Claudia Santos, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 110 De 141

Claudia Santos

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Jayme da Fonte realiza cirurgia de epilepsia inédita no NE

O Hospital Jayme da Fonte realizou sua primeira cirurgia para tratamento de epilepsia, utilizando a estimulação cerebral profunda. O procedimento, até então inédito no Nordeste, envolve a implantação de um eletrodo no cérebro. Esse eletrodo impede a propagação de impulsos elétricos a partes específicas do cérebro, para o tratamento de pacientes com epilepsia. Trata-se de uma cirurgia neurológica de ponta, que envolve alta tecnologia, neurociência e uma equipe de profissionais qualificados para realizar o procedimento dentro de um rigoroso protocolo. O neurocirugião Antonio Marco explica que a cirurgia de neuroestimulação altera a propagação dos estímulos cerebrais anormais: “Ela atua diretamente na atividade cerebral, de maneira controlada, e seus efeitos são reversíveis, diferentemente de outras técnicas utilizadas”, afirma o médico. Antes do procedimento, tudo é calculado e simulado através de um programa de computador e durante o processo o eletrodo é inserido de maneira minimamente invasiva no crânio do paciente, apenas com anestesia local, para que haja interação com o paciente durante o procedimento. O neurocirurgião ainda explica que poucos hospitais no Brasil dispõem de equipe especializada e tecnologia hospitalar para realizar a cirurgia. Antônio Marco estuda o procedimento há vários anos, período no qual realizou treinamentos específicos e adquiriu o conhecimento necessário para trazê-lo para Pernambuco. O paciente já fazia o tratamento da epilepsia com remédios há algum tempo, mas mantinha uma média 10 crises por mês. Após a cirurgia, a recuperação do paciente foi tranquila, quase imediata e sem dor, e hoje apresenta um quadro com apenas uma crise nos últimos três meses. “A cirurgia devolve a autonomia do paciente, possibilita a melhoria da qualidade de vida em diversos aspectos, inclusive no que se refere ao convívio social”, afirma. O neurocirurgião, porém, adverte que o tratamento não garante a cura da epilepsia. “A neurocirurgia funciona para o controle dos sintomas da doença. Ela permite ao portador uma melhora na qualidade de vida porque atua diretamente na atividade cerebral”.

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Ganhador do Sundance chega à Netflix

No último dia 24 entrou no catálogo da Netflix o filme "Já Não Me Sinto em Casa Nesse Mundo", mais uma de suas produções originais. O longa levou o grande prêmio do juri no Festival de Sundance 2017, conhecido como um dos maiores e mais importantes festivais de cinema independente do mundo. Tem no elenco o ator Elijah Wood, o eterno frodo do Senhor dos Anéis e a atriz Melanie Lynskey, mais conhecida por interpretar Rose, a vizinha maluca de Charlie na serie "Dois Homens e Meio". Na história, Melanie interpreta Ruth, uma auxiliar de enfermagem meio deprimida que tem sua casa invadida por bandidos. Com a ajuda do vizinho metido a roqueiro, Tony (Wood), ela decide ir à caça dos criminosos. O ator e roteirista Macon Blair estreia na direção. Antes, escrevera o roteiro de Pata de Macaco (2013) e atuara no filme Sala verde (2015). Apesar de ter o prêmio no Sundance como referência, confesso que o filme não me empolgou. O roteiro é carregado por um humor negro que não funciona, além de ser cheio de personagens mal desenvolvidos. A protagonista não tem muito carisma e Melanie não ajuda, com uma atuação apenas burocrática. Já o personagem de Elijah Wood entra e sai da história sem despertar no espectador um mínimo de apego ou identificação. Destaco também o desfecho ruim. O roteirista-diretor foi infeliz ao recorrer a soluções típicas dignas de filmes da sessão da tarde, com situações soando inverossímeis. O filme abriu a boa fase de prêmios conquistados pelas produções originais do serviço de streaming no começo do primeiro semestre. Além dele, outros filmes da empresa também alcançaram êxito por onde passaram. No César, o Oscar do Cinema francês, "Divinas", de Houda Benyamina, levou os prêmios de melhor filme de estreante, melhor atriz coadjuvante (Deborah Lukumuena) e melhor revelação feminina (Oulaya Amamra). No Oscar deste ano, a Netflix recebeu três indicações: melhor documentário (13ª Emenda) e melhor documentário curta - metragem (Extremis e Capacetes Brancos). Capacetes Brancos levou o prêmio.   Confira abaixo o trailer *Por Wanderley Andrade, jornalista e crítico de cinema  

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Cansaço, variação de humor? Pode ser a tireoide

A tireoide é uma das maiores e mais importantes glândulas do corpo humano e tem seu funcionamento despercebido no dia a dia. Até que uma hora começa a apresentar defeitos que atrapalham o metabolismo. É possível, no entanto, perceber no próprio corpo sinais que indicam que o mecanismo da glândula não está funcionando corretamente. Entretanto, os sinais que aparecem no corpo se diferem entre si, de acordo com o problema que afeta a glândula. São três com maior incidência: hipotireoidismo, o mais comum, em que a produção dos hormônios é menor do que o ideal; hipertireoidismo, em que essa produção é maior que o habitual; e os nódulos da tireoide, que podem ser malignos ou benignos e também podem alterar a produção dos hormônios. Quando a produção da tireoide cai - no caso do hipotireoidismo - o metabolismo consequentemente fica mais lento, e o corpo reage geralmente com sintomas que variam de pessoa para pessoa, mas que ,em geral, englobam cansaço, sonolência, inchaço, depressão, oscilações de humor, queda de cabelo, unhas fracas, intestino preso e desânimo. No caso do hipertireoidismo, o processo é o oposto. O metabolismo mais acelerado provoca taquicardia, tremores, perda de peso considerável, cansaço, insônia e irritação. Mas nem sempre os sintomas aparecem. Em caso de nódulos na tireoide, caso eles sejam menores que 2 cm, raramente causam sintomas. É o que explica Carolina Ferraz, endocrinologista do Hospital Samaritano de São Paulo. “Os sintomas só aparecem caso os nódulos sejam grandes. Neste caso, podem levar a sintomas de engasgo, dificuldade de respirar, aumento de volume no pescoço e alteração no tom da voz”. Por isso, segundo a especialista, é importante investigar, mesmo quando não há evidências de nenhum destes indícios. “Caso o paciente esteja apresentando algum desses sintomas, e, o mais importante, se esse sintoma for diferente do que ele sentia antes, deve procurar um endocrinologista para excluir a possibilidade de ter alguma alteração na tireoide”, alerta Carolina. O hiper e o hipotireoidismo são diagnosticados por meio dos sinais clínicos e de exames de sangue. Para o tratamento do hipertireoidismo são recomendados o uso de medicação oral, de iodo radioativo ou cirurgia. “Já o tratamento para o hipotireoidismo é feito com reposição hormonal, análoga ao hormônio T4, que geralmente deverá ser tomado diariamente ao longo da vida”, explica a médica. Já os nódulos da tireoide são diagnosticados via exame de ultrassom e palpação do pescoço, e seu tratamento depende se o nódulo é benigno ou maligno.

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Ser Geek é indicar tecnologia para amigos e família (Parte 2)

Espero que você tenha aproveitado a lista anterior para dar dicas para algum amigo ou parente (ou, quem sabe, para você mesmo). Hoje, continuaremos nossa conversa falando sobre tablets. Desde o lançamento do primeiro iPad em 2010, o mercado evoluiu muito. Seja nos aplicativos, capacidade de processamento, leveza ou qualidade da tela, os tablets encontraram seu lugar nas bolsas de muitos de nós. É bem verdade que o segmento tem passado por dificuldades com o crescimento dos smartphones, mas acredito que os tablets apenas atingiram uma fase madura em que as pessoas passaram a entender o seu uso (e que não iriam substituir os notebooks – pelo menos não para todo mundo). Abaixo, duas ótimas opções. Não acredito que existam opções erradas (neste caso), mas alguns fatores podem ajudar na escolha do mais adequado para você. Talvez o mais importante deles seja o sistema operacional. Vivemos em um ecossistema dividido entre Android e iOS. Se seu smartphone está em um dos times, provavelmente, o melhor será comprar o tablet que tire proveito da integração entre os aparelhos. Samsung Tab S Atualmente em sua terceira versão (Tab S3), o dispositivo tem um acabamento premium em metal e vidro. No Brasil, esse modelo deve aportar em breve. Para aqueles mais apressados, o Tab S2 acaba sendo uma ótima opção (um pouco mais barata do que o preço que deve vir com o novo modelo). Os tablets com sistema Android evoluíram muito ao longo dos últimos anos, tendo potencial para competir com os iPads. É bem verdade que a Apple conta com aplicativos mais bem acabados para seus aparelhos, mas a oferta de Apps para o Tab S é o suficiente para a maioria dos usuários. A facilidade de transferir arquivos e conectar dispositivos continua sendo um grande atrativo dos tablets Android. Apple iPad Muitos tentaram, ninguém conseguiu. Foi preciso a genialidade de Steve Jobs para tornar realidade a ideia de um tablet bem acabado e que conquistou o público. No início, muitos duvidaram, fizeram piadas sobre um iPhone gigante, mas a verdade é que Jobs conseguiu nos apresentar a uma nova forma de navegar na rede e consumir produtos multimídia. Hoje, sem seu criador, o iPad sofre grande concorrência e parece ter perdido grande parte dos diferenciais que já teve. O iOS ainda é seu maior trunfo, com Apps que funcionam impecavelmente e, muitas vezes, são inovadores. O iPad Pro trouxe ainda uma ferramenta para artistas, que podem utilizar uma caneta digital para criar suas obras. O preço, como de costume, é bem salgado no Brasil. Ao contrário dos tablets com sistema Android (com opções mais baratas), embarcar no iOS tem seu preço.

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Os 6 passos de nossa cerveja de cada dia (por Rivaldo Neto)

A produção de cervejas vem ganhando diariamente cada vez mais rótulos e com isso invadindo o mercado e diversificando estilos e ganhando cada vez mais novos adeptos e amantes da bebida. Esse momento especial que vive o mercado se dá muito pela mudança de comportamento dos consumidores que ao se depararem com cervejas especiais, importadas, com melhores insumos e, consequentemente, fazendo com que nosso paladar fique mais apurado e exigente. Mas você sabe quais são os passos básicos para a produção de uma cerveja? São 6 passos que que vamos descrever abaixo para que nós, amantes da bebida possamos ter uma noção básica e assim conhecê-los. 1 – Maltagem: Antes de seguir para o processo de produção, os grãos passam por um outro processo que damos o nome de maltagem. O açúcar presente nos grãos serve de alimentos para as leveduras durante o processo de fermentação. Esses açúcares ficam presos nas moléculas de amido e daí os grãos são levados ao malteador e molhados. Depois a mistura é aquecida lentamente para assim estimular a germinação. Quando a semente dá os primeiros sinais de que vai crescer, o amido é quebrado em uma substâncias mais simples. Posteriormente após essa fase a germinação é interrompida para o malte secar. Ele é colocado no forno e quanto mais aquecido for, mais escuro se tornará o malte.   2 – Moagem: Nessa outra fase da produção, já na cervejaria os grãos de cevada e outros cereais (os quais depende da cerveja que se quer produzir), são triturados para obter o grist (grão quebrado). Essa quebra facilita a liberação dos açucares no momento em que for molhado, durante o processo da brassagem. A escolha dos grãos é muito importante, eles que irão determinar o teor alcoólico, cor da bebida e o seu sabor. Maltes claros, torrados em temperaturas baixas dão origem as cervejas de baixa fermentação (Lagers, Pilsens...), já grãos com mais torra e escuros dão origens as cervejas da alta fermentação (Ales, Stouts, Porters...).     3 – Brassagem: Tem também o nome de mashing e quando o grist se mistura com a água quente no recipiente para produzir o mosto, que é como se fosse uma papa e que deve descansar durante algum tempo. No momento em que descansa o calor da água no malte libera os açucares. Isso é a brassagem propriamente dita. Podendo ser feita por infusão, como nesse caso, como pode ser também por decocção, que é o quando alguns cervejeiros retiram um pouco do líquido, passando para outro recipiente e esquentam em temperaturas bem mais altas. E logo depois devolver ao mosto. Quando as temperaturas são mais altas, se extraem açúcares mais doces e com mais complexidade. 4 – Cozimento: Logo depois da brassagem, o mosto, que a essa altura está rico de açucares, é coado através de um fundo de resíduos de grãos. Enquanto o mosto vai saindo, os grãos são lavados com água quente e liberam o que se resta de açúcares. E depois é fervido. É nesse processo que muitos cervejeiros incluem mais lúpulo, em um processo que chamamos de dry hopping. Este processo também impede a atividade bacteriana.       5 – Fermentação: Após o processo de cozimento e o mosto coado e o lúpulo residual removido e os demais ingredientes também, então se dá um banho de serpentina rapidamente para esfriar. Após o resfriamento do mosto, o mesmo é posto no tanque de fermentação. A temperatura posta no tanque de fermentação irá ter uma importante finalidade e por isso deve-se ter bastante cuidado nesse processo, pois se for alta demais o fermento morre, se baixa demais levará tempo para agir. Essa é a fase mágica da transformação, onde são incluídas as leveduras. O fermento se alimenta dos açúcares e produzem dióxido de carbono, álcool e milhões de novas células de fermento. É comum as cervejarias terem suas próprias cepas e as reutilizarem sempre que desejarem.   6 – Maturação: Com o final da fermentação, o que muitos chamam de “cerveja verde”, o fermento é removido do líquido posto em outro recipiente para maturar e evoluir com o tempo, causando assim uma fermentação secundária das leveduras restantes e os sabores e aromas começam a se sobressair. O tempo desse processo é variável. Depois disso ela pode ir para o envase em barril, lata ou garrafa. Daí a bebida é levada para filtrar e pasteurizar ou não, dependendo do que se quer atingir e o objetivo do tipo da cerveja produzida, como seus estilos ou subestilos.         MUNDO CERVEJEIRO O bairro da Madalena ganhou um novo espaço para os amantes das boas cervejas. A Ponto Capunga Conveniência conta com uma pequena Beer Cave com serviços de bar e petiscaria. Um espaço agradável e bem localizado, excelente para um bom happy hour. Endereço: Ponto Capunga Beer Conveniência - Rua José Osório, 153 – Madalena    *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e apreciador de boas cervejas nas horas vagas

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Lei da terceirização vai precarizar o trabalho, diz presidente do TRT-2

Com a aprovação do projeto de lei que libera a terceirização para todas as atividades das empresas, haverá uma grande precarização do trabalho, avaliou o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região - São Paulo (TRT-2), Wilson Fernandes. “Se a empresa terceiriza um trabalho, ela dispensa dez trabalhadores e contrata (por meio de uma empresa terceirizada) outros dez para fazer o trabalho daqueles, e por que ela faz isto? Porque vai sair mais barato para ela. Se vai sair mais barato para ela, de onde sai a diminuição de custo? Do salário do trabalhador, obviamente”, disse. Fernades acrescentou que a empresa prestadora de serviços, que vai fornecer essa mão de obra terceirizada, será constituída para ter lucro. “E de onde sai o lucro dela? Do salário do trabalhador indiscutivelmente”. Segundo Fernandes, historicamente os empregados terceirizados sempre ganharam menos que os empregados contratados regularmente. Além da precarização, o presidente do TRT-2 acredita que haverá uma dispensa grande de trabalhadores empregados para que haja a contratação de terceirizados. “Se havia uma defesa tão grande e tão expressiva, especialmente de alguns setores empresariais, desse projeto de terceirização, isso significa que, uma vez aprovado, aqueles empresários tendem a dispensar seus trabalhadores regulares para substituir a mão de obra por terceirizada”. Acidente de trabalho Fernandes disse que a maioria dos acidentes de trabalho ocorrem com trabalhadores terceirizados. “Dos acidentes de trabalho no Brasil, cerca de 70% a 80% envolvem trabalhadores terceirizados. É um dado muitíssimo importante. É muito relevante porque o acidente de trabalho não é um problema só para o trabalhador, é um problema para a Previdência Social. O trabalhador afastado tem custos para a Previdência Social e esse dado está sendo ignorado”. O presidente acredita que a alteração principal proposta pela lei é permitir a terceirização para a atividade-fim das empresas. “Essa sempre foi uma crítica que se fez à terceirização, que é o fato de poder substituir empregados da atividade-fim. O exemplo clássico que dão é dos professores, por exemplo: como é que se vai imaginar uma escola que não tenha professores no quadro de empregados? Para a nossa tradição jurídica, isso nunca foi possível”, exemplificou. Da Agência Brasil  

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Qual é o tipo da sua dor de cabeça?

A dor de cabeça é um sintoma que pode estar relacionado a mais de 200 doenças. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, cerca de 95% da população apresentará, ao menos uma vez na vida, um episódio de cefaleia. Mais do que isso: 70% das mulheres e 50% dos homens apresentam ao menos uma dor de cabeça ao mês. Porém, poucas pessoas sabem diferenciar os diferentes tipos do problema. A cefaleia pode ser diferenciada de duas maneiras: primária e secundária. Na maioria dos casos, a primária é a que se manifesta sem se relacionar a nenhuma outra doença, e não há uma causa secundária para que a dor apareça, ela é a própria doença. “Pacientes com um histórico de dores recorrentes e que tenham as mesmas características geralmente apresentam um conjunto de sintomas que nos permite diagnosticar com precisão o problema, sem a necessidade de exames complementares”, explica o  Marcelo Calderaro, médico do Núcleo de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Samaritano. Já a dor secundária é normalmente relacionada como um sintoma de alguma outra doença, como gripe, virose, AVC e, até mesmo, um tumor. Nesses casos, o médico analisa o exame mais adequado para auxiliar no diagnóstico por trás dessa dor. Leva-se em conta também se a cefaleia é súbita, diferente das dores que o paciente está acostumado, ou quando ela é acompanhada de outros sintomas, como febre, por exemplo. Dentro dos dois tipos de cefaleia existem outros. A cefaleia tensional é a mais comum na população. Causa uma dor leve a moderada, peso na cabeça e não apresenta sintomas como enjoo e vômito. Pode ser crônica ou episódica, dependendo da sua frequência. A cefaleia em salvas é a que dá crises temporárias até oito vezes ao dia, com dor intensa sempre em uma metade da cabeça e ao redor do olhos. Já as crises de enxaqueca, sem tratamento, duram de quatro a 72 horas e costumam ser muito incapacitantes, causando dor de cabeça intensa e latejante, que atinge metade da cabeça e é acompanhada de sintomas como enjoo e aversão à luz e sons. O tratamento para a cefaleia, seja qual for o tipo, depende principalmente do diagnóstico correto. “No caso da enxaqueca, por exemplo, deve-se inicialmente definir o nível de limitação que ela causa na vida da pessoa. A frequência e a intensidade das crises são fatores importantes nesta análise. Além disso, leva-se em consideração quanto da qualidade de vida é perdida devido às crises de enxaqueca”, diz o médico. Nesses casos, é recomendado até o uso de medicações que previnem as crises. Outro ponto importante no tratamento e prevenção das dores de cabeça é, se possível, evitar os chamados “gatilhos” das crises, como jejum, estresse e privação de sono, entre outros. Adotar um estilo de vida saudável, com atividade física, sono regular e menos estresse também são medidas que ajudam a combater o problema. Tratar a dor com os medicamentos certos, com orientação médica e sem abusar dos analgésicos é outra recomendação importante do Dr. Marcelo.

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Federação que poderia ter sido (1817-1824)

O Brasil poderia ter sido uma original e autêntica federação. A Revolução Pernambucana (1817), com seu ato final sequenciado na Confederação do Equador (1824), antagonizou o contraponto federalista durante o processo de emancipação do Brasil de Portugal (1822). A radicalização política inviabilizou o pacto constitucional federal ou qualquer outro. Dissolvida a Constituinte (1823), o Estado brasileiro foi fundado goela à baixo (1824), outorgado, centralizado, endividado e regionalmente fraturado. O projeto federalista perdeu na marra, e há dois séculos nos tem sido vendida a poderosa narrativa dos vencedores: o Brasil só é o que é, do tamanho que é, exuberante como é, com a mesma língua, e sendo o país do futuro que sempre foi, porque sua unidade foi conquistada, com mão firme, pelos pais fundadores da pátria; convinha massacrar e apagar a memória dos movimentos separatistas que, a exemplo das ex-colônias da América espanhola, teriam provocado a divisão do território brasileiro entre diversas repúblicas caudilhistas. Essa orgulhosa versão patriótica pegou, mas, em pleno bicentenário da Revolução Pernambucana, e às vésperas do bicentenário da Independência do Brasil, já passou da hora de revisitar, repensar e recontar essa história: havia um projeto federalista alternativo. Era “a outra Independência”, na distanciada visão do imortal Evaldo Cabral de Mello; conduzida pelos “bispos sem papa”, no engajado proselitismo luso-brasileiro de José Bonifácio de Andrada e Silva. O Brasil poderia ter sido uma monarquia constitucional federal, integrada pela união das províncias regionais autônomas do nascente território brasileiro, com maior equilíbrio na divisão político-econômica entre o eixo central da Corte e os demais eixos regionais periféricos. O processo político, liderado por D. Pedro I e José Bonifácio, enveredou para a radicalização: separatista e republicana, nas províncias do “Norte”, lideradas por Pernambuco; centralizadora e autoritária, no eixo central hegemônico da Corte imperial; a alinhada elite política do eixo Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais sagrou-se vencedora. O fato de um legítimo projeto federalista ter sido vencido no nascimento do Estado brasileiro explica muito das nossas marcas. Em arriscada síntese de dois séculos: Pernambuco perdeu Alagoas e o Oeste Baiano, enredando-se numa longa decadência refletida na sua participação relativa nas atuais estatísticas nacionais; o Norte e o Nordeste brasileiro também ficaram bem atrás do centro político-econômico; e o Brasil conseguiu, com instituições políticas já esgarçadas, tornar-se república e federação apenas no papel (desde 1891), fracassando no projeto de criar um imenso mercado comum nacional, integrado em um território de dimensão e diversidade continental, com equilíbrio espacial e pessoal da sua riqueza. Nosso DNA político, os objetivos nacionais mal resolvidos e as escolhas postas ao Estado brasileiro durante sua história ganhariam considerável senso de clareza cívica se os eventos ocorridos entre 1817-1824 fossem popularizados em uma linguagem atual. Como o mineiro Tiradentes e o português-carioca Dom Pedro I, Frei Caneca também merece uma minissérie global. Não faltariam drama e comparação com nosso quadro político contemporâneo. Não apenas bandeira e a tradição libertária pernambucanas nos foram legados entre 1817-1824. Entre a espada desembainhada do Leão Coroado e a execução de Frei Caneca, um genuíno sentimento federalista emergiu e foi asfixiado. Contra a centralização autoritária e populista, a irresponsabilidade fiscal da Corte sediada no Rio de Janeiro e o desequilíbrio regional na divisão política e econômica do Brasil. Nosso destino no século 21 dependerá muito do sucesso dessa retomada da consciência federalista perdida. Já perdemos duas décadas.

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Novo filme de M. Night Shyamalan chega aos cinemas (Por Wanderley Andrade)

É fato que, na indústria do cinema, altos orçamentos não garantem bons filmes, nem sucessos de bilheteria. Às vezes, sujeitar-se às amarras dos grandes estúdios pode trazer marcas difíceis de apagar à carreira de um diretor. "Difíceis de apagar, não impossíveis", pode dizer hoje M. Night Shyamalan, diretor indiano que, após lotar salas de exibição com os filmes Sexto Sentido (1999) e Corpo Fechado (2000), envolveu-se em projetos caros e ruins, como os criticados Fim dos Tempos (2008) e Depois da Terra (2013). O retorno a boa fase aconteceu em 2015, com o surpreendente A Visita. Detalhe: um filme de baixíssimo orçamento, considerando os padrões hollywoodianos. Custou US$ 5 milhões, faturando mais de US$ 90 milhões. E nesta quinta-feira estreia nos cinemas brasileiros o novo filme do diretor: Fragmentado, produção que se tornou febre nos EUA, liderando as bilheterias por três semanas consecutivas.   Fragmentado também teve baixo orçamento, na verdade custou pouco mais que A Visita: US$ 9 milhões. Para termos uma melhor noção da boa recepção, nas três primeiras semanas de exibição nos EUA, o filme somou cerca de US$ 98,4 milhões. O longa conta a história de Kevin (James McAvoy), um homem que sofre de transtorno dissociativo de identidade, problema que leva o indivíduo a ter múltiplas personalidades. No caso de Kevin, 23, para ser mais exato. Ele sequestra três adolescentes, que farão de tudo para tentar escapar de um possível fim trágico. James MacAvoy não decepciona, mesmo com um desafio de tamanha proporção. Interpretar um personagem tão complexo não deve ter sido tarefa simples. E pensar que, antes de MacAvoy, Joaquin Phoenix era o ator mais cotado para o papel. Outra personagem de grande importância para a trama é a Dra Fletcher, psicóloga de Kevin, interpretada com excelência por Betty Buckley. É através dela que nos aprofundamos nas múltiplas personalidades do antagonista. Para os papéis das adolescentes Claire, Marcia e Casey, foram escaladas, respectivamente, Haley Lu Richardson, Jessica Sula (bem fraquinhas, por sinal) e a boa atriz Anya Taylor-Joy, mais conhecida por sua atuação no filme A Bruxa. M. Night Shyamalan entrega ao público personagens complexos, muito bem construídos. Além do próprio Kevin, outra que chama a atenção é Casey, que já no início do longa recebe das amigas o estigma de problemática. Descobriremos, no decorrer da história, que por trás de seu mau comportamento há um difícil segredo do passado que poderá, inclusive, selar seu destino na trama. A boa montagem interpõe à narrativa principal flashes de momentos vividos por Casey ainda criança, da traumática relação com o tio. A opção amarra bem o roteiro, evitando possíveis pontas soltas na história. Com Fragmentado, M. Night Shyamalan mostra que definitivamente está de volta à boa forma, que ainda não perdeu o jeito de surpreender o espectador, nem o fôlego para trazer às telas grandes thrillers. *Por Wanderley Andrade é jornalista e crítico de cinema (7wanderley@gmail.com) LEIA TAMBÉM Cinema argentino na Netflix  

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O traduzir dos sentimentos em Lunátipos

André de Sena é um desses autores que discorre sobre cenários e personagens com absoluta precisão. Em seu livro de contos Lunátipos - Edições Bagaço – 2014, é patente a observação. No conto História de Mar, por exemplo, assim destaca o protagonista em dado momento da narrativa em primeira pessoa: “Quando criança, eu descobri que de qualquer lugar da cidade poderia ver o mar. Aos poucos ele passou a olhar mais para mim do que eu a ele, gigantesca hidra cujos tentáculos de rios dominam a cidade e se espraiam pelo interior das residências e fui me incomodando com isso até ser envolvida pela gaze escura do medo”. Aqui combina com sutileza símile e metáfora com total consciência.   Ainda em História de Mar, adere ao imaginário discursando sobre sonhos assustadores, quando a colocação de cada palavra vislumbra sua função e o efeito compatível com a poética desejada. “Há uma estranha visão de cidades antigas e clássicas, templos de mármore que servem de âncoras para galeões que descansam mansamente no mar, atracados às suas colunas por pesadas cordas, sugerindo contraditoriamente ao espírito uma sensação de extrema inquietude... Observo o movimento intenso, mas tranquilo, desses portos luxuriantes e as ondas não são ameaçadoras; antes borrifam os degraus de mármores a brincar como crianças... Mas um sentimento opressor toma vulto vindo talvez daquele próprio lugar, que sinto já ter realmente existido”. No conto Ilha de Cipango, ao lado do personagem Tomás, percorre as alamedas do inusitado com vontade de abraçar o horizonte: “Agora todas as coisas são nossas e só com o nosso desaparecimento deixarão de existir. Sinto a ilusão entre os dedos, acaricio árvores, encho a mão com grãos de areia, movo o braço dentro das ondas, tal o médico que estuda a anatomia de Deus”.   Mas é em Lunátipos, conto que dá título ao livro, que Sena anda de mãos dadas com o fantástico e nos apresenta o melhor de sua verve ficcional, exercitando criatividade na concepção dos peixes-monstros, com feitio feminino, habitando um cenário que alterna ondas encrespadas, odores de mangue, com ventos gélidos paridos nas noites de uma praia inóspita. A escrita nos envolve tal serpente malfazeja, mas que se torna cúmplice das expectativas do leitor. Num dos trechos também dá as mãos à loucura imaginosa: “Nesse dia estive no inferno... Após destruir aqueles monstros, comecei a correr pelo terreno perigoso dos arrecifes, sem sentir mais dor alguma... mas as chuvas e furiosas ondas lavavam minhas feridas... Tive a impressão que outras entidades me seguiam para me destruir, emitindo sons inexplicáveis. O oceano inteiro estava contra mim e não sei se era o vento responsável por aquelas notas”.   *Paulo Caldas é escritor

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