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rodrigo Acioly

O peso dos benefícios fiscais e a corrida aos tribunais

*Por Rodrigo Accioly Os benefícios fiscais de ICMS sempre foram uma das principais estratégias de atração de investimentos industriais para o Estado de Pernambuco e também para o Nordeste como um todo. Entretanto, a atratividade gerada por tais regimes vem perdendo relevância, o que gera uma enorme preocupação quanto ao desenvolvimento econômico do nosso estado. Em primeiro lugar, com a Reforma Tributária aprovada, todo benefício fiscal de ICMS, atual ou futuro, terá como horizonte final o ano de 2032. Porém, já agora em 2024, com a aprovação da chamada “MP das Subvenções” (transformada na Lei nº 14.789/2023), as indústrias e demais empresas incentivadas já tiveram uma redução indireta de 9,25% nos benefícios fiscais recebidos. Isso porque o Governo Federal passou a explicitamente exigir o pagamento de PIS e Cofins sobre o montante das chamadas subvenções (benefícios fiscais) concedidas por qualquer ente estatal. Ou seja: se num determinado mês, uma indústria recebe um crédito de Prodepe de R$100 mil, ela passa, nesse mesmo mês, a ter que recolher R$9,2 mil a título de Pis e Cofins. Sem considerar as mudanças no Imposto de Renda que, a depender da situação, podem gerar um agravamento ainda maior. Por se tratar de uma situação anacrônica, em que um Estado dá com uma mão e a União tira com a outra, diversos contribuintes têm recorrido ao Poder Judiciário para evitar a elevação da carga tributária. Entre as liminares proferidas ainda são raras. Espera-se que o Supremo Tribunal Federal, que já recebeu ações sobre o tema, emita uma decisão e, naturalmente, de forma favorável aos detentores de benefícios fiscais. Por fim, é necessário que os representantes do nosso Estado em Brasília formem uma frente para garantir a competitividade da indústria pernambucana, mediante manutenção de condições que garantam a paulatina redução das desigualdades regionais. *Rodrigo Accioly é sócio da área tributária do escritório Queiroz Cavalcanti Advocacia e consultor legislativo

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Uma história de vida dedicada ao Náutico e ao desporto

*Por Paulo Monteiro Em 1934, o Clube Náutico Capibaribe conquistou o seu primeiro título pernambucano de futebol. Porém, esse não é o único feito memorável de sua história naquela data. No mesmo ano, nascia um dos maiores patrimônios humanos do nosso clube. No dia 20 de abril, nascia Ricardo Breno de Pontes Borges Rodrigues, mais conhecido nos meios esportivos, e em especial na nação Alvirrubra, como Cacá.   Poucos anos depois, com apenas sete anos de idade, começava sua bela e exemplar trajetória no nosso Clube, como atleta infantil de tênis e basquete. Esportes que praticou por muitos anos, sendo campeão em todas as categorias que atuou. Diante do espírito de liderança e capacidade de aglutinar que demonstrou desde criança, tornou-se rapidamente orador e presidente do Núcleo Infantil Alvirrubro, setor responsável por organizar todas as competições infantis dentro do clube. Uma verdadeira escola de formação de líderes. Neste ano, o Náutico completa 123 anos de fundação e, durante sua existência, Cacá - que completa noventa anos no dia 20 de abril – é, até hoje, o único alvirrubro a ocupar seis diretorias distintas no clube. Sendo também o único a ocupar, por nove vezes, o cargo de vice-presidente esportivo. Depois, vice-presidente do executivo por dois mandatos, presidente do executivo, secretário do Conselho Deliberativo e, posteriormente, presidente, sendo o único até hoje reeleito.  Merecidamente, Cacá é o único sócio a possuir os títulos de emérito (pelas conquistas esportivas), benemérito (pelos relevantes serviços prestados) e grande benemérito (pelos relevantes e excepcionais serviços prestados), dividindo, hoje, a honraria de grande benemérito com Américo Pereira, também de grandes, relevantes e excepcionais serviços prestados ao clube. Merece um registro, que desde 1960 Cacá é conselheiro do Náutico, ausentando-se apenas para exercer cargos no executivo. Vários foram os eventos esportivos realizados por Cacá ao longo de sua exemplar trajetória no Náutico. Realizou, durante vários anos, a tradicional Corrida da Fogueira, a segunda mais antiga competição do gênero no país. Promoveu, durante três anos e com o apoio do ex-presidente Luciano Azevedo, seu primo, os Jogos Infantis de Pernambuco, que teve uma repercussão nacional, merecendo voto de elogio e registro do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que o Clube Náutico Capibaribe deu uma grande contribuição aos esportes olímpicos brasileiros.  Há quinze anos, quis o destino, por conta de uma enfermidade, que Cacá ficasse privado de sua visão. Porém, em momento algum, tal acontecimento impediu que Cacá continuasse prestando relevantes serviços ao nosso clube. Mesmo sem visão, presidiu várias competições, reuniões solenes e posses de vários presidentes. Mais recentemente, como prova de sua liderança e espírito agregador, liderou um movimento para que o Clube tivesse apenas uma chapa única no conselho deliberativo. Tal movimento contou com nossa contribuição e do ex-presidente Márcio Borba e, pela primeira vez, o Náutico teve numa eleição uma única chapa para o conselho deliberativo. Como reconhecimento pela sua bela e expressiva participação na vida do nosso Náutico, Cacá recebeu uma justa homenagem, sendo dada a sede da Avenida Rosa e Silva o seu nome. Homenagem esta que perpetua a forte e exemplar ligação de sua vida à história do nosso centenário Clube. Sua trajetória de vida e ligação com o desporto não se restringiu ao Náutico. Fora das dependências do clube, exerceu vários cargos como diretor e presidente de federações, tais como: presidente da Federação Pernambucana de Remo, diretor e membro dos conselhos das federações pernambucanas de basquete, ciclismo, aquática. Homenagens também foram muitas, como reconhecimento aos relevantes serviços prestados por onde passou. A dedicação de toda uma vida voltada ao Náutico e ao desporto amador/olímpico rendeu também a Cacá homenagens e comendas de várias federações e confederações. Entre elas, Grande Benemérito da Federação Pernambucana de Remo e de Futebol, Benemérito da Confederação Brasileira de Remo e Benemérito do Remo Brasileiro, Medalha Centenário de Eládio de Barros Carvalho, Medalha Amigo da Marinha, Medalha Joaquim Nabuco concedida pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, Medalha Barbosa Lima Sobrinho concedida pela Associação Brasileira de Imprensa e a Medalha Conde da Boa Vista, concedida pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco.  Em outras entidades esportivas, Cacá também prestou relevantes serviços como Presidente da Federação Pernambucana de Remo, Vice-Presidente da Confederação Brasileira de Remo e Membro do Conselho Fiscal das Federações Pernambucana de basquete, aquática e de ciclismo.  Além de uma incansável dedicação aos desportos em geral, Cacá é um grande aficionado por relógios, selos, moedas, canetas e xícaras, chegando a ter grandes coleções desses objetos, fazendo parte e recebendo homenagens do Clube Filatélico do Recife, pelo seu trabalho como presidente e da Sociedade Numismática de Pernambuco. Mas sua determinação e incansável capacidade de trabalho e de agregação de pessoas possibilitam ainda a Cacá, apesar dos problemas de saúde e da falta de visão, uma grande motivação para, junto com seu primo e amigo Fernando Azevedo, coordenarem o Terraço Literário, nas tardes de sábado, em sua casa, debatendo sobre temas e literaturas diversas. Aliás, nesse terraço acolhedor, desde 1962, Cacá reúne semanalmente alvirrubros para tratar de assuntos relacionados ao Náutico. Muitas definições importantes foram tomadas, muitos problemas e divergências políticas e pessoais foram resolvidas nesse local, onde só se conspira para o bem. Cacá para mim é uma pessoa diferenciada que sabe olhar para a vida com olhos de quem tem experiência e história suficientes para conseguir extrair o que há de melhor em cada situação. Apesar dos seus noventa anos tem uma disposição e capacidade de aglutinação características da juventude.  É um privilégio conhecer e conviver com ele, compartilhar momentos da minha vida, em especial os momentos relacionados ao nosso amado Clube. Quantas histórias guardadas, quantos momentos marcantes e quanta experiência de vida. São os relatos vivos da história do Náutico, dos esportes em geral, do Recife e do Brasil.  Que bom poder se sentar ao lado dele no seu terraço, ouvir suas histórias e, principalmente, ver como ele vive e acompanha todas as mudanças e avanços de tudo que hoje faz parte das nossas vidas, da vida no nosso clube e da nossa sociedade. Obrigado Cacá por

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A evolução das mulheres no mercado de trabalho empresarial

Uma jornada de resiliência, conquistas e muito por avançar *Por Luciana Almeida A história das mulheres no mercado de trabalho empresarial é uma narrativa de resiliência, determinação e conquistas progressivas. No entanto, essa jornada tem sido marcada por desafios, discriminação de gênero e desigualdade de oportunidades, conforme evidenciado em algumas etapas dessa trajetória. A chegada da Revolução Industrial encontra as mulheres exercendo papéis associados a afazeres domésticos e a trabalhos manuais muito mal pagos. Seguiram por décadas relegadas a tarefas acessórias, subvalorizadas e sub-remuneradas, quando comparadas aos seus colegas masculinos. O que mudou esse panorama, de certo modo, foram as guerras quando, por força de necessidades econômicas, as mulheres foram impulsionadas para o mercado de trabalho. Ainda que em situação de inferioridade em reconhecimento e remuneração, representou uma oportunidade para demonstrarem suas capacidades. O movimento feminista ganhou força ao longo do Século 20, reivindicando direitos civis, igualdade salarial, oportunidades de ascensão profissional e inspirando movimentos sociais e legislações em seu favor. Gradualmente, as mulheres conquistaram algum espaço em setores antes exclusivos dos homens. As disparidades, no entanto, persistiram. A representação das mulheres em cargos de liderança continuou limitada, reflexo de uma cultura enraizada em preconceitos que continuou a impedir o pleno desenvolvimento do potencial feminino. Apenas muito recentemente, houve uma mudança perceptível: as organizações começam a reconhecer o valor da diversidade de gênero, entre outras, e a adotar políticas inclusivas. É constatado em diversas pesquisas que empresas que investem em diversidade e inclusão criam ambientes que favorecem a inovação, a produtividade e o crescimento. Estudos mostram que empresas com uma representação equilibrada de gênero em cargos de liderança tendem a ser mais inovadoras, lucrativas e socialmente responsáveis. Mulheres líderes frequentemente demonstram habilidades de comunicação mais eficazes, capacidade de resolução de problemas, empatia e inteligência emocional, características essenciais em um mundo empresarial cada vez mais diversificado e globalizado. Há diferentes empresas que desenvolvem ações visando a uma equidade de gênero e buscam desenvolver uma cultura nesse setor. Destacam-se, por exemplo, o Prêmio Women’s Empowerment Principles, em parceria com a Rede Brasil do Pacto Global, uma iniciativa da ONU para mobilizar as empresas para os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável). Dentro desse pacto é possível ter acesso a diferentes empresas que apoiam a causa e fazem a diferença nesse setor. No Brasil, a Lei de Igualdade Salarial, promulgada em julho do ano passado, é outro passo no sentido de corrigir lacunas com vistas à promoção da igualdade de remuneração entre mulheres e homens que desempenham funções equivalentes. É, certamente, animador o crescimento de iniciativas para apoiar as organizações a promoverem igualdade de gêneros no ambiente de trabalho. Entretanto, as metas ainda estão distantes de serem alcançadas. Instituição que analisa a composição dos parlamentos em vários países aponta que entre os 192 pesquisados, o Brasil ocupa a posição de número 142 no ranking de participação de mulheres na política. Por outro lado, na liderança das empresas, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e da Spencer Stuart, apenas 14% das posições em conselhos de administração e 25% em diretorias são ocupadas por mulheres. Enquanto são celebradas as conquistas das mulheres no mercado de trabalho empresarial, também é essencial reconhecer que somente unindo forças e desafiando os obstáculos culturais constituídos poderemos avançar na direção de um futuro onde a competência, o talento e as habilidades sejam reconhecidos igualmente para todas e todos.

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Novo point da paquera no Recife

Uma crônica bem-humorada para quem continua acreditando no amor Por Manu Siqueira Eu mudei de endereço recentemente. Uma mudança muito esperada e repleta de significados. Mudei a casa, a decoração e meus cabelos. Parece que quando uma mudança vem, ela chega como uma avalanche. Mudamos o CEP várias vezes ao longo da vida. Mudamos de emprego. Mudamos o visual. Mudamos o parceiro amoroso. Mudamos os hábitos. O que antes era importante, hoje não passa de um detalhe insignificante. Isso vale para pessoas também. Em meio à mudança, vivenciei um caos completo. Ainda com o tornozelo quebrado, ergui uma nova morada em poucos dias, apenas com um caminhão de mudança e uma vontade imensa de ser feliz. Recomecei quase do zero: comprei do abridor de garrafas à geladeira nova, que ainda vai chegar. Nessas infinitas idas às lojas de utensílios domésticos, de móveis e armazéns de construção, percebi que esses lugares são recheados de inúmeras possibilidades de encontros. Sim! Eu finalmente descobri que uma ida ao Atacado dos Presentes, no sábado à tarde, pode ser mais interessante que um chopp num barzinho. E que os domingos, na Ferreira Costa, que considero atualmente a minha segunda casa, pode ser um programa ideal para quem gosta de flertar. Não sou especialista na arte da paquera, mas creio que identificar uma pessoa interessante na seção de copos e taças, pode ser, no mínimo, divertido. -“Licença, tudo bem? Você sabe se esta taça é para água ou para suco? Sempre me confundo...” Você pode iniciar um papo assim, despretensiosamente, em meio a um sorriso e uma mexida de cabelo, igual a Mônica Martelli, no filme Minha Vida em Marte, na qual ela usa o cabelo como sua principal arma de sedução. Vai que você encontra um amor entre um espremedor de alho e uma tábua de cortar legumes? A gente nunca sabe, né? Outra dica para quem cansou de usar os famigerados aplicativos de paquera é ir aos supermercados, de preferência à noite ou nos finais de semana. Sempre há um solteiro perdido na seção de chocolates, cervejas e pipocas. Tente ir aos mercados menores, de bairro, geralmente frequentados pela vizinhança. Vai que o amor mora ao seu lado e você não sabe... Li recentemente, em uma matéria, que livrarias e supermercados têm o poder de criar uma cultura de conexão entre pessoas de diferentes estilos de vida e faixas etárias. E eu concordo plenamente com essa possibilidade. Acredito que empresas podem contribuir para combater a solidão e promover encontros entre as pessoas. Em Amsterdã, a marca holandesa Oma’Soep lançou uma campanha para facilitar a interação entre seus clientes. As cestas verdes, por exemplo, indicam que os compradores estão abertos a uma boa conversa durante as compras. No local ainda há folhetos que orientam as pessoas a como iniciar uma conversa. Há, também, um espaço para troca de telefones para futuros bate-papos. A iniciativa foi um sucesso e já começou a ser implementada em outras cidades da Holanda. Por aqui, sigo acreditando que o amor pode nascer entre a seção do repolho e a do leite sem lactose. Mal posso esperar o fim de semana para dar o meu rolê no Atacado dos Presentes e na Ferreira Costa, novamente. Será que a gente se encontra por lá?

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Vanguarda do consumo será marcada por conexões humanas e inovações

*Por Rafael Toscano No panorama movimentado do consumo em 2024, uma narrativa fascinante se desenrola, onde a tecnologia e as marcas convergem, mas o protagonista incontestável é o ser humano. Em um cenário de rápidas evoluções tecnológicas, as marcas se encontram no desafio constante de harmonizar os elementos da inovação e a conexão emocional do cliente/consumidor. Desafiando a solidão digital À medida que a jornada avança, o desafio se torna evidente - a tecnologia, embora conecte, por vezes contribui para a solidão digital. É nesse ponto que as marcas decidem desafiar a norma, tornando-se catalisadoras de encontros reais. Elas criam espaços e produtos que incentivam interações interpessoais genuínas. É um caloroso abraço entre o mundo físico e o digital (Figital). Comunidades compartilhadas, como grupos online de exercícios, tornam-se testemunhas vivas dessa reviravolta, onde as conexões transcendem as telas. Redefinição de antigos valores No coração desta jornada, a definição de valor passa por uma verdadeira metamorfose. Mais do que a relação tradicional entre qualidade e preço, agora inclui elementos como sustentabilidade, conveniência e herança. Exemplos tangíveis surgem em marcas que não apenas produzem, mas constroem confiança através de práticas transparentes e sustentáveis. Aqui, a confiança do consumidor é conquistada não apenas pelos produtos, mas pelo propósito e integridade por trás deles, e é justamente daí o nascedouro da cadeia da nova cadeia de valor. Viver é compartilhar Conforme a jornada se aprofunda, os consumidores descobrem a beleza do compartilhamento. A economia compartilhada, antes explorada pelos millennials, expande-se para abranger não apenas objetos físicos, mas também espaços de trabalho, lazer e moradia. Este movimento reflete um desejo crescente de simplificar, viver com menos e maximizar os recursos disponíveis. Uma nova economia se desenha, baseada na filosofia de compartilhar em vez de possuir. Marcas que marcam O clímax desta jornada ocorre quando os consumidores, imersos em um oceano de opções, são atraídos por produtos que oferecem algo mais do que a praticidade, mas sim, experiências sensoriais distintas, como aromas que evocam memórias afetivas. Empresas que priorizam a experiência do usuário não apenas conquistam a atenção, mas também criam laços duradouros. O Ser Humano no Centro do Palco No fim do túnel, esta jornada revela uma verdade incontestável: mesmo em uma era dominada pela tecnologia e máquinas pensantes, é o ser humano que permanece no centro de todas as decisões. Compreender as complexidades humanas não é uma moda passageira, mas a chave para construir relacionamentos e negócios duradouros. Em um mundo cada vez mais digital, as marcas que continuam a priorizar a autenticidade e a conexão humana emergem como protagonistas, liderando uma nova era onde a tecnologia e a humanidade dançam em harmonia. Rafael Toscano é gestor financeiro, Engenheiro da Computação e Especialista em Direito Tributário, Gestão de Negócios. Gestor de Projetos Certificado, é Mestre em Engenharia da Computação e Doutorando em Engenharia com foco em Inteligência Artificial aplicada.

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consumo ia

Vanguarda do consumo será marcada por conexões humanas e inovações

*Por Rafael Toscano No panorama movimentado do consumo em 2024, uma narrativa fascinante se desenrola, onde a tecnologia e as marcas convergem, mas o protagonista incontestável é o ser humano. Em um cenário de rápidas evoluções tecnológicas, as marcas se encontram no desafio constante de harmonizar os elementos da inovação e a conexão emocional do cliente/consumidor. Desafiando a solidão digital À medida que a jornada avança, o desafio se torna evidente - a tecnologia, embora conecte, por vezes contribui para a solidão digital. É nesse ponto que as marcas decidem desafiar a norma, tornando-se catalisadoras de encontros reais. Elas criam espaços e produtos que incentivam interações interpessoais genuínas. É um caloroso abraço entre o mundo físico e o digital (Figital). Comunidades compartilhadas, como grupos online de exercícios, tornam-se testemunhas vivas dessa reviravolta, onde as conexões transcendem as telas. Redefinição de antigos valores No coração desta jornada, a definição de valor passa por uma verdadeira metamorfose. Mais do que a relação tradicional entre qualidade e preço, agora inclui elementos como sustentabilidade, conveniência e herança. Exemplos tangíveis surgem em marcas que não apenas produzem, mas constroem confiança através de práticas transparentes e sustentáveis. Aqui, a confiança do consumidor é conquistada não apenas pelos produtos, mas pelo propósito e integridade por trás deles, e é justamente daí o nascedouro da cadeia da nova cadeia de valor. Viver é compartilhar Conforme a jornada se aprofunda, os consumidores descobrem a beleza do compartilhamento. A economia compartilhada, antes explorada pelos millennials, expande-se para abranger não apenas objetos físicos, mas também espaços de trabalho, lazer e moradia. Este movimento reflete um desejo crescente de simplificar, viver com menos e maximizar os recursos disponíveis. Uma nova economia se desenha, baseada na filosofia de compartilhar em vez de possuir. Marcas que marcam O clímax desta jornada ocorre quando os consumidores, imersos em um oceano de opções, são atraídos por produtos que oferecem algo mais do que a praticidade, mas sim, experiências sensoriais distintas, como aromas que evocam memórias afetivas. Empresas que priorizam a experiência do usuário não apenas conquistam a atenção, mas também criam laços duradouros. O Ser Humano no Centro do Palco No fim do túnel, esta jornada revela uma verdade incontestável: mesmo em uma era dominada pela tecnologia e máquinas pensantes, é o ser humano que permanece no centro de todas as decisões. Compreender as complexidades humanas não é uma moda passageira, mas a chave para construir relacionamentos e negócios duradouros. Em um mundo cada vez mais digital, as marcas que continuam a priorizar a autenticidade e a conexão humana emergem como protagonistas, liderando uma nova era onde a tecnologia e a humanidade dançam em harmonia. Rafael Toscano é gestor financeiro, Engenheiro da Computação e Especialista em Direito Tributário, Gestão de Negócios. Gestor de Projetos Certificado, é Mestre em Engenharia da Computação e Doutorando em Engenharia com foco em Inteligência Artificial aplicada.

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Reflexões do carnaval (por Edgard Leonardo Lima)

(Escrito em uma terça-feira de carnaval, dia 13/02/2024) Hannah Arendt, uma filósofa política e teórica social alemã-judaica escreveu no início dos anos 60 o livro: "Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal", uma obra acerca do julgamento de Adolf Eichmann, um dos arquitetos do Holocausto. Todavia, minha reflexão e lembrança da obra ocorreu, inusitadamente, após, assistindo a transmissão do carnaval pela televisão, deparar-me com a propaganda de um banco estatal, alertando para que o folião não use o celular nos blocos de carnaval e anunciando que tem um site onde ensina a não cair em golpes. Fiquei pensando, desde quando o folião está errado em usar seu celular em um bloco de carnaval? Na TV, uma jornalista alertou (corretamente) sobre o calor que fazia em Olinda e indicou ir para a folia, mas não sem antes vestir uma roupa confortável, levar água e trazer uma “doleira”, para esconder seus pertences, enquanto aproveita a folia de Momo. Independente de onde você passa o carnaval; seja no Rio de Janeiro, em São Paulo, Salvador ou em meu amado Pernambuco (Onde, preciso comentar, temos inúmeras opções maravilhosas para festejar. Começando com o Galo da Madrugada, depois subindo e descendo as famosas ladeiras de Olinda, ou nos Blocos do Recife Antigo, sem contar o interior do estado). Seja qual for sua escolha, certamente já escutou alguém dizer: “tira esse relógio”, “deixa a aliança”, ou ainda, “esconde o celular”, eu mesmo já disse inúmeras vezes para minha filha, coisas bem parecidas. E antes que comecem a me xingar, vou logo lembrando que não estou aqui criticando o carnaval, ou mesmo dizendo que indico que não sejam tomadas as devidas precauções. Não é essa a questão, acho o carnaval lindo, minha reflexão é outra. Minha reflexão foi: quando passamos a acreditar que é errado tirar uma selfie com os amigos? Quando começamos a culpar o turista que foi assaltado por tirar uma foto de um ponto turístico em uma “área” considerada perigosa? Quando passamos a banalizar o mal de tal forma, que comemoramos quando nosso carnaval tem menos “incidentes”, como se aceitássemos que deve ser normal tê-los. O problema do mal foi muito discutido ao longo da história da filosofia, a partir de várias abordagens possíveis, mas lembrei-me apenas que Hanna Arendt apontava em sua obra que Adolf Eichmann era incapaz de refletir sobre sua atuação e que, havia um mecanismo que normatizava a banalização do mal. Pergunto-me, até quando, estaremos dentro deste mecanismo, banalizando o mal a ponto de aceitar como normal, que o errado é que alguém deseje registrar em uma foto a alegria do carnaval.

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Nós somos madeira de lei que cupim não rói

Por Manu Siqueira Quebrei o tornozelo. Após três segundos de dor lancinante, pensei imediatamente: não vou conseguir brincar o Carnaval. A minha previsão, infelizmente, se concretizou. A fratura e o rompimento de um ligamento me colocaram com uma bota ortopédica imobilizadora por cruéis cinco semanas, no mínimo. É! Não vou brincar o Carnaval. Esses dias precisei ir a uma loja, mancando e munida do meu mais novo companheiro: o estabilizador de tornozelo, que é menos incômodo que a bota. Ao fundo, um frevo me fez lembrar do meu pai. Comecei a chorar no meio do estabelecimento. Uma jovem, ao me ver mancar, disse: tá doendo, moça? Quer ajuda? Eu respondi: sim. Tá doendo demais meu coração por não poder brincar meu Carnaval este ano. Demos uma boa gargalhada. Mas nem sempre fui essa foliã que chora de emoção ao escutar um frevo. Eu fui uma criança que não gostava de Carnaval. Toda foto das matinês nos clubes que eu ia, apareço apática e com a cara desanimada. Só gostava mesmo da guerra de confetes. Acho que despertei oficialmente para essa ofegante epidemia lá para os meus 12 ou 13 anos. Por essa idade, eu comecei a fazer dança popular, no Balé Popular do Recife, e a minha professora, Aninha, colocava os frevos, que eu ouvia quase todo dia em casa, para a gente se alongar na aula. Então, aos poucos, fui me apaixonando pela dança e pela música, aprendendo a sua história e origem, entendendo a diferença entre o frevo de bloco, de rua e o frevo-canção. Sou filha de pai e mãe carnavalescos. Meu pai ouvia frevo o ano inteiro. Lembro com riqueza de detalhes das capas dos LP’s de Capiba, Claudionor Germano, Levino e Nelson Ferreira... e tantos outros, que tocavam na radiola que ficava na sala de casa. Morei na mesma rua que Capiba morou, no Espinheiro. Lembro de, ainda criança, a caminho da escola, vê-lo, cotidianamente, no portão da sua casa. Eu tenho uma relação inexplicável com o Carnaval. Talvez por ter nascido em um. Talvez por não resistir ao glitter. Talvez por me permitir ousar, debochar e ironizar através das fantasias. Talvez seja meramente por considerar a festa mais democrática do planeta. Para mim, o Carnaval horizontaliza pessoas, nem que seja por um breve momento. Já entoei “Madeira do Rosarinho” com um senhor que catava latinhas e tinha um brilho alegre e cantante em seu sorriso que nunca vou esquecer. Carnaval é, para mim, uma profusão de amor. Sem gênero, sem sexo, sem preconceito. É abraçar desconhecidos e é fazer dos desconhecidos, amigos. É tomar uma bebida quente, sem saber sua origem, e brindar com uma pessoa que você estava paquerando e que acabou de conhecer. É tomar banho de chuva ou de mangueira sem se preocupar com a maquiagem derretida ou com o cabelo desgrenhado. Eu só acredito nesse Carnaval: o real, com cheiro de gente, calor e banho de mangueira, multidão, alegria esfuziante e exaustão na volta para casa. Eu sempre me emociono ao ouvir os primeiros acordes de um frevo rasgado. E também me arrepio em toda saída de bloco, ao ouvir os fogos e a orquestra em seguida. Quem consegue não se arrepiar com isso, meu Deus? Acredito que, de alguma maneira, o Carnaval é muito mais que um período de descanso ou de folia. O Carnaval é um sentimento que deixa a gente em um estado letárgico. Tem um cheiro característico. A comida tem um sabor diferente. Os ouvidos estão sempre atentos e a postos para aquela música que arrepia e aquece a alma. Como em um coral, numa energia só, todos cantando juntos. É lindo demais! Os olhos brilham tanto quanto purpurina. De encanto, de magia e de esplendor. Sim, quebrei o pé, mas descobri que o Carnaval é muito além de quatro dias de folia e brincadeira. O Carnaval é um estado de espírito que devemos deixar vivo dentro da gente o ano inteiro. Brincar, pular e escolher brilhar, todo dia do ano. Essa é a verdadeira essência, pura e pueril, do Carnaval. Mas há de se lembrar que a injustiça dói e que sempre seremos madeira de lei que cupim não rói. *Manu Siqueira é jornalista (mmsiqueira77@yahoo.com.br)

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carnaval brasileiro

Carnaval, diversão e muita atenção!

*Por Antônio de Azevedo Maia Nesse período de Carnaval, em que são realizadas festas nos quatro cantos do país, alguns cuidados devem ser redobrados para a segurança de todos os foliões. Quando falamos de segurança pública, alguns detalhes precisam ser observados. Muitas pessoas não sabem o que caracteriza um crime de Importunação Sexual. O crime foi inserido em nosso ordenamento jurídico em 2018 e consiste na forma de o agressor ou agressora satisfazer a sua própria “necessidade”, sem a permissão da vítima. Vários exemplos podem ser usados para esclarecer o que é importunação sexual. Exemplos: - Beijo roubado - Toque sem permissão Durante esse período, infelizmente, é comum mulheres serem tocadas no meio da folia. Aqui, a máxima do "não é não" pode, em muitos casos, nem ser aplicada, já que as vítimas nem sabem que estão sofrendo um crime. E esse crime tem uma pena de até 5 anos de reclusão. Mas isso não é tudo. Se após tal conduta, a vítima se manifestar e disser não, a história muda de contexto e passa a ser um crime mais grave, o de estupro. O estupro, diferente do que muitos imaginam, não necessita da conjunção carnal!!! Além da violência ou grave ameaça em ter a conjunção carnal, o crime de estupro também é caracterizado pela prática de qualquer outro ato libidinoso, ou seja, aquele que tem a finalidade de satisfazer o desejo sexual do agressor ou da agressora. É importante destacar que qualquer conjunção carnal ou ato libidinoso, mesmo com a permissão de um menor de 14 anos, é crime! O carnaval é uma festa que requer cuidados básicos o tempo todo, para garantir que a folia seja animada do começo ao fim. Os foliões devem redobrar a atenção para aproveitar a festa de forma segura e, claro, respeitando as leis, como em qualquer outra época do ano.  Antônio de Azevedo Maia  é  professor do curso de Direito da Wyden. É bacharel em direito, advogado  e mestre em direito ambiental pela universidade do estado do Amazonas.

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Maria pensa assim...

Confira abaixo todos os textos da coluna Maria Pensa Assim, assinada por Beatriz Braga The White Lotus: em qual lado da moeda você está: Daphne ou Harper? Tereza Costa Rêgo: 4 motivos para ir à exposição no Museu do Estado A perda do que nunca tivemos Coronavírus / Onde eu estava antes Quando crescer é uma ousadia Feminismo revigorado com nova geração Azul, rosa e a dança sem gênero Empresas sexistas perdem dinheiro e oportunidades O dia depois da eleição Aconteceu uma vez, então pode acontecer de novo O filme lançamento da Netflix “Sierra Burgess is a Loser” Precisamos falar com os homens Seis podcasts que você precisa começar a ouvir O mundo está chato ou você que perdeu a graça? Crônica do amor barato Como não ser machista – versão Copa do Mundo O que aprendi com Balzac Há feminismo no casamento real? Eu não sou um homem fácil Triste, louca ou má O poder da mulher que goza A todas as mulheres Respeitem os seios caídos Meninos não serão mais meninos 2018, que venha mais um ano feminista Uma lista incrível de livros escritos por mulheres Fiz as pazes com meu útero Tudo que aprendemos sobre relacionamentos está errado Mulheres conectadas formam uma rede poderosa Uma garota destemida incomoda muito mais Transe e deixe transarem Nosso útero é uma prisão Meninos também podem ser presidentes? Nove dicas de filmes irresistíveis Mulheres, é preciso sair do automático! O contrário do feminismo é a falta de coragem Vítima, substantivo feminino Ascenderam a luz Grãos – Como criar uma filha feminista Todas as Marias  De clichê nós entendemos Judith, a irmã que Shakespeare nunca teve Cinco palestras que você vai gostar de assistir  “Tem mulher que gosta” Mulher-Maravilha e o mundo dos homens

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