é a preocupação de médicos nesses casos De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) é estimado que a cada ano do triênio 2020-2022, ocorram 66.280 novos casos de câncer de mama no Brasil. A doença, que comumente afeta mulheres acima dos 50 anos, agora, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), está com aumento de incidência entre pacientes mais jovens, antes dos 35 anos. Nos últimos dois anos, a SBM demonstrou que o câncer de mama entre as mulheres mais jovens representou 5% do número total de casos. Antes, essa porcentagem era de 2%. Causas – Existem fatores de risco que contribuem para o surgimento da doença, como o estilo de vida não saudável, mulheres que não querem engravidar, ou têm gestação tardia – após os 30 anos -, sedentarismo, obesidade, rotina estressante e alimentação inadequada. “O câncer de mama em mulheres jovens é ainda mais preocupante, porque o tumor, quando descoberto, é mais agressivo, já que as pacientes antes dos 35 anos não fazem a prevenção e o rastreio da doença adequados. Então, quando o diagnóstico é feito, a condição já está em estado avançado”, explica a mastologista Alessandra Saraiva, da Multihemo Oncoclínicas. Prevenção e tratamento – Para prevenir o câncer de mama, é necessário adotar um estilo de vida saudável e realizar a prevenção primária. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que o exame seja feito anualmente em mulheres a partir dos 40 anos, mas também pode ser feito por mulheres de 25 e 30 anos que apresentem fatores de risco. “Sugerimos sempre ter o hábito de se consultar e procurar médicos, mesmo antes dos 40 anos, e solicitar os exames de mama. Não necessariamente a mamografia, pode ser a ultrassonografia. Em alguns casos, como pacientes que tenham histórico familiar desse tipo de câncer, podemos acrescentar a ressonância ou até mesmo antecipar a mamografia”, afirma Alessandra. Além disso, é importante ter uma alimentação equilibrada combinada com a prática de exercícios físicos e controle de peso. O tratamento varia para cada caso, já que depende do tipo de tumor, estágio da doença, idade da paciente e outros fatores, mas os biomedicamentos combinados com quimioterapia são os mais indicados.

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Academias Recife promovem competição entre polos neste sábado (8)

Evento deverá incentivar integração entre os alunos de todas unidades Reunindo todos os 23 polos espalhados pela capital pernambucana, as Academias Recife realizam neste sábado (8), às 6h, uma nova edição do “Se Mexe Academia Recife”. O evento, que promove uma integração entre os alunos, acontecerá no Parque Santana, localizado na Zona Norte da cidade. Durante a atividade, será realizada uma competição entre as unidades das Academias Recife, com caráter eliminatório e resultando em um vencedor. Na última edição do evento, que reuniu cerca de 500 pessoas no Parque da Macaxeira, Zona Norte do Recife, o polo da Várzea se destacou como campeão. Além da disputa, a programação prevê diversas atividades durante o Se Mexe, com o objetivo de estimular a prática de exercícios físicos de forma descontraída. Nesta edição, os destaques são os aulões de dança e aerobox, que deverão movimentar os participantes inclusive nos intervalos da competição.

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THALITA ALMEIDA

O bom funcionamento da memória depende do que você come

Thalita Almeida, nutricionista Facimp Wyden, faz orientações sobre alimentação saudável Você sabia que o seu cardápio diário pode ser determinante para a maneira como o cérebro armazena e retém informações? Estudos científicos afirmam que alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar e sódio, podem ser prejudiciais à memória. No caso da população idosa, o alerta é ainda mais importante.  “Um padrão alimentar rico em alimentos ultraprocessados também é rico em açúcar. O açúcar é pró-inflamatório, isto é, favorece as inflamações no corpo, e é totalmente prejudicial à memória. Então, pensando na proteção da memória do indivíduo idoso, a gente tem que evitar o consumo de alimentos ultraprocessados”, orienta a professora do curso de Nutrição da Wyden, Thalita Almeida.  Thalita explica que alimentos ultraprocessados são aqueles altamente industrializados, como biscoitos recheados, refrigerantes e refrescos de pacote, entre outros itens. “Tudo isso deve ser evitado para a proteção da memória”, alerta.  Para uma boa memória, ela reforça que uma alimentação balanceada e rica em alimentos fontes de ômega 3 contribuem para aumentar a capacidade do organismo de processar e reter informações. “Peixes de águas profundas, castanhas e oleaginosas de forma geral,, nozes e abacate são bons exemplos de alimentos ricos em ômega 3”, enumera.  Diferenças entre os alimentos Thalita esclarece que existem três tipos diferentes de alimentos: os in natura, os processados e os ultraprocessados. “Os in natura são aqueles que podem ser consumidos da mesma forma que aparecem na natureza. Frutas e verduras são ótimos exemplos”, explica.  Já os alimentos processados são aqueles que passam por pequenas modificações, como os processos de embalagem e disponibilização para venda no mercado. “Um exemplo é o arroz. Esse alimento é retirado da casca, higienizado, pode ser polido ou não e depois vai ser distribuído entre tipo um, tipo dois e arroz parboilizado”, esclarece. Já os alimentos ultraprocessados são aqueles que são acrescidos de ingredientes em processos industriais. Geralmente, esses produtos são ricos em ingredientes como gorduras trans, açúcar, sódio e conservantes, já que são preparados para durar mais tempo nas prateleiras.  Um estudo feito pelo portal internacional de saúde Healthline revelou que, até o ano de 2030, pelo menos 65 milhões de pessoas idosas em todo o mundo sofrerão de demência – uma doença degenerativa que tem como um de seus primeiros sinais a perda de memória. Uma alimentação saudável, reforça Thalita, tem o poder de manter o cérebro saudável por mais tempo e evitar o surgimento de uma série de doenças.

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