Cultura e história - Página: 18 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cultura e história

1824: uma confederação contra o autoritarismo e por uma alternativa política

*Por Rafael Dantas No dia 2 de julho de 1824, Pernambuco proclamava pela segunda vez a independência do restante do País. Apenas sete anos após a Revolução de 1817, o Estado mais uma vez se insurgiu. Não se tratava de um simples movimento separatista. Era uma revolução que defendia um modelo republicano com maior autonomia para as províncias. Além de alcançar uma parcela significativa do Nordeste, abrangendo Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e até o Ceará, a Confederação do Equador convidava as demais regiões do Brasil para aderirem a esse projeto alternativo. A revolta que gerou a separação do Nordeste oriental tem motivações claras e pautas políticas ainda não resolvidas pelo País, 200 anos depois. O estopim do movimento acontece por um conjunto de medidas autoritárias e centralizadoras de Dom Pedro I, que sufocam a autonomia das províncias e os outros modelos de País que estavam em construção. DOIS POLOS, DOIS PROJETOS DE PODER Se o Brasil no Século 21 fala-se tanto em polarização, no País em construção ainda no Século 19, havia uma divisão de ideais. Pouco tempo após a proclamação da independência de Portugal, havia um modelo em desenvolvimento que atendia mais o interesse do imperador Dom Pedro I, centralizado e mais conservador. Por outro lado, um grupo mais liberal defendia a República, a instituição de uma confederação – o que conferia mais autonomia às províncias – e possuía um caráter nacionalista. ”Na própria Independência do Brasil existiam projetos distintos de nação e o vencedor foi o da Corte do Rio de Janeiro, que as províncias tiveram que aceitar. É o projeto das elites pernambucanas, alinhadas à Corte. Esse é o grande problema dessas rupturas e em 1824 aconteceu a mesma coisa. Um projeto conseguiu sufocar o outro que estava sendo gestado”, afirmou Bruno Câmara, historiador e professor da UPE. Em Pernambuco, a liderança intelectual que endossa o pensamento republicano e confederativo é de Joaquim da Silva Rabelo, o Frei Caneca. Havia naquele início de século a circulação da literatura europeia e dos ideais políticos de superação da monarquia em Pernambuco, que tinha forte conexão com o mundo a partir do seu porto. Muitos filhos da elite pernambucana estudaram na Europa e foram influenciados pelas ideias liberais, o que não foi o caso de Frei Caneca. Mas é do religioso que virão as palavras que influenciam as lideranças da época a tomar posições contrárias ao império em direção a um outro modelo de País. “Era um projeto radical de República, com uma Constituição e que deveria ser federalista. Isso é muito importante, porque era liberal, contra governos despóticos, enfatizava a sociedade civil e menos o estado, que deveria ser mínimo”, explicou a historiadora Socorro Ferraz, professora emérita da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Para a Corte, o estado deveria ser “máximo”, com o imperador com bastante poder. “Essa é uma grande diferença entre esses dois modelos de nação, dos liberais radicais de Pernambuco e dos liberais do Sudeste, que queriam um estado mais forte. A Revolução de 1824 é uma resistência ao processo de formação do Estado Nacional, como Pedro I e os liberais conservadores sugeriam como projeto de nação para o País”, analisa a professora. Além de federalista, a revolução tinha um perfil nacionalista. Isso também a diferenciava da ala conservadora, pois Pedro I era herdeiro do trono português e ainda propôs, na época, uma aliança com os militares de Portugal. Entre os líderes da revolução, Frei Caneca, Manoel de Carvalho Paes de Andrade, presidente da Província de Pernambuco na época, e outros integrantes já tinham participado da Revolução Pernambucana de 1817. O Estado havia assinado três anos antes, inclusive, a Convenção de Beberibe, que expulsara o último governador português garantindo a ascensão de Gervásio Pires. Pernambuco era, portanto, um caldeirão de ideias que polarizaram com a Corte do Rio de Janeiro, onde estava Dom Pedro I. AUTORITARISMO À PROVA Outra palavra muito associada ao sistema político brasileiro nos últimos anos foi o autoritarismo, também presente nos primeiros anos da Independência do Brasil. O País começava a escrever a sua Constituição quando Dom Pedro I, insatisfeito com as discussões, destituiu o parlamento constituinte. Pouco tempo depois, ele apresenta às províncias a Constituição de 1824, que seria outorgada, isto é, imposta pelo monarca sem a participação dos parlamentares, muito menos da população. Esse movimento de D. Pedro era uma afronta, que não passou sem resistência pelos pernambucanos. “São vários motivos que levam à Confederação do Equador, mas podemos colocar como principal o fechamento da Assembleia Constituinte e logo em seguida a outorga da Constituição de 1884. Ela é extremamente centralizadora e traz ali o Poder Moderador”, afirmou o historiador Bruno Câmara. Ameaças de fechar o parlamento e a escalada de tensão entre os poderes, são outras características perceptíveis na conjuntura atual. Contrariando os ideais de maior autonomia das províncias, o Poder Moderador introduzido por Dom Pedro I na primeira Constituição conferia a ele mesmo uma autoridade superior aos três poderes tradicionais (Executivo, Legislativo e Judiciário). Além da capacidade de intervir e arbitrar conflitos entre esses poderes, Bruno Câmara lembra que o próprio imperador também era quem dava as cartas no Poder Executivo. O debate da centralização e do Poder Moderador, aliás, são elos das pautas políticas de 1824 e 2024. O almejado Pacto Federativo, com uma distribuição mais equilibrada do orçamento e das atribuições da União, estados e municípios até hoje não se realizou e a disputa pela autonomia, que originou a revolução, permanece como um problema não resolvido. O próprio slogan "mais Brasil, menos Brasília" tem relação com essa reivindicação dos revolucionários. A concentração de recursos e poderes no ente federal é uma crítica recorrente em cada pleito eleitoral. O movimento municipalista, enquanto esforço das entidades representativas das cidades para fortalecer a autonomia, a capacidade financeira e administrativa dos governos locais, e o Consórcio Nordeste, que reúne os governadores dos nove estados da região, por exemplo, se relacionam com essa pauta de dois séculos atrás. Não necessariamente de ruptura, mas de um fortalecimento dos governos

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Seminário Comemorativo Celebra 200 Anos da Confederação do Equador

O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP) em parceria com o Instituto do Ceará – Histórico, Geográfico e Antropológico, está organizando um seminário para comemorar os 200 anos da Confederação do Equador. O evento, que busca relembrar e celebrar o movimento revolucionário que começou em Pernambuco e se espalhou pelo Nordeste, contará com atividades no Recife e em Fortaleza. No Recife, o seminário será realizado nos dias 2 e 3 de julho na sede do IAHGP, enquanto em Fortaleza, o evento ocorrerá nos dias 27 e 28 de agosto. George Cabral, sócio e historiador do IAHGP, destaca a importância dessa parceria, lembrando que a Confederação do Equador foi um marco na luta contra o autoritarismo de Dom Pedro I. "Foi no Ceará que houve a rendição do último foco de resistência, culminando nas prisões de vários revolucionários, entre eles, Frei Caneca, que seria morto meses depois," comenta Cabral. O presidente do Instituto do Ceará, Júlio Lima Verde, também participará do seminário, lançando o livro digital 'O Ceará na Confederação do Equador - Artigos e documentos publicados na Revista do Instituto do Ceará', organizado por ele. Além das palestras e debates, o seminário incluirá uma solenidade oficial do Governo de Pernambuco no Centro Cultural Eufrásio Barbosa, em Olinda, e o descerramento de um painel comemorativo pelo bicentenário da Confederação do Equador no Forte das Cinco Pontas, no Recife. Margarida Cantarelli, presidente do IAHGP, reforça a relevância de eventos como este para manter viva a memória histórica do estado. “Nosso papel, enquanto guardiões da história, é preservar os registros históricos e todas essas memórias para as futuras gerações,” afirma. Serviço: Seminário Comemorativo dos 200 anos da Confederação do Equador Recife: Fortaleza: Programação Recife: Dia 02 de julho de 2024 (terça-feira) Dia 03 de julho de 2024 (quarta-feira)

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Confederação do Equador: livro preserva pensamento crítico de frei Caneca

Movimento revolucionário completa 200 anos em 2024 e a Cepe Editora lança publicação organizada pelo historiador Evaldo Cabral de Mello (Da Cepe) Nesta terça-feira, 2 de julho, em homenagem ao bicentenário da Confederação do Equador, a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) lança a segunda edição do livro Frei Joaquim do Amor Divino Caneca. A obra, com organização e introdução de Evaldo Cabral de Mello, considerado o maior historiador vivo do Brasil, apresenta uma coletânea da produção intelectual de frei Caneca, um dos principais líderes do movimento. O lançamento será na livraria da Cepe no Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, no Varadouro, em Olinda, dentro das comemorações do Governo do Estado pelos 200 anos da Confederação do Equador. O título tem 736 páginas, é dividido em dez séries de textos e traz 28 edições do jornal O Typhis Pernambucano, fundado e redigido por frei Caneca de dezembro de 1823 a agosto de 1824; cartas trocadas com opositores; a Dissertação sobre o que se deve entender por pátria do cidadão e deveres deste para com a mesma pátria, escrito em 1822; e o Itinerário que fez frei Joaquim do Amor Divino Caneca, saindo de Pernambuco a 16 de setembro de 1824, para província do Ceará Grande. Este último narra a fuga dos rebeldes do Recife, já tomado pelas tropas imperiais, em direção à Mata Norte de Pernambuco, até a capitulação em 29 de novembro, dando fim à Confederação do Equador. Movimento iniciado em Pernambuco a 2 de julho de 1824, no século 19, a Confederação reuniu as províncias da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte contra o autoritarismo de Dom Pedro I. Na introdução do livro, Evaldo Cabral de Mello faz uma síntese das manifestações de independência de Pernambuco, de 1817 a 1824, para uma melhor compreensão dos artigos elaborados pelo frade. “As obras políticas de frei Caneca escapam ao doutrinarismo e ao debate puramente especulativo de ideias. Elas constituem sobretudo tomadas de posição relativamente a situações da política provincial e brasileira”, escreveu o historiador. Um exemplo pode ser conferido na edição de 10 de junho de 1824, do Typhis Pernambucano, na qual o religioso deixa claro seu recado para o imperador: “Uma província não tinha direito de obrigar a outra província a coisa alguma, por menor que fosse; nem província alguma, por menor e mais fraca, carregava com o dever de obedecer a outra qualquer, por maior e mais potentada. Portanto, podia cada uma seguir a estrada que bem lhe parecesse, escolher a forma de governo que julgasse mais apropriada às suas circunstâncias, e constituir-se da maneira mais conducente à sua felicidade.” Professor de retórica, geometria e filosofia, Joaquim da Silva Rabelo era filho de um fabricante de tonéis (tanoeiro) e nasceu no Recife em 1779, na área hoje denominada Bairro do Recife. O livro com a produção intelectual de frei Caneca foi publicado originalmente em 2001 e revela o amplo conhecimento do frade carmelita em história, matemática, teoria literária e doutrinas políticas. A nova edição vem com o acréscimo do jornal de nº 17 do Typhis Pernambucano, que não constava anteriormente. O religioso teve participação na Revolução Republicana de 1817, foi preso e ficou encarcerado na Bahia por dois anos. De volta ao Recife, teve presença de destaque na Confederação do Equador, presidida por Manuel de Carvalho Paes de Andrade. Depois de se renderem, encerrando o movimento revolucionário com a promessa de que seriam recebidos com clemência pelo imperador, frei Caneca é preso e condenado à forca. Ao se defender perante a comissão militar de julgamento, ele discordou da acusação de crime de rebeldia, como se vê no texto do Itinerário. (...) “nem em todo este Pernambuco jamais houve nessa época tal imaginária rebelião. Salvo se o procurar confederar-se e unir-se com as outras províncias limítrofes para pedir instantaneamente ao imperador que cumpra a sua palavra e juramento, que subindo ao trono solenemente prestou, de permitir ao povo brasileiro o fazer livremente, por meio dos seus representantes em Cortes, que ele sem justa causa e incompetentemente dissolveu, uma Constituição inteiramente liberal, é rebeldia.” Como os carrascos se recusaram a enforcar frei Caneca, a pena foi substituída por tiros de arcabuz, no Forte das Cinco Pontas, localizado no bairro de São José, no Centro do Recife, em 13 de janeiro de 1825. O corpo foi enterrado no Convento do Carmo, situado na mesma região. A capa do livro é ilustrada com uma recriação da imagem de frei Caneca produzida pelo artista plástico Roberto Ploeg. Serviço O que: Lançamento de Frei Joaquim do Amor Divino Caneca Quando: 2 de julho (terça-feira) Hora: A partir das 10h Onde: Livraria da Cepe no Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa (Largo do Varadouro, s/n, Varadouro, Olinda) Preço: R$ 90 (impresso) e R$ 35 (e-book)

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Christal Galeria ocupa espaço na ART PE que acontece até domingo (30) no Terminal Marítimo

A Christal Galeria de Artes, localizada no Pina, participa da ART PE, que acontece entre os dias 26 e 30 deste mês, no Terminal Marítimo do Recife, com trabalhos de vários artistas que compõe o seu acervo. Os visitantes vão poder conferir as obras de Adalgisa Campos, Adeildo Leite, Alicia Cohim, Arbos, Bianca Foratori, Brenda Bazante, Íldima Lima, José Barbosa, Marcella Vasconcelos, Tássio Melo, Ziel Karapotó, Liz Santos e Mitsy Queiroz, Max Motta e Whittney de Araújo. “Dentro desse grupo de artistas, temos dois que assinam a exposição Territórios Pina – Dois Olhares que Se Entrelaçam que ocupa o salão principal da Christal Galeria e cujos trabalhos também poderão ser apreciados durante a ART PE”, reforça a galerista Christiana Asfora se referindo a Max Motta, Whittney de Araújo. “Ainda destacamos entre o acervo da Christal, a obra do artista indígena Ziel Karapotó, um multiartista que tivemos a honra de receber na galeria com a sua primeira exposição individual e que foi convidado a expor a obra Cardume II na Bienal de Veneza deste ano”, completa Christiana. Para a ART PE, a Christal Galeria leva os trabalhos desses renomados artistas, apresentados em diferentes suportes e técnicas como pinturas em tela, esculturas em cerâmica, tapeçarias, fotografias e bordado sobre tecido. Durante os cinco dias de evento, segundo a organização, é esperado um público de 14 mil pessoas, 20% a mais do que foi registrado no ano passado. A visitação será aberta das 14h às 21h.

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8 casas e casarões do Grande Recife Antigamente

A coluna Pernambuco Antigamente preparou uma seleção de fotos do casario do Recife, de Olinda e do Cabo de Santo Agostinho, antigamente. As imagens são da Biblioteca do IBGE. A maioria delas foi do ano de 1957, de Tibor Jablonsky. A transformação urbanística das cidades torna esses espaços, que antes eram de moradia, pouco reconhecíveis nas imagens de um tempo mais bucólico do Estado. Confira abaixo e clique nas fotos para ampliar. 1. Casas no Recife (PE), em 1957 2. Casa de João Fernandes Vieira no Recife (PE), em 1957 João Fernandes Vieira, português nascido em Funchal, senhor de engenho, foi um dos líderes da Insurreição Pernambucana e o primeiro signatário célebre do "compromisso", assumido por 18 líderes insurretos, de 23 de maio de 1645. Fernandes Vieira, comandou um dos quatro Terços do "Exército Patriota" nas duas Batalhas dos Guararapes. Em 1654, entrou triunfante no Recife liberto, recebendo as chaves da cidade. Recebendo do Exército o título de "Patriarcas da Força Terrestre". 3. Casa Navio, no Recife (PE) A Casa Navio foi uma obra de Adelmar da Costa Carvalho, empresário, industrial e ex-deputado federal de Recife. Erguida na orla da praia de Boa Viagem, A Casa Navio foi uma residência que replicava com capricho as acomodações do transatlântico Queen Elizabeth. Já teve como hóspede o ex-presidente Juscelino Kubitschek. 4. Vista interna da casa onde nasceu Joaquim Nabuco, no Recife Joaquim Nabuco, escritor e diplomata, nasceu no sobrado de nº 147, localizado na antiga Rua Aterro da Boa Vista, atual Rua da Imperatriz Tereza Cristina, esquina da Rua Bulhões Marques em Recife, PE, em 19 de agosto de 1849, e faleceu em Washington, EUA, em 17 de janeiro de 1910. 5. Casa no Bairro do Carmo em Olinda (PE), em 1957Casa em estilo mouriso, localizada na Praça Conselheiro João Alfredo, no Bairro do Carmo. 6. Casa do Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho O Engenho Massangana é um conjunto arquitetônico rural do século XIX, composto pela Casa-Grande e Capela de São Mateus em uma área de dez hectares, que está localizado no Cabo de Santo Agostinho. Seu nome, de origem africana, vem do Rio Massangana que na época do auge do açúcar, servia para o escoamento do que era produzido nos engenhos da região até o Porto do Recife. Acredita-se que Tristão de Mendonça tenha fundado o Engenho Massangana, através da doação de um pedaço de terra do município feita por Duarte Coelho, primeiro donatário da Capitania de Pernambuco. 7. Casas na Praia de Boa Viagem no Recife (PE) 8. Casas na Praia do Pina *Para enviar fotos ou sugerir pautas, mande um e-mail para rafael@algomais.com

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Trem do Forró faz última viagem neste sábado

A temporada 2024 do Trem do Forró chega ao fim neste sábado (29), Dia de São Pedro, com um encerramento especial. Após uma edição de vagões lotados, a atração, uma das mais tradicionais do São João do Recife, apresentará a 2ª edição do Vagão da Inclusão, que animará cerca de 60 pessoas, incluindo crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista, atendidos pelo Espaço Vida Multiterapias. Para garantir a tranquilidade dos passageiros, o trio que se apresentará neste vagão não usará equipamentos de amplificação sonora, e os passageiros terão acesso a abafadores, além de a tradicional queima de fogos na partida e na chegada ao Recife estar suspensa. O  Trem do Forró parte do Recife com destino ao Cabo de Santo Agostinho, em um percurso de 84 km (ida e volta). A concentração da atração ocorre sempre a partir das 14h30, no antigo pátio da Transnordestina (ao lado do Restaurante Catamaran), no bairro de São José, no Recife. Já a viagem ocorre a partir das 16h. Os kits são compostos por pulseira e camisa, que dão direito a experiência completa, incluindo parada para festa na cidade do Cabo. Em cada vagão, trios de forró pé-de-serra animam os passageiros. A estrutura conta ainda com bar para maior conforto. Na chegada ao Cabo, o público é recepcionado por quadrilha junina e levado para o Pátio de Lazer, localizado ao lado da Estação Central. No local os passageiros podem apreciar o que a gastronomia junina de Pernambuco tem de melhor e se divertir com apresentações culturais. Os forrozeiros seguem em ritmo de festa na volta para o Recife.  A empresária Monique Carla Ferreira Melo, idealizadora do Espaço Vida Multiterapias, destacou a importância da participação de seus pacientes no evento, enfatizando que essa ação promove um ambiente acolhedor e inclusivo, proporcionando uma experiência cultural rica e acessível para todos. “Nós que fazemos parte do Espaço Vida Multiterapias percebemos a importância da participação de nossos pacientes em um evento como esse, pois acreditamos que essa ação promove um ambiente acolhedor e inclusivo, proporcionando uma experiência cultural rica e acessível para todos. São momentos assim onde podemos celebrar nossa cultura  e reforçar a importância da diversidade e inclusão, permitindo que pessoas com autismo e suas famílias desfrutem de momentos de alegria e conexão”, destaca a empresária. Além do Vagão da Inclusão, a última viagem do Trem do Forró continua a animar os forrozeiros que estão se despedindo das festas juninas. A organização preparou uma promoção especial para quem já participou de alguma viagem nesta temporada, permitindo a aquisição de pulseiras por R$100 para repetir a experiência. O trem parte do Recife com destino ao Cabo de Santo Agostinho, em um percurso de 84 km, com paradas para festa na cidade do Cabo. A estrutura do passeio inclui trios de forró pé-de-serra, bar e apresentações culturais. Serviço: Última viagem da temporada 2024 do Trem do Forró Data: 29 de junho Hora: 14h30 (concentração) | 16h (início do passeio) Local: Antigo pátio da Transnordestina (ao lado do Restaurante Catamaran), bairro de São José, Recife. Ingressos: R$190 (para quem fará a primeira viagem deste ano) | R$100 (para quem já curtiu o Trem esse ano e quer repetir a dose). Onde adquirir: www.tremdoforro.com.br ou nos quiosques do Ticket Folia dos Shoppings Riomar e Boa Vista. Outras informações: (81) 9 9911.2763 / (81) 3314.9004 ou pelo site do evento.

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Petrolina recebe lançamentos de livros de autores negros

Evento faz parte da programação do Festival Pernambucano de Literatura Negra (FLIPEN), que será realizado no auditório da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf),  em Petrolina, nesta quinta-feira, dia 27 O Vale do São Francisco entra na contagem regressiva para festejar a chegada do 2º Festival Pernambucano de Literatura Negra (FLIPEN), que acontecerá nesta quinta-feira, dia 27, na Universidade Federal Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina. O evento promete ser um marco na literatura negra, destacando a riqueza e diversidade da produção literária de autores nordestinos. Entre os destaques está o lançamento do livro-reportagem “Pandemia: os reflexos da maior emergência sanitária do planeta”da  jornalista e escritora recifense, Jaqueline Fraga. Quem também vai  lançar um livro é o professor universitário  Guilherme Araújo, que tem por título:  “Um nordestino numa universidade alemã" . A programação será realizada no auditório da Univasf, às 17h.  Um dos lançamentos mais aguardados é o livro “Pandemia: os reflexos da maior emergência sanitária do planeta”. A publicação, construída em 15 reportagens,  traz o olhar da escritora, Jaqueline Fraga, sobre importantes momentos vivenciados durante a pandemia da Covid-19. A edição escrita no formato livro-reportagem  detalha, por exemplo, fatos que chamam atenção da autora à época, como as buscas por vacina, as relações familiares e profissionais em meio à pandemia, bem como as retomadas após os momentos mais críticos.  A narrativa presente no volume é costurada por depoimentos de secretários de saúde, pesquisadores, médicos, chefes do executivo e especialistas de diferentes áreas. Entre as matérias que compõem o livro está, inclusive, a reportagem “Consciência Negra: profissionais de saúde negros buscam representatividade,   vencedora do Prêmio AMPE de Jornalismo em Saúde, em 2022.  Outro lançamento que promete chamar atenção do público, é o  livro “Um nordestino numa universidade alemã, organizado pelo escritor, negro,  Guilherme Araújo. Ele que vem de origem de família humilde, viveu boa parte de sua vida no subúrbio do Recife, e, que, atualmente encontra-se morando em Petrolina,  traz em sua publicação uma linguagem em formato de um diário de bordo, no qual relata experiências vividas, pela primeira vez,  durante seu intercâmbio estudantil na Philipps Universität Marburg, realizado entre os anos de 2007 e 2008.  A instituição, com mais de 500 anos de atuação, tem sede na cidade de Marburgo, no estado de Hessen, na Alemanha,  referência no ensino internacional em cursos de diversas áreas, incluindo ciências naturais, humanidades, ciências sociais, direito e medicina.  Além dos lançamentos, a FLIPEN oferece uma agenda recheada de atividades, gratuitas para os leitores,  que inclui saraus e sessão coletiva de autógrafos.  Para fortalecer o debate e aumentar a visibilidade da literatura negra e as várias formas de combate ao preconceito racial, o festival vai promover várias  mesas-redondas e debates sobre os seguintes temas: poesia e representatividade; ;mulheres negras na literatura; literatura e intelectualidade como instrumentos políticos; jornalismo literário e literatura de não-ficção. Mais informações no site https://www.negrasou.com.br/blog. Outra opção é a página www.instagram.com/festivaldeliteraturanegra_pe. 

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Exposição inicia comemoração do centenário de Abelardo da Hora na Feira ART.PE

Espaço Nosso Quintal, no bairro da Várzea, recebe a exposição “Hora, substantivo feminino” com esculturas que retratam o poder do feminino A terceira edição da ART.PE – Feira de Arte Contemporânea de Pernambuco – apresenta um projeto especial no bairro da Várzea. A exposição "Hora, substantivo feminino", que será inaugurada nesta sexta-feira, dia 28, às 10h, contará com seis esculturas do renomado artista visual Abelardo da Hora. Com curadoria de Carlos Mélo, a mostra estará aberta ao público de sexta a domingo, entre 28 de junho e 28 de julho, das 14h às 20h, no Quintal da Iron House, do Grupo Cornélio Brennand. Esta exposição, realizada pela Galeria Boi em parceria com a ART.PE, homenageia Abelardo da Hora ao exibir esculturas que destacam a presença feminina em sua obra. As peças, provenientes do Memorial Abelardo da Hora em João Pessoa, foram trazidas ao Recife especialmente para esta ocasião. Além disso, outras obras do artista estarão em exposição na Feira ART.PE, no Terminal Marítimo do Porto do Recife, de 26 a 30 de junho. Clara da Hora, neta do artista, destaca a importância dessa homenagem, lembrando a significativa contribuição de seu avô para a cultura e paisagem de Pernambuco. O centenário de Abelardo da Hora é celebrado com a exposição "Hora, substantivo feminino", que reflete o compromisso do artista com os direitos humanos e a luta feminina. Carlos Mélo, curador da exposição, sublinha a relevância de discutir esses temas num momento em que a ativista Maria da Penha enfrenta novos ataques digitais. Carol Boxwell, CEO da Iron House, e Diogo Viana, produtor da Feira ART.PE, reforçam a importância de fortalecer a cultura local e celebrar o legado de Abelardo da Hora, cuja obra continua a inspirar e a impactar profundamente o cenário artístico de Pernambuco. “No centenário de Abelardo da Hora, que além de artista foi militante na defesa dos direitos humanos,  hoje, num momento da nossa história onde, a também ativista, Maria da Penha é vítima mais uma vez de agressões, sendo agora digital, fake news de hacker e heaters que atacam constantemente esse corpo cujo nome é uma lei de proteção às mulheres vítimas de violência no país, nos remete a um conflito que Abelardo parece resolver entre o peso da matéria e a imponderabilidade das ideias: as mulheres de concreto agigantadas afirmam imageticamente que sim, é preciso lutar pelo direito à vida e à liberdade”, afirma Carlos Mélo, curador da exposição “Hora, substantivo feminino”. Outros espaços Além da exposição “Hora, substantivo feminino”, a Feira ART.PE terá outros espaços especiais. Na Arena Arte e Mercado, oferecerá uma série de atividades para fomentar o setor da arte em Pernambuco com palestras e rodas de conversas, lançamentos de livros, temas voltados ao mercado de arte e participações dos museus que estão presentes na Feira. O Salão de Fotografia contará com a participação de cerca de 20 artistas. A curadoria é assinada por Gustavo Bettini, diretor do Ateliê de Impressão. O espaço receberá artistas nordestinos ou que tenham o Nordeste em sua pesquisa ou ainda, que morem com a Região. Cada fotógrafo irá expor uma obra ou um conjunto de obras com duas ou três peças (díptico ou tríptico) que se complementam. Os visitantes contarão, também, com o Salão de Design, com a presença das lojas Na Rosenbaum, Na Foz, Desenho Design e MV Cerâmica, todas com curadoria especial ART.PE. A Área Gastronômica terá a presença do Restaurante Cá-Já em um lounge para 30 pessoas. O bar Liamba, a sorveteria Degusta, a cafeteria Um Certo Café e o Wine Bar, com vinhos da WineConcept Brasil, completam o espaço. A Iquine, uma das patrocinadoras da ART.PE, terá um espaço exclusivo com 60 m² assinado pela arquiteta Cláudia Buchholz. O lounge conceitual da marca é inspirado na campanha publicitária comemorativa aos 50 anos, que possui paletas de cores especiais criadas e pensadas em cada região do Brasil. A proposta é gerar uma atmosfera lúdica e leve para os visitantes que forem conferir o local, valorizando a identidade cultural brasileira. Serviço: Exposição “Hora, substantivo feminino” Data: De 28 de junho a 28 de julho, das 14h às 20h Local: Quintal da Iron House (R. João Francisco Lisboa, 385 - Várzea) Acesso gratuito 3ª ART PE – Feira de Arte Contemporânea de Pernambuco Data: De 26 a 30 de junho, das 14h às 21h Local: Terminal Marítimo de Passageiros, do Porto do Recife Acesso gratuito para a Arena Arte e Mercado de palestras Acesso à feira de galerias: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia) + taxa Sympla À venda na plataforma SYMPLA

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“Existe um homem selvagem”, de Hugo Dubeux, questiona o patriarcado

O mais novo livro do escritor e poeta Hugo Dubeux "Existe um Homem Selvagem" busca resgatar a essência de um ser humano decolonial, desconstruindo o significado colonial de “selvagem” como violento e agressivo. O livro é uma poética de denúncia, enfrentamento e proposição, dividido em quatro capítulos e um epílogo. do asfalto saem mostrosdos mesmos pedaços da terraonde esguiam-se as mais sábias raízes se punhamentrelaçadas entre grãos e minhocashoje corroem os corpos transeuntes enfadados em seu centro No primeiro capítulo, "O ar de pulmão meu", a narrativa enfoca a importância da encarnação na própria existência, promovendo uma poética decolonial que busca a essência individual além das normas e tabus sociais. Este capítulo estabelece a fundação para uma autogestão da vida, onde cada ser se reconecta com sua verdadeira natureza. O segundo capítulo, "Exílios", aborda a reprodução do papel masculino dominante no discurso hegemônico colonial, explorando as opressões e toxicidades das masculinidades impostas. Em "Um garotinho alado, de tocha acesa", o terceiro capítulo, discute-se a influência do patriarcado e da colonialidade nos corpos, propondo uma libertação poética das repressões para um fluxo livre de energia. No quarto capítulo, "Amores e Utopias", o livro argumenta contra os rótulos patriarcais e coloniais, defendendo o amor como força de luta e enfrentamento decolonial. O epílogo, "Aceno", conclui a obra com um poema onde um adulto bissexual e emocionalmente maduro dialoga com sua criança interior, refletindo sobre a jornada de aceitar e expressar sua sensibilidade masculina. Enraizado no Recife, o poeta Hugo Dubeux propõe questionamentos profundos sobre o patriarcado em sua obra "Existe um Homem Selvagem". Ele se interroga sobre o processo de formação dos homens, o papel que desempenham na sociedade e as feridas internas que carregam, mesmo enquanto opressores. Além de escritor e poeta, Dubeux é arteterapeuta e produtor cultural, vendo a arte como um meio essencial de digestão e reflexão sobre a vida. Seu trabalho envolve a facilitação de oficinas que exploram o processo criativo e a interrelação entre corpo e escrita, bem como grupos de homens que debatem masculinidades e patriarcado através da expressão artística. Dubeux recita e escreve seus poemas com um propósito político e filosófico, buscando reencantar o mundo com beleza e justiça. Suas oficinas e produções culturais não apenas incentivam a criação artística, mas também promovem discussões significativas sobre os impactos do patriarcado e as masculinidades tóxicas. Assim, ele utiliza a arte como uma ferramenta poderosa para a transformação social, ajudando a redefinir as identidades masculinas e promover uma maior equidade e compreensão na sociedade.

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