Arquivos Notícias - Página 649 de 649 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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É bom conhecer outras formas de ver o mundo

Entrevista a Camila Moura e Rafael Dantas   Embaixadora de Bangladesh fala da carreira e da experiência de vivenciar outras culturas Única pernambucana a ocupar o cargo de embaixadora, Wanja Campos, foi morar em Brasília quando ainda era criança, mas os laços com a terra natal nunca desapareceram. Desde que foi aprovada no concurso do Instituto Rio Branco, já passou por 10 países. A mudança mais recente ocorreu, em 2013, quando assumiu, em Bangladesh, o tão almejado posto de chefia das missões diplomáticas. De passagem no Recife, falou a Algomais, fez um balanço de sua carreira e revelou as curiosidades dos bastidores da vida dedicada à diplomacia. Qual sua relação com o Recife? Minhas origens são recifenses. Nasci no Recife e as recordações daqui estão presentes na minha memória. As minhas primeiras lembranças de infância são da casa da minha avó, no Espinheiro, com quintal, mangueira, carambola, pular cerca para brincar na casa dos vizinhos. Como foi a mudança para Brasília? Meu pai era engenheiro e, em 1963, logo no início de Brasília, quando começaram a importar profissionais para construir a cidade, meu pai foi para lá. Eu era pequenininha, deveria ter uns 4 anos. Então, toda a minha vida escolar foi em Brasília. Você manteve contato com Pernambuco? Todos os anos, eu, meus pais e meus irmãos passávamos as férias aqui. Conheci as melhores praias daqui, numa época, em que só havia casas de pescadores. Apesar, de termos ido morar em Brasília, sempre mantivemos os laços. Você também teve referências do Sertão na infância? Minha mãe é de Triunfo e meu pai, do interior da Paraíba. Naquela época, quando vínhamos de Brasília, muitas vezes, fazíamos a viagem de carro para que pudéssemos ir para o interior. Conheci o Sertão inteiro quando ainda era criança. Fui conhecendo o Brasil. Talvez, por isso, eu tenha tomado gosto em sair pelo mundo. Há referência do cangaço na sua família? O meu avô paterno, Chico Pinheiro, foi um cangaceiro paraibano e, com minha avó, Jarda, participou de muitas lutas e foi, por diversas vezes, perseguido, até ser assassinado. Minha avó, com medo que os filhos pudessem entrar numa vida de vingança, criou meu pai e meus tios de uma forma muito pacífica. Mas o cangaço sempre foi uma realidade muito presente nas nossas vidas. Temos uma visão distinta das pessoas das outras partes dos Brasil, que enxergam de uma maneira folclórica, sem entender as raízes e o que leva uma pessoa do bem, como era meu avô, a uma vida de fuga, de luta. Como surgiu o interesse pela carreira diplomática? Acho que a mosca me mordeu nessas viagens que fazia pelo Nordeste quando era criança. Da oportunidade de conhecer culturas diferentes e ter a sensação de descobrir algo novo. Na minha adolescência fiz intercâmbio para os Estados Unidos. Na época, eu achava que queria ser arquiteta, mas, quando eu voltei de viagem, decidi que queria fazer relações internacionais. Eram os primeiros cursos de nível superior na Universidade de Brasília. Fiz o curso, no entanto, ainda não pensava em diplomacia. Quando me formei, continuei estudando direito e comecei a ver que os principais postos com os quais eu imaginava que era trabalhar com relações internacionais estavam ocupados justamente por diplomatas. Então, fiz o concurso público para o Instituto Rio Branco e passei. Desde então, já são mais de 30 anos. Como foram os primeiros passos da carreira diplomática? Não é uma vida glamourosa, como as pessoas pensam. As mudanças exigem capacidade de adaptação trmenda. Os filhos e cônjuges sofrem com isso. O lado profissional para o diplomata é também uma estrada longa e que exige muita dedicação. Dizemos que estamos disponíveis 7 dias por semana, 365 dias por ano e 24 horas por dia. Não importa onde você esteja, se precisam, seja por causa de uma tragédia ou por simples fatos que acontecem em Bangladesh, onde estou agora, você precisa comparecer. Por exemplo, muitas vezes, os brasileiros chegam ao aeroporto e são informados que precisam de visto. Então, eles nos ligam de madrugada. Logo, é necessário você ter a noção que presta um serviço público, que exige um nível mais elaborado de preparo e atualização constante. E assim é a nossa carreira, a qual tem seis estágios: terceiro secretário, segundo secretário, primeiro, conselheiro, ministro e o último ponto embaixador. É uma longa carreira de sacrifício, mas da qual eu não me arrependo nenhum minuto. Mas há também o lado positivo? Sim, claro. Eu acho fascinante a possibilidade de morar em outro lugar e vivenciar o dia a dia. O que mais me encanta é a possibilidade de você conhecer e perceber outras formas de ver o mundo. Em Bangladesh, por exemplo, eu tenho aproveitado para conhecer os países da região. Fui a Myanmar. Viajei só e contratei uma guia. Conversando, ela me perguntou qual o dia eu tinha nascido. Respondi, mas, na verdade, ela queria saber o dia exato da semana. Lá, isso é tão importante que o dia da semana é incorporado ao nome próprio. Em Myanmar, o calendário da semana tem 8 dias e toda lua cheia é feriado! Isso para mim foi a coisa mais fascinante que eu ouvi nos últimos 30 anos. Então, você é obrigado a pensar de forma diferente. Quais os países onde morou? Logo após a formatura no Instituto Rio Branco, fazemos um estágio em alguma embaixada, normalmente, na América do Sul. O meu foi na Bolívia. Em seguida, fui para a Austrália, onde fiquei quase 6 meses. Depois, minha primeira missão permanente foi no Suriname, onde ocupei o posto de terceira secretária por mais de dois anos. Na sequência fui para Paris, Argel, Roma, Cidade do Cabo, Washington e Toronto e de lá fui para Bangladesh, em 2013. Em alguns momentos, também voltei para Brasília. Como fica a família nessa rotina? Atualmente, a minha família está completamente pulverizada mundo afora (risos). Meu marido também é diplomata e está em Brasília, em outra função. Temos duas filhas. Uma ficou em Toronto, no Canadá, porque quando

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Algomais na final do Prêmio Estácio

A matéria “Educação acelera desenvolvimento”, publicada na edição de junho da Algomais, foi uma das três finalistas do Prêmio Estácio de Jornalismo, na categoria impresso regional. A reportagem, que foi assinada pelo repórter Rafael Dantas, tratou do impacto da interiorização do ensino superior em Pernambuco e do seu desdobramento, com a criação de especializações e mestrados. A Estácio anunciou no dia 30, em cerimônia no Rio de Janeiro, os vencedores da edição 2015 do Prêmio Estácio de Jornalismo. A festa de premiação reuniu cerca de 100 pessoas, grande parte delas profissionais de comunicação de todas as regiões do Brasil. A quinta edição do Prêmio foi marcada por recordes: 333 reportagens inscritas. No total, 151 veículos de imprensa (entre jornais, revistas, TV, rádio e internet) de 23 estados e do Distrito Federal participaram desta edição. O objetivo do prêmio é fomentar a produção pela imprensa de matérias jornalísticas que abordem o Ensino Superior no Brasil, de forma a ampliar o debate e a importância do tema para o desenvolvimento do país. A grande premiada da noite foi a Folha de S. Paulo, com a matéria “A inédita Folha de Pagamentos da USP”, assinada pelos repórteres Fabio Takahashi, Mario Cesar Carvalho e Severino Mota. Na categoria impresso regional, em que a Revista Algomais foi uma das concorrentes, o prêmio foi para o Jornal do Commercio, com a série de reportagens “A educação, o caminho”, da jornalista Angela Belfort. Também saíram com distinções a TV Band, TV Globo, Rádio Bandnews, o portal IG entre outros. REPORTAGEM. Na produção da matéria “Educação acelera desenvolvimento”, a redação da Revista Algomais entrevistou diretores, professores e alunos da UFPE, UFRPE, UPE, IFPE e de instituições privadas de ensino superior. Todas elas têm seus braços no agreste, sertão e zona da mata do Estado e  a maioria já ofertam especializações e mestrados, além das graduações e cursos técnicos. A matéria abordou a relevância da formação de mão de obra e da realização de pesquisas para o desenvolvimento dos polos econômicos de Pernambuco. Leia a matéria na íntegra:   “Educação acelera desenvolvimento”

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Delícias da terra do chucrute

Restaurante Alemão faz embutidos e defumados com num processo artesanal. O sabor dos embutidos alemães há alguns anos está se popularizando no Recife com o Restaurante do Alemão. Fundado pelo chef Andreas Schmaller há 8 anos, o espaço – instalado dentro do Clube Alemão do Recife – tem como carro-chefe do cardápio as apetitosas linguiças e salsichas, além da bisteca suína (kassler) e do joelho de porco (eisbein). A produção da famosa charcutaria alemã (embutidos e defumados)  é feita pela própria equipe do restaurante, que usa temperos vindos da Alemanha. A maioria do Sul do país europeu. “Fazemos tudo aqui, num processo artesanal. A gastronomia alemã tem uma grande tradição com a importação de temperos de todo o mundo, desde 1400. Esse é o diferencial dos nossos pratos”, comenta o sócio do restaurante, Werner Payne. O chef Andreas trabalhou por anos em cozinhas alemãs e ao chegar no Brasil, em 2006, começou a fazer os embutidos, como linguiças de vários sabores (defumada, vegetariana, apimentada, com queijo, entre outros), salsichas, mortadela e patê. Aos amantes dos doces, o restaurante serve a tradicional Apfelstrudel mit Sahne, a torna de maçã com canela e chantilly. Para completar, a cerveja servida é a tradicional Jacobinus Wizen. Andreas explica que até mesmo no seu país de origem não é tão fácil encontrar num único restaurante a oferta de todos esses pratos típicos, já que eles eram corriqueiros nas mesas alemãs nas décadas de 60 e 70. “Procuramos ao máximo chegar aos sabores originais”, comenta o chef que vê crescendo a procura por seus produtos. Para quem deseja apenas consumir os pratos, o restaurante funciona de terça à sexta-feira aberto ao público, entre às 9h e 18h. Nos finais de semana o acesso é mais restrito aos sócios do Clube Alemão. Outra opção é comprar os embutidos e defumados para cozinhar em casa. Os produtos da cozinha alemã não agradam apenas o paladar, mas também o bolso. Um prato misto (combinação de diferentes linguiças, batatas e saladas), para duas pessoas, fica por R$ 40. Serviço: Restaurante do Alemão. Clube Alemão do Recife, localizado na Estrada do Encanamento, 216, Parnamirim. De terça à sexta o restaurante é aberto ao público das 9h às 18h. Nos finais de semana apenas para sócio. Telefone para contato: 99993-9139.  

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