Arquivos Algomais Saúde - Página 58 de 158 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Açaí: a busca pelo saudável

Está na Amazônia, um exuberante cenário de povos nativos, civilizações milenares, que vivem e têm na floresta o encontro mais equilibrado; pois, ensinam as maneiras de interpretar e de simbolizar o território. É a união da mata com a água. É a união da mata com a água e com o mito. São escolhas, experiências. São formações de sistemas alimentares que vivem o lugar e suas tradições. Pois cada planta, ‘bicho’, tem um significado mitológico, um entendimento ritualizado que faz da floresta um território de vida e de preservação. Assim, frutas, caça e pesca, são as bases das comidas que integram os povos da floresta. É a pertença ao território. Euterpe oleana Mart, o nosso tão conhecido açaí, é uma fruta nativa, e que representa o imaginário da Amazônia. Faz parte dos hábitos alimentares de milhares de brasileiros da região, do Brasil, e também do exterior. Sem dúvida, o açaí é identidade da Amazônia. É uma identidade tão intensa quanto o gosto pela farinha de mandioca, e pelos seus muitos produtos que fazem a mesa tradicional da região. Do açaí se faz o “vinho”, uma bebida grossa que misturada à farinha de mandioca é uma comida que traz a Amazônia à boca. Ambos são ingredientes da “terra”, têm o gosto da floresta. A melhor farinha para se fazer a comida com o açaí é a farinha grossa, farinha d’água, mais granulada; e que pode ainda ter a cor amarelada quando é acrescida de tucupi. A essa comida ainda se pode misturar camarão seco e peixe. O melhor vinho açaí é aquele feito artesanalmente, quando o fruto está tuira – no ponto da maturação –; e, é neste ponto que retirando o ‘mosto’ – conhecido na região como “paro” ou “parau”. Esse néctar da Amazônia é também base para mingaus, sucos, vitaminas, sorvetes, cremes, recheios para tortas. É o crescente olhar para o que é “natural”, para o ingrediente que chega da floresta, como uma ação real onde se come a floresta e suas propriedades. O açaí representa esses valores. Vive-se no açaí uma espécie de idealização do que se entende por “natural”, por símbolo da natureza que alimenta, que dá energia, que é essencialmente saudável. O açaí é um notório energético com valor calórico superior ao leite vacum. É rico em fósforo, ferro e outros minerais. Contudo a colheita do açaí é artesanal e complexa, exigindo do coletador uma grande habilidade para se chegar aos cachos que estão nos longos e delicados troncos. Ainda, do açaizeiro é extraído um excelente palmito. Essa extração é ampla e indiscriminada, fazendo com que seja urgente a realização de um projeto para o manejo e preservação dessa espécie nativa.  Une-se ao açaí o guaraná, a granola, a banana, o mamão, o abacate; o leite de coco, a água de coco; e tudo mais que simbolize um produto natural, que é saudável. . Para se comer verdadeiramente o açaí deve-se ter uma cuia, dessas que se encontram no mercado do Ver-o-Peso, em Belém; colocar o “vinho” do açaí que foi processado artesanalmente; escolher uma boa farinha d’água, daquelas bem granuladas; e, com a mão misturar, misturar muito, para que aquele líquido da Amazônia possa embeber a farinha, encharcar a farinha; e se quiser acrescente alguns camarões secos; aí, então, senta-se no chão, olha-se um igarapé, respira-se fundo; e viva o seu melhor açaí à boca.

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Hormônio para sono pode ajudar pacientes internados com traumas faciais

Um hormônio que ajuda na regulação do sono pode ajudar pacientes internados com fraturas faciais. Esse é o resultado inicial de um estudo piloto, recém-publicado em revista internacional. Segundo a co-autora do artigo e também professora do curso de Odontologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), Suzana Carneiro, resultados iniciais mostram que o uso desse medicamento pode ajudar a reduzir momentos de estresse prévios, no período pré-operatório. Como também reduzir a dor pós-operatória e, consequentemente, diminuição do consumo de analgésico de resgate. A doutora em cirurgia buco-maxilo-facial explica que a melatonina é um hormônio produzido naturalmente pelo organismo, na ausência de luz, e desempenha papel importante na regulação dos ciclos de sono-vigília. Acontece que muitos pacientes, vítimas de trauma facial, necessitam de internação e tratamento cirúrgico, em ambiente hospitalar. Sendo assim, esse período de permanência no hospital, associado ao uso de medicações, dor, estresse e a anestesia geral podem afetar negativamente o ciclo do sono-vigília, aumentando o desconforto e diminuição do limiar de dor. “A intenção da pesquisa, que contou ainda com a participação de professores de outras instituições, foi avaliar os prováveis benefícios da melatonina em paciente internados com fraturas faciais e seus desfechos”, adiantou Suzana, também orientadora do ensaio e que já atua há 27 anos como cirurgiã na área da Odontologia. Resultados Após o uso da medicação, houve redução do nível de ansiedade relatada no grupo melatonina e aumento no grupo placebo. Após duas horas de cirurgia, a dor foi estatisticamente menor no grupo melatonina, em comparação com o grupo placebo. Seis horas após a cirurgia, a dor demonstrou regressão em ambos os grupos. Um total de 83,3% dos pacientes do grupo placebo fizeram uso de analgésico de resgate no pós-operatório, em comparação a 33,3% do grupo melatonina. “A melatonina foi eficaz na redução do cortisol salivar e na ansiedade após medicação e os pacientes do grupo melatonina precisaram de menos analgésicos de resgate no pós-operatório”, avalia a orientadora. Suzana conta que esse estudo piloto abre caminhos para que sejam realizadas verificações futuras com maior amostra. Artigo A análise – que resultou no artigo - faz parte de um trabalho de conclusão de residência em cirurgia e traumatologia buco-maxilo facial, que é uma especialidade da Odontologia. A publicação do artigo “Evaluation of the Effects of Exogenous Melatonin in Zygomatic Complex Fractures” foi no Journal of Maxillofacial and Oral Surgery. Participaram do estudo Emerson Filipe de Carvalho Nogueira, Vanessa de Carvalho Melo, Ivson Souza Catunda, Jéssica Caroline Afonso Ferreira, Suzana Célia de Aguiar Soares Carneiro & Belmiro Cavalcanti do Egito Vasconcelos.

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Transplantes cardíacos voltam a ser realizados na pandemia

Pernambuco é referência do Norte e Nordeste em transplantes, em especial de fígado e coração. Pela complexidade do procedimento, os cardíacos sofreram grande impacto com pandemia, com a suspensão das cirurgias. Entretanto, a partir da implementação de protocolos de testagem para o coronavírus no 2o semestre de 2020, houve melhora na segurança e nos resultados do transplante de coração, que voltaram a ser realizados. Este mês, um paciente chegou às estatísticas de sucesso: conseguiu seu transplante, apesar das dificuldades. Aos 36, anos, precisou deixar Natal (RN), onde mora, para se submeter à cirurgia, realizada com êxito no Hospital Jayme da Fonte. O cirurgião cardiovascular Diogo Ferraz, chefe da equipe que realizou o transplante no HJF, está convicto que Pernambuco conseguirá atender a expectativa para o ano que vem trabalhando para que o estado se mantenha no ranking dos procedimentos com êxito, já contabilizando mais de 200 cirurgias. “Salvar vidas é o princípio que nos conduz. A insuficiência cardíaca grave tem sobrevida aproximada de 50% em 1 ano, enquanto após o transplante cardíaco essa expectativa aumenta para 50% em 10 anos”, diz o especialista.

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Pernambuco ultrapassa 1,8 milhão de doses aplicadas

Pernambuco já aplicou 1.813.124 doses da vacina contra a Covid-19, das quais 1.278.381 foram primeiras doses. Ao todo, foram feitas a primeira dose em 232.162 trabalhadores de saúde; 25.073 povos indígenas aldeados; 33.114 em comunidades quilombolas; 6.192 idosos em Instituições de Longa Permanência; 406.305 idosos de 60 a 69 anos; 383.769 idosos de 70 a 79 anos; 100.915 idosos de 80 a 84 anos; 87.589 idosos a partir de 85 anos; 977 pessoas com deficiência institucionalizadas; além de 2.285 trabalhadores das forças de segurança e salvamento. Em relação à segunda dose, já foram beneficiados 191.651 trabalhadores de saúde; 24.716 povos indígenas aldeados; 39 em comunidades quilombolas; 4.539 idosos institucionalizados; 59.679 idosos de 60 a 69 anos; 203.319 idosos de 70 a 79 anos; 38.299 idosos de 80 a 84 anos; 11.739 idosos a partir de 85 anos, além de 762 pessoas com deficiência institucionalizadas; totalizando 534.743 pessoas que já finalizaram o esquema.

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Fiocruz diz que vacina de Oxford tem efetividade contra variante P1

Da Agência Brasil A vacina Oxford/AstraZeneca contra covid-19, produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estimula resposta imune capaz de fazer frente à variante P1, que se espalhou rapidamente pelo Brasil depois de ter sido detectada pela primeira vez em Manaus. A avaliação é do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, que apresentou hoje (22) estudos que indicam a efetividade da vacina "no mundo real", quando a eficácia dos testes clínicos é posta à prova. "Até o momento, as informações são de tranquilidade. Os dados são de que temos, sim, uma variante de preocupação, que tem, sim, uma capacidade maior de transmissibilidade. A gente está vendo um momento da pandemia muito difícil em boa parte do Brasil, mas a boa notícia é que, apesar de todas essas características, a vacina, nesse momento e para essa variante, tem a condição de ser utilizada como uma ferramenta de controle". A vacina de Oxford é uma das mais aplicadas no mundo atualmente e tem outras vantagens, como o custo mais baixo e a possibilidade de armazenamento em refrigeradores menos avançados, com temperaturas de 2 a 8 graus Celsius. Além disso, a vacina traz um incremento da resposta imune que vai além da produção de anticorpos. Krieger explicou que as novas plataformas tecnológicas, como a da vacina de Oxford, se caracterizam por instruírem as células humanas a produzirem traços do antígeno, que, em seguida, despertam as defesas do corpo humano. Nas plataformas consideradas tradicionais, as vacinas trazem o vírus inativado (morto), ou vivo e atenuado (enfraquecido). O que os estudos têm apontado, segundo o vice-presidente da Fiocruz, é que as vacinas de segunda geração têm demonstrado desempenho maior na defesa chamada de resposta celular, que se dá quando o corpo humano destrói as células que já foram infectadas pelo vírus, impedindo que ele as utilize para se replicar. Essa é uma linha de defesa complementar ao ataque que os anticorpos promovem contra os micro-organismos invasores. São vacinas de segunda geração tanto as vacinas de RNA mensageiro, como as da Pfizer e da Moderna, quanto as de vetor viral, como a Oxford/AstraZeneca, a Sputnik V e a Janssen. "Estamos vivenciando uma verdadeira revolução no campo das vacinas. Elas foram desenvolvidas de uma maneira muito rápida e estão demonstrando efetividades muito maiores do que as das vacinas tradicionais", afirma. Um estudo publicado nesta semana pela Fiocruz em parceria com a Universidade de Oxford e outras instituições indica que os anticorpos produzidos pela imunização reconhecem mais a variante britânica e menos a variante sul-africana, que acumula um número maior de mutações. A variante P1, brasileira, fica em uma posição intermediária nessa escala. Quando é analisada a resposta imune celular, entretanto, dados de outro estudo publicado por uma universidade americana mostram que ela não se altera de forma significativa diante das variantes. "Os resultados são ainda melhores. Na verdade, as variantes de preocupação, até esse momento, têm causado um impacto muito menor nessa resposta celular", disse Krieger. "Isso dá uma confiança maior de que essa vacina terá condição de manter, frente à variante brasileira, esses dados de efetividade".

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Pernambuco registra dia com mais óbitos em 2021

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta sexta-feira (23/04), 99 óbitos, ocorridos entre 09/07/2020 e 22/04/2021. Neste ano foi o dia com maior registro de mortes pela Covid-19. Com o balanço de hoje, o Estado totaliza 13.524 mortes pela Covid-19. Hoje foram registrados também 2.031 novos casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, 134 (6,5%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.897 (93,5%) são leves. Agora, Pernambuco totaliza 391.740 casos confirmados da doença, sendo 39.302 graves e 352.438 leves. Ontem (22), o governador Paulo Câmara anunciou, que os números das últimas três semanas indicavam uma estabilização de casos, internações e óbitos devido ao novo coronavírus em Pernambuco, mas com percentuais ainda em um patamar alto. O Comitê de Enfrentamento à Covid-19 no Estado decidiu, portanto, estender as atuais restrições contidas no Plano de Convivência até o dia 9 de maio, com alguns ajustes que passarão a vigorar a partir da próxima segunda-feira (26). Entre as mudanças do novo decreto, ficou autorizado o comércio de praia, de segunda à sexta-feira, das 9h às 16h, mantendo a proibição nos finais de semana. O funcionamento das atividades de maneira geral também poderá ser estendido, nos finais de semana, até às 18h, para quem iniciar às 10h. Os estabelecimentos que abrirem às 9h só poderão funcionar até às 17h. Ainda de acordo com o governador, o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 continuará analisando diariamente os números da pandemia para avaliar a necessidade de novos ajustes para o período a partir de 10 de maio. “Seguimos contando com a compreensão de toda a população pernambucana. É nosso dever manter as atitudes preventivas. Evite aglomerações, higienize as mãos e sempre use máscara”, finalizou.  

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Março Amarelo: Endometriose, um mal que atinge milhões de brasileiras

No Mês Mundial de Conscientização sobre a Endometriose, a campanha Março Amarelo alerta para uma doença que afeta 176 milhões de mulheres em todo o mundo e 6,5 milhões no Brasil segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) . Para a ginecologista, Fernanda Florêncio, explicou que a doença, embora seja comum, ainda é pouco conhecida e costuma demorar a ser diagnosticada: cerca de oito anos após o aparecimento dos primeiros sintomas. A ginecologista lembrou que os sinais mais evidentes são dores muitas vezes incapacitantes, como cólicas fortes e progressivas (que pioram ao longo do tempo), dores durante a relação sexual, desconforto ao evacuar e urinar e até mesmo dores na região lombar e nas coxas. Em alguns casos, a falta de tratamento pode levar a problemas mais graves, como obstrução intestinal, se houver comprometimento extenso do intestino, e a perda das funções renais, caso a bexiga e os ureteres sejam prejudicados. “A mulher, às vezes, vai ao ortopedista achando que tem algum problema na coluna. Ou vai ao gastroenterologista achando que tem síndrome do cólon irritável. Mas é a endometriose.”, alerta Fernanda. Infertilidade De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% de mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolver o problema e há 30% de chance de a paciente ficar estéril. Sales explica que aproximadamente 20% das mulheres têm apenas dor, 60% têm dor e infertilidade, e 20% apenas infertilidade. “Muitas mulheres só descobrem a doença quando associam as dores à dificuldade de engravidar. A instalação da doença nos ovários pode provocar o aparecimento de um cisto que pode comprometer o futuro reprodutivo da mulher”, afirma a médica. Diagnóstico e tratamento Na maioria dos casos, o diagnóstico clínico-ginecológico da endometriose é suficiente e permite iniciar o tratamento e manter o acompanhamento da mulher a fim de avaliar a resposta terapêutica. De acordo com Juliana, normalmente o tratamento é feito por meio de medicamentos ou cirurgia com uma equipe multidisciplinar (ginecologista, proctologista e urologista.) "Cada um deles tem suas especificidades, e cabe ao ginecologista avaliar a gravidade da doença em cada caso e recomendar o melhor tratamento. Vale lembrar que, dependendo da situação, ambos os procedimentos são feitos de maneira integrada", informa a especialista.

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Sistema Hapvida doa estruturas modulares transformadas em 20 leitos de UTI

O governador Paulo Câmara anunciou, em pronunciamento ontem (28), que Pernambuco ultrapassou a marca de 500 leitos abertos em 28 dias para o enfrentamento à Covid-19. O anúncio aconteceu após uma visita ao Hospital de Referência à Covid-19 – unidade Olinda, localizado na maternidade Brites de Albuquerque. A unidade teve sua capacidade ampliada, com mais 20 leitos de UTI. A expansão foi instalada, na área externa do serviço de saúde, em 15 estruturas modulares doadas ao Estado pelo Sistema Hapvida. As estruturas modulares, com investimento em torno de R$ 1 milhão, têm 250m² de área total, contam também com camas doadas pelo Hapvida e receberam do governo do estado os equipamentos para transformação em leitos de UTI. Com as novas vagas, a unidade passará a contar com 120 leitos, sendo 70 de UTI. “Estamos satisfeitos de podermos fazer parceria, buscando melhorar a vida do povo, cuidar das pessoas. É uma estrutura de qualidade e o atendimento vai ajudar muito aqui à estrutura que já existe na Brites de Albuquerque. O Hapvida nos mostrou uma alternativa, que foi a construção dessa estrutura com contêineres que eles já tinham montado no Rio Grande do Norte e agora disponibilizam para Pernambuco, que vai nos ajudar num momento difícil. Está tudo pronto, com equipamentos de alta qualidade, estrutura física também está montada, então é só as equipes chegarem, a partir desta segunda-feira, e nós já vamos contar com mais 20 leitos de UTIs para nossa rede pública, e com certeza vai nos ajudar a salvar vidas nesse momento tão difícil que passa o nosso estado, que passa o nosso país”, afirmou o governador Paulo Câmara. O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, destacou a importância da parceria privada. “ É uma grande satisfação para o estado de Pernambuco, receber esse tipo de colaboração. Temos feito, ao longo do enfrentamento à covid-19, a maior operação sanitária, logística de mobilização de equipamentos, insumos, recursos humanos, de sua história. Essa unidade marca uma parceria entre o setor público e a iniciativa privada da empresa Hapvida, que se dispôs a nos ajudar com esse módulo aqui. São mais 20 leitos de UTI que a gente vai colocar à disposição do Sistema Único de Saúde. Para se ter ideia do tamanho desse esforço, nunca antes visto na história, nós estamos chegando com essa unidade aqui, a mais de 500 leitos de UTI abertos apenas neste mês de março, nesses 28 dias”, destacou. O Sistema Hapvida não mede esforços para salvar vidas, principalmente nesse atual momento da pandemia. A partir de experiências que deram bons resultados em Wuhan, cidade na China, epicentro do surto do novo coronavírus, o Sistema Hapvida também utilizou contêineres no tratamento de pacientes no estado do Rio Grande do Norte, contribuindo para a reabilitação de pacientes que foram infectados. “Essa iniciativa extrapola os limites das nossas fronteiras, Pernambuco é a nossa segunda principal praça do Sistema Hapvida e dessa forma a gente estende à toda a população do estado a nossa ajuda nesse momento de crise da saúde mundial.Essa estrutura tem uma grande virtude, que é a versatilidade na montagem. Ela serve tanto para leitos de enfermaria como para leitos de UTI. E, aqui em Pernambuco, foi definido um padrão de leitos de UTI. Uma outra grande virtude é a velocidade com que se consegue viabilizar o equipamento. Para essa estrutura, entre a chegada e a entrega de hoje, estamos falando em torno de 10 dias”, explicou o vice-presidente administrativo da Hapvida, André Melo.

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Butantan desenvolve a primeira vacina nacional contra covid-19

O Instituto Butantan anunciou hoje (26) que começou a desenvolver a produção-piloto da primeira vacina brasileira contra o novo coronavírus. A expectativa é que os ensaios clínicos de fases 1 e 2 em humanos comecem em abril, o que ainda precisa de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Chamada de ButanVac, essa seria uma vacina desenvolvida e produzida integralmente no Butantan, sem necessidade de importação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). Segundo o governo, os resultados dos testes pré-clínicos realizados com animais se mostraram “promissores”, o que permitiria evoluir para estudos clínicos em humanos. A produção-piloto do composto já foi finalizada para aplicação em voluntários humanos durante os testes. Os resultados da pesquisa clínica em humanos vão determinar se a vacina é segura e tem resposta imune capaz de prevenir a covid-19. “Este é um anúncio histórico para o Brasil e para o mundo. A ButanVac é a primeira vacina 100% nacional, integralmente desenvolvida e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, que é um orgulho do Brasil. São 120 anos de existência, o maior produtor de vacinas do Hemisfério Sul, do Brasil e da América Latina e agora se colocando internacionalmente como um produtor de vacina contra a covid-19”, disse o governador de São Paulo, João Doria. Para a produção da vacina, o instituto deverá usar tecnologia já disponível em sua fábrica de vacinas contra a gripe, a partir do cultivo de cepas em ovos de galinha, que gera doses de vacinas inativadas, feitas com fragmentos de vírus mortos. A iniciativa do novo imunizante faz parte de um consórcio internacional do qual o Instituto Butantan é o principal produtor, responsável por 85% da capacidade total, de acordo com o governo do estado, e tem o compromisso de fornecer a vacina ao Brasil e aos países de baixa e média renda. Diretor-presidente do Butantan, Dimas Covas, avaliou que a tecnologia utilizada na ButanVac é uma forma de aproveitar o conhecimento adquirido no desenvolvimento da CoronaVac, vacina desenvolvida em parceria com a biofarmacêutica Sinovac, já disponível para a população brasileira. “Entendemos a necessidade de ampliar a capacidade de produção de vacinas contra o coronavírus e da urgência do Brasil e de outros países em desenvolvimento de receberem o produto de uma instituição com a credibilidade do Butantan. Em razão do panorama global, abrimos o leque de opções para oferecer aos governos mais uma forma de contribuir no controle da pandemia no país e no mundo”, disse Covas. Segundo ele, a parceria com a Sinovac será mantida e não haverá nenhuma alteração no cronograma dos insumos vindos da China. A previsão do diretor-presidente do Butantan é que será possível entregar a vacina brasileira ainda este ano. “Após o final da produção da vacina contra Influenza, em maio, poderemos iniciar imediatamente a produção da Butanvac. Atualmente, nossa fábrica envasa a Influenza e a CoronaVac. Estamos em pleno vapor”, disse. Tecnologia A tecnologia da ButanVac utiliza um vetor viral que contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra. O vírus utilizado como vetor nesta vacina é o da Doença de Newcastle, uma infecção que afeta aves. Por isso, o vírus se desenvolve bem em ovos embrionados, o que permite eficiência produtiva em um processo similar ao utilizado na vacina de influenza, conforme divulgou o Butantan e o governo estadual. “O vírus da doença de Newcastle não causa sintomas em seres humanos, constituindo-se como alternativa muito segura na produção. O vírus é inativado para a formulação da vacina, facilitando sua estabilidade e deixando o imunizante ainda mais seguro”, diz Butantan.

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“Observamos, cada vez mais, pacientes jovens chegando ao hospital.”

Essa segunda onda da Covid-19 tem requerido muito das energias e até da capacidade de convencimento dos profissionais de saúde. Além de cuidarem de pacientes que agora estão em estados mais graves do que no início da pandemia e de conviverem com o aumento de óbitos, eles agora precisam convencer muitas pessoas que chegam aos hospitais de que não existe tratamento precoce eficaz para a doença. “Muitos vêm com informação já construída na sua cabeça de que vão tomar um coquetel de medicações e na verdade não é isso que acontece. Temos sempre que estar nesse convencimento com os pacientes e isso realmente demanda muito tempo”, lamenta a infectologista Millena Pinheiro, supervisora médica da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Português. Nesta entrevista a Cláudia Santos, a médica comenta o atual estágio da pandemia, observa que a Covid-19 tem acometido mais os jovens, lastima a lentidão do processo de vacinação e analisa as possibilidades de mutação do novo coronavírus. Millena também fornece dicas importantes sobre o uso de máscaras e faz um apelo à população para cumprir o isolamento social. Como tem sido a rotina de trabalho dos profissionais no tratamento aos pacientes com Covid-19 nos serviços médicos onde a senhora trabalha? Tem sido uma rotina muito cansativa, primeiro porque o número de pacientes aumentou bastante nessas últimas quatro a seis semanas. Observamos, cada vez mais, pacientes jovens chegando aos hospitais, os pacientes têm chegado um pouco mais tardiamente na evolução da sua doença. Muitas vezes já chegam bem inflamados, com quadro respiratório mais ou menos estabelecido, demandando oxigênio, muitos deles demandando UTI. Portanto, são pacientes mais complicados que chegam ao hospital atualmente. E há o cansaço de todo esse período. É um atendimento que demora muito, precisamos no paramentar e nos desparamentar com bastante cuidado. Em razão de tantas fake news, os pacientes têm muitas perguntas, principalmente sobre tratamentos que, na verdade, não são liberados como tratamento precoce. Sabemos que não existe, do ponto de vista científico, uma evidência de que se previna com tal tratamento. Temos que, realmente, justificar bastante, porque que não vamos usar a medicação X, Y ou Z. Enfim, hoje em dia é um momento muito delicado, porque os pacientes estão muito complexos, não só do ponto de vista de doença mas, também, do ponto de vista de exigência de informação. Muitos vêm com informação, já construída na sua cabeça, de que vão chegar no hospital, vão tomar um coquetel de medicações e na verdade não é isso que acontece. Temos sempre que estar nesse convencimento com os pacientes e isso realmente demanda muito tempo. Então, fora o tempo da paramentação, tem o tempo dessa conversa para explicar tudo direitinho, o paciente se convencer e ficar seguro. Muitas vezes, acaba até nem acontecendo, porque o paciente quer porque quer tomar a medicação X, por exemplo. E, aí, chama a segunda opinião, terceira opinião. Enfim, é um momento delicado, o que torna cansativo esse atendimento. Na sua opinião, quais as expectativas da evolução da pandemia em Pernambuco e no Brasil? Estamos em plena segunda onda, com um número elevado de casos, um número elevado de mortes, inclusive muito mais elevado do que na primeira onda e vemos que as medidas que podem melhorar a aceleração desse vírus não estão sendo efetivamente tomadas. Muitas vezes por parte da população que está cansada e que precisa trabalhar, se movimentar, cansada de ficar isolada em casa. Essas pessoas têm saído. E também por  causa do poder público que não quer mais tomar medidas que não são simpáticas, eles não querem mais fazer lockdown. Eu entendo que existe a balança entre a economia e a saúde e que é preciso ter muito equilíbrio para não esgotar um lado nem o outro. Existem essas questões de fechamento de muitos comércios por falta de público. Existe também a questão das escolas, que é um local que muitas pessoas defendem que se mantenha aberto. Em muitos países da Europa, são consideradas essenciais, foram as últimas a serem fechadas, ficaram abertas durante boa parte da pandemia. Já aqui existem duas situações bem diferentes: as escolas públicas, que ainda não abriram na sua grande maioria; e as escolas particulares, que abriram em sistema híbrido. Mas que, ainda assim, em algumas, houve impacto na transmissão, em outras não, dependendo muito da forma como cada escola aplica os seus protocolos de segurança. A relação da família com a escola também tem que ser muito próxima. Da forma como estamos acelerando os casos e estão sendo conduzidas as medidas que podem efetivamente conter esse avanço da pandemia, vejo que teremos ainda muitos óbitos. Isto porque não se está restringindo circulação de pessoas de uma forma adequada apenas nesse horário das 20h às 5h da manhã. Por que essa restrição nesse horário não é efetiva? Porque esse não é o período de maior aglomeração. E, muitas vezes, as pessoas que querem fazer algum encontro, vão antecipar e vão terminar nesse horário e, às vezes, até há uma aglomeração antes das 20h, em alguns locais, porque as pessoas vão ter menos tempo para se encontrar e resolver seus problemas. Acredito que esse tipo de medida é insuficiente para impactar os números. Neste nível que está a pandemia qual a melhor maneira de usar máscara: a de pano, a PFF2 ou usar duas máscaras? Bom, o mais importante é a máscara se adaptar bem ao seu rosto. Não pode ter frestas laterais, frestas na região do nariz e, se for a de pano, você tem que fazer aquele teste da vela, que é você tentar soprar a vela, estando de máscara, e não conseguir apagá-la. Neste caso, é uma máscara segura para você usar. A PFF2 é a máscara também chamada de N95, sua indicação maior é para pacientes que estejam gerando aerosol, ou seja, pacientes entubados, que usam algum tipo de terapia respiratória, que estejam usando nebulização (o que é muito raro, na verdade, que a gente não orienta nebulizar esses pacientes). Ela é usada principalmente quando se

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