Arquivos Saúde - Página 22 De 37 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Saúde

Verão – Especialista alerta sobre cuidados com os olhos com as crianças na estação

Muito sol, mar, piscina. A combinação é perfeita, muito mais quando se fala na estação mais quente do ano. Apesar da diversão, é importante ficar alerta aos sinais que os olhos dão nesta época. Alergias e irritações oculares são incômodos bastante comuns, que podem ser evitados caso alguns cuidados sejam redobrados. Na lista, o primeiro item que muitos lembram são os óculos escuros. Mais que um acessório, os óculos escuros são um artigo de proteção. “É importante avaliar a qualidade, a durabilidade, mas o fundamental é que as lentes tenham proteção ultravioleta (UV), prevenindo assim os danos causados pela radiação solar. Etiquetas costumam indicar as certificações oficiais, como a da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)”, indica a médica oftalmologista Aline Barros, do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE). Essa proteção é importante, pois a exposição excessiva ao sol pode colaborar para o aparecimento de doenças como tumores da superfície ocular, a catarata e a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). Também nessa estação aumentam as alergias e irritações oculares. Uma das maiores incidências de conjuntivite, por exemplo, ocorre no verão. “A exposição intensa ao sol, a água da piscina e locais aglomerados são fatores que contribuem para a disseminação do vírus”, explica Aline. Para evitar o contágio, a indicação é higienizar sempre as mãos, lavar bem o rosto para retirar resíduos das piscinas e evitar compartilhar toalhas de banho. A inflamação dura geralmente entre uma e duas semanas e é preciso consultar um médico oftalmologista para o correto diagnóstico e a prescrição de colírios. "Às vezes, as crianças têm uma tendência maior a alergias e apresentam sintomas, principalmente se forem sensíveis ao cloro ou à agua salgada, por exemplo. O ideal é ensinar primeiro que não se deve abrir os olhos embaixo d’água e, se o adulto perceber que, mesmo que a criança não abra, ela fica com o olho vermelho, a indicação é lavar com água gelada”, esclarece a médica.. Confira outras dicas: - Não utilize lentes de contato durante o banho de mar ou piscina; - Para abrir os olhos embaixo d’água, use óculos de natação; - Chapéus e bonés ajudam a diminuir a incidência dos raios solares no olho; - Lembre-se de ingerir água.

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Calçado do verão: uso prolongado de rasteirinha pode causar fascite plantar

O verão está chegando e, com ele, o vestuário fica mais leve, despojado e confortável. Para as mulheres, a rasteirinha é o calçado eleito para dar o toque final à composição do look. Mas o que parece sinônimo de conforto, se usado em excesso, pode causar transtorno futuro, com o desenvolvimento da fascite plantar. O problema é um processo inflamatório ou degenerativo que afeta a fáscia plantar, membrana de tecido conjuntivo fibroso e pouco elástico, que recobre a musculatura da sola do pé, desde o osso calcâneo, e que garante o formato do calcanhar, até a base dos dedos dos pés. A fáscia plantar auxilia a manter a curvatura do pé firme, graças à sua capacidade de amortecer e distribuir o impacto. “Se for caminhar muito, o ideal é utilizar calçados que protejam o pé. Com a rasteirinha, você joga o peso todo em cima do calcanhar, sem nenhuma proteção”, explica o presidente da ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé). “Como não protegem a região, também aumentam o risco de dedos quebrados, torções, bolhas e arranhões”, acrescenta. O especialista esclarece que os melhores sapatos - quando se planeja fazer longas caminhadas durante o dia - são aqueles que dão apoio ao calcanhar, não comprimem os dedos e têm cadarços ou tiras que segurem o calçado no lugar. “Uma alternativa é usar sapatilha com sola um pouco mais grossa e também com um salto pequeno, de uns dois centímetros, para aliviar a pressão no calcanhar e na coluna”, pontua. Sintomas Dor intensa debaixo do pé, perto do calcanhar, é o principal sinal da fascite plantar. Geralmente, a dor é mais intensa pela manhã, mas alivia durante o dia com o caminhar. “Mas isso não impede que a dor apareça em qualquer ponto da fáscia, depois de longos períodos em pé, após subir escadas ou até mesmo depois de ter repousado um pouco”, fala o Dr. Marco Tulio. Inchaço e vermelhidão são outros sinais que podem aparecer. Tratamento A recuperação da fascite plantar costuma ser lenta. O tratamento pode ser realizado por meio de medicamentos antiinflamatórios e analgésicos, uso de palmilhas especificamente moldadas e fisioterapia diária, que pode ser realizada em casa, desde que haja orientação médica. A intervenção cirúrgica não é comumente indicada e ocorre apenas quando os tratamentos não trazem melhora aos pacientes. Existem algumas opções cirúrgicas que consistem em alongar a fáscia plantar ou a musculatura da panturrilha. O Dr. Marco Tulio ressalta a importância de procurar um especialista que possa dar a melhor orientação. “Dessa forma, será possível entender as causas reais da dor e o paciente receberá um diagnóstico correto, para iniciar um tratamento adequado”, conclui.

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Caminhada neste domingo celebra o título de Patrimônio da Humanidade de Olinda

O título de Patrimônio da Humanidade de Olinda, conferido pela Unesco, completa 37 anos neste sábado (14.12) e uma atividade pelas ruas históricas será realizada em comemoração. Apoiada pela Secretaria Executiva de Patrimônio, a Caminhada Domingueira sairá do Pátio do Mosteiro de São Bento, às 8h, neste domingo (15.12). Tendo como um dos organizadores o professor o Francisco Cunha, a ação já redescobriu diversos pontos de Pernambuco. No mês de novembro, por exemplo, mais de 100 caminhantes percorreram quatro quilômetros, saindo da Praça da República, no Recife. Patrimônio Cultural da Humanidade O título de Patrimônio da Humanidade foi concedido pela Unesco em 1982, depois de uma luta iniciada pela Prefeitura em 1978, com o apoio de personalidades como o embaixador olindense Holanda Cavalcanti, o então ministro Eduardo Portela, além de Aloísio Magalhães. Com esse título, Olinda inscreveu-se na lista de monumentos mundiais e figura ao lado de bens da humanidade como a Catedral de Notre-Dame, em Paris, o sítio arqueológico de Nemrut Dag, na Turquia, o Parque Nacional do Serengeti, na África, e a Cidade do Vaticano.

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Brasil tem o maior sistema público de transplantes do mundo

O Brasil é referência mundial na área de transplantes e apresenta o maior sistema público de transplantes do mundo. Cerca de 96% dos procedimentos realizados em todo o país são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Estatisticamente, o país é considerado o segundo maior transplantador do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Por meio do SUS, os pacientes recebem assistência integral e gratuita, desde os exames preparatórios, procedimento cirúrgico, acompanhamento e medicamentos pós-transplante. Ainda assim, o assunto merece atenção, em 2018, aproximadamente 40 mil pessoas estavam na fila de espera por um órgão, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Cristiano Caveião, doutor em enfermagem e coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Gerontologia do Centro Universitário Internacional Uninter, explica que o transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico para a retirada de um órgão (pulmão, rim, coração, pâncreas, fígado) ou tecido (ossos, córnea, medula óssea) de uma pessoa que está doente e substituição por outro órgão ou tecido normal de um doador vivo ou morto. “Em grande parte das situações, a doação de órgãos é a única expectativa de vida ou até mesmo a oportunidade de um recomeço para as pessoas que precisam da doação”, comenta Caveião. O transplante de órgãos só pode ocorrer se tiver a doação, por isso é importante a conscientização da população, com o objetivo de reduzir a fila de espera e dar oportunidades de salvar vidas. O biomédico, doutor em química e biotecnologia e coordenador do Curso de Biomedicina da Uninter, Benisio Ferreira da Silva Filho esclarece as principais dúvidas em relação ao procedimento. Como funciona a doação pelo doador cadáver? Essa doação ocorre após a confirmação da morte encefálica, que é a perda total e irreversível das funções cerebrais, e após a parada cardiorrespiratória. A doação pode ser realizada somente com autorização do familiar, conforme previsto na legislação. O diagnóstico de morte encefálica é realizado pelo médico especialista em neurologia, com capacitação específica. Por que doar órgãos? E que órgãos podem ser doados? A doação de órgãos pode salvar várias vidas. Podem ser doados os seguintes órgãos: pulmões, coração, pâncreas, fígado, rins, intestino, vasos sanguíneos, pele, ossos e tendões. Assim, um único doador poderá salvar muitas vidas. Os doadores com parada cardiorrespiratória podem doar somente tecidos, como por exemplo: córnea, vasos, pele, tendões e ossos. E o doador vivo, o que pode doar? Considera-se doador vivo qualquer pessoa juridicamente capaz, que atenda todos os preceitos legais, e com condições plenas de saúde. Podem doar pela lei parentes de até quarto grau e cônjuges; no caso de não parentes, somente com autorização judicial. O doador vivo pode doar rins, parte do fígado, parte do pulmão e parte da medula óssea. Quem recebe os órgãos ou tecidos doados? Após a confirmação da doação, a Central de Transplantes do Estado é comunicada por meio do registro de lista de espera e seleciona os doadores compatíveis.

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Pesquisadores desvendam como bactéria oportunista derrota competidoras

André Julião   – Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descreveu um sistema presente em uma espécie de bactéria oportunista, encontrada em ambientes hospitalares, capaz de injetar um coquetel de toxinas e eliminar completamente outras bactérias competidoras. A descoberta pode ajudar, futuramente, no desenvolvimento de novos compostos antimicrobianos. O estudo, apoiado pela FAPESP, foi publicado na PLOS Pathogens por pesquisadores do Instituto de Química e do Instituto de Ciências Biomédicas, ambos da USP. Os pesquisadores descobriram que a bactéria Stenotrophomonas maltophilia, ao competir com outros microrganismos por espaço e alimento, utiliza um sistema de secreção que produz um coquetel de toxinas para ser injetado nas rivais. Além disso, os pesquisadores caracterizaram uma das 12 proteínas que compõem o coquetel – Smlt3024 – e observaram que a molécula, sozinha, é capaz de diminuir consideravelmente o ritmo de replicação de outras bactérias. “Acreditamos que essas toxinas possam ser exploradas como uma forma de tratamento no futuro. Como antibióticos podem vir de outras bactérias, estamos explorando esse arsenal que as próprias bactérias usam para matar outras espécies”, disse Ethel Bayer-Santos, pesquisadora do ICB-USP. O trabalho é parte do seu projeto de pós-doutorado no IQ-USP, que teve apoio da FAPESP. Atualmente, a pesquisadora conta com Auxílio à Pesquisa na modalidade Apoio a Jovens Pesquisadores. “O sistema de secreção do tipo 4 [T4SS, na sigla em inglês], como é chamado, é um dos existentes em bactérias e serve para secretar proteínas e DNA em outras células ou no meio extracelular. Recentemente, mostramos que ele está presente em um patógeno de cítricos, a Xanthomonas citri. Agora, o encontramos nessa bactéria, que originalmente vive no solo, mas pode se tornar um patógeno oportunista em ambientes hospitalares”, disse Shaker Chuck Farah, professor do IQ-USP e coordenador do estudo. A pesquisa está vinculada a dois Projetos Temáticos financiados pela FAPESP: “Sinalização por c-di-GMP e o sistema de secreção de macromoléculas do tipo IV em Xanthomonas citri” e “Estrutura e função de sistemas de secreção bacterianas”. A descoberta do sistema no patógeno de cítricos havia sido publicada na Nature Communications. Em 2018, o grupo publicou um outro artigo, na Nature Microbiology, em que descreveu a estrutura atômica de grande parte do sistema de secreção usando a técnica de criomicroscopia eletrônica (Cryo-EM) – que permite observar a estrutura de biomoléculas de forma tridimensional no estado em que se encontram. Guerra bacteriana A competição entre microrganismos determina qual espécie vai dominar ou ser erradicada de um hábitat específico. Para diminuir a multiplicação das competidoras, ou mesmo matá-las, as bactérias têm à sua disposição variados mecanismos. Um deles é o T4SS, composto ainda de mais de 100 componentes, provenientes das 12 proteínas diferentes encontradas na superfície da célula. Os pesquisadores observaram que, associados a cada um dos sistemas de secreção encontrados em X. citri e S. maltophilia, além das toxinas há seus respectivos antídotos – estes, para proteger o próprio organismo produtor das toxinas. Quando próximas de uma outra espécie bacteriana, as detentoras desse sistema injetam o coquetel dentro da competidora apenas pelo contato ou usando uma pilus, estrutura semelhante a uma agulha. Para testar a ação do sistema, os pesquisadores realizaram uma série de experimentos de competição entre bactérias. Em um deles, foram colocadas em um mesmo meio exemplares de S. maltophilia e de Escherichia coli, espécie bastante usada em experimentos laboratoriais. As E. coli mal começavam a se multiplicar e as S. maltophilia se aproximavam e as eliminavam. O mesmo efeito foi observado contra Klebsiella pneumoniae, Salmonella Typhi e Pseudomonas aeruginosa, esta última conhecida por infectar pacientes com fibrose cística. Outro experimento consistiu em testar o efeito da Smlt3024 sozinha em outras bactérias. Exemplares de E. coli expressando a toxina no citoplasma não tiveram seu crescimento alterado. No entanto, quando tinham, além do gene Smlt3024, uma chamada sequência sinal – alguns aminoácidos que alteram a localização da proteína –, a toxina foi direcionada para o periplasma (região localizada entre as membranas interna e externa das bactérias), exatamente como faz o sistema original de S. maltophilia e X. citri. Nesse caso, a divisão celular das E. coli foi reduzida consideravelmente, mostrando o efeito da proteína. Apesar de ambas possuírem o mesmo sistema, S. maltophilia e X. citri expodem matar-se uma a outra usando o T4SS, conforme revelou outro experimento. Os estudos mostraram ainda que componentes essenciais de um sistema podem ser substituídos por seus homólogos do outro e que o T4SS de uma bactéria pode secretar as toxinas de outra. São evidências de que há semelhanças nas estruturas que podem ser estudadas futuramente na exploração de T4SS similares (homólogos) identificados em dezenas de outras espécies bacterianas. Novos estudos podem permitir que outros pesquisadores desenvolvam moléculas com efeito de inibir a ação desse sistema, o que poderia ser explorado em novos medicamentos. “Podemos fazer triagens de drogas que possam se ligar nesse sistema e inibir alguma etapa importante da transferência das toxinas de uma célula para outra. Isso poderia diminuir a sobrevivência dessas bactérias em alguns ambientes”, disse Farah. “A própria toxina poderia ser usada como um agente antimicrobiano, mas outros estudos precisam ser realizados para testar essa possibilidade”, disse Bayer-Santos. O estudo tem ainda três outros autores apoiados pela FAPESP, todos no IQ-USP. Bruno Yasui Matsuyama, pós-doutorando, Gabriel Umaji Oka, também pós-doutorando, e William Cenens, que realizou estágio de pós-doutorado até 2019. O artigo The opportunistic pathogen Stenotrophomonas maltophilia utilizes a type IV secretion system for interbacterial killing (doi: 10.1371/journal.ppat.1007651), de Ethel Bayer-Santos, William Cenens, Bruno Yasui Matsuyama, Gabriel Umaji Oka, Giancarlo Di Sessa, Izabel Del Valle Mininel, Tiago Lubiana Alves e Chuck Shaker Farah, está disponível em: www.journals.plos.org/plospathogens/article?id=10.1371/journal.ppat.1007651. |  Agência FAPESP

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Canabidiol para o tratamento da dor crônica: realidade mais próxima dos pacientes

Com a recente regulamentação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (Anvisa) para a comercialização do canabidiol para fins medicinais, uma nova janela de oportunidades se abre para pacientes de dor crônica, cujas terapias convencionais não fazem mais efeito. Envolto em polêmicas, o uso do canabidiol para o tratamento da dor crônica e outras doenças ainda gera muitas dúvidas por parte da população. Segundo o neurocirurgião e coordenador do Centro de Dor do Hospital 9 de Julho, Dr. Claudio Corrêa, o esclarecimento é importante, começando por desassociar a relação da droga ilícita com a medicação. “É preciso entender que os componentes extraídos da planta, e concentrados no medicamento para uso medicinal, excluem os princípios ativos da droga alucinógena. Dessa forma, são direcionados para fins específicos dentro de diferentes doenças e seus mecanismos de ação”, contextualiza o especialista. Dr. Claudio ainda explica que o uso deste novo elemento para cuidar de quadros dolorosos atua no sistema nervoso central, especialmente no complexo supressor da dor, mudando sua percepção pelo córtex – onde é estabelecido o processo de comunicação deste estímulo. Dentre os perfis de pessoas que se beneficiarão com o fármaco, estão pacientes de dor neuropática, como os diabéticos, oncológicos, de doenças reumatológicas como artrites e artroses, entre outros. Como ter acesso ao canabidiol para a dor crônica Embora a regulamentação do canabidiol pela Anvisa represente um avanço importante, a medicação ainda não será de fácil acesso, seja pelo custo, pelo volume de fabricantes ou distribuidores disponíveis no mercado para atender a demanda. A próxima etapa da regulamentação é permitir o cultivo da planta para a extração da substância, mas a Agência julga ser um passo que depende de uma fiscalização que o Brasil ainda não tem estrutura para atender. “Também é importante explicar que o medicamento atual só poderá ser comprada mediante prescrição médica”, pontua o neurocirurgião. Para saber mais sobre dor crônica, acesse o eBook: http://bit.ly/tudosobredor Dr. Claudio Corrêa Com mais de 30 anos de atuação profissional, Dr. Claudio Fernandes Corrêa possui mestrado e doutorado em neurocirurgia pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. Especializou-se no tratamento da dor aliado a neurocirurgia funcional – do qual se tornou referência no Brasil e no exterior. É também o idealizador e coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, serviço que reúne especialistas de diversas especialidades para o tratamento multidisciplinar e integrado aos seus pacientes.

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Simpósio discute principais avanços na cirurgia metabólica e bariátrica robótica

Recife sedia, no dia 13 de dezembro, o II Simpósio de Cirurgia Metabólica, Bariátrica e Robótica de Pernambuco, no Hotel Luzeiros. Os principais nomes da especialidade no Brasil irão apresentar e debater os avanços no tratamento da obesidade e da cirurgia robótica. Entre os convidados para discutir os temas, estão os cirurgiões Marco Aurélio Santo e Alexandre Elias (SP), Caetano Marchesini (PR), Áureo Ludovico de Paula (GO), Álvaro Albano (BA) e Eduardo Pachú (PB). O evento é realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Capítulo Pernambuco, com apoio da Rede D’Or São Luiz e do Hospital Esperança Recife, que está próximo de atingir a marca de 1.000 cirurgias robóticas em cinco especialistas. A cirurgia metabólica bariátrica robótica é a segunda especialidade mais procurada, perdendo apenas para a urológica. As outras especialidades são cirurgias colorretais, torácicas e ginecológicas. A programação está dividida em cinco miniconferências e três módulos de discussão. Nas miniconferências, serão abordados os temas “Como se preparar frente à transformação digital na Medicina e na Cirurgia”, “Bases fisiopatológicas da cirurgia metabólica”, “Alterações do metabolismo ósseo e muscular no paciente obeso”, “Câncer e DRGE no Sleeve”, “Como migrar para a cirurgia robótica de maneira segura”, “O que avançamos com a cirurgia robótica?” Pela manhã, será realizado o módulo “Cirurgia Metabólica”, coordenado pelo dr. Marco Aurélio Santo (SP) e dr. Áureo Ludovico de Paula (GO), com moderação de dr. Guilherme da Conti (PE) e dr. Marconi Meira (PE). Dentro do módulo, serão abordados os temas “Como a cirurgia age no sistema metabólico”, “Resultados da cirurgia a longo prazo”, “Indicações além do IMC. Podemos considerar?” e “Quando associar o tratamento medicamentoso”. À tarde, serão apresentados dois módulos de debates. O primeiro abordará “Perda de Peso – O que fazer”, coordenado pelo dr. André Teixeira (EUA) e dr. Marco Aurélio Santo (GO) e moderado pelo dr. Joaquim Branco (PE). Nesse módulo, serão apresentados os temas “Devemos procurar sempre a perda de peso?”, “Quando e como associar tratamento medicamentoso para auxiliar e resgatar a perda de peso pós-operatória?”, “Quando operar e o que fazer no reganho?” e “O que esperar da cirurgia no reganho de peso?”. No almoço, serão discutidas técnicas e dúvidas com os especialistas sobre o dia a dia dos procedimentos bariátricos. A programação se encerra com o módulo “Aspectos cirúrgicos e endoscópicos”, coordenado pelo dr. André Teixeira (EUA) e dr. Eduardo Pachú (PB), com moderação de dr. Felipe Rolim (PE). Esse módulo trará os temas “Uso de antibióticos na cirurgia bariátrica”, “Tratamento endoscópico de fístula gástrica”, “Alternativas endoscópicas no tratamento do reganho de peso”, “A cirurgia bariátrica e o fígado”, “DRGE pós-sleeve: como prevenir e tratar”. “O evento deste ano está ainda melhor. Contaremos com mais palestrantes, com mesas com assuntos atuais, abordando assuntos de interesse comum, como tendências inovadoras de abordagem e tratamento. Será uma oportunidade para discutirmos vários aspectos da cirurgia metabólica e bariátrica robótica, em um encontro de excelência, contando com a presença dos melhores profissionais do País. Além da troca de experiência e conhecimento entre os profissionais presentes, quem também se beneficia com o evento são os pacientes, que irão receber a terapêutica desenvolvida por esses profissionais”, avalia o presidente da SBCBM – Capítulo Pernambuco, Flávio Kremer. A cirurgia robótica permite intervenções menos invasivas, com menor risco de hemorragias e infecções, menor dor pós-operatória e a possibilidade de uma recuperação mais rápida e o retorno mais cedo às atividades cotidianas e ao trabalho. “A cirurgia robótica tem contribuído bastante nos resultados da cirurgia bariátrica. Ela não só agrega muita tecnologia, como também aumenta a segurança do procedimento. O médico tem uma visão diferenciada, com movimentos mais precisos, e uma possibilidade de realizar suturas e movimentos de maneira muito mais precisa e adequada do que na videolaparacospia, que também é um procedimento seguro. Mas, sem dúvidas, a cirurgia robótica agregou tecnologia e segurança ao procedimento”, afirma o cirurgião bariátrico Álvaro Ferraz, da equipe de cirurgia robótica do Hospital Esperança Recife e coordenador científico do Simpósio. Entre as principais doenças ligadas à obesidade, estão problemas cardíacos, diabetes, colesterol alto, depressão, câncer e dermatites, além de incontinência urinária, apneia do sono e disfunção hormonal e erétil (nos homens), refluxo gástrico e doenças articulares. “Os pacientes, quando têm indicação de tratamento cirúrgico para a obesidade, são aqueles que apresentam a doença em grau moderado ou grave, ou seja, são aqueles pacientes que têm o índice de massa corpórea (IMC) acima de 35, associado ou não a outras doenças. Para esses pacientes, o tratamento cirúrgico é o mais recomendado”, acrescenta o cirurgião Álvaro Ferraz. Serviço II Simpósio de Cirurgia Metabólica, Bariátrica e Robótica de Pernambuco Data; 13 de dezembro, das 8h às 17h45 Local: Hotel Luzeiros (R. Barão de Santo Ângelo, 100 – Pina) Informações: http://www.sbcbmeventos.org.br/simposiopernambuco/

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Quero Impactar do Recife recebe R$ 3 milhões do Itaú

Primeira vaquinha virtual pública do mundo a viabilizar que o cidadão e empresas destinem parcela do Imposto de Renda a projetos sociais em várias áreas do Recife, o Quero Impactar recebeu nesta quarta-feira (04), R$ 3 milhões doados pelo Banco Itaú. Desse total, R$ 2,4 milhões serão destinados ao Hospital do Idoso do Recife. Os R$ 600 mil restantes vão para o Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP) e para o Instituto Materno Infantil de Pernambuco ( Imip ). Hoje também foi lançado o App Quero Impactar e apresentada a nova identidade visual da plataforma, que foi lançada pela Prefeitura do Recife em julho deste ano e atingiu a meta de R$ 5 milhões arrecadados em cinco meses. A Plataforma Quero Impactar visa engajar a sociedade para - junto com o poder público – promover mudanças e otimizar a vida da população através de doação a projetos sociais com impacto direto na vida das pessoas em situação de vulnerabilidade. “Isso pode ser feito por pessoas físicas e jurídicas com um clique no endereço eletrônico www.queroimpactar.com.br ou pelo celular. Juntos somos como abelhas”, falou o procurador geral do município, Rafael Figueiredo, numa referência à nova identidade visual e conceito do Quero Impactar que passa a ter uma abelha - símbolo da cooperação -, na logomarca. O procurador municipal também destacou que a PCR tem implantado projetos de mobilizadores que têm mudado o perfil da cidade na área social, a exemplo do Transforma Recife, do Quero Impactar e Porto Social, que em parceria com a Prefeitura capacita organizações da sociedade civil. Durante a manhã, a equipe do Plataforma também ofereceu um workshop para organizações do Recife, com a finalidade aprimorar os projetos e a captação de recursos. “Estamos realizando essa doação porque acreditamos nesse projeto, contribuindo dessa forma com o município e, especialmente, com as pessoas”, disse o representante do Itaú, Fernando Zivts. Os secretários municipais que respondem pelas áreas dos projetos sociais estavam presentes na solenidade: a secretária de Desenvolvimento Social, Juventude. Políticas Sobre Drogas e Direitos Humanos, Ana Rita Suassuna; de Saúde, Jailson Correia; de Meio Ambiente, José Neves; Executivo de Segurança Urbana, Paulo Moraes; de Esportes, Yane Marques, além do secretário de Finanças, Ricardo Dantas, do comandante da Guarda Muncipal, Marcílio Domingos e, representando as organizações, o gestor do Porto Social, Fábio Silva. Como funciona - A iniciativa consiste em um financiamento coletivo (crowdfuding ou vaquinha virtual) em que o cidadão e empresas poderão doar recursos financeiros por duas modalidades: por parte do Imposto de Renda (IR) e a fundo perdido (sem benefício fiscal) a iniciativas ligadas à cultura, esportes e políticas para crianças, idosos e pessoas com deficiência, sem que o contribuinte tenha qualquer gasto adicional, pois o recurso é parte do que já seria pago no IR. Dessa forma, é resolvido um problema histórico que é a desconfiança por parte do doador frente à ausência de projetos sérios e transparentes aptos a receber apoio. “É importante destacar a inovação da Prefeitura do Recife ao criar a única Vaquinha Virtual do Brasil que é 100% gratuita”, salientou o gestor da plataforma, Alexandre Nápoles, acrescentando que enquanto sites desse tipo ficam com 20% do que é arrecadado, o Quero Impactar não fica com qualquer percentual. Desde julho, a arrecadação do Quero Impactar foi destinada a 14 projetos sociais, beneficiando 11 entidades a exemplo do Lar Paulo de Tarso, Imip, Hospital do Câncer, Instituto Fé e Alegria, entre outras organizações sociais. Quero Impactar - A plataforma web de financiamento coletivo (crowdfuding ou vaquinha virtual) foi desenvolvida pela Prefeitura do Recife, por meio da Procuradoria Geral do Município (PGM), com a parceria da o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (Comdica), o Conselho Municipal da Pessoa Idosa (Comdi), a Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer (Seturel) e a Fundação de Cultura da Cidade do Recife. É originada da necessidade de se criar uma solução inovadora no financiamento dos projetos sociais na cidade do Recife, que lançou a primeira vaquinha virtual pública do Brasil, inovando justamente no fato de utilizar a tecnologia do financiamento coletivo aliada às leis de incentivo fiscais, federal ou estadual. Qualquer pessoa física ou jurídica no Brasil poderá doar para projetos de Recife. É só acessar o site www.queroimpactar.com.br conferir os projetos e doar. A plataforma “Quero Impactar” tem ainda como objetivos específicos: dar ampla visibilidade aos projetos sociais na cidade; sensibilizar e incentivar doações a esses projetos; facilitar o processo de doação, sendo online e totalmente transparente e gerar feedbacks aos doadores sobre as etapas do projeto social que foi impactado. Outro diferencial é que o Quero Impactar oferta apoio a quem insere projetos na plataforma, através do auxílio gratuito na captação de recursos e no desenvolvimento dos projetos. Também são realizados atendimentos pessoais e coletivos, além de oficinas técnicas, com o intuito de tirar dúvidas e ampliar a captação de recursos. Para obter benefícios fiscais, podem ser doados até 6% do imposto de renda das pessoas físicas que fizer a declaração completa. Desse percentual, 6% podem ir para qualquer uma das áreas de Cultura, Esporte, As pessoas Jurídicas podem deduzir até 1% do imposto de renda, no caso de empresas que são tributadas por lucro real. Se as doações das pessoas físicas forem realizadas dentro do ano de referência (até 31/12), elas poderão descontar até 6% do imposto devido na declaração. Essa declaração deve ser feita no modelo completo. No caso Doações realizadas entre os dias 01/01 a 30/04, as pessoas físicas podem descontar até 3% do imposto de renda devido na declaração (modelo completo). Vale observar que quem tem imposto a restituir também pode fazer a doação e ainda se beneficiar com o aumento do valor da restituição. O contribuinte receberá a restituição acrescida de igual porcentagem doada, corrigida pela taxa básica de juros (Selic). Há diversas modalidades de financiamento coletivo no mundo. Elas já são responsáveis por movimentar mais de US$ 65 bilhões, anualmente, na economia mundial, segundo pesquisa de 2014 da Crowdfunding PR, Social Media & Marketing Campaigns. Este mercado vem

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Análise genética de vetor da doença de Chagas pode levar a novas estratégias de prevenção

Maria Fernanda Ziegler, de Lyon  – A doença de Chagas é considerada um dos maiores problemas de saúde pública na América Latina. Segundo dados da organização sem fins lucrativos Drugs for Neglected Diseases initiative (DNDi), vivem na região cerca de 6 milhões de pessoas infectadas, distribuídas em 21 países. Apenas 10% delas são diagnosticadas e só 1% recebe tratamento. No Brasil, o Ministério da Saúde estima a existência de pelo menos 1 milhão de infectados pelo protozoário Trypanosoma cruzi – causador da doença que, quando se torna crônica, pode levar à morte por insuficiência cardíaca. Mais de 90% dos casos se concentram nas regiões Norte e Nordeste. Com o objetivo de compreender os elementos envolvidos na cadeia de transmissão da doença de Chagas no semiárido brasileiro, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) conduziram um estudo de campo no município potiguar de Marcelino Vieira, onde, em 2015, ocorreu um surto possivelmente causado por transmissão oral. Foram três mortes e 18 casos registrados, todos relacionados ao consumo de caldo de cana processado junto com o vetor do protozoário, no caso, o barbeiro (Triatoma brasiliensis), segundo o relato de pacientes. A pesquisa contou com apoio da FAPESP e foi apresentada durante o simpósio FAPESP Week France. “Na região do semiárido brasileiro, sobretudo onde ocorrem os surtos, é preciso ter uma compreensão mais precisa sobre os elementos envolvidos na cadeia ecoepidemiológica, pois o risco de infecção pode estar mudando. Fatores socioeconômicos, comportamentais e climáticos podem exercer influência crucial na biologia das espécies de vetores e de parasitas”, disse Carlos Eduardo de Almeida, professor do Instituto de Biologia da Unicamp e coordenador do projeto. O percevejo da espécie Triatoma brasiliensis – popularmente conhecido como barbeiro – é o principal vetor da doença de Chagas na região estudada. Em colaboração com cientistas franceses do Centre Nacional de la Recherche Scientifique (CNRS), Almeida tem trabalhado no sequenciamento do genoma e no estudo do transcriptoma (conjunto de genes expressos) de espécimes de T. brasiliensis capturados no local do surto. Por meio da análise de marcadores genéticos do tipo polimorfismo de nucleotídeo único (SNPs, na sigla em inglês), o grupo desenvolve estudos de genética de população para entender os processos de especiação e adaptação nesse grupo de insetos. O trabalho tem sido realizado no âmbito do Programa São Paulo Excellence Chair (SPEC). As análises indicam que os domicílios de Marcelino Vieira foram invadidos por populações silvestres e domésticas de T. brasiliensis, ambas com alta prevalência de infecção pelo T. cruzi. O cenário, segundo Almeida, é propício para a ocorrência de novos surtos. “Esses insetos não nascem infectados pelo parasita. Eles geralmente se contaminam ao picar algum animal e, assim, tornam-se aptos a transmitir a doença para os humanos”, explicou. Dados da pesquisa revelam que 52% dos barbeiros silvestres capturados e 71% dos insetos domésticos estavam infectados pelo protozoário. A alta prevalência da infecção nos espécimes silvestres e a ocorrência de duas linhagens parasitárias diferentes são fatores que, na avaliação do pesquisador, ameaçam os esforços de controle da doença. O estudo mostrou ainda que 68% dos 202 insetos analisados por meio de técnicas moleculares tinham se alimentado do sangue de preás (Galea spixii) e de mocós (Kerodon rupestris). Esse achado aponta os roedores como possíveis reservatórios do T. cruzi – função que anteriormente era atribuída somente aos gambás (Didelphis). Os resultados foram publicados na PLOS Neglected Tropical Diseases . Por meio de trabalhos de modelagem ecológica, os pesquisadores identificaram os ambientes que favorecem a infestação dos roedores nas proximidades das habitações humanas. “Esse conhecimento permite traçar uma estratégia de controle da doença de Chagas semelhante à usada contra a dengue: evitar a formação de criadouros do inseto vetor e dos roedores em reservatórios, como, por exemplo, amontoados de madeira e de tijolos”, disse Almeida. Nova espécie Os cientistas pretendem agora realizar exames sorológicos na população do Rio Grande do Norte para mensurar a real dimensão do surto. No entanto, uma das descobertas da pesquisa pode se tornar um complicador. O grupo encontrou, pela primeira vez na natureza, espécimes de T. brasiliensis infectados por parasitas Trypanosoma rangeli. “Esse protozoário não é patogênico e, portanto, não ameaça a saúde humana. Entretanto, pode causar reações cruzadas e resultados falso-positivos em exames sorológicos para a detecção da doença de Chagas”, disse. O fato, segundo o pesquisador, pode dificultar a avaliação da prevalência da população humana infectada pelo T. cruzi, informação essencial para o desenvolvimento de políticas públicas. O simpósio FAPESP Week France foi realizado entre os dias 21 e 27 de novembro, graças a uma parceria entre a FAPESP e as universidades de Lyon e de Paris, ambas da França. Leia outras notícias sobre o evento em www.fapesp.br/week2019/france. Agência FAPESP

Análise genética de vetor da doença de Chagas pode levar a novas estratégias de prevenção Read More »

Cientistas aliam nanotecnologia e produtos naturais para combater pragas agrícolas

Maria Fernanda Ziegler, de Paris – O Brasil é uma das grandes potências agrícolas do mundo e também um dos líderes no uso de agrotóxicos. Se por um lado os defensivos permitem controlar pragas e aumentar a produtividade, por outro, contaminam a água, o solo e os alimentos, afetando indiretamente a saúde humana. Em busca de alternativas mais sustentáveis, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Sorocaba têm apostado na combinação de nanotecnologia e produtos naturais. O tema foi abordado por Leonardo Fraceto, coordenador do Laboratório de Nanotecnologia Ambiental da Unesp, em palestra apresentada na FAPESP Week France. “Existe uma demanda crescente por alimentos em todo o mundo e a nanotecnologia permite criar metodologias para aumentar a produção agrícola. Não me refiro a um aumento na área plantada e sim na eficiência produtiva”, disse Fraceto. Como explicou o pesquisador, o objetivo do grupo é pesquisar diferentes sistemas para encapsular agentes de controle de pragas, como agrotóxicos sintéticos ou inseticidas e repelentes de origem botânica. “Outra linha de pesquisa propõe o uso de agentes biológicos, como fungos e bactérias, encapsulados em micropartículas”, disse. No âmbito de um Projeto Temático apoiado pela FAPESP, o grupo da Unesp estuda os mecanismos de ação e a toxicidade das metodologias desenvolvidas. De acordo com Fraceto, o uso de nanopartículas possibilita a entrega do composto ativo diretamente no local em que está a praga a ser combatida, reduzindo a quantidade de pesticida aplicada na lavoura, a toxicidade para a planta e, consequentemente, a contaminação ambiental. “A praga, por outro lado, recebe uma carga mais concentrada do ativo, o que permite diminuir o número de aplicações”, disse. O grupo desenvolveu, por exemplo, um sistema para encapsulamento da atrazina, um dos herbicidas mais vendidos no Brasil e já banido na União Europeia pela alta toxicidade. “Nos testes em laboratório, a formulação em nanopartículas poliméricas foi mais eficiente para o controle de pragas do que a convencional. Conseguimos reduzir a dosagem necessária de 3 quilos para 300 gramas por hectare. Nosso próximo passo será avaliar a formulação em estudos de campo”, disse o pesquisador. Em outro trabalho, publicado na revista Pest Management Science, os cientistas misturaram três diferentes compostos botânicos – geraniol (encontrado no gerânio, no limão e na citronela, por exemplo), eugenol (presente no óleo de cravo) e cinamaldeído (do óleo de canela) – em nanocápsulas poliméricas feitas de zeína, uma proteína do milho. “Somos uma equipe multidisciplinar e buscamos soluções satisfatórias tanto do ponto de vista ecológico como econômico. Elencamos algumas substâncias que julgamos interessantes para o manejo de pragas como a lagarta Helicoverpa [praga da soja], a lagarta-do-cartucho [do milho] e o ácaro-rajado [que ataca frutas, grãos e outras culturas], por exemplo”, disse. O simpósio FAPESP Week France foi realizado entre os dias 21 e 27 de novembro, graças a uma parceria entre a FAPESP e as universidades de Lyon e de Paris, ambas da França. Leia outras notícias sobre o evento em www.fapesp.br/week2019/france. Por Agência FAPESP

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