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Como proteger sua pele do ar frio e do tempo seco, que causam desidratação e doenças

No inverno, o cabelo, os lábios e a pele sofrem devido à baixa umidade e o clima frio. Os banhos exageradamente quentes e também o vento ajudam a piorar a beleza e a saúde dessas regiões do corpo. “Nesses casos, a gordura presente na camada da superfície da pele é retirada, causando o surgimento da desidratação – com a pele irritada, ressecada e descamada, ou a piora das doenças dermatológicas já existentes, como a psoríase e as dermatites atópicas (faixas de vermelhidão e descamação na pele que atacam as pessoas alérgicas) e seborreica (placas vermelhas descamativas que usualmente aparecem no rosto)”, afirma o dermatologista Dr. Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia Com isso, o tempo seco unido à poluição deixam os lábios ficarem também muito ressecados. “Isso ocorre porque eles estão mais em contato com a poeira, o vento, a poluição e o tempo muito seco, retirando a oleosidade e hidratação natural do lábio. Ele fica muito seco e rachado realmente, se não for hidratado. Os joelhos, cotovelos, pés e mãos também são prejudicados por serem áreas com poucas glândulas sebáceas e mais sujeitas ao ressecamento”, completa. A qualidade da pele e do couro cabeludo pode piorar devido aos hábitos errados no inverno. “O pior deles é tomar banhos longos e bem quentes. A água em alta temperatura acaba retirando a oleosidade e favorecendo a aparição da dermatite seborreica. A bucha esfregada em excesso no corpo também agride demais os tecidos e resseca ainda mais a pele”, explica. Um outro erro bastante comum é lixar os pés: “Quanto mais o quadro de esfoliação for agressivo, maior vai ser a produção rebote (de queratina) pela pele (como resposta natural do corpo), e maior será o espessamento. Então, a pele fica ainda mais grossa. Além disso, num primeiro instante, há a possibilidade de perder a capacidade de autoproteção, sendo retirado também o estrato córneo natural que protege os pés, com a abertura para fungos e bactérias, aumentando a sensibilidade e ajudando no crescimento da dermatite irritativa ou de contato”, comenta o médico, que separou algumas dicas importantes para passar o inverno sem preocupação: >Temperatura da água no chuveiro – Evite banho muito quente, porque ele remove a oleosidade natural da pele e do cabelo, causando ressecamento. De 35 a 40 graus é o suficiente para um bom banho. Uma dica é olhar sempre o espelho: se o espelho estiver embaçado por inteiro, a água estará em exagerados 60 graus aproximadamente. >Pele do rosto – Para uma pele limpa, água morna e um pouco de sabonete são a medida certa, dê preferência a sabonetes líquidos mais leves, menos agressivos, e com capacidade hidratante. >Hidratação do rosto – Depois da limpeza e tonificação, use hidratantes capazes de deixar a pele muito bem hidratada, contendo ácido hialurônico e ativos formadores de filme. >Uso excessivo de hidratantes no corpo - Aplique com o corpo ainda úmido para o aumento da penetração. >Escolha de Vestimenta - Dê preferência a casacos e blusas de moletom ou de algodão ou flanela. No uso de roupas de lã, fios sintéticos ou lã acrílica, utilize uma camiseta de algodão por baixo para se proteger contra coceiras e alergias e também para escapar do contato direto com a pele. >Secador de Cabelo – Aplicado geralmente no inverno, utilize o secador o mais longe possível dos cabelos, evitando assim que o couro cabeludo seja queimado e descamado. >Hidratação dos Cabelos - A máscara ideal para causar um efeito nutritivo aos cabelos pode conter na composição produtos derivados de vegetais (Manteiga de Karité, Manteiga de Cacau, Manteiga de Oliva, Óleo de Algodão, Óleo de Girassol), com ativos que repõem os nutrientes necessários para manter os cabelos nutridos e bonitos ao longo do inverno. >Uso de condicionador e cremes sem enxágue - Aplique da metade para baixo nos fios. Evite contato com o couro cabeludo para prevenir descamações. Lave retirando bem o produto. Creme sem enxágue deve ser aplicado evitando contato com a raiz. >Uso de Filtro Solar – Mesmo com a chegada do inverno, devemos passar o protetor solar diariamente. Ele deve variar conforme o tipo de pele e contar com FPS de no mínimo 30. >Esfolie os pés – Para o problema com a pele dos pés mais grossa, a esfoliação natural é a melhor maneira para resolução. “Antes de esfoliar, os pés devem ser colocados numa solução que pode ser de água com uma mistura de óleos e somente depois fazer a esfoliação, em movimentos circulares”, recomenda. Depois, faça uma hidratação com cremes à base de lanolina, manteiga de karité, Vitamina E, Pro Vitamina B5 e a ureia. >Beba muito líquido – O consumo de água, frutas e verduras, é fundamental e não pode ser esquecido. >Visite o dermatologista – Muitos problemas de pele podem ser solucionados com procedimentos em consultório durante as temperaturas mais baixas, pois a incidência do sol é menor. Fonte: Dr. Jardis Volpe, dermatologista; Diretor Clínico da Clínica Volpe (São Paulo). Formado pela Universidade de São Paulo (USP); Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; Membro da Sociedade Americana de Laser, da SBD e da Academia Americana de Dermatologia; Pós-graduação em Dermatocosmiatria pela FMABC; Atualização em Laser pela Harvard Medical School. www.clinicavolpe.com.br

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Um futuro mais tecnológico e humano

Em meio a tantos avanços tecnológicos, o que o futuro reserva para a formação do profissional de saúde e a sua relação com o paciente? As respostas à indagação foram debatidas no Cidades Algomais FPS, evento realizado pela Algomais e Rádio CBN Recife, com patrocínio da Faculdade Pernambucana de Saúde. As discussões levaram em conta dados como os do FEM (Fórum Econômico Mundial). Um deles, exibido por Carlos Figueira, diretor acadêmico da faculdade, aponta a necessidade de mais de 50% dos trabalhadores aumentarem suas habilidades num futuro bem próximo, caso contrário serão ultrapassados. Ainda segundo o fórum, 65% dos jovens nos próximos cinco ou 10 anos vão trabalhar em lugares e profissões que não existem atualmente. “Isso significa que os próximos anos serão muitos difíceis, com regras ainda não definidas. Neste mundo da convergência digital, o aprendizado saiu das escolas e das universidades e hoje ele está na internet. O protagonismo está com os alunos. Mas, inovação não é máquina, nem software. É gente, é conjunto de pessoas, é preocupação com o futuro”, ressalva o diretor acadêmico. . . Lília Porto, palestrante do evento concorda com Figueira. Fundadora do site O Futuro das Coisas, ela também recorre aos números do FEM para mostrar que as transformações podem não ser tão catastróficas. “Até 2025, serão criados no mundo 133 milhões de novos empregos, mas 75 milhões vão desaparecer. Então, temos um saldo de 58 milhões de novos empregos”, contabiliza. Mas, quais os trabalhos que vão continuar existindo? “Aqueles que têm um componente humano muito forte. Quanto mais tiver interação humana, mais difícil será automatizar”, assegura Lília. Logo, profissões de saúde, caracterizadas pela relação com o paciente, têm pouca chance de serem executadas por robôs. Mas não é só isso. Um estudo da McKinsey apresentado por Lília, indicou que dificilmente serão automatizados: processos criativos e tomada de decisão complexos, trabalhos físicos em ambientes também complexos e gerenciar humanos e híbridos tecnológicos. Muitas dessas atividades fazem parte do cotidiano dos profissionais de saúde. Já as tarefas facilmente automatizadas são: coleta e organização de dados, processamento primários de informações, trabalhos físicos simples e repetitivos (como os da indústria automobilística), interação de instrução ou informações, gerenciar metas e indicadores. Além da automatização, outra macrotendência que afetará o mundo do trabalho, segundo Lília, é a longevidade das populações. “Até 2060, um em cada quatro brasileiros terá acima de 65 anos, no mundo haverá mais pessoas com mais de 60 anos do que entre 10 e 24 anos”, aponta. “Possivelmente haverá uma competição intergeracional”, estima Lília. “Haverá um médico sênior, mais velho que tem um monte de experiência e de vivência para compartilhar com um jovem profissional que tem uma cabeça mais tecnológica, mas que precisa dessa interação”. BICO A chamada “economia do bico” é outra megatendência. Isso significa fazer um trabalho temporário para uma empresa, que pode estar no Brasil ou em qualquer lugar do mundo. Pode-se, por exemplo, formar uma equipe para fazer uma pesquisa, num projeto que tenha início, meio e fim. “É menos cargo e mais trabalho. Em vez de se ter um empregador, serão diversos”, explica Lília. Como em outras atividades, a medicina será digitalizada, mas não significa que o paciente terá um tratamento mais frio. Será automatizado apenas aquilo que softwares e robôs fazem melhor que o homem. “Temos que nos diferenciar com habilidades humanas e resgatar aquele velho médico de família que olha no olho. Tenho muito ouvido falar: ‘prefiro ser atendido por um algoritmo do que por um médico que não olha na minha cara, ou que me atende em cinco minutos’”, adverte. Com tantas transformações, há a necessidade de adaptar o aprendizado dos alunos a essa nova realidade. O assunto também foi debatido no Cidades Algomais FPS, em que o destaque foi o uso da simulação como recurso pedagógico. A obstetra e professora da FPS, Brena Melo, mostrou como utiliza modelos e atores numa aula para simular a realização de um parto com os estudantes.   . . “A simulação permite treinar o aluno num ambiente que não oferece risco ao paciente e também dá a oportunidade de repetição da prática, que é condição básica para a capacitação”, destaca Brena. Outra vantagem é a possibilidade de avaliar não apenas habilidades cognitivas e técnicas do aluno, mas também suas atitudes, como atuar utilizando critérios éticos, empatia e o trabalho em equipe. Imersão é outro recurso que tem sido utilizado para formar os profissionais de saúde do futuro. Já era comum no ensino de idiomas, em que os alunos viajam para outro país para aprender uma segunda língua, imersos no cotidiano de outra cultura. O surgimento das novas tecnologias deu um “upgrade” a esse método. Em sua palestra, Romero Tori, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), mostrou o projeto de uso da realidade virtual para treinamento da anestesia odontológica, desenvolvido em parceria com a Faculdade de Odontologia da instituição paulista. Essa tecnologia permite ao aluno visualizar um ambiente de consultório e o paciente. “A simulação não é só visual, colocamos uma seringa na mão do estudante e ele sente a resistência da mucosa bucal quando introduz a agulha, dando mais realismo”, explica Tori. . . O CAM FPS, que teve apoio da Rádio Globo, Hotéis Pernambuco, Luck Viagens e Shopping RioMar, faz parte do Projeto Cidades Algomais, que debate soluções para os problemas dos grandes centros urbanos. Todas as experiências e análises mostradas durante o evento tiveram o objetivo de encontrar alternativas para o futuro da formação dos profissionais de saúde e de sua atuação no mercado de trabalho. A intenção desses encontros é inspirar práticas criativas. “Acreditamos que inspiração gera atitude e queremos compartilhar ideias que deram certo. Todos nós – professores, estudantes, gestores públicos e empresários - temos o poder e a missão de melhorar a experiência humana”, resume a coordenadora do projeto Mariana de Melo. *Por Cláudia Santos, editora da Revista Algomais (claudia@algomais.com)

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Sociedade Brasileira de Dermatologia adere ao Dia Mundial do Vitiligo

Dia 25 de junho é comemorado o Dia Mundial do Vitiligo, criado para conscientizar e minimizar o preconceito sobre a doença que afeta 1% da população mundial e 0,5% da brasileira. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) aproveita a data para discutir os impactos da discriminação acerca da doença e a importância da informação. O vitiligo é uma doença não contagiosa caracterizada por perda da coloração da pele, em virtude da destruição dos melanócitos, células que formam a melanina, pigmento que dá cor à pele. Os principais sintomas são manchas brancas pelo corpo e transtornos psicológicos, como baixa autoestima, pouca qualidade de vida e retração social. “Os pacientes com vitiligo não costumam se queixar de sintomas físicos, além das manchas. É uma doença onde os sintomas psíquicos provocados pelo preconceito são os que mais preocupam. O paciente precisa ter um acompanhamento médico e psicológico para não deixar as manchas virarem o centro da sua vida, prevenir novas lesões e garantir efeitos positivos nos resultados do tratamento. A família também é muito importante na superação da doença, principalmente na infância”, explica Caio Castro, médico dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). As causas da doença ainda não são totalmente conhecidas, mas a genética, exposição solar ou química, alterações autoimunes, condições emocionais de estresse e traumas psicológicos podem desencadear o surgimento ou agravamento do vitiligo. Além de tentar controlar o estresse, o paciente deve evitar fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes, como usar roupas apertadas, que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, e se proteger da exposição solar usando medidas fotoprotetoras (Chapéus de aba larga, roupas que cubram áreas do corpo que ficam expostas ao sol, óculos com proteção UVA e UVB e protetor solar). Ao surgir as primeiras manchas na pele é necessário procurar um dermatologista associado à SBD (www.sbd.org.br/associados/), profissional apto para diagnosticar e realizar o tratamento individualizado da doença. A SBD alerta que quanto antes começar o tratamento, maior é a chance de controlar/interromper a propagação das manchas e repigmentar a pele. A fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb), fototerapia com ultravioleta A (PUVA), laser, bem como técnicas cirúrgicas de transplante de melanócitos são alguns dos tratamentos disponíveis. Também existem medicamentos em fase de pesquisas que devem surgir em médio prazo. Saiba como identificar os tipos de Vitiligo 1) Focal: Poucas lesões pequenas em uma área específica. 2) Mucosal: Somente nas mucosas, como lábios e região genital. 3) Segmentar: Lesões que se distribuem unilateralmente, ou seja, em apenas uma parte do corpo. 4) Acrofacial: Nos dedos e em volta da boca, dos olhos, do ânus e dos genitais. 5) Comum: No tórax, abdômen, pernas, nádegas, braços, pescoço, axilas, além das áreas acometidas pela acrofacial. 6) Universal: Manchas por quase todo o corpo. Confira o depoimento da Eliane Medeiros, modelo que têm vitiligo, superou o preconceito e vive normalmente: www.youtube.com/watch?v=6PT9Gu3_Qfw.

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Cuidado global é a chave para o tratamento do câncer

A edição 2019 do Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), evento de referência global em oncologia clínica – que aconteceu nesse mês, em Chicago (EUA) –, trouxe a abordagem humana e os cuidados globais com a saúde do paciente à pauta central dos debates. Ao todo mais de 40 mil profissionais acompanharam uma série de apresentações, pesquisas inéditas e debates sobre as formas como especialistas de diferentes países podem transformar os principais avanços científicos e tecnológicos recentes em realidade para o tratamento dos pacientes com câncer. A mensagem: “Cuidando de cada paciente, aprendendo com cada paciente” foi o slogan desse ano. Em todas as sessões, foram destacados aspectos relacionados à jornada vivenciada durante o tratamento e após esse período do ponto de vista da medicina humanizada. Para Bruno Pacheco, do Grupo Oncoclínicas em Recife, o tema do ASCO mostrou a importância de se valorizar a experiência do paciente e aprender com ele. “É fundamental individualizar o tratamento e ter o feedback de tudo que acontece durante o período de recuperação”, afirmou. Diante disso, é importante que o médico assuma, também, o papel de ouvinte, colocando-se aberto ao diálogo e ao esclarecimento de dúvidas. Quanto mais informação o paciente possuir, maior será sua capacidade de decisão sobre o futuro, diante de um desfecho desfavorável, quando se tratar de doença incurável. Quanto mais ampla for a troca de informações (diálogo), mais fortalecida se tornará a relação médico-paciente. Atividades físicas De acordo com Bruno Pacheco, a ciência tem provado o que o médico já encontrava em seus casos diariamente. Ele afirma que a incorporação de atividades físicas na vida dos pacientes não só contribui para evitar o aparecimento de tumores, como também pode auxiliar na tolerância ao tratamento e, principalmente influenciando positivamente no aumento das chances de cura. “Um estudo clínico recentemente apresentado comparou dois grupos de pacientes com câncer de mama que encerraram a quimioterapia. Um grupo foi submetido a um programa de atividade física periódico e orientação dietética por dois anos e o outro grupo não foi submetido a esse mesmo programa. A diferença de prognóstico entre as pessoas foi impressionante, onde o impacto das mudanças de hábito de vida proporcionou um aumento significativo nas chances de cura, ressalta o médico. Quando se fala em prevenção, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) indica que pessoas de 18 a 64 anos pratiquem pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana ou, em média, pouco mais de 20 minutos por dia.

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Procedimentos estéticos na gravidez

A gestação é uma fase única na vida de qualquer mulher, que deve ser aproveitada ao máximo. Durante esse período, muitas mulheres costumam abandonar qualquer tipo de esforço físico e tratamento estético. No entanto, com os cuidados certos e sem radicalismo é possível curtir este momento sem deixar de se cuidar e se sentir linda. Diferente do que muitos acreditam, os tratamentos estéticos são bem vindos neste período. A drenagem linfática, por exemplo, é muito importante para diminuir a retenção de líquido (inchaço) e as dores nas pernas comuns na gestação. Já a drenagem facial é uma ótima escolha para as futuras mamães que sofrem com inchaço até no rosto. Além de tudo isso, esse tratamento também promove uma sensação de relaxamento e bem estar. Buscando o alívio das dores nas costas e relaxamento, as gestantes podem apostar em massagens que diminuam a tensão muscular, oxigenam os tecidos e relaxam corpo e mente, mas para aproveitar ao máximo e sem medo “é muito importante escolher um profissional qualificado, que precisa evitar zonas reflexas presentes na lombar (frequentemente usadas para induzir o parto) e cremes com cânfora, que são muito comuns nas massagens relaxantes”, afirma a fisioterapeuta, especialista em estética, Gabriela Laubé. Segundo ela, durante a gravidez a Anvisa contraindica o uso de cosméticos com canfora, chumbo e ureia a partir de uma determinada concentração. Com a ajuda de um bom profissional também é possível a prática da acupuntura. “Somente alguém qualificado é capaz de evitar os pontos contraindicados (que podem induzir o parto prematuro ou um processo abortivo) e ajudar suas pacientes no combate a náuseas e dores de cabeça, já que grávidas não podem fazer uso de inúmeras medicações, alívio de dores musculares, controle da ansiedade e relaxamento”, conta a Gabriela. Outra recomendação importantíssima é evitar os peelings químicos neste período, já que ácidos como retinóico e o salicílico são contraindicados. Uma boa alternativa são os peelings mecânicos e poucos agressivos, como os peelings de diamante e cristal. A gravidez também costuma ser uma fase em que muitas mulheres sofrem com acne, nesses casos vale ressaltar que a limpeza de pele é permitida e muito bem vinda. Por fim, cuidar da saúde e da beleza nessa fase é possível e até recomendável. Para a fisioterapeuta: “Preocupar-se com a alimentação e controlar o ganho de peso é saudável e necessário, mas é indicado deixar os tratamentos redutores de medidas para depois do parto, afinal tanto a eletroterapia quanto as massagens vigorosas no abdome não são aconselháveis nesse período”. Saúde é sempre prioridade, dessa forma, conversar com o seu médico, se informar sobre as restrições da gravidez e escolher um bom profissional são fundamentais para manter a beleza em dia aproveitando ao máximo a gestação, sem prejudicar seu bem estar e do seu bebê.

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São João: fique alerta com os acidentes com queimaduras

O Nordeste se enfeita para saudar São João. Por todos os lados, festas, fogueiras e fogos de artifício animam a Região. Mas é preciso tomar alguns cuidados e evitar acidentes com queimaduras. As lesões podem matar ou deixar sequelas graves para toda a vida. "Neste período junino, é comum acender fogueiras. É preciso se manter sempre afastado para evitar que fagulhas e faíscas caiam nas roupas e jamais tentar pular. Também é preciso prestar atenção ao local onde a fogueira está sendo feita, para evitar incêndios, e à direção do vento", alerta o cirurgião Marcelo Borges, coordenador do SOS Queimaduras e Feridas, do Hospital São Marcos, no Recife. O especialista é membro da Sociedade Brasileira de Queimaduras. O álcool não deve ser usado para acender fogueiras, pois o vapor pode ir em direção ao fogo e causar uma explosão. Marcelo Borges também adverte sobre o uso dos fogos de artifício. Mesmo os que são considerados fracos podem causar lesões, como cegueira e amputações de dedos e até das mãos. O ideal, aconselha o cirurgião, é evitar brincar com bombinhas e rojões. "Se fizer uso dos fogos, não se deve acender próximo ao rosto", orienta. É importante, ainda, verificar se os fogos não estão rasgados ou úmidos e se o pavio está inteiro. Outro cuidado que deve-se tomar é não tentar aproveitar uma bombinha se ela tiver falhado. Além disso, prestar atenção à origem dos fogos e soltá-los em um ambiente aberto. Nesse período em que a comida também ganha destaque, é preciso tomar alguns cuidados na cozinha, o local da casa onde mais acontecem queimaduras. Por isso, é preciso evitar que as crianças cheguem perto do fogão. Ao cozinhar, é recomendado que sejam usadas as bocas do fundo, deixando os cabos das panelas sempre para dentro. E caso uma panela com comidas gordurosas pegue fogo, o correto é tampá-las ou cobrir com um pano, sem jogar água. Na mesa, deve-se evitar toalhas compridas para que as crianças não consigam puxá-las. Mas, se ocorrer um acidente mesmo após tomar todos os cuidados, é preciso agir rápido. O primeiro passo é lavar a área queimada com água corrente por pelo menos 15 minutos. Se formar bolhas na pele, não deve-se estourá-las. Nenhum produto deve ser colocado na lesão, como pasta de dente, pó de café, óleo de cozinha e manteiga. A área deve ser coberta com um pano limpo e é preciso procurar atendimento médico imediatamente. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras, cerca de um milhão de pessoas são vítimas de acidentes com queimaduras todos os anos no Brasil. Desse total, 40% são crianças e adolescentes até 15 anos. Além disso, 80% dos acidentes ocorrem dentro de casa. Cuidados as queimaduras: - Lavar com água corrente por cerca de 15 minutos - Remover acessórios como anéis, pulseiras, cintos, sapatos e brincos - Cobrir a área afetada com um pano limpo, como uma toalha - Procurar atendimento médico - Se as suas roupas pegarem fogo, a pessoa deve deitar no chão e rolar até apagar ou usar um cobertor para abafar o fogo - Não fazer curativos e não furar as bolhas até receber atendimento médico - Não usar pasta de dente, pó de café, óleo de cozinha, manteiga. Esses produtos podem aumentar a lesão e causar infecções  

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Programação junina e conexão com a natureza nos equipamentos ambientais da PCR

Os equipamentos ambientais da Prefeitura do Recife são opções de lazer e diversão para quem quiser aproveitar o fim de semana. O Jardim Botânico, no Curado; o Econúcleo Jaqueira, na Zona Norte e o Centro de Atendimento ao Turista Ambiental (CAT Ambiental), na Zona Sul; estarão oferecendo oficinas, apresentação teatral e caminhada ecológica em clima de São João. O destaque fica para oficina de decoração para Festa Junina, com material reciclado. No Econúcleo Jaqueira, o sábado (22) começa com a contação de história e oficina: "Borboletando coisa e tal". A atividade acontece às 9h e vai explorar o ciclo de vida da borboleta e curiosidades ao seu respeito, utilizando formas animadas. Além disso, ainda vai rolar a oficina de criação de imã de geladeira no formato da borboleta. Após essa atividade, o visitante poderá participar também das comemorações do aniversário do Dia do Baobá, instituído pela Lei Municipal 17.099 e celebrado a cada dia 19 de junho. A professora Carla Santana realizará uma oficina de dança afro, às16h. O Dia do Baobá é comemorado desde 2005 e homenageia a árvore que possui mais exemplares tombados pelo município. A árvore possui importância antropológica, sobretudo junto à militância negra pernambucana, além de ocupar espaços em segmentos culturais, como literatura e teatro. E para quem quiser entrar no clima junino, a opção é participar, às 11h, da aula expositiva de decoração para Festa Junina, com material reciclado. Na ocasião, irão aprender a confeccionar balão de flor com saco de pipoca; bandejinha de doce com caixa de ovo e arte com papelão. O Jardim Botânico do Recife só abrirá no sábado (22), e quem visitar o local poderá conferir, às 9h, a Caminhada Ecológica: sons e movimentos da mata, que vai promover uma conexão com a natureza através dos sons que da natureza. Os participantes poderão observar os movimentos das folhas, galhos, pássaros, aguçando os cinco sentidos, principalmente a escuta e o olhar. O equipamento público de lazer contemplativo, pesquisa e conservação funcionará das 9h às 15h30. O CAT Ambiental também estará com uma programação voltada para consciência ambiental. No domingo (23), às 09h o grupo Sahaj Yoga vai oferecer meditação gratuita para os visitantes. Logo após, o espaço será palco da oficina “A Natureza que Cuida”, que ensinará a produzir produtos naturais como repelente, sabonete e shampoo. Para encerrar o domingo, ainda vai rolar Vivência Ambiental “Água Viva”. A programação começa às 9h e segue até às 17h. Confira a programação completa dos equipamentos ambientais:   Econúcleo Jaqueira, Sábado (22) 09h – Contação de história e Oficina: "Borboletando coisa e tal" 10h – Trilha ambiental + oficina de mudas “plantando o futuro” 11h - Aula expositiva de decoração para Festa Junina, com material reciclado 14h – Trilha Ambiental Cantarolada (Sr. Baobá) 15h – O Meio que se conta: contação de histórias “As aventuras de Anansi” 16h – Dança Afro com Carla Santana   Domingo (23) 09h – Meditação com o grupo Sahaja Yoga 10h - Resíduo nos eixos: oficina de malabares 11h - Oficina de mudas “Cantinho das Sementes” 14h – Trilha Ambiental + oficina de Vermicompostagem 15h – Histórias Cantaroladas 16h – Pocket Show com Maricota e Dom   Econúcleo Jaqueira R. do Futuro, 959 - Jaqueira De quinta à domingo, das 9h às 17h Entrada gratuita   Jardim Botânico, Sábado (22) 09h - Caminhada Ecológica: sons e movimentos da mata 10h – Sementes do amanhã: oficina de mudas 11h - Vivência ambiental “Água viva” 13h30 - Caminhada Ecológica: Descobrindo as árvores do Jardim + Arte no meio (pintando com a natureza) 15h - Sarau Ambiental “Vozes do Meio”   Jardim Botânico do Recife BR­232, km 7,5 - Curado De terça a domingo, das 9h às 15h30 Entrada: gratuita CAT Ambiental,Domingo (23) A partir das 09h até às 17h - Meditação com o grupo Sahaj Yoga A partir das 09h até às 17h - Oficina “A Natureza que Cuida” A partir das 09h até às 17h - Vivência Ambiental “Água Viva”

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Por que é importante se vacinar contra a gripe?

Na última sexta-feira, dia 21 de junho, começou oficialmente o Inverno, e com o frio chega a época das gripes e resfriados. Por isso é importante ir ao médico e é imprescindível estar vacinado para evitar contrair gripe e se prevenir de maiores complicações provenientes dessas doenças transmitidas por vírus. É importante enfatizar que a vacina não apresenta risco nenhum de saúde para quem a toma. O coordenador médico da Docway, maior aplicativo de chamadas médicas do Brasill, Dr. Aier Adriano Costa explica que podem existir efeitos colaterais, como dor no braço ou inflamação onde a vacina foi aplicada, porém o medicamento é feito com pedaços específicos do vírus influenza morto, chamadas de antígenos, ou seja, não desencadeia doenças. A única contraindicação é para quem tem alergia a ovo, porque o preparo da vacina utiliza ovos de galinha, e pessoas alérgicas podem ter reações. “A vacina da gripe tem como função estimular o sistema imune a produzir anticorpos, que têm como função proteger o organismo da invasão. Ela contém apenas algumas partes específicas dos vírus da Influenza, chamadas de antígenos, que são capazes de estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos”, afirma o médico. Toda e qualquer pessoa acima de 6 meses de idade pode e deve receber a vacina contra gripe. Porém, existem grupos de pessoas que apresentam maior risco de complicações com contato com vírus da gripe, como idosos acima de 60 anos, crianças entre 6 meses e 5 anos de idade, gestantes, indígenas, presos, portadores de doenças crônicas e transplantados. O objetivo principal destas campanhas é reduzir cada vez mais a incidência de complicações dos quadros de gripe e, consequentemente, reduzir o número de óbitos. As vacinas são consideradas como um dos grandes avanços da medicina, salvando vidas todos os dias há mais de 200 anos. Doenças como a poliomielite, ou paralisia infantil, foram erradicadas em muitos países e muito em breve poderão sumir por completo. “A varíola, por exemplo, já está extinta do planeta há muitos anos, o sarampo e a meningite surgem em surtos controláveis quando existem políticas públicas e de cobertura vacinal a toda população”, confirma o doutor. Dados mundiais Segundo estima a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 1,2 bilhão de pessoas tem risco elevado de contrair a gripe e suas complicações. Desse total, 385 milhões são idosos acima de 65 anos, 700 milhões de crianças e adultos com doenças crônicas e outros 140 milhões de crianças. Estudos demostraram que a vacina, no caso da gripe, pode reduzir em até 75% a mortalidade global. Quanto aos idosos que residem em lares especiais, a imunização pode diminuir em até 60% o risco de pneumonia e 68% o risco de internação. Vale lembrar que em 95% dos casos a gripe é causada por vírus, e apenas 5% por bactéria. Em determinado casos, a infecção por vírus pode acabar facilitando a infecção por bactéria, já que por conta da infecção há uma redução das defesas. Segundo Dr. Aier Adriano Costa, a vacina não causa gripe nos pacientes imunizados, mas leva de quatro a oito semanas para ter eficácia plena, por isso a pessoa que tomou a vacina pode chegar a ficar doente nesse período.

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PCR oferece serviços de saúde nos polos de São João do Recife

A Prefeitura do Recife montou um esquema especial de saúde para os polos de São João da Cidade. A Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife montou um posto médico no Sítio Trindade, o mais tradicional polo das festas juninas da cidade, para atendimento de primeiros socorros, com o apoio do Samu 192. Através do Programa Saúde em Todo Lugar, a Sesau também vai distribuir preservativos, disponibilizar testagem rápida para HIV e sífilis, além de dar orientações sobre o uso de álcool e outras drogas. Em funcionamento desde o último sábado (15), o posto médico montado no Sítio Trindade conta com um médico, um enfermeiro e um técnico de enfermagem; todos prontos para receber casos de menor gravidade, como queda de pressão e glicose, por exemplo. Para dar apoio ao posto, uma ambulância extra do Samu ficará no local, para fazer remoções, em caso de necessidade. O atendimento telefônico pelo número 192 também funcionará normalmente, encaminhando 23 ambulâncias e seis motolâncias para os chamados. Entre os dias 20 e 24 e de 28 a 30 funcionará, no Sítio Trindade, um estande para testagem rápida de HIV e sífilis, com capacidade para realizar 200 testes rápidos por noite. As pessoas que forem fazer a testagem receberão aconselhamento dos profissionais antes e depois. Os casos positivos serão encaminhados para as unidades de referência, para tratamento. No local, também serão disponibilizados preservativos e sachês de gel lubrificante. Agentes Redutores de Danos e arte-educadores da Sesau estão atuando no Sítio Trindade, no Pátio de São Pedro e nos arraiais comunitários e descentralizados. O trabalho envolve abordagens e orientações ao público que estiver nos polos sobre redução de danos no consumo de álcool, cigarro, crack e outras drogas, além de sensibilização para prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Os profissionais ainda distribuem preservativos e sachês de gel lubrificante, além de realizarem troca de garrafas de vidro por garrafas plásticas. VIGILÂNCIA – Neste mês, a Vigilância Sanitária (Visa) do Recife intensifica as ações que visam prevenir e reduzir as doenças provocadas pelo consumo de produtos alimentícios, com distribuição de folders, capacitação dos comerciantes e fiscalização no Sítio Trindade e também no Pátio de São Pedro. No último dia 11, a Visa capacitou 80 comerciantes que vão trabalhar durante o São João do Recife. O foco foram as boas práticas no manuseio de alimentos. A Vigilância Epidemiológica manterá seu funcionamento 24 horas entre os dias 21 e 24, através do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), dando respostas imediatas a surtos e emergências em saúde pública que por ventura venham a surgir. Entre sexta (21) e segunda-feira (24), equipes da Vigilância Ambiental estarão de plantão para garantir vacinação antirrábica animal na Unidade de Vigilância de Zoonoses (mais conhecido como CVA), em Peixinhos. Agentes de Saúde Ambiental e Controle de Endemias (Asaces) intensificaram, na última semana, ações de vigilância e controle do mosquito Aedes aegypti, de roedores e de escorpiões nos arraiais montados pela Prefeitura e em locais estratégicos, como Porto do Recife, aeroporto, TIP e pontos turísticos da cidade.

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Vírus geneticamente modificado combate câncer de próstata

Peter Moon - Pesquisadores do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) conseguiram manipular geneticamente um tipo de vírus que, uma vez injetado em camundongos com câncer de próstata, destruiu células tumorais. O vírus também deixou as células tumorais ainda mais sensíveis ao tratamento com quimioterapia, chegando a eliminar os tumores completamente. Os resultados foram obtidos pela equipe de Bryan Eric Strauss, diretor do Laboratório de Vetores Virais no Centro de Investigação Translacional em Oncologia (CTO) do Icesp, e publicados na revista Gene Therapy, do grupo Nature. O trabalho contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), no âmbito do Projeto Temático “Terapia gênica do câncer: alinhamento estratégico para estudos translacionais”, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Sanofi-Aventis. “No combate ao câncer de próstata, empregamos em camundongos uma combinação de terapia gênica e quimioterapia”, disse Strauss. “Escolhemos a via que consideramos com mais potencial de funcionar como supressor de tumores.” Strauss se refere a um gene conhecido como p53, que controla aspectos importantes da morte celular e existe tanto em humanos como em roedores. Em laboratório, o gene foi inserido no código genético de um vírus (da família Adenovírus). O vírus modificado foi, por sua vez, injetado diretamente nos tumores em camundongos. “Primeiramente, implantamos células de câncer de próstata humano e esperamos o tumor crescer. Quando isso ocorreu, injetamos o vírus diretamente na massa do tumor, procedimento repetido várias vezes. Em duas dessas ocasiões, aplicamos também a droga cabazitaxel, usada comumente em quimioterapia, por via sistêmica. Depois disso, observamos os camundongos para verificar se ocorreria ou não o desenvolvimento dos tumores”, disse Strauss. O experimento fez uso de diversos grupos de camundongos, todos inoculados com células de tumor de próstata. Para verificar a efetividade da terapia gênica, um grupo de animais recebeu um vírus irrelevante – grupo de controle. Um segundo grupo recebeu apenas vírus que codificavam o gene p53. Um terceiro grupo recebeu somente a droga cabazitaxel e, no último, correspondente a um quarto dos animais, foi injetada uma combinação da droga com o vírus. Quando as células tumorais foram infectadas pelo vírus modificado, esse penetrou o núcleo da célula – que é onde os genes agem –, comandando a morte celular. O gene p53 foi especialmente eficaz em induzir morte em câncer de próstata. “Os tratamentos individuais com p53 ou com cabazitaxel tiveram um efeito intermediário em termos de controlar o crescimento do tumor. Mas o resultado marcante foi a combinação, que inibiu o tumor totalmente”, disse Strauss. Os experimentos comprovaram que o vírus modificado, ao infectar as células tumorais, induz a morte dessas células. “A associação da droga com a terapia gênica resultou no controle total de crescimento do tumor. Ou seja, o que se viu foi um efeito aditivo ou até sinérgico. Também pode-se pensar que o vírus com o gene p53 deixou a célula tumoral mais sensível para a ação do quimioterápico”, disse Strauss. O pesquisador ressalta que ainda não é possível simplesmente injetar o vírus na corrente sanguínea. “Para essa terapia surtir efeito, precisamos injetar o vírus diretamente nas células tumorais”, disse. Ele lembra que os tumores podem ser controlados usando somente drogas de quimioterapia, mas que a dosagem necessária costuma ser elevada, resultando em efeitos colaterais. Um deles é a queda de glóbulos brancos na circulação. Essa queda é um dos limites para a aplicação desse tipo de quimioterapia, uma vez que prejudica o sistema imune do paciente. “Em nosso estudo, aplicamos bem menos drogas usadas em quimioterapia. A dose foi subterapêutica, ou seja, não suficiente para controlar o tumor, mas fizemos isso para tentar evitar a leucopenia, que é a redução no número de glóbulos brancos”, disse Strauss. O bioquímico e biólogo molecular californiano de 52 anos vive em São Paulo desde 1998, tendo já trabalhado três anos no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo e 10 anos no Instituto do Coração (InCor), antes de ingressar no Icesp, em 2011. “Foi durante esse tempo que todos os vetores virais que utilizamos foram desenvolvidos. Trata-se de uma tecnologia totalmente brasileira”, disse. Sistema imune Destruir as células tumorais com p53 não garante que todas as células cancerosas serão eliminadas, incluindo as metástases. Para melhorar a abordagem, pesquisadores contam com a ativação da resposta imune. Strauss conta que, se a combinação p53 mais cabazitaxel não for suficiente para ativar o sistema imune, pode ser considerado o uso de um segundo gene aliado ao tratamento com p53. No caso, foi escolhido o interferon beta, chave para a boa função do sistema imune. Interferon é uma proteína produzida por leucócitos e fibroblastos para interferir na replicação de fungos, vírus, bactérias e células de tumores e estimular a atividade de defesa de outras células. “Tanto o p53 como o interferon beta podem induzir morte nas células tumorais e a união dos dois faz que a morte das células alerte o sistema imune. É a morte imunogênica”, disse Strauss. Trabalhos anteriores do grupo servem como base para a ideia. Quando a combinação de genes ARF (parceiro funcional de p53) e interferon beta foi inserida no núcleo da célula tumoral, o sistema imunológico dos roedores deixou de reconhecer as células tumorais como pertencentes ao organismo dos camundongos, passando a identificá-las como se fossem agentes externos que devem ser combatidos. “Quando isso ocorre, o sistema imune dos camundongos passa a combater as células tumorais tanto no local do tratamento como em tumores distantes desse local”, disse Strauss. “Nosso objetivo agora é melhorar essas abordagens. Estamos fazendo ensaios para determinar se merecem avançar para a fase de testes clínicos com pacientes humanos”, disse. Por Agência FAPESP

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