Arquivos Cultura e história - Página 45 de 360 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cultura e história

Foto Coletanea Cirandas de Pernambuco

Três projetos para celebrar a influência da cultura africana em Pernambuco

Coletânea Cirandas de Pernambuco será lançada em três cidades A Associação das Cirandas de Pernambuco apresenta a coletânea "Cirandas de Pernambuco". Este trabalho, composto por 15 faixas autorais, conta com a participação de mestres e mestras renomados, incluindo Lia de Itamaracá, Elisete Souza e Noé da Ciranda. O lançamento ocorrerá em três eventos distintos, todos gratuitos e abertos ao público. Reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil desde 2021, a Ciranda do Nordeste será agora difundida para um público mais amplo por meio desta coletânea, que estará disponível não apenas em formato físico, mas também em plataformas digitais. O projeto recebe o apoio do Funcultura – Governo do Estado de Pernambuco. Na próxima quinta-feira, dia 23, a loja Passa Disco, que celebra seus 20 anos, sediará uma noite de autógrafos com mestres e mestras das cirandas do estado, juntamente com o projeto Som na Rural. O evento terá início às 19h, e a loja está localizada no Recife, na Galeria Hora Center, Rua da Hora, bairro Espinheiro, nº 345. O CD estará disponível para compra no local por apenas R$ 30. Posteriormente, em 9 de dezembro (sábado), os moradores e visitantes da cidade de Chã de Alegria, na Zona da Mata Norte, terão a oportunidade de apreciar o lançamento. O evento começará às 19h, ocorrendo em frente à Matriz da cidade. Finalmente, em 10 de dezembro (domingo), a coletânea "Cirandas de Pernambuco" chegará ao Agreste do estado, na cidade de Surubim. Às 16h, o encontro acontecerá em frente ao Parque dos Mamulengos. Nazaré da Mata: Roda de Mestres Poesias em Seis será realizada domingo (26) No próximo domingo, dia 26 de novembro, a sede do Maracatu Leão Misterioso, em Nazaré da Mata, será palco do encontro entre o passado, o presente e o futuro. A partir das 11h, terá início a "Roda de Mestres Poesias em Seis - botando a voz no brinquedo". A história secular do Maracatu de Baque Solto (MBS) será retratada na poesia e no diálogo entre seis mestres, todos ligados por uma mesma raiz familiar, unidos pelo afeto e pelo amor à cultura popular. Essas personalidades notáveis não só se dedicam à brincadeira atual, mas também se empenham em transmitir a tradição para as próximas gerações, com adaptações que a contemporaneidade demanda, sempre mantendo viva a lembrança daqueles que deram origem a essa arte. No dia anterior, sábado, a Roda de Mestres será registrada em vídeo, permitindo que um público cada vez maior se encante e mergulhe na riqueza do Maracatu Rural, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2014. Parque das Graças receberá primeira vivência de projeto sobre matrizes africanas voltado para crianças No dia 25/11, a partir das 15h, o Parque das Graças, no Recife, será o cenário da primeira de quatro vivências do projeto "Orixás para Criança", voltado para crianças de 5 a 12 anos e dedicado à exploração das religiões de matrizes africanas. Esta iniciativa, localizada na Zona Norte do Recife, busca desmitificar e promover a tolerância e a inclusão religiosa e social, apresentando elementos da cultura afro ao público infantil. O evento, organizado pelas produtoras e mães Marine Moraes e Dyanne Barros, com produção da MM Produção e Comunicação, oferecerá uma variedade de atividades para crianças, mães, pais, cuidadores e frequentadores do Parque das Graças. A programação incluirá contação de histórias conduzida por Adélia Oliveira, além de oficinas de musicalidade, produção de dedoches (fantoche de dedos), fabricação de utensílios e culinária. As próximas edições do projeto ocorrerão nos dias 06/01/2023, 17/02/2023 e 09/03/2023, nos Parques da Jaqueira, Dona Lindú e no Marco Zero, respectivamente. O objetivo é proporcionar experiências educativas e culturais que estimulem o entendimento, a aceitação e a valorização da diversidade religiosa e cultural desde a infância.

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cida pedrosa araras

Cida Pedrosa é finalista da 65º edição do Prêmio Jabuti

Na disputa pelo 65º Prêmio Jabuti, a autora pernambucana e vereadora do Recife Cida Pedrosa (pelo PCdoB) é uma das finalista na categoria Poesia com sua obra "Araras Vermelhas" (Companhia das Letras, 2022). O livro, um extenso poema lírico-épico, resgata um dos episódios mais impactantes da resistência contra a ditadura militar de 1964, que resultou na brutal execução de guerrilheiros e guerrilheiras que lutavam na região do Araguaia pela liberdade e democracia nas décadas de 1960 e 1970. Cida Pedrosa já havia conquistado o prêmio de "Livro do Ano" do Jabuti em 2020, com "Solo para Vialejo" (Cepe, 2019), tornando-se a primeira personalidade de Pernambuco a receber a honraria, que é a maior da literatura nacional. Na disputa pelo Prêmio Jabuti na categoria Poesia, além de Cida Pedrosa com "Araras Vermelhas", os outros finalistas são Aline Motta com “A água é uma máquina do tempo”, Claudia Roquette-Pinto com “Alma corsária”, Fabrício Corsaletti com “Engenheiro fantasma” e Paulo Henriques Britto com “Fim de verão”. A entrega dos prêmios do 65º Prêmio Jabuti está marcada para o dia 5 de dezembro no Teatro Municipal em São Paulo. O evento será transmitido no canal da CBL (Câmara Brasileira do Livro) no YouTube. CIDA PEDROSA "Tô na final do Jabuti, minha gente! Estou completamente emocionada! Minhas 'Araras Vermelhas' voando alto, carregando consigo a história da Guerrilha do Araguaia", comemorou a escritora nas suas redes sociais.

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Recife recebe o Festival Internacional do Documentário Musical

A cidade do Recife é palco do In-Edit Brasil - Festival Internacional do Documentário Musical, conhecido por seus 15 anos de realização em São Paulo. O evento já começou e segue até o dia 30 de novembro, com sessões no Cinema da Fundação Derby e no Teatro Fernando Santa Cruz, todas com entrada gratuita. A programação inclui títulos nacionais e internacionais, abordando histórias de figuras como Elis Regina, Tom Jobim, Miúcha, Fausto Fawcett, Lupicínio Rodrigues, CAN, Syd Barrett, Pink Floyd, Moa do Katendê, a cantora cubana Omara Portuondo, a gravadora independente Elephant 6, entre outros. O festival também promoverá debates com diretores, como Jorane Castro, diretora de "Terruá Pará", vencedor do In-Edit Brasil 2023, e as diretoras de "Sua Majestade, o Passinho", Mannu Costa e Carol Correia. O encerramento do festival, no dia 30/11, apresentará "Manguebit", dirigido por Jura Capela, no Teatro Fundação Santa Cruz, seguido de uma festa no Barrio com a banda Jóia Rara. Diversas sessões contarão com debates, proporcionando interações valiosas entre cineastas, músicos e público. Confira abaixo a programação dos próximos dias. 23 DE NOVEMBRO, QUINTA Cinema da Fundação Derby 16H - LA DANZA DE LOS MIRLOS (85') 18H - FOMADOU KONATE - THE KING OF THE DJEMBE (78') 20H - HAVE YOU GOT IT YET? THE STORY OF SYD BARRET AND PINK FLOYD (94') Paço do Frevo 19H - FREVO MICHILES (84') 20H30 - Debate com Helder Lopes, Amilcar Bezerra e Jota Michiles 24 DE NOVEMBRO, SEXTA Cinema da Fundação Derby 16H - SONIC FANTASY (95') 18H - MIÚCHA, A VOZ DA BOSSA NOVA (98') 20H - TERRUÁ PARÁ (100') * * Sessão apresentada pela diretora Jorane de Castro e equipe. * Após a sessão, DJ Session “Terruá Pará”, com o DJ Ari Falcão, no Café do saguão. 25 DE NOVEMBRO, SÁBADO Cinema da Fundação Derby 14H30 - SUA MAJESTADE, O PASSINHO (22') * 16H - DE VOCÊ FIZ MEU SAMBA (72') 18H - OMARA (77') 20H - ELIS & TOM, SÓ TINHA DE SER COM VOCÊ (100') * Sessão seguida de bate-papo com as diretoras Mannu Costa e Carol Correia. 26 DE NOVEMBRO, DOMINGO Cinema da Fundação Derby 14H30 - VILLA-LOBOS EM PARIS (60') 16H - REGGAE RESISTÊNCIA (60') * 18H - CAN AND ME (90') 20H - CARMINE ST GUITARS (80') * Sessão seguida de bate-papo com os diretores Cecilia Amado e Pablo Oliveira. 28 DE NOVEMBRO, TERÇA Cinema da Fundação Derby 16H - MOA - RAIZ AFRO MÃE (100') 18H - LUPICÍNIO RODRIGUES - CONFISSÕES DE UM SOFREDOR 20H - PEIXE ABISSAL (110') 29 DE NOVEMBRO, QUARTA Cinema da Fundação Derby 16H - THE ELEPHANT 6 RECORDING CO (93') 18H - MOSTRA REVERBO (60') * 20H - FAUSTO FAWCETT NA CABEÇA (103') * Sessão seguida de bate-papo com equipe de produção e convidados. 30 DE NOVEMBRO, QUINTA Teatro Fernando Santa Cruz 20H - MANGUEBIT (100') Sessão de encerramento, apresentada pelo diretor Jura Capela. 22H - Show da banda Joia Rara, com participação de Cannibal, Rogerman e Laís Senna. * O show acontecerá no Som da Rural, ao lado do Mercado Cultural, no Barrio.

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Transformacao de Canuto

Produção indígena pernambucana vence Melhor Filme em competição de Amsterdã

Em sua estreia mundial, "A Transformação de Canuto", longa-metragem de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho, produzido pelo Vídeo nas Aldeias e a Enquadramento Produções, foi honrado com os prêmios de Melhor Filme e Contribuição Artística na competição Envision do IDFA - International Documentary Film Festival, evento realizado em Amsterdam (Holanda), considerado o mais prestigioso do gênero no mundo. "A Transformação de Canuto", uma produção pernambucana, marca o segundo longa-metragem tanto de Ariel Kuaray Ortega, cineasta indígena pioneiro e líder Mbyá-Guarani ("Bicicletas de Nhanderu"), quanto de Ernesto de Carvalho, correalizador de “Martírio". O filme explora a história de Canuto, um homem da comunidade Mbyá-Guarani entre o Brasil e a Argentina, que passou pela temida transformação em uma onça e morreu tragicamente. A narrativa se desenrola enquanto a comunidade decide quem deveria interpretar o papel de Canuto em um filme sobre sua vida. A conquista do filme no IDFA, ao levar dois dos três prêmios da competição, é histórica, de acordo com a organização do festival. O júri destacou o compromisso de décadas com o processo de realização de filmes em comunidade, o senso de humor e a habilidade de mover-se entre diferentes mundos, reconhecendo que o filme incorpora os muitos significados de transformação. Esta foi também a primeira vez que um filme brasileiro venceu a mostra Envision do IDFA, espaço responsável por destacar filmes inovadores e provocativos que exploram questões sociais, políticas ou culturais contemporâneas de maneira criativa. O filme ainda não tem data de estreia no Brasil.

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Fachada Antiga Destilaria Usina de Arte Cred. Andrea Rego Barros

Festival Arte na Usina – Safra 2023 anuncia programação de sua 9ª edição

O Festival Arte na Usina – Safra 2023 marca o ápice das iniciativas promovidas pelo projeto Usina de Arte, concentrando esforços no avanço socioeconômico do distrito de Santa Terezinha, em Água Preta. Agendado para ocorrer entre os dias 7 e 10 de dezembro, o evento se consolida como um ponto de celebração na Mata Sul do Estado. Sob o tema "Inovar e Evoluir", a nona edição oferecerá uma programação totalmente gratuita, repleta de shows, lançamento de livro, roda de leitura e performances. Com o respaldo do Fórum de Desenvolvimento da Mata Sul, o festival visa impulsionar os negócios locais, especialmente no setor de serviços, abrangendo gastronomia, turismo e hotelaria. A programação musical destaca-se com apresentações de artistas renomados, como Marina Lima, Almério e Martins, Céu, Filipe Catto, DJ Pepe Jordão, Banda Fim de Feira, Marcelo Jeneci, O Conde do Brega, Otto, Geraldinho Lins, Patricia Firmino, Wilson Monteiro e Forró do Loirão. Além da visitação gratuita do Parque Artístico-Botânico da Usina de Arte ao longo do dia, a tarde reserva uma programação diversificada. O evento conta com o patrocínio da Empetur, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer do Governo do Estado, e a parceria do Sebrae. Além dos shows, a programação inclui atividades na biblioteca do local e uma performance de Lívia Nestrovski e Fred Ferreira no Teatro Aberto Camilo Simões, integrante da estrutura da Usina. Hospedagens: Para hospedagens, o público conta com o modelo de hospedagem comunitária em que o visitante pode alugar a casa (ou quarto) de moradores da vila de Santa Terezinha. Atuam fazendo esse link a Hospedagem da Vila (81 98153.3763), Jeude Moraes (81 9122.9746) e Ritinha (81 98156.9990). Há ainda a Pousada do Eucalipto (81 99122.9746), Pousada Mandacaru Abacate (82 99341.5254) e também um amplo espaço para camping do Restaurante Jardim Botânico (81 99119.3259), que fica ao lado do Parque Artístico-Botânico da Usina de Arte. 

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bacurau

Perfil no Instagram reúne histórias inusitadas de viagens noturnas em bacurau

Já vivenciou alguma história inusitada durante uma viagem em um bacurau? O perfil Histórias de Bacurau (@historiasdebacurau), lançado na última sexta-feira (17) no Instagram, busca reunir relatos curiosos e peculiares de passageiros que utilizam as linhas de ônibus que circulam durante a madrugada. O projeto é desenvolvido por alunos do mestrado em Indústrias Criativas da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e tem como objetivo analisar aspectos relacionados à cibercultura, explorando o comportamento dos usuários de redes sociais digitais e as características das narrativas que apresentam grande potencial de engajamento nesse contexto. “É uma experiência que busca mostrar como as redes sociais são capazes de criar comunidades colaborativas em torno de uma experiência em comum ou de algum propósito que una os usuários, como o humor”, explica o doutor em design da Informação e professor da disciplina de Mídias Digitais da Unicap, Breno Carvalho. A concepção do projeto ocorreu após uma pesquisa realizada pelos alunos Agnelo Câmara, Leo Tabosa e Josielma Albuquerque sobre os elementos que têm o poder de gerar engajamento nas pessoas em ambientes de interação social, como o Instagram. Segundo os estudantes, a criação de narrativas enriquecidas com elementos culturais que identificam nichos específicos da sociedade demonstra um considerável potencial para despertar o interesse da audiência que navega na internet. "Por isso, queríamos trabalhar um tema que pudesse reunir diversos tipos de histórias a partir de algo que fosse tão típico da cultura recifense. A ideia do bacurau veio disso: é uma palavra nossa que mostra uma experiência que pode ser o começo, o fim ou a continuidade de diversas histórias de quem pega esses coletivos aqui na cidade", completou o jornalista e aluno do mestrado, Agnelo Câmara. O Histórias de Bacurau funcionará de maneira colaborativa, permitindo que as pessoas enviem suas histórias por meio de comentários ou mensagens privadas no Instagram. Os relatos serão selecionados e compartilhados com os seguidores, contribuindo para a construção de uma plataforma de conteúdo direcionada à comunidade. O cineasta Leo Tabosa destaca a oportunidade de comprovar tendências, comportamentos e produção de conteúdo nas redes sociais, conforme apontado pela literatura especializada. A pedagoga Josielma Albuquerque ressalta que a iniciativa visa fortalecer a pesquisa com base em dados reais, possibilitando a elaboração de um artigo científico sobre os temas abordados em sala de aula. A expectativa dos docentes é que o perfil ofereça informações que contribuam para o desenvolvimento da pesquisa em Comunicação, abordando temas do cotidiano com responsabilidade e criatividade.

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leonardo dantas recife

Leonardo Antônio Dantas Silva

*Por Francisco Cunha Desde que me entendo de gente (na prática, depois que entrei na Faculdade de Arquitetura) que acompanho a trajetória de Leonardo Dantas Silva, sobretudo por conta de sua monumental obra editorial (mais de 300 títulos publicados, 30 dos quais como autor), sem falar de suas criações como a Frevioca e o Baile da Saudade, além dos discos que produziu. Confesso que, no início, o fazia à distância, com receio de me aproximar e levar um fora dada a fama de irascível que tinha. Até que precisei usar uma frase sua (“o Recife é um museu vivo da história de Pernambuco”) num livro que eu estava escrevendo e o procurei diretamente por telefone. Ele, depois de ouvir o meu pedido, nem titubeou: “Eu nunca disse isso!”. Diante de afirmação tão peremptória, fiquei em dúvida. Pedi um tempo para refazer minha pesquisa e desliguei. Refiz a pesquisa e, como tinha imaginado, lá estava a frase, com referências e tudo. Mandei para ele e recebi como resposta: “É mesmo, eu disse!” A partir daí, desfeito um pouco do meu receio original, passei a procurá-lo com mais frequência para tirar dúvidas e pedir orientações sobre pesquisas e, numa dessas conversas telefônicas, recebi o convite: “Apareça lá em casa, no fim da tarde, para comer uma tapioca…”. Tomei coragem e fui lá algumas vezes. Foram ocasiões muito agradáveis e muito esclarecedoras. O conhecimento de Leonardo era enciclopédico, a memória riquíssima em detalhes, sua biblioteca gigantesca, suas histórias embasadas, detalhadas e pitorescas e, ao fim e ao cabo, sua companhia agradável, não obstante a indisfarçável intolerância para com os pretenciosos do conhecimento e os rasos de espírito. Uma vez confessou, entre saudoso de tempos intelectualmente mais estimulantes e conformado: “O problema, hoje em dia, é que não temos mais com quem conversar…”. Diante dos reiterados convites que eu fazia pelas redes sociais, para as nossas Caminhadas Domingueiras, Leonardo, tomando conhecimento delas, se desculpava por não poder participar com comentários do tipo: “Não posso porque, além das várias cirurgias que fiz, sofro do coração e dos pulmões por conta da poeira de livros e jornais velhos que aspirei.” Depois que passei a ter uma convivência menos distante com ele, a impressão que me ficou é a de que Leonardo foi talvez um dos últimos representantes de uma geração sui generis de pernambucanos (ou “pernambucanizados”) “enciclopédicos”, oriundos do Século 20, da estirpe de seu mestre José Antônio Gonçalves de Melo, de Mário Melo, de Josué de Castro, de Ulisses Pernambucano, de Valdemar de Oliveira, de Pinto Ferreira, de Mauro Mota, de José Luiz Mota Menezes e de vários outros, sem falar no mestre dos mestres, Gilberto Freyre. Aqui, no espaço desta coluna final de cada número da Algomais, fui companheiro de Leonardo, um dos mais antigos colaboradores da publicação com a sua seção Arruando por Pernambuco, por boa parte da história da revista, e me coube a tarefa de escrever no seu lugar e em sua homenagem, no espaço que seria seu e que, hoje, chega o momento de, infelizmente, estar sendo publicado pela última vez. E isso me faz refletir sobre a efemeridade de nossa passagem pelo plano terrestre e sobre a importância da obra que deixamos por aqui. E a de Leonardo é oceânica. Escrevi logo que soube do seu falecimento: “Estão menores a cultura e a historiografia pernambucanas”. Disse e reafirmo. Tenho certeza de que, desde Francisco Pereira da Costa, de cuja obra aliás foi responsável pela reedição dos 10 volumes do monumental Anais Pernambucanos, ninguém como Leonardo fez tanto pela sistematização e pela divulgação da historiografia pernambucana. Você já está fazendo falta, Leonardo! Vá na certeza de que nós, artífices e leitores da Algomais, lhe somos muito gratos pelo conhecimento que você tão generosamente compartilhou conosco, com tanta qualidade e por tanto tempo. Siga em paz o seu caminho pela eternidade “deixando (como disse do enciclopédico Mário Melo, o amigo comum Nelson Ferreira), na sua cidade um mundo de saudades sem igual”!

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guilherme calado

Guilherme Calado lança "Trajetos", entre o jazz e a música brasileira

Guilherme Calado, um dos mais jovens expoentes da cena jazz em ascensão no Recife, apresenta seu primeiro EP intitulado 'Trajetos', disponível a partir desta segunda-feira (20) nas principais plataformas de música. O trabalho destaca uma influência marcante do sotaque nordestino no contexto jazzístico. “São cinco músicas que dialogam bastante com o jazz contemporâneo, com muita influências da música regional nordestina: baião, maracatu, ritmos afro-brasileiros, tudo isso costura o projeto de forma bem sutil. Tem também uma balada, tem valsa, mas nada no formato tradicional do jazz e tudo bem brasileiro”, afirmou o artista. A banda base que acompanha o músico no EP inclui Filipe de Lima no baixo elétrico e Silva Barros na bateria. Todos são músicos graduados pelo Conservatório Pernambucano de Música, tendo se conhecido durante seus estudos no espaço. Além deles, outros talentosos músicos como o contrabaixista Jorge Soares, o trompetista Fabinho Costa, a cantora Victória Cavalcanti e o multi-instrumentista Henrique Albino contribuem em algumas faixas do álbum. Henrique Albino, além de sua participação como músico, também assume a direção musical do projeto. Faça o pré-save: https://tratore.ffm.to/eptrajetros 

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Suraras do Tapajos. Credito Barbara Vale

Caixa Cultural Recife apresenta "Suraras do Tapajós"

A CAIXA Cultural Recife será palco de quatro apresentações do grupo Suraras do Tapajós, um conjunto de carimbó composto exclusivamente por mulheres indígenas do Pará. Durante os dias 22 a 25 de novembro, às 20h, as artistas proporcionarão ao público uma experiência musical enraizada na natureza, na força feminina e na ancestralidade de seu povo. O repertório dos shows incluirá músicas do EP "Suraras do Tapajós" e do álbum "Kiribasáwa Yúri Yí-Itá (A Força Que Vem das Águas)", lançado em 2021. Formado por jovens mulheres indígenas que residem às margens do Rio Tapajós, o grupo, criado em 2018, tornou-se a Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, unindo diversas etnias em defesa dos direitos das mulheres. Durante as apresentações, as integrantes do grupo tocam, cantam e dançam o carimbó, manifestação cultural reconhecida como Patrimônio Imaterial em 2014. O palco se transforma em uma vitrine das vivências das mulheres indígenas, destacando a musicalidade da floresta. O espetáculo é marcado pela caracterização com cocares, biojoias e saias artesanais, elementos fundamentais na expressão musical. Além dos shows, as Suraras do Tapajós promovem um encontro com coletivos e associações indígenas da região na sexta-feira (24), das 15h às 16h, buscando a troca de conhecimentos e o fortalecimento de uma rede de cultura indígena no Brasil. No sábado (25), das 14h às 17h, oferecem uma oficina gratuita de carimbó, com vivência cultural e roda de conversa. A entrada para esses eventos é gratuita, sendo os ingressos distribuídos uma hora antes do encontro e as inscrições feitas pelo site da CAIXA Cultural. SERVIÇO:

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