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O marco regulatório das criptomoedas no Brasil

*Wallace Fabrício Paiva Souza A sociedade contemporânea passa por transformações constantes, impulsionadas pela acelerada modernização tecnológica. Embora a revolução das telecomunicações seja relativamente recente, o chamado espaço virtual já possibilita a realização de diversos atos, incluindo muitos de natureza jurídica. E, nesse contexto de evolução, surgiu, em 2008, a tecnologia blockchain, criada por um desconhecido com o pseudônimo Satoshi Nakamoto. O objetivo era ter uma solução para conter eventuais arbítrios da soberania estatal, que controla a indústria financeira. Com a tecnologia blockchain, surgiu a criptomoeda Bitcoin, cuja primeira transação ocorreu em 2009. Ao contrário das moedas tradicionais, como o Real, o Dólar e o Euro, criou-se uma moeda descentralizada, abrindo o sistema financeiro tradicional. Embora a tecnologia blockchain tenha diversas aplicações, as criptomoedas foram seu principal destaque. As moedas em si não são novidades para a humanidade, uma vez que, desde os primórdios da humanidade, já havia bens utilizados como meio de troca. Um ponto principal das moedas hoje em dia é a confiança que elas possuem. Ora, por qual razão alguém trocaria um carro por uma determinada quantidade de moeda? Isso só se justifica pela confiança que ele tem nela. E o Bitcoin, como todas as criptomoedas existentes, que são inúmeras, altera a forma de se obter essa confiança. Não há um Estado garantindo a confiança nos criptoativos, o que, para seus defensores, é uma grande vantagem, pois nenhuma autoridade central sozinha tem o poder de controlar ou desestabilizar. Com o avanço dessa temática, tornou-se necessária uma normatização. Contudo, os Projetos de Lei que tramitaram inicialmente não trouxeram regras adequadas e, em diversos momentos, confundiram os institutos, tratando criptomoedas como programas de milhas aéreas, por exemplo. Além disso, a principal preocupação foi o âmbito criminal, o que mostra que ainda há uma associação dos criptoativos à prática de crimes. Somente em 21 de dezembro de 2022, foi promulgada a Lei n. 14.478, que ficou conhecida como Marco Legal das Criptomoedas, cuja vigência se iniciou em 2023, e teve como objetivo regulamentar as criptomoedas no Brasil e dispor sobre as diretrizes para as Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais. A expectativa é proporcionar maior segurança jurídica ao setor, incentivando novos investimentos, uma vez que, até então, não havia uma legislação específica. Foi um começo, exigindo mais documentos de quem atua no mercado, mas muito aquém do necessário para de fato trazer uma segurança jurídica relevante, ainda mantendo a associação dos criptoativos com a prática de crimes. Essa associação dos criptoativos a práticas criminosas pode ser comparada a responsabilizar o dinheiro pelos assaltos a bancos. Com a nova legislação, quem presta serviços relacionados a criptoativos passa a ser submetido a exigências mais rigorosas de conformidade, incluindo a obrigação de manter registros detalhados de todas as transações e das partes envolvidas, para que as operações sejam realizadas dentro de um ambiente seguro e supervisionado. Outro aspecto relevante do Marco Legal dos Criptoativos é a imposição de um dever de comunicação às prestadoras de serviço sempre que houver indícios de irregularidades. Caso sejam identificadas operações suspeitas, essas precisam ser reportadas imediatamente às autoridades competentes, como forma de colaborar com a fiscalização e repressão de ilícitos financeiros. Essa obrigatoriedade reforça o compromisso do setor com boas práticas de governança e alinhamento às diretrizes internacionais de compliance. Dessa forma, a legislação visa contribuir para a credibilidade do mercado de ativos virtuais no Brasil, estimulando sua adoção pelos agentes do mercado, embora tenha sido tímida. O importante, então, é acompanhar as novidades no Legislativo, Executivo e Judiciário, verificando os rumos da atuação estatal nessa realidade econômica que é muito promissora. Debater a existência dos criptoativos é algo inútil, uma vez que já estão acontecendo e alterando a estrutura do mercado. A economia digital não conhece fronteiras, então que sejam feitas as mudanças necessárias para garantir um tratamento e segurança jurídica adequada. *Wallace Fabrício Paiva Souza é doutor em Direito com tese em criptoativos e professor da Wyden

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Teatro Paulo Freire, um estuário da cultura e das artes

*Por Ricardo Andrade Um trabalho de Conclusão de Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFPE/2023, de Letícia Pereira Barbosa, mostra um estudo de caso, com um projeto para o Teatro Paulo Freire, com uma visão diferente da apresentada recentemente pela Prefeitura do Paulista. As propostas contidas no trabalho Cine Teatro Paulo Freire: anteprojeto para o teatro público da cidade de Paulista-PE podem não ser as ideais, mas mostram uma alternativa. Faltou ao poder municipal um olhar sobre a questão da preservação, além de uma ampliação, ou ao menos, a manutenção dos atuais 400 lugares. Isso reforça nossa tese de que o projeto tem que ser discutido, pois essa agenda, já virou até trabalho acadêmico. Como pode o secretário de infraestrutura querer impor sua visão, sem ao menos, debater com a sociedade, sobretudo com os artistas? O IHGAAP (Instituto Histórico, Geográfico, Arqueológico, Antropológico do Paulista), através de seu Advogado, Nivaldo Júnior, apresentou ao MP, em 2024, uma série de denúncias, sobre o abandono do patrimônio, pela gestão da antiga gestão municipal. Ele propôs, inclusive, que o juiz convocasse uma realização de uma espécie de Audiência Pública (amicus curiae). Esse processo se desdobrou em seis partes e a questão do Teatro Paulo Freire é apenas uma delas. Valeu salientar que no mesmo ano (2024), o IHGAAP solicitou o tombamento estadual do Teatro Paulo Freire, por parte do CEPPC (Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural). Isso impediria qualquer tipo de intervenção no equipamento. De forma precipitada, a Prefeitura promoveu a assinatura da ordem de serviço com vistas à demolição e a reconstrução do Teatro Paulo Freire. Restou ao Instituto Histórico recorrer à justiça, que embargou a pretensa obra horas após a assinatura da ordem de serviço. Após isso, nos reunimos com o presidente da Câmara de Vereadores do Paulista e alguns parlamentares na tentativa de intermediar uma solução negociada. Infelizmente, diante da falta de abertura da gestão municipal não foi possível continuar com o processo de negociação, e a Prefeitura partiu para o embate judicial, tentando reverter o embargo. Quando sugeri, na década de 1990, o nome do patrono da educação brasileira (Paulo Freire) para renomear o antigo Cine-Teatro Municipal de Paulista, nunca pensei que haveria tanta polêmica em torno de um lugar de memória, um patrimônio, que irá completar 81 anos, no dia 28 de maio. Artistas, como os atores Vinícius Coutinho e Mozart Ferrer, participaram de várias manifestações em defesa dessa espaço sagrado, um estuário da cultura e das artes. O Teatro não está tombado pela Lei dos IEP (Imóveis Especiais de Preservação), mesmo estando ao lado da primeira escola do município (Grupo Escolar Dantas Barreto), fundado na mesma data, e que consta nos IEP. Esperamos que a atual gestão retome o canal de diálogo e negociação, ouvindo os atores envolvidos, na busca de uma solução. *Historiador, Mestre em Gestão Pública, Presidente do IHGAAP

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Diagnóstico de TEA em meninas

*Por Juliana Maia O Abril Azul foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre o autismo, principalmente sobre a importância do diagnóstico dessa neurodivergência.  A escolha da cor foi resultado da maior prevalência do autismo em meninos que em meninas, numa proporção de 4:1. Dentro desse cenário, é importante lembrar que o diagnóstico tardio é muito comum em mulheres, pois muitas vezes, as meninas não apresentam as características mais comumente conhecidas no autismo, não sendo, assim, facilmente reconhecidas pelos pais ou responsáveis. Mas há uma explicação para esse fato. Os primeiros sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) começam a surgir na infância e, os mais marcantes são: atraso de fala e ausência de contato visual. Mas o autismo é um Espectro, e muitas vezes nas meninas sua manifestação não inclui atraso de fala. Em comparação com os meninos que recebem o diagnóstico, as meninas têm mais habilidade para a imitação e a percepção das regras e condutas sociais na interação, podendo mascarar suas dificuldades. Infelizmente, é comum haver relatos de mulheres que não conseguiam entender suas condições quando crianças e que, muitas vezes, eram submetidas a intervenções que não apresentavam resultados efetivos. Isso se deve ao fato de que, historicamente, pesquisas sobre autismo são concentradas no âmbito masculino e, portanto, há uma carência de estudos sobre o comportamento feminino nesse tipo de neurodivergência, criando padrões que não representam a subjetividade das mulheres.  Além disso, as mulheres e meninas apresentam a habilidade de camuflagem social e aprendem a imitar comportamentos e padrões para evitar discriminação e estresse psicológico. Essa estratégia é denominada de “masking” e faz com que elas reproduzam as atitudes de pessoas neurotípicas e assim consigam se adequar às expectativas e ter interações de qualidade. Infelizmente, por causa dessa habilidade, o diagnóstico nas meninas autistas acaba sendo tardio e isso pode gerar dificuldades ao longo da vida, como desenvolvimento de ansiedade e transtornos.  É fundamental que pais e responsáveis fiquem atentos aos primeiros sinais das crianças, pois o diagnóstico tardio implica em dificuldades na aprendizagem e desenvolvimento e os indivíduos podem crescer sem o suporte necessário para desenvolver habilidades emocionais e sociais.   *Juliana Maia é Fonoaudióloga, Terapeuta DIR Trainer e Sócia fundadora da Aprimore Terapia Integrada

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Autismo ao longo da vida: Da infância à velhice e os desafios na sociedade

*Por Elizete Maria Viana Maciel e Marcos Emmanuel Viana Lima Embora possamos apenas reconstruir ou especular sobre a forma como a criança autista experimenta o mundo, sabemos que elas crescem, se desenvolvem e conseguem se integrar à sociedade. No entanto, ainda são frequentemente vistas como incapazes. Durante todo o mês de abril, abrimos espaço para falar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Caminhadas, palestras e atividades são algumas das formas de chamar a atenção para o tema, que ainda enfrenta muitas dúvidas, incertezas e dificuldades na obtenção de um diagnóstico. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5-TR), o TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social, além de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Sua identificação pode ocorrer de forma precoce, sendo a dificuldade na interação pelo olhar e o atraso na fala alguns dos critérios mais comuns. No entanto, é essencial não generalizar: a falta de estimulação cognitiva pode levar a atrasos no desenvolvimento que não necessariamente indicam TEA. Desde o nascimento, é fundamental orientar os pais sobre como contribuir para o desenvolvimento de seus filhos, compreendendo os marcos do desenvolvimento e as etapas esperadas para cada faixa etária. Isso possibilita a identificação de possíveis atrasos na aprendizagem. As crianças precisam de espaço, contato com a natureza, experimentação e exploração: brincar funcionalmente, imitar, desenvolver a coordenação, tocar e sentir diferentes texturas, explorar os alimentos, as cores, as letras, os números e a música. Embora amplamente estudado na infância, o autismo persiste na adolescência, na vida adulta e na velhice, apresentando desafios e potencialidades em cada fase do desenvolvimento. O Diagnóstico e os Primeiros Desafios Antes do diagnóstico, os pais se deparam com inúmeras preocupações, especialmente em relação a como chegar ao diagnóstico correto. Encontrar profissionais capacitados e que conheçam profundamente o transtorno é essencial, mas é igualmente importante que esses especialistas saibam reconhecer as características individuais do autismo, sem ignorar as habilidades da pessoa. O diagnóstico não deve carregar um estigma de incapacidade, mas sim abrir caminhos para a busca da autonomia e independência. Na infância, fase em que o TEA é mais identificado, os principais sinais incluem dificuldades na interação social, padrões restritos de comportamento e interesses intensos (como o hiperfoco). O diagnóstico precoce é essencial para estimular habilidades de comunicação e interação social, promovendo uma melhor adaptação no ambiente familiar, escolar e social. Além disso, compreender o comportamento autista é crucial para lidar com desafios emocionais, baixa autoestima e dificuldades com mudanças e frustrações. Nessa fase, também se destacam questões como seletividade alimentar, deficiência de vitamina D, excesso de ferro e outros fatores que podem influenciar o comportamento e devem ser analisados por meio de exames e acompanhamento médico. Adolescência: Novas Demandas e Desafios Na adolescência, surgem novas questões e desafios que diferem da infância. As demandas escolares, sociais e familiares aumentam, e a adaptação a essas mudanças pode ser complexa. No ambiente escolar, o adolescente autista pode ser visto como “estranho”, “chato” ou “difícil”, e sua resistência a contatos físicos pode ser mal interpretada. Entretanto, essas dificuldades frequentemente estão ligadas a questões sensoriais. O excesso de barulho, luzes intensas, mudanças hormonais e a necessidade de compreender o próprio comportamento podem gerar uma sensação de inadequação. No entanto, o problema não está na pessoa autista, mas na falta de compreensão do mundo ao seu redor. O diálogo precisa ser claro, objetivo e adaptado às necessidades individuais. Com o aumento do número de adolescentes autistas nas instituições de ensino, é essencial que os profissionais estejam preparados para oferecer um atendimento humanizado e acolhedor. Autismo na Vida Adulta: Reconhecimento e Desafios Profissionais Atualmente, há um crescimento significativo na busca pelo diagnóstico de TEA em adultos. Muitas pessoas procuram compreender seu próprio comportamento e encontrar uma explicação científica para características como a aversão ao toque, a preferência pelo isolamento social e a dificuldade de interação em ambientes convencionais. Muitos adultos são diagnosticados tardiamente e se perguntam se um diagnóstico precoce na infância poderia ter feito a diferença. O avanço das pesquisas e a capacitação de profissionais permitiram um maior conhecimento sobre o TEA, possibilitando diagnósticos mais precisos e reduzindo a marginalização de comportamentos autistas, que antes eram rotulados como “inconvenientes”, “mal-educados” ou “sem noção”. No contexto profissional, a rotina laboral e as cobranças sociais são frequentemente os gatilhos para a busca de um diagnóstico. Isso não significa que a pessoa autista está em busca de uma justificativa para suas dificuldades, mas sim de uma melhor compreensão de si mesma e do seu relacionamento com o mundo. Quando suas habilidades são reconhecidas e valorizadas, autistas podem se destacar em diversas áreas, como tecnologia, artes e ciências. Em muitos casos, indivíduos autistas apresentam altas habilidades e superdotação, mas esse é um tema que merece ser tratado separadamente. A inclusão no mercado de trabalho exige o reconhecimento das particularidades do TEA, garantindo oportunidades equitativas e promovendo um ambiente profissional mais diverso e acessível. Autismo na Velhice: Um Campo Ainda em Exploração O autismo na velhice ainda é um tema pouco explorado, mas estudos recentes começam a investigar seus impactos. O processo de envelhecimento traz desafios que podem se sobrepor ao TEA, como a relação com transtornos neurodegenerativos, incluindo a doença de Alzheimer. É fundamental diferenciar os sinais do declínio cognitivo natural daqueles relacionados ao autismo, e para isso, uma avaliação multidisciplinar se faz necessária. Além disso, garantir a qualidade de vida, reconhecer habilidades e oferecer suporte em todas as fases do desenvolvimento são elementos essenciais para promover um envelhecimento saudável e digno para a pessoa autista. *Por Elizete Maria Viana Maciel é psicóloga e mestranda em Psicologia (UFPE), especialista em gerontologia (UNICAP), em neuropsicologia (FPS) e neuropsicologia pelo Conselho Regional de Psicologia. *Marcos Emmanuel Viana Lima é pedagogo, com pós-graduação em psicanálise, psicopedagogia, em Análise do Comportamento Aplicada (ABA), em educação especial e neuropsicopedagogia.

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Por que minha filha vai continuar usando o símbolo do quebra-cabeça para se identificar como autista

*Por Robson Menezes Em 1999, especialistas se reuniram para criar um símbolo que pudesse representar o autismo e servir como uma forma de identificação para os autistas. Assim nasceu a fita com o quebra-cabeça colorido. Porém, com o tempo, diversas críticas surgiram sobre esse símbolo, questionando sua adequação e origem. Entre as mais comuns estão: "Autista não tem peça faltando", "Autista não é mistério a ser desvendado" e "A fita foi criada sem a participação de autistas". Esses argumentos, por mais relevantes que sejam para um debate saudável, ignoram alguns pontos importantes sobre o significado do quebra-cabeça. É necessário esclarecer o que ele realmente simboliza. O quebra-cabeça não representa o autista como uma pessoa incompleta ou enigmática, mas, sim, as incógnitas que ainda cercam o autismo como condição. Questões como "Qual é a sua causa?", "Qual a sua origem?" e "Qual o melhor tratamento?" continuam sem respostas claras. O símbolo reflete os desafios que a ciência ainda enfrenta para entender plenamente o autismo. Já as cores presentes no símbolo do quebra-cabeça representam a diversidade do espectro autista. Sabemos que cada autista é único, com características e necessidades específicas. A pluralidade de cores traduz essa singularidade que faz parte da comunidade. Além disso, há um ponto histórico importante: Thomas A. McKean, diagnosticado com autismo aos 14 anos, participou das discussões que levaram à criação do símbolo, como relatou em uma publicação na plataforma medium.com Medium: Read and write stories.On Medium, anyone can share insightful perspectives, useful knowledge, and life wisdom with the world.medium.com . Isso demonstra que, ao contrário do que muitos acreditam, o símbolo não foi elaborado de forma unilateral ou sem a contribuição de quem vivencia o autismo. Ainda assim, muitas famílias e autistas passaram a adotar outros símbolos, como o infinito nas cores do arco-íris, que representa a neurodiversidade, abrangendo não apenas o autismo, mas todas as condições neurodivergentes, como TDAH, síndrome de Down e deficiências intelectuais. Em 2023, a Lei Federal 14.624/2023 oficializou o girassol como símbolo das deficiências invisíveis, incluindo o autismo, mas também outras condições, como a surdez, por exemplo. Apesar dessas alternativas, minha filha, Izabela Menezes, autista de 10 anos, continuará utilizando o símbolo do quebra-cabeça como forma de identificação. Para nós, ele representa não apenas sua história, mas também o reconhecimento global de que o quebra-cabeça é o símbolo principal da comunidade autista.  A mudança para outros símbolos, embora bem-intencionada, pode dividir esforços e enfraquecer a representatividade conquistada ao longo dos anos. O quebra-cabeça já é amplamente reconhecido e facilita a identificação imediata, o que pode ser crucial em situações práticas do dia a dia. A luta pela inclusão e pelos direitos dos autistas deve ser coletiva, com foco na união. Investir no fortalecimento de um símbolo que já possui alcance global é uma estratégia que beneficia toda a comunidade. Por isso, enquanto for possível, continuaremos levantando a bandeira do quebra-cabeça, não por falta de consideração aos outros símbolos, mas por acreditar que ele ainda é o mais eficiente em representar e dar visibilidade aos autistas. Robson Menezes, advogado especialista em Direito dos Autistas e pai atípico

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A absoluta falta de transparência no processo de transição da reforma tributária

*Por José Luiz de França Estamos escrevendo sobre o tema Reforma Tributária há tempos. Aqui, neste espaço e em outras publicações empresariais, nos posicionamos diversas vezes. Somos a favor. Boa parte dos operadores jurídicos comprometidos com a simplificação do sistema, a acessibilidade aos dados e a forma de apuração única, não podem ser contra. Mas em paralelo a isso, os impactos econômicos da Reforma Tributária podem ser decisivos para o desequilíbrio da economia e é muito necessário que a transição da reforma seja realizada com muita cautela.  O PLP 68/2024 que criou a Lei Complementar 214/2025, regulamenta a reforma, foi sancionado pelo presidente Lula (PT), com vetos, em 16/01. O texto detalha o funcionamento do novo modelo de tributação sobre o consumo, com o Imposto Seletivo e o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA), que substitui cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins).  A meta do Ministério da Fazenda era fixar a alíquota geral em 26,5%, entretanto, com as alterações feitas no texto, a projeção do governo é de que fique acima de 28%. A alíquota será dividida entre a CBS, que substitui os tributos federais, e o IBS, que substitui o ICMS, dos estados, e o ISS, dos municípios. A regulamentação também estabelece as novas regras de tributação para uma série de produtos, como alimentos, combustíveis e serviços. Para o Imposto Seletivo, também conhecido como "Imposto do Pecado", a alíquota incidirá de forma diferente em produtos distintos. Com o objetivo de desestimular os produtos considerados “prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente”, o novo tributo será ajustado de forma gradual, com critérios específicos para cada produto. Pelo cronograma do Congresso Nacional, o novo modelo de tributação sobre o consumo passará por um período de transição a partir de 2026, com a alteração completa do sistema tributário prevista somente para 2033, quando serão definitivamente extintos o ICMS e ISS. Ao longo desse período serão testados e entrarão em vigor os novos tributos criados pela reforma tributária: o IVA Dual — que compreende a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), partilhado entre estados, DF e municípios — e o Imposto Seletivo. A partir do próximo ano, a CBS e o IBS passarão a ser testados nacionalmente, mas não serão efetivamente recolhidos. Para o teste, as empresas serão obrigadas a emitir na nota fiscal um valor destacado do que corresponderia a 0,9% de CBS sobre o produto vendido e 0,1% de IBS. No entanto, a transição para o novo modelo tributário requer atenção, pois os desafios já começam a surgir já a partir de 2026 pois temos um sistema tributário complexo e vai ser acoplado a um novo sistema. Vamos trabalhar com uma reforma em curso. E este processo não será simples. Ressalte-se, ainda, o fato de não se ter na prática as informações sobre o que é de fato o Imposto Seletivo gerando uma grande preocupação no período de transição. Nós, em 2025, ainda não sabemos a lista dos bens que vão estar sujeitos a IPI em função da concorrência Zona Franca de Manaus, e não sabemos ainda os bens e serviços que vão estar sujeitos ao Imposto Seletivo. Então, isso é dramático. Pela ausência de "transparência", é preciso repensar os aspectos práticos de implementação da Reforma Tributária. Sabemos já o que é a lista de Imposto Seletivo? Não sabemos. Sabemos a alíquota do IBS e da CBS? Também não sabemos. Então, isso é extremamente angustiante para alguém que tenha que fazer negócios em nosso País. Estamos em um período de transição, mas sem qualquer visibilidade concreta do que vai acontecer. Assim, por todas as dificuldades existentes, consideramos que os contadores também podem não estar preparados para poder colocar em prática todas as alterações propostas pela transição tributária já para 2026. Além disso, não é factível a cobrança de 1%, em uma única nota fiscal para todo o mercado, proposta pelo teste da transição. Em suma, estamos diante de um experimento teórico que simplificará a arrecadação e ao mesmo tempo, poderá ser a ruina de boa parte do setor produtivo do País, se não houver uma pressão dos agentes econômicos, pela transparência e a correção de diversos gargalos que já são visíveis neste momento

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A Cidade-Mãe do Polo de Confecções e o Porto Digital: setores distintos com faturamentos semelhantes

*Por Bruno Bezerra / Foto: Freepik Dizer que Santa Cruz do Capibaribe possui uma economia forte e consolidada no setor têxtil e de confecções pode parecer repetitivo, praticamente um clichê. No entanto, no início do ano me propus um desafio: encontrar novas formas de evidenciar a força e a grandiosidade desse setor na cidade-mãe do Polo de Confecções do Agreste Pernambucano. Recentemente me deparei com uma notícia impressionante: as empresas que atuam no Porto Digital, um dos principais polos de tecnologia e inovação da América Latina, localizado no Recife, registraram um faturamento expressivo de R$ 6,2 bilhões em 2024. Um resultado notável, que comprova a vitalidade do ambiente de negócios do Porto Digital, um dos grandes impulsionadores da nova economia de Pernambuco. Ao me deparar com essa notícia, imediatamente me veio à mente um insight: o cérebro humano adora comparações porque elas geram mais clareza e facilitam o entendimento. Foi então que surgiu a pergunta: qual será o faturamento das empresas do setor têxtil e de confecções de Santa Cruz do Capibaribe? No mesmo instante, comecei o levantamento das informações para chegar ao faturamento das empresas do segmento na cidade em 2024. Levantei dados oficiais pesquisando informações da Secretaria da Fazenda de Pernambuco, e o resultado foi surpreendente. Com os números consolidados em mãos, cheguei a um dado que tornaria a comparação ainda mais instigante: em 2024, as empresas do setor têxtil e de confecções de Santa Cruz do Capibaribe também faturaram R$ 6,2 bilhões. Sim, o mesmo valor impressionante do Porto Digital. Diante desse dado surpreendente, decidi ampliar a análise e levantar o faturamento das empresas do setor em Caruaru e Toritama, cidades que, junto com Santa Cruz, formam a espinha dorsal do Polo de Confecções. Caruaru registrou um faturamento de R$ 6 bilhões, enquanto Toritama alcançou R$ 3,4 bilhões. Somando os resultados das três cidades, chegamos a um total de R$ 15,6 bilhões. Para dimensionar a relevância do mercado de moda para a arrecadação de impostos em Pernambuco, a indústria e o comércio de tecidos e confecções registraram, em janeiro de 2025, a maior arrecadação de ICMS da história do setor no Estado: R$ 126,6 milhões. O montante superou segmentos como supermercados (R$ 104,4 milhões) e medicamentos (R$ 92,6 milhões), evidenciando o peso econômico e estratégico do setor têxtil e de confecções. Um cenário que mostra a robustez de um ecossistema de negócios baseado na micro e pequena empresa e na cultura empreendedora de um povo que vem fazendo uma verdadeira revolução em uma das regiões mais afetadas pela escassez hídrica no Brasil e que enfrenta desafios comparáveis aos de algumas das áreas mais secas do mundo. Esses números não apenas confirmam a força desse ecossistema de negócios mas, também, mostram como a capacidade de adaptação, a criatividade e a cultura empreendedora da região transformam desafios em oportunidades, consolidando o Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco como um dos mais dinâmicos do Brasil. *Bruno Bezerra é administrador de empresas e atual presidente da CDL Santa Cruz do Capibaribe-PE

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Leo Lourenco Profissional de MKT

Quem Sou Eu, Enquanto Gestor e Líder?

*Por Léo Lourenço Ontem, recebi uma mensagem que me fez refletir profundamente. Uma antiga estagiária, que trabalhou comigo há quase 15 anos, me procurou pedindo uma indicação profissional. No meio da conversa, ela disse algo que mexeu comigo: “De todos os lugares por onde passei, você foi o melhor gestor com quem trabalhei. O que mais ouviu, mais deu oportunidades, mais confiou em mim.” Essas palavras ecoaram em mim. Agora, sem conseguir dormir, decidi escrever. Me perguntei: Quem sou eu como líder? No que acredito? O que busquei construir nesses 20 anos? A resposta veio rapidamente: sempre trabalhei com pessoas talentosas e sempre enxerguei além dos cargos. Desde meu primeiro time na FBV, percebi que, mesmo jovens e inexperientes, cada um trazia algo único. Isso se repetiu na FAVIP, na FPS e, agora, na Bahiana. Foram 48 profissionais que passaram pelos meus times ao longo desses anos. Vi estagiários virarem gerentes, jornalistas se tornarem coordenadores, operadores de telemarketing se transformarem em palestrantes reconhecidos. Não foi sorte, nem acaso. Sempre enxerguei potencial onde muitos não viam. Nunca tive medo de trabalhar com quem fosse melhor do que eu. Pelo contrário, sempre busquei construir relações de confiança genuína, onde a autonomia e a liberdade fizessem parte do processo. Nunca decidi nada sozinho. Nunca falei “eu”, sempre falei “nós”. Acredito no aprendizado contínuo e no equilíbrio entre teoria e prática. Planejamento sempre fez parte do meu método, mas nunca permiti que a rigidez matasse a criatividade. “Gurus” do marketing nunca tiveram espaço nos meus times. Ao longo dessa jornada, percebi que liderança não é sobre títulos ou status, e sim sobre impacto real. Se meu time cresce, eu cresço. Se eles vencem, eu venço. Este sou eu, enquanto gestor e líder, buscando ser melhor a cada dia há 20 anos. *Léo Lourenço é profissional de Marketing há 20 anos, fundador do Club do MKT e gerente de marketing da Escola Bahiana de Medicina

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A interiorização da educação superior e o impacto sobre a economia sertaneja

*Por Geraldo Eugênio A expansão do ensino médio e superior para o interior do País aconteceu em 2004 no primeiro mandato do presidente Lula e é um movimento digno de admiração. Em todo o País foram abertas 14 universidades federais, mais de 120 campi, e centenas de campi dos institutos federais que passaram a oferecer ensino de nível médio e superior. Raros são os países que em pouco mais de uma década ampliaram a oferta de vagas à sua juventude, como o Brasil. A interiorização da educação superior, porém, foi questionada por alguns. Vamos então analisar cada uma das críticas: 1 - Estudantes do interior não seriam tecnicamente preparados para ingressarem em uma universidade. Com o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), ocorreu uma mudança no acesso à universidade. Apesar dos alunos que ingressavam estarem mais qualificados, por terem obtido melhores notas, o diferencial é a motivação. Para a maioria dos jovens do interior entrar numa universidade pública era o sonho que os pais e toda a família alcançaram através dele. Na metade do curso os estudantes do interior das áreas agrárias, em particular, estão tão bem ou mais bem qualificados do que os jovens da capital. Há também exemplos edificantes do desempenho de jovens médicos quando expostos à seleção para residentes em escolas e hospitais exigentes. 2 - Haveria uma superoferta de profissionais formados não passíveis de absorção pelo mercado. O fato é que com a economia dos municípios do interior, mesmo os mais longínquos, estando aquecida, a demanda por pessoas qualificadas aumentou e o aproveitamento dos egressos em áreas como comércio, administração, economia, contabilidade, sistemas de informação tem permitido dizer que a procura seja superior à oferta. As escolas têm feito a sua parte em incentivar a aproximação entre a academia e os empresários e, de forma especial, a inserção do jovem na empresa como estagiário, trainee ou bolsista. 3 - Faltaria qualificação técnica às novas escolas, uma vez que a região não contava com professores pós-graduados e os formados em grandes centros não estariam dispostos a ocupar as vagas abertas. Os investimentos em treinamento de jovens pesquisadores e professores foi intenso nas últimas décadas, permitindo o preenchimento das vagas em qualquer modalidade por profissionais qualificados. Apesar da taxa de fixação ainda ser menor do que se espera, centenas de jovens professores têm o semiárido como sua opção de vida afetiva, profissional e familiar. 4 - A infraestrutura das cidades não comportaria uma expansão acelerada com o número de colaboradores e alunos que demandariam por habitações, escolas, hospitais, comércio, comunicação, logística. A primeira vez que estive em Serra Talhada foi em 1977. A rodoviária do Recife era no Cais de Santa Rita. A empresa que opera a linha desde então era a Progresso, com seus ônibus Mercedes Benz, com o motor na traseira, emitindo calor e ruído. Ao chegar em Serra, onde não existia terminal rodoviário, o ponto de parada era um bar. A cidade tinha poucas opções de restaurante, de comércio e o telefone era algo tão escasso que aqueles que trabalhavam aqui, mas eram de outras cidades usavam o posto telefônico, que contava com o bom atendimento de duas irmãs sempre amáveis e educadas. O lazer semanal era a missa na igreja matriz seguindo-se dos desfiles das jovens a mostrar a beleza e o que tinham de melhor em termos de moda. Aos jovens ainda não comprometidos cabia sentar-se em uma mesa do Morumbi ou de uma barraca em frente à atual agência do Banco do Brasil e esperar um sinal que lhe autorizasse estabelecer um contato e, em sendo bem-sucedido, iniciar um namoro. Hoje, há um consenso entre o povo de Serra Talhada que a instalação da UFRPE-UAST atraiu novos investimentos em educação, dinamizou o mercado imobiliário, demandou novos serviços, um comércio dinâmico, restaurantes, bares, clínicas, hospitais e, em menos de 20 anos, o que e vê é uma cidade que oferece um padrão de vida que não deixa nada a desejar das grandes cidades ou da capital. Com a expansão das escolas, universidades e institutos praticamente consolidada, surge um problema positivo que é a inserção dos egressos no mercado de trabalho. O desafio é cultivar a esperança de jovens que chegaram à universidade, que agora necessitam do suporte de agentes bancários, instituições de fomento, associações de classe e da própria escola para torná-los jovens empresários e empreendedores capazes de acelerar o desenvolvimento regional. O fato é que a educação faz e fará de modo ainda mais intenso a diferença entre o que significa uma região estagnada e outra próspera. *Geraldo Eugenio é professor titular da UFRPE-UAST (Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Serra Talhada).

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Administrar conflitos: uma realidade da liderança

Um dos principais papéis da liderança é, sem sombra de dúvida, administrar os diversos conflitos que surgem no dia a dia das empresas, já que quando não administrados adequadamente podem impactar diretamente no desempenho dos profissionais, no clima de trabalho e nos resultados empresariais. Com frequência, os líderes relatam dificuldade de lidar com essas situações e demandam, muitas vezes, soluções mágicas para eliminá-las. É preciso compreender que o conflito é inerente à vida, inclusive, das empresas e é um grande indutor de transformações e mudanças, portanto, não é possível eliminá-lo mas, sim, administrá-lo como matéria-prima da ação de qualquer liderança. Apesar de ser vital para o crescimento da empresa, lidar com conflitos gera muito desconforto e, em algumas situações, até sofrimento. Isso porque temos a fantasia de um ideal de harmonia impossível de ser alcançado e o entendimento equivocado de que conflitos significam brigas, por isso frequentemente as pessoas reagem com preconceito, negando ou tentando evitar. Esses comportamentos funcionam como uma espécie de mecanismos defensivos para se proteger. Porém, não tratar ou evitar situações de discordância, confronto de ideias e divergências não favorece o trabalho do líder, pelo contrário, tende à criação de sintomas (que são reações deslocadas dos conflitos) que surgem como atitudes de acomodação, desmotivação, falta de cuidado com a atividade desenvolvida, irritação, entre tantos outros, que podem gerar um descrédito em relação ao líder e maiores demandas de retrabalho, além de tensão no ambiente de trabalho. Mas, afinal, como o líder pode administrar essas situações? Primeiro, entender que qualquer coisa pode ser objeto de conflito (espaços físicos, atribuições confusas, estilos e competências diferentes, recursos etc.) e é a forma como cada um vivencia subjetivamente as situações que fará o conflito ser mais intenso ou não. Depois, admitir que há o conflito sem dramas ou omissões e criar um espaço seguro para que os envolvidos possam falar de suas percepções sem receio de serem punidos. Nesses momentos, o líder precisa ter disponibilidade para escutar, abertura para o diálogo e reforçar com todos a importância de tratar a situação de modo facilitador (sem acusações, afrontas ou desrespeito). É papel da liderança compreender adequadamente a natureza do conflito, o que está em jogo e procurar ser imparcial para facilitar a condução da situação na busca por soluções possíveis para a realidade da empresa, alinhadas às definições institucionais e que, de preferência, sejam construídas em conjunto. Quando o líder tornar uma prática tratar os conflitos e administrá-los bem junto à sua equipe, o resultado é sempre positivo, como uma maior maturidade do grupo, criação de vínculos de confiança, ampliação da autonomia dos envolvidos, além de um clima de trabalho mais saudável. *Carolina Holanda é sócia da TGI Consultoria

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