Arquivos Notícias - Página 642 de 649 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Entrevista com o pintor e Pr. Paulo Roberto

Pastor da Igreja Presbiteriana em Prazeres, o pastor Paulo Roberto divide as atividades eclesiásticas com a sua produção nas artes plásticas. Amante da pintura desde a infância, ele fala para a Olhar Cristão sobre sua inspiração artística e seus planos. Formado em teologia, com pós-graduação em missiologia urbana, sua formação nas artes foi bastante empírica. Observando, admirando e testando. Até chegar as telas, tintas e pincéis demorou um longo tempo. Para futuro ele planeja criar uma escola de arte para crianças e adolescentes e em breve realizará um dia de exposição reunindo suas obras. Como começou o seu interesse pelas artes? Venho de uma família muito humilde do interior. Desde pequeno tenho essa veia artística. Quando ninguém tinha falado de arte ou pintura para mim eu já gostava e falava de arte. E na medida em que cresci fui desenvolvendo, mesmo sem nunca ter estudado formalmente. Mas sempre pesquisando e observando. Comecei pintando com barro no jornal. Depois passei para giz de cera, depois com tinta, assim que pude comprar tinta e pincel. Já adulto é que começo a pintar com tinta óleo sobre tela e acrílica sobre tela. Qual a sua cidade de nascimento? Nasci em Barra de Guabiraba, perto do município de Bonito. Na zona da Mata Sul. Vejo que a arte tem capacidade de transformar, mudar. Tirar as pessoas do lugar de pobreza e ignorância e levá-las a um lugar melhor. Ela abre a mente. Ela educa. Aconteceu comigo. A arte e educação. Apesar de muito pobre, meus pais que eram agricultores sempre me incentivaram a estudar. Consegui fazer faculdade, hoje faço pós-graduação. Fiz minha formação em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (SPN) e pela Mackenzie. Estudo atualmente a especialização em RMI, que é Revitalização e multiplicação de Igrejas. Que fontes bebeu para formar sua arte? Sempre li e pesquisei bastante sobre artes. Sempre que viajo vou aos museus e galerias de arte. Mas não tenho uma pessoa com quem eu bebi. Acho que bebi de todas as fontes que se possa beber. As pessoas acham meu trabalho parecido com o de Romero Britto. Acredito que tem semelhanças devido as cores, mas os meus traços e minha caligrafia são totalmente diferentes. A maioria dos quadros são com animais? Estou numa fase de pintar pássaros. As pessoas gostam muito. Eu também. Nessa fase dos pássaros entram as corujas. Mas gosto de pintar rostos de pessoas também. Da minha maneira, do meu modo. Já passei por natureza, natureza morta, e as coisas do cotidiano da vida. Nessa fase atual, quanto mais pinto, mas tenho inspiração para pintar. Sua família sempre foi evangélica? Minha família não é de origem evangélica. Minha conversão foi aos 16 anos. Meus pais eram católicos. Sua formação cristã tem alguma influência na sua arte? Tem, sim. A arte é a representação do belo. A definição é essa. Pintar a natureza é pintar tudo o que Deus fez. Ele é o artista supremo. Minha visão cristã me faz ver a vida de uma forma mais diferente, reconhecendo na natureza a glória de Deus. Pintar uma tela é dar glória a Deus por tudo o que ele fez. A minha pintura é para a glória de Deus. Com a arte eu também evangelizo. Encontrei uma maneira de evangelizar personalidades, políticos, artistas. A arte abre portas para que eu entre em lugares em que poucas pessoas entram. Tive acesso a Roberto Carlos e Ivete Sangalo, por exemplo. São dois artistas de grande evidência. Consegui chegar até os dois e conversar com eles.  Com Roberto, inclusive, ficou uma ligação. Isso é algo que a arte pode me proporcionar. Já conheci através da arte também Miguel Falabela, Zeca Camargo, Elba Ramalho, Cristane Torlone, entre outros. Como é a sua rotina de produção? Geralmente eu pinto a noite. A inspiração vem e fica gravada na minha mente, como realmente está na tela. O silêncio da noite me dá inspiração e concentração. Quanto tempo o Sr. demora para fazer um quadro? Entre dois a três meses. Pinto com muito cuidado, com muita segurança. Meus traços procuro a perfeição. Não pinto por produção, mas por perfeição. Para fazer o melhor. Que artistas o Sr. admira? Frida Kahlo, que tem uma história de sofrimento, mas de superação. Já estive em uma exposição de suas obras. Admiro também Caravaggio. E entre os brasileiros gosto muito de Cândido Portinari. Ele chegou a pintar cinco telas com temas bíblicos. Essa série Bíblica foi feita entre 1942 e 1944 para a sede da Rádio Tupi de São Paulo a pedido de Assis Chateaubriand. Quais os projetos para o futuro nesse segmento artístico? Projeto ter uma escola de arte para jovens, crianças e adolescentes carentes. E levar para minha cidade também oportunidade para jovens e adolescentes terem contato com a pintura. Tenho esse sonho. No ministério, qual a área ministerial que o Sr. mais se identifica? Sou pastor na Igreja Presbiteriana dos Prazeres e já pastoreei na Igreja Presbiteriana Memorial, em Piedade. Minha veia mais forte na área ministerial é a área de missões. Sou formado e fiz pós-graduação em missiologia urbana. Também temos um trabalho forte na área de ação social, atendendo pessoas mais carentes com sopão tanto na comunidade vizinha como no Recife Antigo. Para conhecer o trabalho do pastor Paulo Roberto, acesse o site: http://artespaulo.blogspot.com.br/  

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Os últimos batuques de Naná

"Mesmo se eu morrer, não quero ninguém chorando, quero muito batuque, muito barulho, porque, se vocês fizerem silêncio, vou pensar que vocês estão dormindo e vou fazer como em casa, com minha esposa. Quando ela está dormindo, faço barulho para ela acordar. É a cigarra". Essa frase foi atribuída a Naná Vasconcelos pelo mestre Chacon Viana, da Nação do Maracatus Porto Rico, do bairro do Pina, Recife, que ouviu a brincadeira em uma reunião preparativa para o carnaval deste ano - o último de Naná. E assim foi atendido o desejo do artista: o tambor tocou e a saia rodou em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde o corpo está sendo velado desde o início da tarde. O músico foi um dos homenageados que recebeu em 2009 o prêmio Quem faz Algomais por Pernambuco, na categoria cultura. Naná recebeu as suas últimas homenagens no centro do plenário da Assembleia, ladeado, todo o tempo, pela esposa e produtora Patrícia Vasconcelos e a filha Luz Morena, de 16 anos. Sobre o caixão, uma bandeira de Pernambuco – o músico nasceu no Recife – e uma do Santa Cruz, time de futebol pernambucano. Mais de uma dezena de coroas de flores coloriam o espaço, e um estandarte do bloco de rua Galo da Madrugada guarda, do segundo andar, o velório do percussionista. A família e os amigos usaram écharpes para homenagear Naná, uma peça que sempre fez parte de seu figurino. O próprio Naná vestia uma azul que trouxera de Israel. Patrícia Vasconcelos e a filha permaneceram serenas, apesar da tristeza. “A gente foi muito feliz e vai ser muito difícil, mas a gente sabe que muita gente vai dividir essa dor. O mundo está triste pela partida material, mas a música vai ficar”, se consola a esposa Patrícia. (Da Agência Brasil, com informações da redação)

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Produção industrial de PE recua

A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) divulgou a pesquisa de Sondagem Industrial referente a janeiro de 2016. Apesar de apresentar pequenas progressões quando comparadas ao mês de dezembro de 2015, a maioria dos índices não exibiram boa performance. A pesquisa detectou queda em três itens avaliados, um deles, volume de produção, diminuiu 1,5 pontos e ficou com 41,3, índice inferior ao resultado obtido no mês anterior quando registrou 42,8 pontos. A utilização da capacidade instalada obteve 37,7 pontos, queda de 3,6 pontos e a evolução do número de empregados sofreu decréscimo de 4,2 pontos, totalizando 43,5 pontos na pesquisa. Dos itens avaliados no estudo o único que apresentou acréscimo foi estoques de produtos finais (47,0 pontos) com aumento de 2,5 pontos comparado a dezembro. A pesquisa de sondagem avaliou também as expectativas dos industriais pernambucanos para os próximos seis meses e mostrou um aumento em dois dos índices pesquisados. O número de empregados marcou uma discreta evolução de 0,3 ponto, alcançando 40,7 pontos e a quantidade exportada (51,1 pontos) voltou a registrar aumento, neste caso, de 8,1 pontos, refletindo expectativa de ampliação das vendas no exterior. Em sentido oposto, a demanda por produtos (40,9 pontos) e compras de matérias-primas (38,2 pontos) caíram, cada, 5,5 pontos, atingindo o menor nível dos últimos meses. De acordo com o gerente do Núcleo de Economia e Negócios Internacionais da Fiepe, Thobias Silva, o resultado da pesquisa reflete o momento da economia nacional que tem impacto direto na economia do Estado e sobre as indústrias em Pernambuco. “Soma-se a isso, a inflação elevada, instabilidade cambial, elevada taxa de juros e um complexo ambiente de negócio no País, o que não permite as empresas no momento melhorar suas expectativas, pelo menos por enquanto,” afirma. Indústria da Construção – O ano de 2016 também inicia com queda para a indústria da construção que apresentou baixo nível de atividade e resultados semelhantes aos encontrados em dezembro de 2015, de acordo com a pesquisa de Sondagem Industrial da Construção. O ano de 2016 também inicia com queda para a indústria da construção que apresentou baixo nível de atividade e resultados semelhantes aos encontrados em dezembro de 2015, de acordo com a pesquisa de Sondagem Industrial da Construção. O estudo revelou que houve variações negativas em todos os índices analisados em Pernambuco. O nível de atividade em relação ao mês anterior reduziu-se em 7,6 pontos, marcando 27,2 pontos em janeiro, ao mesmo tempo, o nível de atividade em relação ao usual registrou queda de 2,3 pontos, chegando a marcar 25,5 pontos. Por fim, o índice evolução do número de empregados obteve redução de 11,7 pontos, alcançando 27,4 pontos este mês. A sondagem aponta também variações negativas na maioria dos índices das expectativas dos industriais pernambucanos do setor da construção para os próximos seis meses. Nesse contexto verifica-se que o nível de atividade (39,5 pontos), o número de empregados (40,7 pontos) e os novos empreendimentos e serviços (33,7 pontos), demonstram quedas de 0,3, 0,9 e 9,0 pontos, respectivamente. Em sentido oposto, o índice expectativa de compras de matérias-primas foi o único a apresentar crescimento (5,6 pontos), registrando 39,8 pontos na pesquisa do primeiro mês de 2016. O estudo trouxe uma discreta evolução no resultado nacional em dois dos seus índices: nível de atividade em relação ao mês anterior (33,6 pontos) e a evolução do número de empregados (33,8 pontos) que obtiveram, respectivamente, uma modesta elevação de 0,3 e 0,8 ponto. Em contrapartida, o nível de atividade em relação ao usual registrou queda de 0,2 ponto marcando 26,5 pontos na pesquisa de janeiro de 2016. A região Nordeste acompanhou a tendência nacional com a permanência dos seus índices abaixo da linha divisória dos 50 pontos. Assim, o nível de atividade em relação ao mês anterior (36,1 pontos) encontra-se 0,1 ponto abaixo do valor registrado do mês de dezembro. Por outro lado, o nível de atividade em relação ao usual (29,2 pontos) obteve acréscimo de 1,3 pontos e a evolução do número de empregados se manteve constante, indicando os mesmos 34,9 pontos registrados na sondagem do mês anterior.

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Mulheres ainda lutam por igualdade

O feminismo tem ganhado cada vez mais força na sociedade brasileira. Na internet e nas ruas, mais brasileiras estão se manifestando em defesa da igualdade de gênero e do fim da violência. No ano passado, a Marcha das Margaridas e a das Mulheres Negras levaram milhares de militantes a Brasília para pedir melhorias para a vida de 51,4% da população brasileira. A secretária de Autonomia Feminina da Secretaria de Política para as Mulheres, Tatau Godinho, avalia o que o fenômeno é muito positivo para o combate ao machismo do dia a dia. “Estamos assistindo a uma camada imensa de mulheres jovens darem um novo impulso à ideia de que a igualdade entre mulheres e homens é uma coisa legal, fundamental para se ter uma sociedade moderna, e que o feminismo não é uma pauta antiga, está nas questões cotidianas”, disse. Apesar da popularização do debate, as brasileiras ainda precisam encarar problemas como as desigualdades salariais, a pouca representatividade política e a violência. Tatau Godinho destaca que um dos principais obstáculos a ser superado é a desigualdade no mercado de trabalho. “As mulheres têm mais dificuldade de entrar e de chegar a cargos de chefia, e ganham menos que homens cumprindo a mesma função. O machismo faz com que mulheres sejam discriminadas no acesso aos melhores cargos”, avalia. Apesar de estudarem mais que os homens, elas encontram uma série de barreiras no ambiente profissional. “Elas têm mais dificuldade de ingressar no mercado. Em torno de 50% das brasileiras estão ocupadas ou procurando emprego, enquanto a taxa de participação dos homens é de 80%. É uma distância muito grande. Não combina com o século 21, não parece ser do nosso tempo essa informação. E tem mais, as que conseguem entrar, têm empregos mais precários”, avalia a técnica de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Natália de Oliveira Fontoura. Segundo estudo da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), o salário médio de uma mulher brasileira com educação superior representa 62% do de um homem com a mesma escolaridade. De acordo com o Ipea, a renda média dos homens brasileiros, em 2014, chegava a R$ 1.831,30. Entre as mulheres brancas, a renda média correspondia a 70,4% do salário deles: R$ 1.288,50. Já entre as mulheres negras, a média salarial era R$ 945,90. Segundo a especialista do Ipea, um dos componentes que explica a diferença de rendimentos entre homens e mulheres é o fato de elas ocuparem espaços menos valorizados. “Os cursos em que as mulheres são mais de 90% dos alunos, como pedagogia, se traduzem em salários mais baixos no mercado. E os cursos em que eles são a maioria, como as engenharias e ciências exatas, têm os salários mais altos. Há uma divisão sexual do conhecimento”, explica. Especialista no assunto, Natália ressalta que não é possível entender a dificuldade das mulheres de entrar no mercado de trabalho sem pensar que, via de regra, no Brasil, recai sobre elas toda a atribuição do trabalho reprodutivo, que inclui os afazeres domésticos não remunerados e os cuidados com a família, uma sobrecarga que dificulta a evolução nos ambientes profissionais. “A responsabilização feminina sobre o trabalho reprodutivo explica a inserção de mulheres de forma mais precária no mercado de trabalho, por exemplo com jornadas menores, empregos informais e renda menor.” De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2014, 90,7% das mulheres ocupadas realizavam afazeres domésticos e de cuidados – entre os homens, esse percentual era 51,3%. A pesquisadora defende que não dá para pensar na solução para o problema como um arranjo privado. “Hoje no Brasil a gente entende que as famílias têm que se virar e, dentro das famílias, são as mulheres que geralmente se responsabilizam. Isso é uma sobrecarga para as mulheres e vai impedir que participem da vida social, tenham mais bem-estar, participem da vida política e sindical, é um impeditivo para que mulheres ocupem uma série de espaços sociais.” “Para que a sociedade se reproduza e toda a população tenha bem-estar, alguém tem que garantir o cuidado a crianças e idosos. A quem cabe?”. Ela analisa que é importante que haja uma mudança cultural para que o trabalho não remunerado seja visto como obrigação de todos e que haja divisão das tarefas com os homens e com os filhos. Ela ressalta, entretanto, que não se pode ficar esperando. “O Estado precisa assumir esse papel e oferecer serviços – tem que ter creche, educação integral, transporte escolar, mais de uma refeição nas escolas, instituição para atendimento de idosos, visitas domiciliares –, é um leque de políticas públicas de cuidado que só estamos engatinhando. Não é uma agenda do Brasil hoje.” A iniciativa privada também pode colaborar. “A gente ouve casos bem-sucedidos de maior flexibilização [de carga horária], promoção da igualdade, co-responsabilização das empresas. Mas, se não houver uma legislação para que as empresas sejam chamadas e obrigadas a compartilhar essa responsabilidade, não vai acontecer.” Segundo Tatau Godinhho, a SPM trabalha com iniciativas que contribuem para a melhoria das condições da mulher no mercado trabalho. “As mudanças na legislação das trabalhadoras domésticas, por exemplo, significou uma melhoria do rendimento e das condições de trabalho dessas mulheres. Por outro lado, trabalhamos muito com as políticas que o governo vem desenvolvendo para o aumento de formalização do trabalho feminino. Quanto mais formal, melhor pago e estruturado. A informalidade é um elemento extremamente forte na desvalorização do trabalho feminino e na perda de rendimentos.” (Da Agência Brasil)

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Por uma Cosmovisão Cristã

*Por Thomas Magnum O tipo de óculos que usamos faz muita diferença. Calma. Não iremos falar das últimas tendências da moda para uso de acessórios, nem pretendemos fazer uma abordagem oftalmológica. Trataremos um pouco sobre a importância da cosmovisão, a forma em que vemos o mundo ou a nossa percepção dele. Também não se refere a um mero olhar, mas, a nossa capacidade de absorção, análise e emprego do que nos envolve, e em nosso caso a relevância do cristianismo para todas as esferas da vida. A igreja tem uma missão, sua missão está pautada no que a Palavra de Deus revela. No entanto, é notório percebermos como existe uma disparidade entre o que muitos cristãos crêem e no que eles vivem. Há uma crença geral (errônea) em que o cristão tem uma vida sagrada e outra secular. Há uma defesa de que o sagrado é somente aquilo ligado as atividades diretas da igreja como organismo e instituição. No entanto não temos essa distinção nas Escrituras Sagradas. Um dos importantes ensinos resgatados na reforma protestante foi o da vocação, do sacerdócio universal de todos os crentes. A vocação não está restrita somente ao pastor, ao mestre ou a todo que está ligado ao trabalho interno da igreja, mas, também, ao advogado, ao médico, ao psicólogo, ao jornalista, ao engenheiro. O entendimento da vocação nos leva a compreensão de que todas as nossas atividades são para glória de Deus. A cosmovisão bíblica propõe pensarmos o mundo de forma cristã, sem uma antiga abordagem grega de matéria e forma, ou uma desenvolvida visão platônica de natureza e graça, separando em dois andares, inferior e superior aquilo que Deus estabeleceu de forma integral para seu povo. Para o cristianismo bíblico não há uma dualidade entre a fé e nossa ação no mundo. Fomos chamados para ser sal da terra e luz do mundo. Notemos que não podemos empregar um entendimento abismal transcendente para a igreja, como se ela não devesse se engajar em nada desse mundo, percebamos que somos sal da terra, estamos na terra e luz do mundo, estamos no mundo; mundo criado por Deus. A missão está em glorificarmos a Deus em todas as esferas de atuação em que estivermos inseridos. Vamos a uma definição de fato: Cosmovisão é totalidade da forma que vemos o mundo, é a nossa percepção de mundo. Essa visão nos leva inevitavelmente a uma práxis. A cosmovisão tratará ou causará problemas teológicos, antropológicos, sociológicos, espirituais e psicológicos no homem. Somente a cosmovisão cristã possui a compreensão da realidade total da criação e da criatura. Sem uma cosmovisão que tenha base na revelação de Deus que é a verdade total (Jo 8.32,26; Jo 14.6; Rm 3.11), o homem não terá uma correta e ampla percepção da realidade e do significado da vida. O evangelho não nos foi dado apenas para sermos libertos do pecado e redimidos para salvação, nos foi dado para vivermos conforme Deus planejou, de forma a glorificá-lo em nosso viver. E esse viver não está restrito a vida dentro dos parâmetros da igreja, mas, nossa adoração a Deus deve permear todas as nossas atividades. Uma cosmovisão reformacional será teocêntrica. Deus é o centro, é o ponto primeiro e último para pensamos sobre o mundo – ciência, artes, política, família, sociedade, trabalho, sexo, relacionamentos. Deus é a origem e a finalidade de tudo que há. A visão antropocêntrica tem invadido o mundo desde lampejos da renascença e posteriormente do Iluminismo, a visão teocêntrica que era forte no mundo ocidental por conta da igreja foi sendo abandonada e esquecida. As consequências disso têm sido incalculáveis. Ao tratarmos do assunto estamos sobre bases bíblicas dos mandatos em Gênesis 1.26-30. Esses mandatos dados ao primeiro casal no Éden são para nós ainda hoje. O domínio sobre a criação, o mandato para multiplicar-se e sua vida voltada para adoração e glória do Criador são preceitos que todo cristão deve observar. Nossa vocação deve ser para glória de Deus, nossa família e relacionamentos devem ser moldados pelas Escrituras que consequentemente renderão glória a Deus e não de menos importância nosso culto, seja ele individual, familiar ou público é prescrito pela Escritura para nosso bem, para seguirmos conforme Deus tem revelado em sua Palavra. A percepção reformada de mundo tem sua base na teologia do pacto. Um pacto que é soberanamente administrado. Esse pacto envolve os deveres e benefícios graciosos dados ao povo eleito descritos na revelação. A teologia bíblica é orgânica e progressiva, mostrando em toda a revelação que o homem deve viver com base naquilo que foi dado por Deus em sua lei. A cosmovisão com essa base pactual, vai atentar para os mandatos pactuais – cultural, social e espiritual descritos nos primeiros capítulos do livro do Gênesis. Esses mandatos não foram retirados do povo da aliança, eles permanecem, ainda que a queda tenha causado uma tensão quanto a eles. A tensão ocorre por causa na nossa natureza do caída. Mas no processo revelacional de Criação, queda, redenção e consumação, é evidente na Escritura, o ensino de que devemos guardar estes mandatos. Logo, temos tanto uma missão de preservação da família (no mandato social) quanto nas tarefas sociais (mandato cultural) como: arte, política, vida intelectual, negócios, administração de bens materiais etc., também com os dois mantatos anteriores o mandato espiritual. Nossa vida piedosa, a vida religiosa, vivida com o fim de glorificar a Deus em nosso culto. É importante notar que a palavra culto deu origem a cultura, temos o dever de glorificar a Deus em todas as áreas da vida, como nos diz a primeira pergunta do breve catecismo de Westminster: PERGUNTA 1. Qual é o fim principal do homem? RESPOSTA. O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre. O catecismo assevera o que foi registrado pelo autor sagrado: Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. 1 Coríntios 10:31 Notemos que nas coisas mais básicas da vida como comer e beber devemos glorificar a Deus,

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85% dos alunos a distância vêm de rede pública

A combinação de preço acessível com flexibilidade impulsiona o crescimento dos cursos de graduação online pelo país, modalidade que já responde por 17,1% dos alunos matriculados no nível superior - o equivalente a 1,3 milhão de estudantes. É o que mostra análise inédita do portal EAD.com.br (www.ead.com.br) em parceria com a Educa Insights baseada em dados da própria consultoria e do INEP. Segundo o levantamento, 85% dos alunos vêm de escola pública. A mensalidade custa, em média, R$ 260. "É um valor até 60% menor que o investimento feito na graduação presencial, fator decisivo nesse momento de crise econômica e de cortes de programas sociais por parte do Governo", afirma Fernanda Lapidus Hecht, gerente do site EAD.com.br A maioria dos alunos EAD é financeiramente independente, conforme indicam dados da Educa Insights: 87% trabalham e 83% pagam a própria mensalidade. "A flexibilidade de horários do EAD facilita a vida dos estudantes que já têm um emprego", diz Fernanda. Além disso, 55% desses alunos têm 31 anos ou mais e são, na sua maioria, do sexo feminino - 67% são mulheres. O estudo também elencou o perfil dos cursos e instituições mais procurados. A cada dez matrículas no ensino a distância, nove são efetivadas em universidades privadas. Também a cada dez, quatro são destinadas à licenciatura (vide infográfico). "Esperamos que a procura por graduação online cresça ainda mais em 2016, à medida que a modalidade se torna mais conhecida e o acesso à internet cresce no Brasil", comenta Luiz Trivelato, diretor da Educa Insights. O EAD.com.br disponibiliza uma ferramenta de busca [1] que apresenta ao estudante as melhores opções de faculdades a distância de acordo com sua localização e o curso de preferência. Lançado em 2012, é atualmente o maior portal independente sobre ensino a distância do país.

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Rádio Novas de Paz lidera audiência no segmento evangélico

A Rádio Novas de Paz (RNP) assumiu desde o final do ano passado a liderança de audiência no segmento evangélico em Pernambuco, de acordo com a medição do Ibope. Por muitos anos esse posto era da Rádio Maranata, que agora ficou em segundo lugar, sendo seguida pela Rádio Evangélica FM. A programação da emissora, que teve um crescimento meteórico no último ano, segue toda a identidade, conteúdo e linguagem da Assembleia de Deus Novas de Paz, que é presidida pelo pastor Francisco Tércio. Por 12 anos a Rádios Novas de Paz caminhou nas ondas radiofônicas da AM, tendo chegado ao FM há apenas um ano e meio. Nesse curto período ela alcançou uma audição média de 28,5 mil ouvintes. Durante uma faixa do horário matinal ela chega a atingir 80 mil pessoas. Entre os meses de janeiro e fevereiro, ela ficou atrás apenas das rádios Clube, Recife e Jornal. Contrariando o perfil da maioria das rádios, a Novas de Paz investiu numa programação voltada para o ensino. “Entendemos que Deus nos deu algumas estratégias. Quando começamos na AM, usamos rádio como instrumento para ensinar. Observo que no Brasil, em geral, há muitos crentes sem maturidade espiritual. A necessidade da igreja não é apenas o evangelismo para ganhar almas, mas de ensino, discipulado. Hoje o Brasil vive numa crise de crentes imaturos, neófitos, com pouco conhecimento”, afirma o pastor Francisco Tércio. Semanalmente há uma orientação temática para todos os locutores, com o assunto que será abordado também nas igrejas nos cultos. Um formato que caiu no gosto dos ouvintes. No entanto, o pastor acredita que o sucesso nos indicadores do Ibope não se deve apenas ao posicionamento na organização da grade de programação. “Esse desempenho não é fruto apenas fator estratégico, entendemos que vem de Deus, não é feito por obra humana”, afirma o pastor. O alcance da emissora é outro fator a ser destacado. A RNP, que não tem um canal próprio, tem sua programação retransmitida por uma rede de rádios. Os prefixos são: 101.7 (São Lourenço da Mata); 91.3 (Olinda); 107.5 (Limoeiro); e 106.3 (Goiana, funcionando apenas das 20h às 8h). A estimativa do pastor é que juntas, essas rádios alcancem aproximadamente 100 municípios. O desafio futuro da denominação é de chegar com os sinais de rádio ao Sertão do Estado. Além dessa capilaridade no interior e da RMR, a rádio disponibiliza sua programação pela web (no site www.novasdepaz.com.br) e também lançou um aplicativo para smartphones, que pode ser baixado na Play Store. Além dos investimentos na internet, a Novas de Paz já tem um programa televisivo, na TV Nova, Canal 22. A maioria dos profissionais que trabalham na emissora são membros da própria igreja, que foram formadas ao longo dos anos de funcionamento desse ministério. Recentemente integraram esse grupo o jornalista Angelo Manassés - que assina a coluna Graça e Paz no Diário de Pernambuco e tem uma vasta experiência na locução de programas jornalísticos no rádio - e o radialista Ibineias Junior - que atuava em rádios comunitárias em São Lourenço da Mata.  Robson Santos, Nadeje Mello, Jackeline Santos, Delamar Silva e Beto Guedes são outros membros que compõem a equipe ou, como define o pastor Júnior Moura (diretor da rádio), a família Novas de Paz. NOVAS DE PAZ O ministério da Assembleia de Deus Novas de Paz foi fundado em 1997 e atualmente conta com 140 congregações, sendo aproximadamente 80 em Jaboatão e 60 espalhadas pelo Estado. Destaque para os cenáculos da Av. Cruz Cabugá, Tejipió,  São Lourenço da Mata, Limoeiro, Carpina, Paudalho, Feira Nova e para o templo central da denominação em Jardim Piedade (Jaboatão). A igreja conta ainda com uma congregação no campo missionário da Venezuela. “Estimamos que atualmente tenhamos entre 25 e 30 mil pessoas integrando a igreja. Mas existe um número maior de pessoas congregadas”, afirma o pastor Francisco Tércio.

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Setor imobiliário teve recuo de 19,3% em 2015

Os Indicadores ABRAINC-Fipe referentes ao último trimestre de 2015 registraram 17.794 unidades lançadas, um recuo de 29,6% face ao mesmo período de 2014. No acumulado do ano de 2015, os lançamentos totalizaram 59.778 mil unidades, volume 19,3% inferior ao total lançado em 2014. Entre outubro e dezembro de 2015, foram vendidas 25.648 unidades, uma retração da ordem de 19,8% na comparação com as vendas do último trimestre de 2014. No ano, as vendas do setor totalizaram 108.906 mil unidades que acumularam uma queda de 15,1% frente ao volume vendido ao longo do ano anterior. Segundo dados das 19 empresas participantes do levantamento, no último trimestre de 2015, foram entregues 31.286 unidades. Este patamar representa uma redução de 39,2% em relação ao total de unidades entregues ao longo do terceiro trimestre de 2014. Já no comparativo anual, as entregas totalizaram 126.804 mil unidades, número 25,3% inferior ao observado ao longo de 2014. O mercado continua ajustando a demanda devido ao cenário econômico, que tem gerado uma baixa confiança dos potenciais compradores e dos empreendedores. Com isso, as unidades lançadas em 2015 tiveram uma redução em relação às de 2014, seguidas pelo número de vendas e entregas, explica Renato Ventura, vice-presidente executivo da Abrainc. "Os lançamentos estão mais restritos por todo o cenário, vemos diminuição nas vendas, mas num patamar mais alto do que a quantidade lançada. Por isso, há uma resiliência na demanda", afirma o executivo. Em 2015, o mercado vendeu 82% a mais do que lançou. O mercado disponibilizou para compra, ao final de dezembro, 109.398 unidades. No último trimestre de 2015, foi vendido o equivalente a 20,8% da oferta do período. Trata-se de uma queda de 1,2 ponto percentual face ao observado no final do terceiro trimestre. Comparando-se ao último trimestre de 2014, a queda foi de 3,4 pontos percentuais. Com isso, estima se que oferta final atual se esgotaria em cerca de 14,4 meses. Renato Ventura ressalta que, embora a oferta final na comparação entre 2014 e 2015 tenha redução tímida, o imóvel residencial tem peso menor na quantidade de imóveis ofertada. Para Eduardo Zylbertajn, economista da Fipe, o ano de 2015 se caracterizou por uma forte retração nos lançamentos, movimento que se justifica pela conjuntura desafiadora de nossa economia. "Mas chama muito a atenção o fato de as vendas terem sido quase o dobro do que a oferta de novas unidades." Distratos são avaliados por safra de lançamento Em estudo inédito, os Indicadores Abrainc-Fipe revelam ainda que os distratos acumularam 12,9 mil unidades no último trimestre de 2015, alta de 20,2% frente ao número de unidades distratadas no mesmo período de 2014. Por outro lado, em termos relativos, houve um recuo na proporção distratada das vendas até dezembro de cada ano: entre outubro e dezembro de 2014, com 2,4% das vendas distratas até dezembro daquele ano. Em 2015, este percentual foi de 0,1%. Se considerados os distratos em proporção às vendas por safra de lançamento, as unidades vendidas no primeiro trimestre de 2014 apresentam a taxa de distratos mais elevada da série histórica (16,8%). Para o economista da Fipe Eduardo Zylberstajn, os distratos fazem parte do arranjo institucional do mercado imobiliário há muito tempo, mas ainda não existiam indicadores que permitissem seu acompanhamento de forma consistente. "O mercado é cíclico, então a proposta de acompanhar esse indicador por safras faz todo sentido." Expectativas 2016 Segundo o vice-presidente executivo da ABRAINC, Renato Ventura, 2016 será um ano difícil. A falta de confiança dos agentes econômicos e os embates políticos do país continuam presentes no mercado. Os preços dos imóveis tendem a ser normalizados, refletindo os custos e acompanhando as taxas inflacionárias para haver produção. Em relação aos distratos, Ventura destaca que eles continuam relevantes, mas a tendência é que o número absoluto reduza. "Boa parte das aquisições de imóveis, efetuada entre 2012 e 2013, considerou o crescimento do PIB, o que difere da nova geração de compras, que enfrenta um cenário de valorização mais realista." O estudo Os Indicadores ABRAINC-Fipe são elaborados pela Fipe com informações de empresas ABRAINC que atuam em todo o país. O estudo, lançado em agosto, vem sendo construído pela Fipe desde janeiro de 2014, é o primeiro conjunto de indicadores do setor imobiliário obtidos nacionalmente. Para a composição dos Indicadores são consideradas informações sobre lançamentos, vendas, entregas, oferta final e inadimplência do mercado primário de imóveis residenciais e comerciais. Divulgados mensalmente, os números são referentes ao último trimestre consolidado (outubro-dezembro) e ao ano de 2015. Os dados que compõem os Indicadores são fornecidos à Fipe mensalmente pelas empresas associadas à Abrainc. Após compilar os dados, é feita cuidadosa verificação para garantir a consistência das informações e, se for o caso, as empresas são contatadas para eventuais ajustes ou validação. Em seguida, com os dados validados, os Indicadores Abrainc-Fipe são calculados e, posteriormente, disponibilizados. (Da assessoria de imprensa da ABRAINC-Fipe)

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Queda do varejo é a maior em 15 anos

A queda de 4,3% no volume de vendas do comércio varejista em 2015 foi a maior desde o início da série histórica, em 2001, da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa também foi a primeira vez que um ano fechou em queda, desde 2003. “O comércio varejista reflete o consumo das famílias. Todos os fatores que inibem o consumo das famílias têm um impacto direto no volume de vendas. É uma combinação de enfraquecimento do mercado de trabalho, com a redução da renda real, a confiança do consumidor, a pressão inflacionária, que vem evoluindo principalmente no grupamento de alimentos e combustíveis e a elevação da taxa de juros, que inibe a compra de bens duráveis”, disse a pesquisadora do IBGE, Isabella Nunes. Os principais impactos para a queda de 4,3% vieram dos segmentos de móveis e eletrodomésticos (-14%), supermercados, alimentos, bebidas e fumo (-2,5%), tecidos, vestuários e calçados (-8,7%) e combustíveis e lubrificantes (-6,2%). Entre os oito segmentos pesquisados, apenas um teve crescimento no volume de vendas: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3%). Considerando-se também os dois segmentos que misturam atacado e varejo (e compõem o chamado varejo ampliado), a maior queda veio dos veículos, motos, partes e peças: 17,8%. Os materiais de construção tiveram recuo de 8,4%. (Agência Brasil)

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"Sou nordestino. Falo 'Ólinda' e não 'Ôlinda'"

Ao comemorar 40 anos como repórter da Globo, Francisco José, 71 anos, coleciona feitos como ter descoberto o Escândalo da Mandioca, ter realizado reportagens com os maiores índices de audiência no Globo Repórter e ficar 40 dias vivendo como índio numa aldeia. Nesta entrevista ele conta sua trajetória como jornalista, que teve momentos hilários como o início do seu trabalho na TV. Você nasceu no Crato e quando veio para o Recife? Meu pai morreu quando eu tinha 7 anos de idade . Ele era um coronelzão do Sertão, era o Chico de Brito, tinha muitos filhos. Há muita história de cordel sobre ele. Minha mãe se casou com um senhor daqui do Recife três anos depois e me mudei para cá e fiquei até hoje. Cheguei aqui com 11 anos e estou com 71. Então sua infância foi mais no Recife? Foi. Primeiro viemos morar no bairro das Graças, e depois meu pai tinha uma empresa de vidros em Areias, onde moramos um tempo por lá, e o restante do tempo em Boa Viagem. Na época da minha adolescência eu nadava no mar de Boa Viagem até perder de vista, sem problema com tubarão (risos). Como foi o início da sua carreira profissional? Não tinha o curso de jornalismo quando entrei no jornal. Entrei no jornal por acaso, aos 20 anos, através de Aramis Trindade que era o editor de esporte do vespertino da empresa Jornal do Commercio, que era o Diário da Noite, e tinha um caderno esportivo. Eu era fanático por futebol até hoje acompanho bem o futebol, gosto de assistir aos jogos do Barcelona, dos times bons. Eu anotava tudo no caderno. Eu anotava as estatísticas do campeonato. Percebi que no jornal tinha 32 erros e fiz uma carta ao jornal, dizendo que aquilo era um absurdo, estavam enganando o leitor. Havia uma resenha esportiva da rádio Jornal do Commercio e Aramis convidou o leitor que havia corrigido a estatística e fiquei fazendo a estatística para eles. Um dia faltou um repórter e eu comecei a fazer reportagens. Com seis meses ganhei um concurso para ir para a Copa do Mundo e com mais seis meses ele saiu para ficar apenas no escritório de advocacia dele e me indicou para substituí-lo como editor de esportes. Por causa da crise o vespertino fechou e eu passei para o Jornal do Commercio, onde meu professor era o Ronildo Maia Leite, que é pai do Iuri (diretor da TV Globo Nordeste), e para mim quem tem um professor como aquele não precisa de faculdade. E só 10 anos depois é que surgiu o curso de comunicação eu já era presidente da Associação Brasileira de Cronistas Esportivos (Abrace). Muita gente que trabalhava comigo foi ser professor. Aí eu cheguei a conclusão que eu não ia aprender muito na faculdade e fui estudar direito na Universidade Católica. E onde trabalhava antes do jornal? Trabalhava com meu pai na empresa de vidro, não tinha nem carteira assinada. Na verdade, o padrasto que se tornou meu pai, porque foi ele quem me criou. Você tem quantos irmãos? Ao todo são 14. Tenho 39 sobrinhos. Quando se reúnem todos numa casinha que a gente tem em Porto de Galinhas é uma esculhambação (risos). Como começou seu interesse por futebol? Começou com a rivalidade de irmãos. Só eu torcia pelo Náutico, os outros todos pelo Sport. E aí era uma rivalidade. Meu pai também era Sport, me levava pro campo pra assistir ao jogo do Sport. Eu ficava lá querendo torcer pelo Náutico sem poder (risos). O fato de ter um time de botão que era do Náutico tinha muito a ver. E sua passagem na publicidade? Saí do Jornal do Commercio porque entrou num processo de falência. Quem me formou na publicidade foi o Queiroz (Severino), assim como Ronildo Maia Leite foi importante para eu me formar em jornalista, o Queiroz me formou como publicitário. Na Abaeté (agência) trabalhei de 1970 a 1973. Eu passei a me destacar sendo contato do Banorte, que na época era uma potência. Daí o Banorte falou com a Abaeté para me levar para lá. Aceitei o convite e fiz especialização em marketing bancário pela Fundação Getúlio Vargas, na Universidade de Michigan. E na Globo começou na área de esportes? Entrei na Globo em 1º de janeiro de 1976. Fui contratado pela Globo para ser apresentador do Globo Esporte que estava chegando na Rede Globo Nordeste. Aí Armando Nogueira que tinha me visto trabalhando nas pautas pelo show disse: contrata o Chico José porque esse aí tem experiência para trabalhar. Só que eu não tinha experiência nenhuma de televisão, nunca tinha trabalhado nem em rádio. Foi dramático meu primeiro dia na Globo (risos), porque quando me chamaram disseram: “você vai ter que vir aqui na quarta-feira de qualquer maneira. Estamos esperando você às 4 da tarde no Morro do Peludo”. Eu fui, acertei, passei a ganhar 50% a menos do que eu ganhava no Banorte, onde eu era gerente de marketing. Na época o banco pagava bem. Fui casado duas vezes, a primeira com Socorro, com quem tive duas filhas, e depois Beatriz (Castro), nós temos uma filha. A minha primeira mulher odiou essa história de ir pra Globo e ganhar metade do salário. Achava que jornalismo não dava futuro pra ninguém. E o que o motivou a ir para Globo? Eu queria voltar a ser jornalista. Eu estava no Banorte pelo salário, mas eu não era bancário, não conseguia me realizar com aquilo ali, então eu queria voltar a ser jornalista e na Globo era uma grande oportunidade. Bem eu acertei, ia ganhar menos, e aí perguntei: quando é que eu vou começar, me responderam: “hoje!”. Eu disse: hoje, às 5 da tarde, fazendo o quê? Disseram: “você vai narrar o jogo Santa Cruz e São Paulo”. Eu disse: mas este jogo é no Morumbi e eles responderam que eu gravaria em off-tube. Aí perguntei: o que é off-tube? E explicaram: “dentro de uma cabine e quando

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