Arquivos Cultura e história - Página 35 de 360 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cultura e história

Bruna Pedrosa

"Corbiniano é um artista ímpar e merecia estar em espaços sacralizados como os museus"

Bruna Pedrosa, curadora da exposição sobre o artista plástico conhecido por suas esculturas de figuras longilíneas em alumínio e pelo painel Revoluções Pernambucanas, fala da trajetória dele e da importância da sua obra. Também ressalta a necessidade dele ser mais reconhecido no Estado e no País. (Foto: Arnaldo Carvalho) A exposição 100 anos de Corbiniano Lins – A Festa! que está no shopping RioMar é uma excelente oportunidade para conhecer um pouco mais esse que é considerado um dos mais talentosos e importantes artistas plásticos de Pernambuco e do País. Negro, de origem humilde e nascido em Olinda, ele trabalhou com desenho, pintura, azulejaria, obra em arame, entalhe, gravura, serigrafia, tapeçaria, mas é mais identificado por suas esculturas. Elas foram produzidas com uma técnica muito particular, em que esculpia no isopor com faca de cozinha que era enterrado numa caixa de madeira, onde derramava o alumínio fundido. Os recifenses que não ouviram falar de Corbiniano, mas veem no dia a dia, monumentos criados por ele como Revoluções Pernambucanas, na Av. Cruz Cabugá, ou O Mascate, na Praça do Diário, ou mesmo algumas esculturas de mulheres na entrada de prédios da cidade, certamente vão reconhecer nas peças expostas seu traço fino e figuras longilíneas característicos do artista. Cláudia Santos conversou com a curadora da exposição Bruna Pedrosa, que falou sobre a mostra e a vida de Corbiniano. Ela destacou a participação dele no Ateliê Coletivo nos anos 1950, liderado por Abelardo da Hora, e que contava com artistas como Zé Claudio, Brennand e Samico. Apesar de sua importância, Bruna ressalta que Corbiniano ainda não desfruta de um reconhecimento como os demais colegas de seu tempo e credita isso ao racismo. Salienta, por exemplo, a lacuna existente em relação a livros sobre ele e o fato de suas obras não serem expostas em locais como museus. O que o público vai conferir nessa exposição, 100 anos de Corbiniano Lins - a Festa? Trouxemos um pouco de cada linguagem, uma pequena amostra de cada uma das técnicas desse artista que é conhecido pelas esculturas, mas tem outras linguagens e era bom em tudo. É impressionante! A festa — do título da exposição — remete à celebração do seu centenário e a um texto de Hermilo Borba Filho em um álbum com 10 serigrafias de Corbiniano que encontramos durante a pesquisa de curadoria. Neste álbum, intitulado Recife, de janeiro a janeiro, são retratadas manifestações da cultura popular, frevo, maracatu, caboclinhos, mostrando que somos um povo festeiro. Além do texto curatorial explicando essa temática, a exposição traz uma linha do tempo com marcos biográficos e principais obras, um texto chamado Técnicas e Temas e, em seguida, mostramos pelo menos uma obra de cada técnica usada por Corbiniano: desenho, pintura, azulejaria, obra em arame, entalhe, gravura, serigrafia, tapeçaria até chegar às esculturas. A figura feminina é bastante representada em suas esculturas em formas sinuosas e elegantes. Qual a relação das mulheres com a arte de Corbiniano Lins? O primeiro acesso dele ao universo artístico e artesanal da manualidade foi por meio das mulheres da família, que eram costureiras e trabalhavam com tapeçaria. Filho de um holandês que morreu quando ele tinha meses de vida, Corbiniano foi criado pela mãe e pelas tias e irmãs em Olinda. Começou a ajudá-las na tapeçaria aos 8 anos de idade e passou a se interessar pelo desenho copiando as gravuras dos tapetes. As mulheres foram importantíssimas nessa primeira formação, por isso ele tem uma relação forte com a representação da figura feminina. Quando adulto e mesmo casado, Corbiniano se relacionou afetivamente com muitas mulheres, era um boêmio como a maioria dos homens e artistas da época. Havia também as mulheres que posavam para seus desenhos e esculturas. Daí a diversidade de corpos em sua obra, mesmo predominando as figuras longilíneas, pernudas, de bumbum e seios fartos. Conviveu com mulheres artistas como Teresa Costa Rêgo e Ladjane Bandeira. Sempre expressou sua gratidão reconhecendo a importância de ter convivido com mulheres que também eram artesãs, artistas, em uma época ainda mais difícil que hoje, quando os homens sempre estavam à frente ocupando os espaços, sobretudo nas artes. Acho que tem essa admiração dele pelas mulheres dessa forma mais ampla possível, da mãe, às esposas, filhas, às modelos, às artistas, a todo o universo feminino com que ele conviveu tanto. Então, pelo fato dele estar rodeado de mulheres, de ouvi-las e observar suas personalidades conseguiu captar o universo feminino de forma profunda. Como foi sua trajetória artística? O primeiro contato com a arte foi, então, com a família, em Olinda? Sim, em Olinda, na primeira infância com as mulheres da casa, ele começa com tapeçaria e desenho. Na segunda infância, vai para o Recife e aprende outras técnicas, estudando em uma instituição pública federal, a Escola Técnica de Artes e Artífices. Na década de 1950, quando chega no Ateliê Coletivo, junto com Abelardo da Hora e outros artistas da época como Celina Lina Verde, passa do desenho para a arte tridimensional. Então, experimenta a escultura no barro, depois em terracota, em gesso e cimento até chegar à técnica da forma perdida, pela qual ele é mais conhecido. Nessa técnica, ele esculpia em tamanho natural no isopor usando uma faca de cozinha e palitos de churrasco, enterrava esse isopor numa caixa de madeira e derramava o alumínio, que ocupava o lugar do isopor se transformando nas famosas esculturas de alumínio fundido. Essa técnica vem da Europa, outros artistas já a usaram, mas poucos se identificaram tanto com ela quanto Corbiniano. Ele apaixona-se por ela, dando continuidade de forma mais profunda. Como um homem pobre, negro de Olinda, tornou-se um dos mais importantes artistas plásticos de Pernambuco e do Brasil? Por mérito da sua arte. Apesar de seu talento, sua trajetória é marcada por apagamentos do racismo. Há uma lacuna bibliográfica impressionante sobre ele, mesmo tendo esculturas e obras públicas espalhadas no Recife e em outros Estados que são cartões postais como A Sereia em Maceió e a Iracema em Fortaleza. É comum encontrarmos

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Basta soprar meu nome

* Paulo Caldas Neste "Basta soprar meu nome" Fátima Militão, já consagrada no livro “Cantos da casa”, impõe o domínio sobre a trama escolhida para cada conto e, com o mesmo zelo, modela a formação dos personagens, quando o perfil de cada um mostra caracteres compatíveis com as respectivas performances. Tal virtude, no entanto, quase nem é percebida pelo leitor. Nos trechos construídos na primeira pessoa - voz dos atores - é fácil perceber a consagração do simples, sem salamaleques. Em “Vinde a mim”, envolve a atmosfera do texto e mais, com delicadeza, mantém o pulso firme sobre os escritos, o que se revela no conto "Audiência" quando, no tecer das cenas, sutilmente conduz o leitor no acentuar sua crescente ansiedade. A publicação vem com o selo editora Confraria dos Ventos, editado por Karla Melo e Victor Paes, com projeto gráfico da Pranayana Design e imagens de capa das pontes do Recife, fotos de Roberto Ploeg. "Basta soprar meu nome" pode ser adquirido no site www.confrariadosventos.com *Paulo Caldas é escritor

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Aria Social estreia nova temporada do espetáculo “Capiba, pelas ruas eu vou”

Apresentação será no Teatro RioMar. (Foto: Alícia Cohim) O espetáculo “Capiba, pelas ruas eu vou”, do projeto Aria Social, volta aos palcos recifenses na próxima quinta-feira (14/03), às 20h, no Teatro RioMar, no Pina, zona sul do Recife. A nova temporada do musical, que conta a história do compositor pernambucano Lourenço da Fonseca Barbosa (1933-1997) e já foi visto por mais de 10 mil espectadores desde 2022, segue com apresentações no Teatro de Santa Isabel de 20 a 24 de março. Em abril, estará em cartaz no Teatro do Parque. Até julho, o público poderá escolher entre 14 sessões já confirmadas nesses três teatros recifenses.   Em cena, 45 bailarinos-cantores do Aria Social e 19 músicos apresentam a história de Capiba num espetáculo vibrante e envolvente, que une música, dança, canto, teatro, fotografia e cinema. “Capiba é o maior compositor de frevos pernambucanos, mas sua obra vai muito além desse ritmo, com valsas, choros, maracatus, sambas, marchas e música erudita, chegando a mais de 200 composições, entre elas a ópera ‘Missa armorial’, uma obra-prima. É isso que mostramos no espetáculo: a multiplicidade e a riqueza do legado de Capiba”, lembra a bailarina Cecília Brennand, presidente do Aria Social e diretora-geral do musical. A direção musical e a regência do espetáculo são da maestrina Rosemary Oliveira, vice-presidente do Aria Social, e a concepção, direção artística e coreografia são de Ana Emília Freire. Durante cerca de uma hora, o musical apresenta a trajetória do menino nascido em Surubim, no Agreste pernambucano, em 28 de outubro de 1904, filho de um mestre de banda, que antes de aprender a ler já lia partituras. Morou na Paraíba e veio para o Recife aos 26 anos, tendo se tornado funcionário do Banco do Brasil. Cursou a Faculdade de Direito do Recife, mas nunca exerceu a profissão. Sua primeira composição foi “Valsa verde”, em 1931.

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10 fotos de Recife e Olinda Antigamente para celebrar o aniversário das cidades-irmãs

Para celebrar o aniversário das duas cidades, que acontece hoje (dia 12), a coluna Pernambuco Antigamente de hoje reúne algumas imagens de lugares e paisagens simbólicas do Recife e de Olinda. As fotos pertencem ao banco de imagens da Fundação Joaquim Nabuco, na Villa Digital, da Biblioteca do IBGE e do Museu Aeroespacial. Clique nas fotos para ampliar. Vista para as cidades de Olinda e Recife Obras da prefeitura de Olinda entre o largo do Amparo e o Largo de São João, em 1946 Estação de Trem em Olinda Prefeitura de Olinda em dia de Carnaval Foto: Passarinho/Pref.Olinda www.olinda.pe.gov.br Seminário de Olinda Bairro do Recife Avenida Boa Viagem Praça da República Praça da Independência Praça Rio Branco, no Marco Zero. * Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Fragmentos do Recife no século XX será lançado amanhã (13) no IAHGPE

Na celebração dos 487 anos da cidade do Recife será lançado o livro Fragmentos do Recife no século XX (Editora da UFRPE), no dia 13 de março, às 15h no Instituto Arqueológico Histórico e Geografia Pernambucano. A publicação é uma iniciativa do do Laboratório de Estudo e Ensino sobre o Recife (RecLab - UFRPE), sob a organização das professoras Mariana Zerbone, da UFRPE e Edvânia Torres, da UFPE. O evento é aberto ao público. A publicação revela histórias de um Recife que queria ser moderno através da execução de reformas urbanas e introdução de novas tecnologias, mas que perpetua a desigualdade social e a segregação espacial. A coletânea é composta por artigos provenientes de pesquisas acadêmicas nas áreas de história e geografia, que se articulam na intenção de desvendar estes fragmentos do Recife no século XX como parte de um processo único. A coletânea é composta por textos de Edvânia Torres (apresentação), Mariana Zerbone (Sobre fragmentos e paradoxos do Recife no Século XX: um convite à leitura), Rafael Arruda Silva (Rios, pontes, modernidade e impressionantes esculturas greco-romanas: Usos do passado e reformas urbanas, o caso da Ponte Maurício de Nassau), Gleicielly Barros (A Praça da Independência e a Modernidade em Recife), Pedro Felipe Ribeiro (Homens e Caranguejos: um aspecto histórico da produção do espaço urbano do Recife, na primeira metade do século XX), André Cardoso (O Recife vai de trem: a consolidação do sistema de trens urbanos recifense no início do século XX), Tales Pedrosa (Avenida Beira Mar: O crescimento do bairro de Boa Viagem pelos trilhos da Tramways), Camilla Aryana Monte (As diversas faces de um subúrbio: o bairro da Várzea no século), Sérgio Lima (Bem cultural e espaço público, contradições e ambiguidades, o caso do Conjunto Paisagístico do Sítio da Trindade).

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Cantor venezuelano Armando Fuentes faz show no Recife com repertório de Luís Miguel

Besame Mucho, El Dia Que Me Quieras e Solamente Una Vez, são algumas das composições interpretadas no show. Foto: Fotos Jesús Rondón Um projeto com sotaque internacional, idealizado e interpretado pelo jornalista, cantor e compositor Armando Fuentes, da Venezuela, terá uma apresentação única no Pátio Café e Restaurante, localizado nas Graças, no próximo dia 15 de março, a partir das 19h30. O objetivo desse projeto é fomentar a cultura latino-americana, trazendo à tona temas imortalizados na história da música mundial. No show, os espectadores poderão apreciar composições cantadas em espanhol, como “La Barca”, “Besame Mucho”, “El Dia Que Me Quieras”, “Solamente Una Vez”, “No Me Platiques Más”, “Inolvidable”, “Mucho Corazón”, “No Sé Tú”, “História de Un Amor”, “Sin Ti”, “Nosotros”, “Sabor A Mi”, “El Reloj”, “Jurame”, “Uno” e “Volver”. Além disso, o repertório inclui composições brasileiras da Bossa Nova e do Samba, como “Delírio”, de Tom Jobim, e “Manhã de Carnaval”, de Luiz Bonfá e Antônio Maria, enriquecendo o contexto cultural e musical do intérprete venezuelano. Armando Fuentes apresenta uma fusão de ritmos, combinando o Bolero Tradicional e o Tango, com instrumentos originais como violão, acordeon, piano, bongô e congas. Além disso, ele acrescenta elementos como bateria, contrabaixo, guitarra e sopros de metal (saxofone, trompete e trombone), bem como as cordas de violino. Armando Fuentes “Neste projeto eu busco apresentar uma sonoridade mais atual e moderna ao espetáculo. Ofereço ao público além de qualidade musical a preservação dessa cultura para os que sentem saudades desse tempo, englobando um público de gerações com 80, 70, 60 e 50 anos de idade e o reconhecimento da mesma pelas novas gerações de 40, 30, e 20 anos sendo agente multiplicador de arte, história, cultura e tendência musical mundial para Pernambuco”. SERVIÇO:O que: Projeto “Armando Fuentes canta Los Romances de Luís MiguelDia: 15.03.24 (sexta-feira)Local: Pátio café e RestauranteAv. Rui Barbosa, 141- Graças- RecifeEntrada: R$ 25,00Informações e ReservasTelefone/Whatsapp:(81) 99843-6979 (81)3034-3534 Instagram do Artista: @armando.fuentesoficial Instagram do Restaurante: @opatiocafe

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Concerto Orquestra Sinfonica do Recife 2 Foto Marcos Pastich PCR

Temporada 2024 da Orquestra Sinfônica do Recife começa nesta semana

A Orquestra Sinfônica do Recife abrirá a temporada 2024 com dois concertos gratuitos no Teatro de Santa Isabel nos dias 13 e 14 de março, às 20h. As apresentações celebrarão o aniversário de 487 anos do Recife e integrarão a programação do Festival Interativo de Música e Arquitetura (FIMA). Sob a regência do maestro Lanfranco Marcelletti, o concerto contará com a participação da soprano Alzeny Nelo e apresentará um repertório diversificado, incluindo peças de compositores como Vincenzo Bellini, Carlos Gomes, Giuseppe Verdi, Charles Ives, Clóvis Pereira, Maestro Duda e Villa Lobos. Os ingressos para o concerto do dia 13 serão distribuídos no site https://conecta.recife.pe.gov.br/ a partir das 10h do dia 12, enquanto para a apresentação do dia 14, a distribuição começa às 10h do próprio dia. Além disso, haverá distribuição de ingressos na bilheteria do teatro uma hora antes de cada apresentação. As apresentações inaugurais serão uma oportunidade única para o público desfrutar da música erudita e popular, encerrando com um vibrante medley de frevos. O evento acontecerá no Teatro de Santa Isabel, localizado na Praça da República, Bairro de Santo Antônio.

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11ª edição do Massacre de Angico conta com Bruna Florie no papel de Maria de Bonita

As apresentações ocorrerão entre os dias 24 e 28 de julho em Serra Talhada O Massacre de Angico, espetáculo teatral que conta a história da vida e da morte de Lampião, chegará a sua 11ª edição em julho deste ano. A grande novidade, divulgada pela produção do evento, hoje, no Dia Internacional da Mulher, é que Maria Bonita, a lendária Rainha do Cangaço, será interpretada pela atriz Bruna Florie. A atriz Bruna Florie é de Triunfo, nasceu e cresceu no Alto da Boa Vista, celeiro da cultura popular. Graduada em Teatro pela UFPE em 2017, Bruna Florie é uma artista da cultura popular, dedicada não apenas às artes cênicas, mas também ao ensino, na função de arte-educadora. Sua paixão pelo Cangaço, desde a infância, a inspirou a abraçar este novo desafio com entusiasmo e dedicação. “Desde criança sempre fui apaixonada pelo Cangaço, e para mim vai ser uma honra muito grande poder pensar o Cangaço de Maria Bonita, a partir da perspectiva de uma mulher tão forte, empoderada, e que se colocou na sociedade de uma forma emblemática”, contou a atriz. Ao selecionar Bruna Florie como a nova Maria Bonita, a equipe de O Massacre de Angico segue no compromisso de celebrar e honrar as mulheres que deixaram um legado duradouro na história brasileira. Sua interpretação promete trazer uma nova e cativante perspectiva sobre a figura de Maria Bonita, destacando sua força, coragem e determinação. O MASSACRE DE ANGICO - O Massacre de Angico - A Morte de Lampião conta com 30 atores, 70 figurantes, além de 40 profissionais na equipe técnica e administrativa. A apresentação faz parte da programação do Tributo a Virgolino - A celebração do Cangaço, que tem a produção da Fundação Cultural Cabras de Lampião, com o incentivo do Funcultura; Fundarpe; Secretaria de Cultura e Prefeitura Municipal de Serra Talhada. Serviço: Datas das apresentações: - 24 a 28 de julho de 2024 - Horário: 20h - Local: Estação do Forró, Serra Talhada, Pernambuco

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Maitê Proença leva "O Pior de Mim" ao palco do Teatro do Parque

A consagrada atriz Maitê Proença está prestes a desembarcar na capital pernambucana com sua aclamada peça "O Pior de Mim". Após uma bem-sucedida temporada digital em 2020 e uma breve turnê presencial, a obra agora ganha vida nos palcos presenciais do Recife, com apresentações marcadas para os dias 9 e 10 de março no Teatro do Parque. Idealizada por Maitê Proença, a peça mergulha em experiências pessoais para explorar narrativas universais. Sob a direção de Rodrigo Portella, conhecido por seu trabalho em "Tom na Fazenda" e "As Crianças", "O Pior de Mim" revela como todos, em algum momento, desenvolvemos barreiras para nos proteger das dores passadas, construindo muros onde talvez devessem existir pontes. Após três temporadas online que conquistaram o público, a obra chega agora aos palcos cariocas, estreando no Teatro Prudential. Maitê Proença, em entrevista, destaca a universalidade da peça: "Meus dramas familiares não têm nenhuma importância. A peça é sobre todos nós e o que fazemos com o enredo que nos foi dado. Refiro-me à minha própria história porque é a única que tenho, e ela me dá autoridade pra tratar dos assuntos que abordo na peça." Sinopse Em cena, Maitê revisitas historias impactantes da sua vida. Numa interlocução direta com a plateia, Maitê faz uma contação de casos que partem de sua experiência, mas que são universais e falam de todos nós. Pelas bordas dessas histórias universais, vão surgindo temas atuais como a nova mulher de 60, machismo e outros preconceitos. Numa clara opção pela alegria, a atriz enche de esperança temas que parecem não ter solução. Ingressos no: https://www.sympla.com.br/evento/o-pior-de-mim/2349254?share_id=copiarlink

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6 de março - Data Magna de Pernambuco

*Por Carlos André Silva de Moura Instituída a partir de uma consulta popular, a Data Magna foi implementada com o objetivo de contribuir com a formação da identidade e memória coletiva em relação à Revolução Pernambucana de 1817. Estabelecida pela Lei Estadual nº 16.059, de 8 de junho de 2017, a proposta indicou um conjunto de ações direcionadas às áreas da cultura, educação, homenagens e momentos cívicos que têm a intenção de colaborar com as comemorações relativas ao evento. Muito mais que uma marca no calendário ou um feriado, o 6 de março tem contribuído para que os pernambucanos possam ter maior compreensão sobre a sua história. Mesmo que seja uma temática vivenciada em vários livros didáticos, ou com diferentes monumentos nas ruas da cidade do Recife, a exemplo dos Fortes das Cinco Pontas e do Brum, o Campo dos Mártires de 1817, na Praça da República, ou os painéis de azulejo instalados pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, que contam parte da História da Revolução Pernambucana, considerada por Manuel de Oliveira “a única revolução brasileira digna desse nome”, ainda constatamos relativo distanciamento entre parte da população e as narrativas sobre a experiência republicana na primeira metade do Século 19. A Revolução de 1817 foi um movimento separatista e republicano, que contestou o controle político de Portugal e as desigualdades sociais. Inspirada pelas ideias iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas, os integrantes do movimento realizaram críticas à presença dos portugueses na administração pública, à criação de novos impostos e aos gastos dos membros da Família Real, recém-chegada ao Brasil. Mesmo como uma capitania lucrativa, Pernambuco ainda se recuperava de problemas econômicos locais, como a seca de 1816 que atingiu diferentes setores. Insatisfeita com os valores enviados para o Rio de Janeiro, o evento teve início em 6 de março de 1817, após a morte do português Manoel Joaquim Barbosa de Castro, devido à reação do capitão José de Barros Lima, o “Leão Coroado”, às ordens de prisão por suposto envolvimento com conspirações contra o governo. A Revolução de 1817 guarda particularidades que merecem uma data que contribua com seu debate em diferentes espaços da sociedade. Único movimento que pregou a liberdade da dominação portuguesa, que ultrapassou a fase conspiratória e atingiu a tomada do poder, foi durante os desdobramentos revolucionários que, mais uma vez, se gritou pela República em Pernambuco. Outro aspecto que merece destaque foram as negociações internacionais para a manutenção e ampliação do movimento revolucionário. Os Estados Unidos, que tinham instalado o primeiro Consulado do Hemisfério Sul no Recife, foram favoráveis ao movimento devido aos interesses comerciais com Pernambuco e a região. Do mesmo modo, combatentes de Napoleão Bonaparte, que pretendiam resgatar o ex-imperador francês da prisão em Santa Helena, também demonstraram interesse no sucesso da insurreição. Após os desdobramentos políticos do movimento, em 29 de março de 1817, foi convocada uma Assembleia Constituinte, que contou com representantes eleitos em todas as comarcas. Como resultado foi estabelecida a separação entre os poderes legislativo, executivo e judiciário, a liberdade de imprensa e culto (mas o catolicismo continuou como religião oficial), aumento no soldo dos soldados e abolição de alguns impostos. No entanto, diferente de outros movimentos da colônia, a escravidão foi mantida, com demonstração de que, mesmo com avanços sociopolíticos, as rupturas com as formas de exclusão e exploração não atingiram a sua totalidade. Devido aos interesses diversos e à divisão entre representantes do movimento, o novo governo passou por um processo de enfraquecimento. Sendo assim, as tropas enviadas por Dom João VI a Pernambuco entraram em confronto com os revoltosos, que foram presos em 20 de maio de 1817. Por ordem do rei, os principais líderes foram punidos com enforcamento ou fuzilamento em Praça Pública. No entanto, deve- se destacar que o movimento foi fundamental para a organização de outros eventos de contestação política e social, a exemplo da Confederação do Equador em 1824. A Revolução de 1817 possibilitou que Pernambuco se tornasse independente por 75 dias. Com a expansão das ações, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba foram “adicionados” ao novo país. Com as características revolucionárias e o pioneirismo, não teríamos data melhor para marcar a identidade e a memória dos pernambucanos. *Carlos André Silva de Moura é historiador e professor da graduação e pós-graduação da UPE (Universidade de Pernambuco)

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