Arquivos Cultura e história - Página 347 de 354 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cultura e história

Teatro Luiz Mendonça abre pauta para o projeto Hoje Tem Espetáculo

O Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, lançou novo edital para o projeto Hoje Tem Espetáculo, para ocupação da pauta do equipamento durante o mês de agosto. Podem participar espetáculos de artes cênicas, como dança e teatro e os interessados têm de até o dia 23 de julho para apresentar as propostas. O Teatro Luiz Mendonça é um equipamento cultural da Prefeitura do Recife. O edital pode ser acessado no site da Secult. As pautas que estão sendo disponibilizadas são para os seguintes dias da semana: Quinta-feira, 20h, nos dias 11, 18 e 25 de agosto; Sexta-feira, 20h, nos dias 12, 19 e 26 de agosto; Sábado, 20h, dias 13, 20 e 27 de agosto; e aos Domingos, às 17h, nos dias 14, 21 e 28 de agosto. As apresentações dentro do projeto devem efetivar a venda de ingressos no valor máximo de R$ 30,00 (trinta reais) - inteira, e R$ 15,00 (quinze reais) - meia entrada. Pode participar da seleção pessoa física ou jurídica, desde que o espetáculo já tenha estado em cartaz. A proposta deve ser apresentada em língua portuguesa, assinada, com número de telefone, fax, e-mail e endereço completo, e dirigida à Secretaria de Cultura (Secult - Recife), no seguinte endereço: Av Cais do Apolo nº 925 - 15º andar, Bairro do Recife, Recife/PE. O material tem que vir em dois envelopes lacrados, um com os Documentos de Habilitação, e outro com a Proposta de Apresentação. O Projeto Hoje Tem Espetáculo tem o objetivo de facilitar o acesso do público a espetáculos de artes cênicas a preços populares.

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A cultura popular acendendo fogueiras pra São João (Por Romildo Moreira)

Sendo o mês de junho, aqui no nordeste brasileiro, período de culto a três Santos venerados por praticamente toda a população, Santo Antônio, São João e São Pedro, o curioso é que muito mais que rezas os “santinhos” recebem homenagens pagãs em festas danadas de boas. Nestas festas, a Cultura Popular explode nos arraias espalhados por toda região, com suas características e crendices, ao som de coco, xaxado e baião. Em Pernambuco, além dos inúmeros artistas que dedicam as suas carreiras ao forró, existem grupos bem marcantes em seus respectivos estilos, que, além de manter uma tradição dos costumes populares nos festejos da época, criam novos adeptos e despertam interesses nas novas gerações. E isso é bom demais, considerando, em especial, dois aspectos fundamentais que são: a atualização da cultura popular e a preservação do nosso valioso acervo de bens imateriais. – A melhor forma das manifestações tradicionais escaparem da síndrome de “coisa do passado”, é integrar-se aos anseios da juventude e deixar que ela resolva o presente, mantendo a atemporalidade necessária à sobrevivência da tradição. Quem não se emociona, dança, canta e “se joga” numa apresentação do Coco Raízes de Arcoverde? – Vimos no São João do ano passado, no Arraial da Praça do Arsenal da Marinha, no Recife, esse grupo incendiar a multidão ao som de suas tamancadas, deixando os turistas atônitos diante do fenômeno que contagiou toda a praça. A Banda de Pífanos e os bacamarteiros de Caruaru são outras riquezas da cultura popular que ganham destaques nesta época do ano, levando às ruas da “capital do forró” uma demonstração da variedade cultural que nos caracteriza a cada ciclo festivo que comemoramos. O som dos pífanos marcados por zabumbas e caixas de guerra, que transpiram procissões religiosas ao mesmo tempo em que remete às marchas das cavalarias medievais, arrepia qualquer pessoa que da banda se aproxime. Já os explosivos sons dos bacamartes, que não são tão agradáveis aos ouvidos de muitos, têm a sua beleza compensada nas coreografias executadas por cada bacamarteiro, incluindo as crianças que são um show a parte nessas exibições. Vale conferir. Podemos agora versar sobre o maior fenômeno junino constituído pela tríade “cultura popular, tradição e modernidade”, chamada quadrilha junina. Essa manifestação fenomenal, que enche de prazer os olhos de uma plateia (plateia porque o povo pára pra ver), é o melhor exemplo que temos para provar que tradição pode ser tão contemporânea quanto qualquer novidade que surja hoje. A etimologia comprova o caráter permanentemente mutante de uma quadrilha, desde suas origens em palácios europeus, até a sua chegada ao Brasil conduzida pela Corte Portuguesa, transferida depois para a área rural e retornando aos centros urbanos como destaque absoluto nas comemorações aos santos Antônio, João e Pedro. A cada ano, as quadrilhas se renovam e os quadrilheiros se reinventam de forma absoluta, criando com isso expectativas e desejos extremos em boa parte da população, em vê-las. – Isso sem falar no aspecto social e na movimentação econômica que esses grupos artísticos alavancam. – E como grupos artísticos, as coreografias, os figurinos, as maquiagens, as trilhas sonoras e a teatralidade que envolve os personagens, estão ganhando dimensões inimagináveis aos olhos de quem acha que cultura popular não combina com o brilho das estrelas. O brilho maior entre todas as estrelas que figuram no São João do Nordeste, hoje, vem das quadrilhas, acendendo fogueiras em muitos corações. DICAS DE ESPETÁCULOS EM CARTAZ: - “Ossos”, com o Coletivo Angu de Teatro Local: Teatro Apolo Dias: sextas às 20h; sábados às 18 e 21h, domingos às 19h. Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00 – Informações: 33553319 / 33553320. - “O Tempo Perguntou ao Tempo”; Espetáculo de dança para criança / Grupo Acaso Local: Teatro Marco Camarotti (SESC de Stº Amaro) Dias: Sábados às 16h e domingos às 11 e 16h. Preços: R$ 10,00 e R$ 5,00 – Informações: 32161728 - “LUIZ E EU? Ô viagem danada de boa”; Espetáculo de teatro para criança / Cia. Maravilha Local: Teatro Joaquim Cardozo Dia: Domingo 19/06 às 16h. Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00 – Informações: 21267388   *Romildo Moreira é ator, autor e diretor de teatro

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Cannibal e Café Preto no Burburinho

Sonoridades de inspiração jamaicana e exploração de elementos pop globais. Este é o universo que permeia a obra autoral da Café Preto, banda – capitaneada pelo cantor Cannibal ao lado do músico e produtor musical PI-R. Lançado em 2013, o primeiro disco do grupo, intitulado 'Café Preto', já foi apresentado em shows no Rio e em São Paulo, além de diversas cidades pernambucanas, seja no circuito de eventos públicos como o Carnaval ou em shows fechados. Para quem ainda não conhece, a obra está disponível para download completo através do endereço http://cafepreto.mus.br/ e o disco contou com convidados especiais como Fred Zero Quatro e Areia (Mundo Livre S/A), Chico Tchê, Publius, Ori, Marcelo Campello, Berna Vieira e Zé Brown, além do carioca Ras Bernardo. Durante este período, o disco obteve críticas positivas de veículos como Folha de São Paulo, Rolling Stone e Carta Capital. Além das canções da primeira bolachinha, os shows da Café Preto incluem incursões em outras searas musicais como uma versão de "Preciso me encontrar", clássico do cancioneiro popular brasileiro de autoria de Candeia imortalizada na voz de Cartola que ganhou nova roupagem DUB na versão da Café Preto. Além desta, ganham interpretações de Cannibal "Gostoso demais" (Nando Cordel), "Boa Vista" (Trindade Club) e "O Samba" (Nanica Papaya). Recentemente, a banda lançou um compacto LO-FI em vinil sob o título 120 km com a participação de maestro Spok. Canção de amor, a narrativa conduz o personagem principal através de um caminho de 120 km percorridos para reencontrar seu objeto de desejo e para cuja jornada pede as bênçãos de Oxalá e Iemanjá, referências afro-religiosas também presentes no primeiro disco. Para o futuro, Cannibal planeja lançar o segundo disco da banda, que já conta com cinco músicas. A previsão é que a nova obra ganhe registro de doze canções, das quais oito serão escolhidas para compor a versão final do disco. E o Café Preto? - Cannibal explica que o projeto já estava em curso quando a Devotos estava em turnê internacional. Ao pernoitar na Eslovênia, o garçom perguntou a ele se não desejaria um Black Coffee. O músico gostou da sonoridade das palavras e resolveu batizar assim o projeto. O aportuguesamento do nome aconteceu através de uma conversa informal com Jorge Du Peixe que apostava no bom e brasileiríssimo pretinho básico. Vai um Café Preto aí? Café Preto no Burburinho Data: 17 de junho (sexta) Horário: 22h Endereço: Rua Tomaniza, 106 - Bairro do Recife Valor: R$ 20,00

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Pernambucano premiado pela ONU, Gustavo Maia ministra palestra no Brazil Forum, na Inglaterra

O pernambucano Gustavo Maia, premiado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) por ter criado um modelo-referência de gestão colaborativa das cidades brasileiras, o Colab.re, ministra palestra no Brazil Forum. O empreendedor social se junta a importantes líderes do Brasil, como o ministro do STF Luís Roberto Barroso e o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, entre outros, no evento que ocorre nesta sexta (17), na London School Of Economics, e neste sábado (18), na Universidade de Oxford, ambas as instituições na Inglaterra. Maia vai integrar o painel que discutirá a contribuição dos jovens para o futuro do país, marcado para o segundo dia do evento, junto aos empreendedores sociais Izabela Correa e João Francisco Maria, e o CEO do ramo digital André Ferraz. Sob os conceitos de empoderamento dos cidadãos e tomada de decisões com base na participação popular, o Colab.re conecta brasileiros ao poder público no que se refere ao aperfeiçoamento de questões urbanas. Por meio da web (www.colab.re) e de aplicativos nas versões Android e iOS, cidadãos podem fiscalizar, propor melhorias e avaliar a qualidade dos serviços e instituições públicas. O usuário registra sua demanda na rede social – que pode ser de diversas naturezas, como calçadas esburacadas, iluminação deficiente e estacionamentos irregulares –, por meio da geolocalização, foto e descrição do fato. O órgão responsável, então, acessa um painel de monitoramento a fim de apurar a situação descrita, dando o devido encaminhamento para a solução de cada caso. Criado em 2013, o Colab.re conta com mais de 150 mil usuários conectados a 100 prefeituras, entre elas Recife, em Pernambuco, Santo André e Campinas, em São Paulo, e Niterói, no Rio de Janeiro. São mais de 55 mil demandas geradas em mais de 2.000 municípios brasileiros. As situações mais comuns são estacionamentos irregulares, buracos em vias, entulhos em calçadas, limpeza pública e lâmpadas apagas em vias públicas. Em algumas dessas prefeituras parceiras da ferramenta, o índice de solução das demandas reportadas é superior a 70%. O Brazil Forum é organizado por estudantes brasileiros cursando pós-graduação no Reino Unido e terá painéis em áreas diversas, como política, economia, direito e mídia. O encontro tem o objetivo de transcender as divisões que limitam o debate atual ao estimular uma reflexão balanceada e fomentar a busca de soluções efetivas para a crise. Outras informações sobre o Brazil Forum, incluindo a lista completa de debates e de participantes, pode ser encontrada no site www.brazilforum.co.uk.

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Ler Márcio de Mello (por Paulo Caldas)

Márcio de Mello se destaca pelas virtudes de leitor voraz e de escritor de notável criatividade. O texto desse noronhense, que viveu por longo tempo em Macau-RN, tem cheiro de maresia, é claro. Não das praias rasas de águas tépidas, mansas, cristalinas, mas de mar aberto, denso, profundo, exato, como o zelo com que nutre cada palavra, frase, sentença, parágrafo. Márcio dispõe de outra virtude intrínseca ao bom escritor: a memória. E dela faz bom uso na composição dos contos do seu "Um certo Capitão Vidraça" (Edições Bagaço 2013), bem como maneja habilmente a inventiva, como fez no livro anterior "Uma história de outro mundo e outras histórias de bichos que não navegaram na arca de Noé", da mesma editora, em 2012. Da memória ele traz personagens de perfis inusitados, vistos e reinventados com o necessário talento. Da sua criatividade aparecem outros tantos protagonistas surgidos do imaginário privilegiado, todos temperados pelo humor fino, ironia e outros ingredientes que seduzem o leitor a partir das primeiras linhas. No entender o escritor João Gratuliano, Márcio de Mello sabe como contar histórias. “E mais, sabe como escrevê-las de um jeito especial. Os contos têm o que de melhor se pode esperar desde o enredo instigante, a narrativa que flui com tamanha naturalidade que caímos com facilidade nas armadilhas. Para onde o narrador está nos levando? Os personagens são incomuns ao ponto de deixar o leitor na dúvida: existem no mundo real ou são meras coincidências que a mente desse ficcionista engenhoso e criativo trouxe à vida? E o que é mais raro na arte das narrativas curtas: elaborar uma trama tão bem tecida que fica difícil distinguir a história que se mostra e a oculta, aquela que está nas entrelinhas e que nos deixa com aquela sensação de ‘será que...’ Ler esses contos traz à tona nossas mais diversas emoções. Ora um riso, quando somos pegos de surpresa, ora uma lembrança quando nos identificamos com os personagens demasiadamente humanos, mas sempre com uma reflexão sobre nossa condição última. Um livro de cabeceira, para ler uma história por dia, se deliciando com as artimanhas que o autor descobriu para nos entreter. Para quem o conhece é como se ele estivesse presente lendo por nós”. *Paulo Caldas é escritor  

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Celpe e Camará Shopping inauguram projeto inédito no País que transforma resíduos em energia elétrica

Resíduos de alimentos e folhagens, que seriam descartados no lixo, passam a ter um destino mais sustentável. Um projeto pioneiro no segmento no Brasil, resultado da parceria entre a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) e o Camará Shopping, permite gerar energia elétrica renovável a partir de resíduos sólidos. A unidade de geração alternativa de energia vai funcionar no centro de compras, no município de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, tem potência instalada de 30 kW. A nova tecnologia utilizará o gás produzido pelos resíduos sólidos, como restos de alimentos e folhagens, como combustível para a geração de eletricidade. Inicialmente, a energia produzida pelo biogás será utilizada para suprir parte da demanda do Camará Shopping. Caso haja excedente, a energia será injetada no sistema da Celpe. O percentual não consumido e destinado à rede da concessionária será revertido em crédito para o cliente, como prevê a Resolução Normativa Nº 482/2012, que trata sobre geração distribuída. O projeto faz parte do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor Elétrico da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e está sendo executado pela Universidade de Pernambuco (UPE), Centro de Gestão de Tecnologia e Inovação (CTGI) e as empresas B&G Pesquisa e Desenvolvimento em Sistemas Elétricos Ltda e Sustente Energias Sustentáveis Ltda. No período de um ano, o sistema do Camará Shopping será monitorado por pesquisadores. A unidade conta com dois biodigestores com capacidade para 30 metros cúbicos (m³) de resíduos sólidos. As matérias primas do processo de geração de energia são: restos de comida e biomassa não lenhosa (folhagem), obtidas na própria área do empreendimento, que está em construção e tem inauguração prevista para abril de 2017. Também serão utilizados resíduos gerados pelo Mercado Municipal de Camaragibe, em parceria com a Prefeitura da cidade, contribuindo para a redução de lixo do local. Além dos biodigestores, também foi instalado um gasômetro de 30 m³, servindo como armazenador de biogás e assegurando a flexibilidade da operação de um microgerador de 30 kVA para geração de energia elétrica no chamado horário de ponta, das 17h30 às 20h30. A finalidade é avaliar o desempenho da microgeração em outros ambientes, o que vai possibilitar a obtenção de dados comparativos. "Vamos estudar uma tecnologia que possa ser aplicada em várias situações. O modelo servirá de base para aplicação em diferentes segmentos, seja comercial, industrial ou residencial", avalia o gestor de Meio Ambiente da Celpe, Thiago Caires. Entre os benefícios, o projeto desenvolvido pela Celpe e o Camará Shopping traz ganhos relevantes para a preservação do meio ambiente. INVESTIMENTO – Ainda está previsto a instalação de uma segunda planta de geração na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), em Caruaru, no Agreste, com potência estimada de 200kW. No total, estão sendo investidos mais de R$ 4,6 milhões na aquisição de equipamentos, capacitação profissional, desenvolvimento da tecnologia, instalação e acompanhamento após implantação.

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Servidores de PE fazem paralisação e pedem reajuste salarial

Servidores de secretarias, autarquias e fundações de Pernambuco iniciaram hoje (14) uma paralisação de 48 horas para pressionar o governo a avançar nas negociações com a categoria. Um ato foi realizado pela manhã em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo. À tarde, os manifestantes devem ir à Assembleia Legislativa. A paralisação é de advertência. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Sindserpe), Renilson de Oliveira, uma mesa de negociação vem sendo realizada, mas sem avanços. “Queremos uma proposta conclusiva. Há diálogo, mas não existe negociação de fato”, disse. Os servidores rebatizaram o espaço de “mesa de espera”, frase exposta em uma das faixas usadas no protesto de hoje. Entre as reivindicações, figuram questões ligadas a categorias específicas, que sem impacto financeiro, de acordo com Renilson. Um exemplo é a incorporação, nos vencimentos, de uma gratificação recebida pelos servidores do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep). Vale congelado Já entre as principais exigências que afetam as contas públicas está o reajuste do vale-alimentação recebido pelos funcionários públicos estaduais, de R$ 7 para R$ 15,70. “Estamos com o vale congelado há nove anos”, reclama o sindicalista. Com relação a reajuste salarial, a estratégia é pedir que seja feita uma readequação na tabela salarial dos servidores. “Ou seja, mudança no percentual das faixas salariais e entre classes, bem como o enquadramento por tempo de serviço”, explica o presidente do Sindserpe. O sindicato representa 26 mil servidores da capital e do interior. A adesão, de acordo com Renilson, é de 60% da categoria. Com a mobilização desta manhã, os funcionários conseguiram uma reunião com a Casa Civil do governo. Na reunião, foi pedida audiência com o secretário de Administração, Milton Coelho, para amanhã (15). A assessoria de imprensa da Casa Civil informou que o governo está aberto ao diálogo e que a reunião com o secretário de Administração vai ser marcada. (Agência Brasil)

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Bucho de piaba (junho)

Minha sogra diz, com toda razão, que sou bucho de piaba. Sabe o que isso significa? Segundo o dicionário de pernambuquês, pessoa fofoqueira. Aquele que não guarda segredo. Verdade! Minha sogrinha querida tem razão. Se você tiver algo secreto não me conte, de jeito nenhum. Sinto coceira na língua e vontade incontrolável de passar adiante a coisa proibida. Saboroso é deter o sentimento de poder durante aqueles valiosos minutos. Sim, sustento somente por alguns instantes. Nada mais além disso. Meu recorde foi de três sufocantes horas. Pensava que ia morrer entupido. Até que vomitei o sigilo para o primeiro que apareceu na minha frente. Ufa! Que alívio! Se a fofoca é da boa, ligo imediatamente para mãe: -Não sei se conto. -Vai menino, diz logo. -Não sei se não conto. -Vai menino. -É uma bomba, mãe! Tu não tem noção. -Conta looogooooo! Por sacanagem, antes de contar, desligo na cara dela, só para apimentar o mistério. Logo o telefone toca: Bruno, conteeee...eu sou sua mãe...estou mandando. - Não sei se conto. - Vai! Filho da mãe! - Não sei se não conto. - Ah, menino danado! Vou desligar! - Tá bom! Tá bom! Eu contoooo! Dano-me a dividir a confidência com mãe. Tive a quem puxar. Ali gosta de “dois dedos de prosa”, viu!? Meu pai não era diferente. Pense num macho fofoqueiro. Quando sabia de alguma novidade, entrava em casa assoprando. Quando era história de chifre gritava: “é gaaaaaiaaa”! E a gente pulava feito pipoca atrás dele: “Quem? Quem foi? Quem é o corno? Conta logo!” É bom demais isso de falar da vida alheia. Desde que seja sem maldade, claro. Sem diminuir ninguém. Só para divertir e colocar cadeira na calçada. Confesso que sinto remorso, mas se o proprietário do segredo não o segura, por que o farei? Só guardo segredo meu. Segredo dos outros compartilho. Afinal, quando o senhor possuidor da reserva me revela aquilo que não deveria relatar, perdeu, naquele exato momento, a propriedade sobre a confidência. A intimidade deixa de ser alheia e passa a ser própria. Vira patrimônio meu. A partir daí, faço o que bem entender. Se és o legítimo proprietário de um bem valioso chamado segredo, por favor, não o divida comigo. Não arrende, empreste, doe, alugue, venda, enfim, não pactue com este bucho de piaba o seu tesouro porque, certamente, descumprirei o acordo avençado. Ademais, não terás como cobrar multa, em razão da incontestável ausência de previsão contratual. Falando nisso, vocês não sabem o que me contaram ontem... Não sei se digo... ...Conto? - Alô, mãe!?...

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O desemprego e os jovens (junho)

Em uma economia capitalista ter um emprego significa vender serviços profissionais no mercado de trabalho contra uma remuneração de natureza periódica. Quando o indivíduo perde esse vínculo com o mercado, cessa a renda do trabalho, extinguindo-se, caso não haja poupança, a possibilidade de adquirir bens e serviços necessários à sobrevivência da sua pessoa e família. O drama do desemprego reside nessa ruptura com o mercado de trabalho. Nos países, como o Brasil, onde há seguro-desemprego o trabalhador demitido – se preencher os requisitos estabelecidos na legislação – pode auferir o benefício por um curto período de tempo. Findo esse período, ele está desprovido de renda para o seu sustento e o da sua família. Se a desocupação é um duro golpe para trabalhadores de qualquer idade, para o jovem, compromete, no presente e no futuro, as suas ambições pessoais e profissionais. Os jovens buscam oportunidades para ingressarem e permanecerem no mercado de trabalho seja para financiar a continuidade dos seus estudos, seja para ajudar os pais, ou ainda para constituir família. As chances de inserção dependem da escolaridade, de experiência – geralmente escassa nessa idade – e de atitudes perante o mundo do trabalho, tais como disciplina e capacidade de laborar coletivamente. Mesmo em tempos de prosperidade conseguir um emprego é desafiador para os jovens, mas se o mercado for favorável tal dificuldade é, em geral, superada. Todavia, em momentos de crise econômica como o que estamos vivenciando nesses últimos três anos no Brasil, o desemprego entre os jovens alcança taxas muito elevadas, especialmente em regiões como o Nordeste onde as oportunidades de trabalho são mais rarefeitas. Antes de nos aprofundar na análise das taxas de desocupação para os jovens, vejamos a evolução da taxa média de desemprego das pessoas com 14 anos ou mais que, para o Brasil como um todo, se elevou de 7,9% para 10,9% entre os primeiros trimestres de 2015 e 2016, um aumento de três pontos percentuais. Já no Nordeste, a taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2016 alcançou 12,8%, bem acima da média nacional, tendo subido de um patamar de 9,6% observado no mesmo período do ano anterior. Em Pernambuco durante o mesmo período a taxa cresceu de 8,2% para 13,3%, uma das variações mais significativas (+5,1 pontos percentuais). Essas são taxas médias que estão se elevando não só porque aumentou o número de pessoas demitidas pelas empresas, mas também porque tem gente – antes inativa – entrando no mercado de trabalho. Conceitualmente, só é contabilizado como desempregado uma pessoa que esteja ativamente buscando emprego. Assim, os demitidos somados àqueles que passam a entrar no mercado de trabalho constituem o contingente de desocupados que atingiu, no País como um todo, 11,2 milhões de pessoas, ao final do primeiro trimestre de 2016. Todavia, impressiona os números para os jovens entre 14 e 24 anos no País, na Região e no Estado. As taxas de desemprego (no primeiro trimestre de 2016) para os jovens brasileiros de 14 a 17 (adolescentes) e de 18 a 24 anos (jovens adultos) foram, respectivamente, de 37,9% e 24,1%, muito acima da média nacional de 10,9% observada para aquele período. No Nordeste as taxas de desocupação para essas faixas etárias, foram 32,5% e 27,4%, respectivamente, também muito acima da média para a Região naquele período (12,8%). Em Pernambuco, as taxas de desocupação se elevaram, entre os primeiros trimestres de 2015 e de 2016, de 8,2% e 18,9% para 34,4% e 28,1%, respectivamente, para adolescentes e jovens adultos. As variações foram, em termos absolutos, de 15,5 e de 12 pontos percentuais, uma alta muito acentuada que impressiona pela sua grandeza e velocidade. Os números, portanto, são assustadores indicando crescentes dificuldades para os jovens ingressarem no mercado de trabalho. A desilusão com os problemas políticos e éticos do País associados a uma profunda recessão que retira oportunidades de uma bem-sucedida inserção no mercado de trabalho, pode levar os jovens, especialmente os mais preparados e com espírito empreendedor, a migrarem para outros países, drenando o Brasil de talentos tão necessários para seu desenvolvimento. É lamentável que isso possa ocorrer. Para isso precisamos mudar a cara do Brasil, tornando-o mais atraente para os que aqui nasceram e se educaram. Se perdermos os jovens, perderemos o futuro.

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O homem que mudou Pernambuco (junho)

Se você revisitar a história pernambucana, vai encontrar a economia da cana-de-açúcar como causa da elevação de Pernambuco ao patamar de a mais próspera capitania da colônia. A monocultura canavieira, no entanto, a par de produzir riquezas, inibiu nosso espírito empreendedor. Indústrias, cingidas praticamente a tecidos e fumo, quase não existiam, exceto duas usinas de açúcar. O mais era insignificante, do ponto de vista econômico, e empresarialmente amadorístico. Mesmo assim, com os pés fincados no solo árido do atraso, Pernambuco tinha a visão focada no desenvolvimento. O comercio, por seu turno, não diferia do cenário industrial. O significativo era controlado pelos estrangeiros, o irrelevante, pelos brasileiros. Isso, contudo, não se esgotaria aí. Os dourados anos 1950 assistiram ao nascimento de importantes iniciativas brotadas do clima desenvolvimentista da época, como a Sudene, embora ainda mais importante haja sido a concertação política que resultou no movimento Frente do Recife. O sonho de modernidade acalentado pelos pernambucanos estava ao alcance da mão, e teria como instrumento a política, chegando-se à chapa encabeçada por Cid Sampaio, que derrotou João Cleofas de Oliveira. Além de eloquência e da inteligência fulgurante, Cid Sampaio era apoiado por uma das maiores campanhas políticas de Pernambuco, a primeira do gênero produzida por uma agência de publicidade, que se fez procedimento hoje tão corriqueiro. Como hoje, faziam-se, inclusive, as pesquisas de opinião, tão fundamentais para o êxito da candidatura. Slogans, textos para jornais e rádios (os principais meios de comunicação da época), eram discutidos amplamente. Ancorava tudo, a Vicar, agência de Vicente Silva, realizador, depois, da Fecin, famosa feira recifense. Atenta às oportunidades, a agência funcionou bem. Tanto que pouco antes da votação, diante da greve dos produtores, publicou anúncio no Diario de Pernambuco, com o título “um líder para o Estado líder do Nordeste”. Salientava ser Pernambuco o Estado que liderava o Nordeste, mas que, para corresponder à realidade, precisava ter o que há muito não tinha, um líder. Alguém como Cid Sampaio, que nunca falhara nos momentos decisivos da vida pernambucana, como o movimento do Código Tributário, que deixou de ser reivindicação de uma classe, tornando-se repúdio do povo à prepotência, ao desmando, à má-fé. Eleito em 3 de outubro de 1958 governador de Pernambuco, ele tomou posse em 31 de janeiro do ano seguinte, inaugurando novos tempos para o Estado. No seu governo foi construída a Companhia Pernambucana de Borracha Sintética (Coperbo), voltada para produzir a borracha a partir do álcool da cana-de-açúcar. Isso sem tomar empréstimo, mas com o dinheiro do ICM, que tivera a arrecadação aumentada com a emissão dos Bônus BS, selos entregues ao comprador por ocasião da compra de mercadorias. Não foi só isso. Criou o Banco de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Bandepe) e instalou na capital pernambucana a Cilpe, fábrica de laticínios e de beneficiamento de leite, com unidades receptoras do produto nas principais bacias leiteiras do Estado. Politicamente, ele se caracterizou pelo pragmatismo com que defendeu os interesses pernambucanos. Opôs-se ao Movimento Militar de 1964, porém filiou-se à Arena, partido situacionista, e por ele foi eleito, em 1966, deputado federal. Em 1978, candidatou-se a senador em uma sublegenda da Arena, enfrentando como adversários Jarbas Vasconcelos do Movimento Democrático Brasileiro, o famoso MDB, e Nilo Coelho, este também da Arena, contudo apoiado pelo governador Moura Cavalcanti. Graças à soma dos votos das duas sublegendas da Arena, Nilo Coelho sagrou-se vencedor, e Cid Sampaio, segundo votado, como seu suplente. Quando Nilo Coelho faleceu, em 1983, Cid passou a ocupar, em caráter permanente, o cargo de senador, até o fim do mandato, em 1987. Mas sua dinâmica não se limitou à política. Também esteve à frente das causas classistas, tanto que ocupou vários e destacados cargos, como presidente da Federação das Indústrias e primeiro presidente eleito do Centro das Indústrias, criado para realizar estudos econômicos comparativos entre as diferentes regiões brasileiras, assumindo também a presidência da Cooperativa dos Usineiros. Foram incontáveis as homenagens recebidas por ele. Entre as tantas que lhe foram outorgadas: a Medalha de Mérito Tamandaré; a Medalha do Mérito Industrial; a Grã-Cruz da Argentina; a Grã-Cruz da Itália; a Grande Oficial da Ordem do Congresso Nacional; a Medalha do Clube de Engenharia de Pernambuco e, em 2002, o título Expoente de Pernambuco, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado. Cid Feijó Sampaio, usineiro e industrial, quinto filho do agricultor e industrial Mendo de Sá Barreto Sampaio e de Sofia Feijó Sampaio, formou-se em química, no Recife, e em química Industrial, no Rio de Janeiro. Estudou ainda mais, engenharia civil, seguido por engenharia industrial, sociologia e biologia, formando-se em todos. Como se viu, foi um homem versátil, vasto, intelectualmente inquieto, instrumentado para discutir os problemas não só de Pernambuco, mas do Brasil. Nascido e morrido no Recife, o homem que mudou Pernambuco veio ao mundo em 7 de dezembro de 1910 e dele se foi em 30 de setembro de 2010, às vésperas de completar 100 anos. *Por Marcelo Alcoforado

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