Claudia Santos, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 96 De 141

Claudia Santos

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As cores da cerveja

Nossa percepção em relação aos sabores e aos estímulos que sentimos em relação ao que consumimos é diretamente ligado às cores. Se vamos ao supermercado, restaurantes ou qualquer outro estabelecimento que nos exponha ao que queremos beber ou comer, a apresentação é fundamental. As cores têm um papel muitas vezes determinante no que desejamos e traça um rumo do que devemos ou não “embarcar”, e muitas vezes, até o subconsciente trabalha silenciosamente nessa escolha. Com as cervejas isso não foge à regra. Com uma quantidade tão grande de estilos, marcas e rótulos, é plenamente natural que exista uma gama de variações de cores e tonalidades para assim causar o melhor impacto visual possível e assim estimular o nosso paladar. Mas e  o porquê de tantas cores? Afinal para alguns que começaram a curtir o universo das cervejas, “é apenas cerveja”, certo? De forma alguma, essa pluralidade dos tons é pura arte. Digamos que é a “noiva”, quando junto com os aromas dão uma largada e determinam qual tipo de cerveja queremos produzir ou consumir. Então o que define as cores? O que ela dizem? Vamos tentar explicar um pouco. A cor, como disse anteriormente, está ligada ao tipo de cerveja ou, podemos dizer também, ao tipo de receita. Ela mostra qual malte utilizado, nível de torrefação. Tal grau não interfere necessariamente na cor, muito mais no sabor. Então o equilíbrio nesse processo é fundamental para o sucesso das receita, mas a grosso modo podemos dizer que a combinação dos maltes vai dar a tonalidade da bebida. Outra coisa fundamental é que a cor não é determinante na graduação alcoólica. Podemos ter cervejas escuras, com graduação mais baixa que cervejas claras como as Pilsens. Dando um exemplo. Uma cerveja duble IPA é uma cerveja essencialmente alcoólica, ela pode ser clara e mesmo assim bastante forte. Uma cerveja com um tom bastante fechado e escuro, como uma Stout, pode ser bem mais leve. Cervejas escuras podem ter mais complexidade e serem mais densas, mas não obrigatoriamente mais fortes. Em se tratando do controle formal dessas cores existem duas escalas utilizadas para medir as cores da cerveja. A EBC, da Europa e a SRM dos EUA. No Brasil a escala usada é a EBC. A EBC, que quer dizer European Brewing Convention (Convenção de Cervejeiros da Europa) é aplicada a cerveja e também ao malte. Nessa escala, a cerveja clara tem que ter menos de 20 unidades de EBC, e quem tiver mais de 20 EBC, é definida como cerveja escura. A escala SRM tem como base a espectrofotometria, que usa a absorção da luz e a mede em certos comprimentos de onda. Existe uma diferença de 40% dos valores a escala EBC, nessa conta, 10 unidades de EBC, é equivalente a 4 de SRM, como explica o infográfico abaixo. Essas duas escalas mais formais é mais para os produtores de cerveja enquadrarem suas produções. Nós amantes e consumidores temos mais é que experimentar todas elas.

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4 igrejas que foram demolidas no Recife

O chamado progresso promoveu a demolição de vários prédios no Recife, entre eles igrejas. Históricas e com arquiteturas belíssimas, esse templos faziam parte do cotidiano da cidade. Selecionamos imagens de quatro que foram destruídos: Igreja dos Martírios, Igreja do Paraíso, Igreja Matriz do Corpo Santo e a Holy Trinity Church, conhecida como Igrejinha dos Ingleses. 1. Igreja dos Martírios De acordo com informações da Fundaj, o terreno da igreja foi doado para a irmandade do Senhor Bom Jesus dos Martírios, em 1782, no extremo da Vila de Santo Antônio, onde foi construída uma capela e posteriormente o templo, que só foi concluído em 1796 (foram cinco anos de obras). De acordo com Virginia Barbosa, bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco: "Embora fosse um templo pequeno, se comparável a outras igrejas da cidade, possuía um valor incomparável, principalmente pela fachada principal em estilo rococó (última fase do barroco), considerado uma das mais belas expressões arquitetônicas. Era situada na antiga rua Augusta (atualmente seria entre os módulos 3 e 4 do Camelódromo). Foi derrubada em 1973, justamente para abertura da Avenida Dantas Barreto, na gestão de Augusto Lucena na Prefeitura do Recife. 2. Igreja do Paraíso (1900) Foi destruída em 1944, durante a gestão de Novaes Filho na prefeito e do governador Agamenon Magalhães, também devido à Avenida Dantas Barreto. Ficava localizada no antigo Pátio do Paraíso, tendo sido construída no Século XVII. Apresentava fachada no estilo neogótico. De acordo com a pesquisadora Andresa Bezerra de Santana:  "Assim, a Igreja do Paraíso é mutilada e silenciada em 1944, não pela necessidade de abertura da avenida, mas pelo desejo de potencializar a rentabilidade do solo. A Igreja estava localizada no encontro da Avenida Guararapes com a Avenida Dantas Barreto, onde se localiza o Edifício Santo Albino". 3. Igreja Matriz do Corpo Santo O Largo do Corpo Santo e a Igreja do Corpo Santo surgiram ainda no século 16. A igreja foi demolida entre 1913 e 1914 no processo de modernização do Recife, para abertura da Avenida Marquês de Olinda. Uma curiosidade é que durante o governo holandês em Pernambuco esse templo foi transformado em calvinista. 4. Igrejinha dos Ingleses O primeiro templo anglicano do Recife, a Holy Trinity Church foi construída em 1838, na Rua da Aurora, onde hoje estão o edifício Duarte Coelho e o Cine São Luiz. Segundo o site da Diocese Anglicana do Recife, o prédio foi demolido em 1946, "pela necessidade de se alargar a rua que daria lugar à nova e arrojada avenida, a Conde da Boa Vista". *As imagens são do site da Diocese Anglicana do Recife

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Francisco Cunha faz palestra e caminhada no Rec'n'Play

O consultor e sócio da TGI, Francisco Cunha, ministra palestra no próximo dia 02 de dezembro no Festival Rec’n’play, que traz para o Recife Antigo uma série de workshops e atividades voltadas à experiências digitais criativas. Com o tema “Caminhabilidade no Bairro do Recife: um upgrade tecnológico”, a palestra que acontece no Apolo 235, das 8h30 às 12h, também contará com uma caminhada por pontos chaves do Bairro do Recife, guiada por Francisco, que é arquiteto e urbanista por formação e um dos integrantes do Movimento Olhe pelo Recife. No encontro, Francisco Cunha discutirá o que pode ser feito, através dos meios tecnológicos, para potencializar a experiência da mobilidade a pé nas ruas do Bairro do Recife, utilizando conceitos de caminhabilidade e apresentando um pouco da história do bairro. A palestra é uma iniciativa do CAM (Cidades Algomais), projeto da Revista Algomais que tem a proposta de debater questões da vida urbana sob a ótica de práticas bem sucedidas.

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89% dos insatisfeitos com a mobilidade reclamam da insegurança no trânsito

Na semana em que a população recifense está comovida com o acidente provocado por um motorista embriagado na Tamarineira, a pesquisa da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) indica que, entre os insatisfeitos com a mobilidade urbana no País, 89% reclamam da insegurança do trânsito. A reincidência de tragédias criou com consenso de que é urgente mais rigor na punição aos motoristas que dirigem de forma insegura. Dar um "drible" nas autoridades do trânsito após ingerir bebidas alcoólicas é um comportamento que se tornou quase que comum nas grandes cidades. Não foram poucas as vezes em que ouvi alguém dar a dica de seguir por uma rua ou outra porque não tinham guardas. Ou ainda contar uma história de quase ter sido pego pelos agentes de trânsito após ingerir bebidas. Parece que não caiu ainda a ficha dos brasileiros de que uma atitude imprudente de dirigir alcoolizado pode acabar com a história de uma família. Como aconteceu nesta semana. Além da embriaguez, o comportamento de maneira geral dos motoristas no trânsito é agressivo. O estresse dos engarrafamentos quilométricos explica, mas não justifica a condução irresponsável nas ruas e avenidas. O esteriótipo do motorista esquentado e sempre apressado também virou banal. Infelizmente. Pesquisa A pesquisa da Aberje, que revelou esse número ouviu 323 profissionais e 155 empresas de todo o Brasil. O estudo revelou que um terço da população aponta a mobilidade como um dos principais problemas da cidade. O transporte coletivo (citado por 33% das pessoas) e o trânsito (32%) tiveram as piores avaliações. Do total de entrevistados, 60% disseram possuir veículo próprio. Os outros motivos de insatisfação no trânsito, além da insegurança, foram a falta de respeito às leis de trânsito por motoristas e pedestres (88%), a qualidade das calçadas (88%) e a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência (86%). Os pedestres também sofrem nesse contexto, pois 39% dos entrevistados estão insatisfeitos com a quantidade de faixas de pedestres e 31% reclamam da localização delas. Nesta semana apresentaremos outros dados revelados na pesquisa coordenada pela Aberj. LEIA TAMBÉM Ciclistas sob ameaça no Recife Pesquisa aponta que 31,4% das rodovias pernambucanas são ruins ou péssimas Multa para pedestres e ciclistas: um retrocesso na legislação do trânsito    

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Sport ainda vive (por Houldine Nascimento)

“O pulso ainda pulsa e pulsa bastante.” A frase do meia-atacante Diego Souza após a vitória do Sport sobre o Fluminense por 2 a 1, no último sábado, reflete o sentimento da torcida rubro-negra. A esperança que parecia ter desaparecido na goleada sofrida por 5 a 1 para o Palmeiras ressurgiu, muito devido à consistente atuação da equipe pernambucana no Maracanã. Prova disso é que, com 23 minutos, André tinha feito os dois gols que garantiram o triunfo diante do clube carioca. Há duas rodadas, o rebaixamento parecia inevitável, especialmente pelo fraco desempenho do Leão. Àquela altura, o Sport já havia disputado 16 partidas neste segundo turno do Campeonato Brasileiro e vencido apenas uma: contra o Vitória, pior mandante da competição, em Salvador. Foram oito pontos conquistados de 48 possíveis. Para se manter na Série A, o Rubro-negro precisaria ganhar os três jogos restantes e torcer por resultados que o favorecessem. O primeiro passo foi a vitória ante o Bahia por 1 a 0 no Recife. Na sequência, veio o êxito contra o Fluminense no Rio. A situação ainda é difícil, mas os dois últimos jogos animam o torcedor. Para o duelo com o Corinthians, no próximo domingo (3), alguns setores da Ilha do Retiro já estão com os ingressos esgotados. O Leão não depende só de si. Precisa vencer o campeão brasileiro e rezar para que o Coritiba não vença a Chapecoense na Arena Condá ou que o Vitória não derrote o Flamengo no Barradão. Tanto a Chape quanto o Flamengo ainda tem objetivos na competição. As duas equipes buscam uma vaga na Copa Libertadores de 2018, fator que alimenta a fé dos pernambucanos. Caso o Sport continue na Primeira Divisão, dará um suspiro à péssima temporada do futebol do estado. Batalha dos Aflitos completa 12 anos O episódio mais trágico da história do Náutico completou 12 anos ontem. Em 26 de novembro de 2005, Timbu e Grêmio duelaram pelo acesso à Série A. Ao clube pernambucano, apenas a vitória interessava. E o Náutico teve muitas chances para que isso acontecesse: dois pênaltis a favor, quatro jogadores do adversário expulsos e o estádio dos Aflitos tomado pela massa alvirrubra. Incrivelmente, tudo deu errado e, mesmo com sete atletas em campo, o time gaúcho acabou ganhando por 1 a 0, gol de Anderson. A atmosfera absurda daquela partida parecia saída de um livro de Gabriel García Márquez. O Grêmio, que tinha tudo para seguir mais um ano na Segunda Divisão, retornou à elite nacional e com o título da Série B. Mano Menezes, hoje no Cruzeiro, era o técnico gremista e aquele jogo mudou o rumo de sua carreira, do time que comandava e do próprio Náutico, que desde então permanece num jejum de títulos.

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6 imagens dos arcos antigos do Recife

A primeira ponte construída na capital pernambucana foi a Maurício de Nassau, ainda no longínquo 1643. Chamada inicialmente como Ponte do Recife e também, durante um tempo, por Sete de Setembro, ela tinha um charme especial antigamente, que eram os arcos nas suas cabeceiras. De um lado o Arco da Conceição e do outro o Arco de Santo Antônio. Selecionamos três imagens de cada um deles. Arco da Conceição Instalado no lado do bairro do Recife, esse arco tinha portas, que segundo Gilberto Freyre foi edificado em 1645 e derrubado em 1913. O aumento do trânsito do cidade foi o motivo da sua demolição. Arco de Santo Antônio Ficava localizado na cabeceira oposta da ponte, no Bairro de Santo Antônio. As imagens são do acervo disponibilizado pela Villa Digital, da Fundação Joaquim Nabuco e a última do Instituto Arch. e Geogr. Pernambucano.  

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Tudo que aprendemos sobre relacionamentos está errado

*Por Beatriz Braga Existe um hábito comum no meu grupo de amigas: aquela conversa de sempre sobre as loucuras que vivemos em relacionamentos passados. Poderia dar um livro dividido em duas partes: a comédia, na qual rimos das situações bizarras que ficaram para trás, e o drama, sobre aquelas que ainda estão presas em relacionamentos destruidores. “Eu queria que você fosse virgem”. Foi o que o namorado de uma mulher que eu conheço suspirou ao seu lado. Um outro disse assim: “meu sonho é que você morasse numa bolha”. Rimos meio nervosas dessas frases que, na verdade, são o exemplo perfeito da “mulher-propriedade” que aprendemos a ser desde cedo. Não é preciso ser mulher heterossexual para viver um relacionamento nocivo. Mas eu falo de algo que vejo com uma frequência que beira ao desespero: mulheres constantemente presas a homens manipuladores e abusivos. Sabe aquele momento que o cara reclama da roupa, da bebida, do jeito que você falou com um amigo ou da sua simpatia sem sentido? E você começa a se questionar se realmente não deve ter exagerado, falado demais ou feito demais? Toda nossa vida somos levadas a nos submetermos a essas situações e nos declararmos culpadas. A verdade é que tudo que nos ensinam sobre relacionamentos está errado. A começar pelo o ideal do casamento cultivado desde cedo na vida das garotas. Não é à toa que passei vários recreios no colégio brincando de acertar a idade que iria me casar, enquanto, não muito longe, os meninos se preocupavam com nada mais que suas bolas de gude. A fórmula do casamento que conhecemos é nociva. Basta ver as pequenas tradições. A coisa mais de mal gosto que existe é quando, antes da noiva entrar na igreja, uma criança toda pomposa traz a placa com a frase “não foge não, ela está linda” direcionada ao noivo. Afinal, o “coitado” foi “arrastado” até ali. Ou pior: aquelas miniaturas que se coloca em cima do bolo, nas quais a mulher puxa o homem por uma corda amarrada ao pescoço. Depois de passar a vida toda ouvindo que “o grande dia” das nossas vidas é o que dizemos “sim” para um homem ajoelhado, a expectativa de fazer o relacionamento dar certo é toda voltada à mulher. Primeiro, temos que esperar ansiosamente pelo pedido. Depois, somos metralhadas com tutoriais de como ser a melhor mãe, esposa, dona de casa e ainda ser sexy e poderosa. Eu já ouvi várias vezes, inclusive de jovens, que se eu não pressionar meu namorado a gente nunca vai casar. O mundo sempre assume que eu estou louca para ganhar uma aliança, enquanto ele vai adiar o compromisso até onde puder. No momento em que damos uma importância extraordinária ao casamento como o grande objetivo da vida de uma mulher e ensinamos que o sucesso de uma união é sua responsabilidade, estamos sublimando que elas também devem ser resilientes em relações mal sucedidas. Minhas amigas que não conseguem se desfazer de relações abusivas têm medo de ficar só; sentimento de culpa diante do fracasso; a sensação de que ninguém além daquele homem vai entendê-la, aguentá-la, suportá-la. E, no pior dos casos, esperam que alguém as salve. Muitas mulheres ainda acham que só quem vai poder tirá-las dali é um outro homem, tal qual o príncipe encantado no cavalo branco. Apesar de ainda enxergar ao meu redor tantos relacionamentos problemáticos, acredito que um novo capítulo esteja sendo escrito naquele livro lá de cima. Quando conseguimos nos desfazer dessas relações, elas viram conteúdo para algo nunca visto em tutorial de revista feminina: o que não devemos querer. Eu agradeço aos casos abusivos do passado porque consigo ver, agora, que o que tenho na minha relação atual é exatamente o contrário. Foi, também depois de me livrar deles, que descobri o quanto era importante e delicioso estar bem e feliz sozinha. Vejo as pessoas criticando a quantidade de casais se separando atualmente, parece que o número está crescendo. Se fala que os jovens não têm mais paciência para tolerar um casamento. Eu vejo por outro lado: será que as pessoas estão com menos paciência para relações infelizes? Torço para que cada vez mais mulheres sigam esse caminho. Hoje, toda vez que alguém vem me falar que eu preciso pressionar meu namorado a alguma coisa, eu queria explicar que meu relacionamento é construído em dupla. Que, dentro dele, temos desconstruído os ensinamentos tortos que ganhamos ao longo da vida. Não existe corda no pescoço, nem anel do dedo - quem sabe, um dia, se os dois quiserem. Muito mais importante é que há, sim, respeito, parceria e igualdade. Ou, pelo menos, a busca incessante por esse tripé. As responsabilidades e as frustrações são divididas. O machismo, por sinal, é pauta quase todo dia e só vai deixar de ser quando nos livrarmos dele por completo – tanto ele, como eu também- se é que isso é possível. Reinventar tudo que aprendemos e ter coragem para ir em busca de algo muito melhor. Quem sabe será essa nossa grande revolução.

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Ministério das Cidades promete recursos do FGTS para financiar mobilidade

O Ministério das Cidades, que até poucos dias era dirigido pelo pernambucano Bruno Araújo, anunciou uma linha de crédito para financiar projetos da iniciativa privada para melhorar a infraestrutura de mobilidade. O alto custo das obras para qualificar as cidades, como sistemas de transporte sobre trilhos ou corredores de ônibus, inviabiliza diversos projetos, que permanecem anos na gaveta. A novidade, anunciada hoje pelo Governo Federal, é que serão disponibilizados recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), pelo programa Avançar Cidades - o PAC do Governo Temer - para a instalação de BRTs, Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), terminais rodoviário, pontos de ônibus e até mesmo aplicativos como GPS e sistema de informação para os usuários do transporte público. Só podem solicitar esses recursos operadoras de serviços de transporte público coletivo urbano ou empresas que já tenham projetos na área de mobilidade urbana. O Portal Brasil indica que as empresas interessadas em apresentar projetos precisam preencher uma carta-consulta que está disponível no página do Ministério das Cidades e enviá-la para a Caixa Econômica Federal. Essa é uma medida do programa Pró-Transporte, do Ministério das Cidades, que teve sua publicação ontem no Diário Oficial da União. A Instrução Normativa N.º 47 diz que o objetivo do programa é "melhorar a qualidade da prestação dos serviços de transporte público coletivo nos ambientes urbanos e a circulação de pessoas por intermédio do financiamento ao setor privado dos investimentos de implantação, ampliação, adequação ou modernização de sistemas de transporte público coletivo urbano e/ou transporte público coletivo intermunicipal de caráter urbano, além de ações voltadas à qualificação viária, ao transporte não motorizado (transporte ativo) e à elaboração de projetos de mobilidade urbana." Investir em transporte público é um caminho para desafogar as cidades, travadas pelos congestionamentos diários. O incentivo ao transporte ativo (não motorizado) é uma bola acertada do programa. A espera da iniciativa privada para o lançamentos dos projetos é um ponto que parece estranho. Os projetos de mobilidade deveriam estar integrados à planos maiores inclusive que às cidades, mas atendendo os interesses metropolitanos. O Ministério das Cidades afirmou em seu site apenas que o "programa contará com participação do poder público local – Estados e municípios - que será responsável pela autorização dos projetos, atestando que os mesmos atendem às legislações e requisitos locais".

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A quarta força do futebol nordestino

*Por Houldine Nascimento Pernambuco corre grande risco de virar a quarta força de um claudicante futebol nordestino. Isso porque o Sport, que disputa o Brasileirão, está seriamente ameaçado de cair. Com os rebaixamentos de Náutico e Santa Cruz para a Série C, o estado só teria um representante na Segunda Divisão. Caso o descenso rubro-negro seja confirmado, Bahia, Ceará e Alagoas passariam à frente dos pernambucanos: os baianos por terem Bahia e Vitória na Série A; os cearenses pelo Fortaleza na Série B e o Ceará na elite nacional em 2018; e os alagoanos pela dupla CRB e CSA na Segundona. Não há perspectiva de melhora para a prática futebolística por estas bandas. Além das gestões ruinosas que vêm afundando as principais equipes locais há anos, a Federação Pernambucana de Futebol nada faz para mudar esse quadro. Subservientes, os próprios clubes se curvam aos desmandos de FPF e CBF, resignados com as migalhas que recebem de cotas de TV. Pior do que isso: ajudam quem os maltrata a manter-se no poder. As Federações só existem em razão dos clubes, e não o contrário. E, se o trio de ferro do Recife passa por apuros, o que dizer do futebol do interior? O Central, que tem tradição e costuma dificultar a vida dos times da capital, não é sombra pálida do que já foi. O estádio Luiz Lacerda, onde manda seus jogos em Caruaru, sofre com a deterioração. Sem falar nas dificuldades financeiras por que passa a Patativa. Apenas o Salgueiro se apresenta firme, mais por méritos de seus gestores do que qualquer outra coisa. Não há uma política para fortalecer o futebol pernambucano, seja no Recife, Agreste, Zona da Mata, Litoral ou Sertão. Pernambuco já brilhou no cenário nacional muitas vezes. Em 1966, o Náutico passou por cima do Santos de Pelé em São Paulo. No ano seguinte, o Timbu foi vice-campeão da Taça Brasil, capitaneado por jogadores memoráveis, como Bita, Lala, Gena, Salomão e Ivan Brondi. O Santa Cruz também viveu momentos de glória, como em 1975, quando chegou às semifinais do Campeonato Brasileiro e teve Ramon como artilheiro dois anos antes. O Tricolor pernambucano também foi o primeiro e dos raros times do Brasil a derrotar nossa Seleção, além de projetar vários craques para o mundo, como Rivaldo, Givanildo, Nunes e tantos outros. No Brasileirão de 1986, o aguerrido Central não tomou conhecimento do Flamengo e venceu o time carioca por 2 a 1 em Caruaru. No Rubro-negro, havia Jorginho, Bebeto e Zinho em campo sob o comando de Lazaroni. E o Sport conquistou a Copa do Brasil de 2008 atropelando grandes adversários, foi vice-campeão da Copa dos Campeões após derrubar o São Paulo de Raí e fez campanhas marcantes no Brasileirão, chegando ao topo em 1987. Que os nossos clubes não fiquem presos ao passado glorioso, mas que se espelhem no que fizeram de bom noutros tempos. O povo pernambucano, tão apaixonado por futebol, não merece vivenciar tanto vexame. *Houldine Nascimento é jornalista e passa a escrever nas segundas-feiras para a Algomais sobre futebol

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Ciclistas sob ameaça no Recife

No último final de semana Lígia Lima, que integra a coordenação da Ameciclo e do Observatório do Recife, foi atropelada enquanto estava pedalando na ciclofaixa da Estrada do Encanamento. O carro que atropelou a ativista estava estacionado na calçada e para acessar a via passou pela ciclofaixa, quando aconteceu o choque por trás da bike. Lígia teve ferimentos. Uma história diferente de tantos ciclistas da capital pernambucana e do Brasil que perderam suas vidas por imprudência. A "invisibilidade" dos ciclistas nas ruas pelos motoristas de carros e motos precisa de um enfrentamento. A Ameciclo descreveu na sua página o atropelamento e relatou que o condutor não admitiu a culpa por ter atropelado Ligia. "Apesar de ter permanecido no local, o condutor negou ter sido responsável pelo atropelamento até que descobriu que o evento tinha sido filmado por um carro passante. Ligia, que já foi medicada e apesar de ainda estar sentido fortes dores pelo corpo, está fora de perigo e estável. O atropelamento ocorreu porque o condutor, que estava com o veículo parado irregularmente sobre a calçada, acessou a via invadindo a ciclofaixa e atingiu a ciclista, que estava na ciclofaixa, por trás. Ligia sem chance de uma reação rápida foi imediatamente ao chão, desmaiando por alguns segundos". A ciclofaixa da Estrada do Encanamento foi criticada pela associação, que já alertou a CTTU na necessidade de ajustes, que nunca foram realizados, como o alargamento da faixa e a fiscalização de velocidade. Em nota, o Observatório do Recife defendeu incisivamente que o poder público trate o tema da segurança dos ciclistas com urgência: "É preciso que a Prefeitura do Recife, junto com os órgãos competentes, passem a enfrentar os problemas de mobilidade da cidade com a urgência e seriedade necessários para que outras situações como estas não voltem a acontecer. A vida do cidadão precisa ser a prioridade dos órgãos que ordenam e fiscaliza o trânsito na cidade!" O caso de Lígia está longe de ser isolado. Há um mês outro associado da Ameciclo, Cezar Martins, foi atropelado na Av Mário Melo. Em outubro o pernambucano Raul Aragão perdeu a vida em Brasília, quando pedalava na Asa Norte. O crescimento do número de ciclistas, que são recifenses em busca de uma mobilidade mais saudável e sustentável,  infelizmente não tem sido acompanhado por políticas de segurança e educação no trânsito. Pedalar virou fator de risco.

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