Arquivos Saúde - Página 35 de 36 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Saúde

Campanha de conscientização sobre o perigo dos fogos de artifício

A fim de evitar o aumento de acidentes com fogos de artifício, a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), em parceria com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Ministério da Saúde, anunciam em mais um ano, esforços para a campanha de conscientização sobre o perigo dos fogos de artifício. Muito comum em festas e comemorações, os fogos de artifício trazem altos riscos de acidentes, dos mais leves aos mais graves, como casos de amputações de membros. Durante os meses de junho e julho, com as festas juninas espalhadas pelo Brasil, mas principalmente no nordeste do País, há uma preocupação maior dos órgãos de saúde em relação às possíveis ocorrências de acidentes e queimaduras “O manuseio inadequado de fogos de artifício é um dos graves problemas que enfrentamos todos os anos, e importante ressaltar que não existem fogos seguros para a exposição, e muito menos, manejo de crianças. Além disso, adultos também devem seguir à risca todas as orientações de segurança fixadas pelos fabricantes. A redução do número de acidentes depende, principalmente, do uso do produto com responsabilidade”, enfatiza o Dr. Marcelo Rosa de Rezende, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM). As entidades também reforçarão a campanha através de ações publicadas nas redes sociais durante os próximos meses.

Campanha de conscientização sobre o perigo dos fogos de artifício Read More »

Exame de sangue pode avaliar eficácia do tratamento em pacientes com câncer de pele

O câncer de pele é um dos tipos mais recorrentes de câncer no Brasil, correspondendo a 33% de todos os diagnósticos desta doença no país, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Entre os tratamentos da doença estão a retirada cirúrgica do melanoma e, em casos mais graves, o uso de medicamentos que agem diretamente na destruição da célula cancerígena. O problema com esta segunda intervenção é a dificuldade de se monitorar o sucesso do tratamento e o retrocesso, ou não, da doença. Para resolver este problema pesquisadores da NYU School of Medicine and Perlmutter Cancer Center iniciaram estudos neste campo e chegaram à conclusão de que exames de sangue podem ser capazes de precisar o quão bem um tratamento contra o câncer de pele está funcionando. “Isso é possível devido ao fato das células cancerígenas, à medida que morrem, espalharem seu DNA pela corrente sanguínea, onde pode ser medido, o que permite melhor diagnóstico e direcionamento do tratamento com base no DNA de cada tumor individualmente”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Para o estudo, os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 345 pacientes com melanoma de grau III e IV, quando o tumor já se espalhou da pele para outros órgãos, e que possuíam mutações do gene BRAF, que desempenha um papel fundamental em grande parte dos melanomas. Estes pacientes não podiam ser tratados cirurgicamente e eram parte de um grupo maior participando de testes clínicos de medicamentos desenvolvidos para atingir especificamente cânceres com mutações no gene BRAF. “Após análises, o principal achado do estudo foi o fato dos tumores com mutação do gene BRAF poderem ser detectados pelo exame de sangue em 93% dos pacientes antes do início do tratamento”, afirma a especialista. Além disso, os pesquisadores descobriram que os níveis de DNA dos tumores circulando pelo sangue não era mais detectável em 40% dos pacientes que tiverem um resultado clínico positivo após um mês de tratamento direcionado. Em contrapartida, os outros 60% dos pacientes ainda apresentavam níveis detectáveis do DNA de tumores circulando na corrente sanguínea após o mesmo período, indicando que não estavam respondendo bem ao tratamento. Estes sobreviveram, em média, apenas mais 14 meses. Segundo a médica, o método convencional de identificar a progressão da doença em pacientes com melanoma é através de tomografias e marcadores a cada três meses. “Sendo assim, a vantagem do exame de sangue proposto pelo estudo é o fato de poder ser realizado em um período de tempo menor e possuir uma janela de detecção maior dos índices do gene BRAF no sangue dos pacientes, o que pode ser de grande auxílio para os médicos, visto que estes podem realizar os exames de forma mais frequente e eficiente, com resultados disponíveis dentro de poucos dias”, destaca a dermatologista. O próximo passo dos pesquisadores agora é testar a eficácia do monitoramento das amostras de sangue dos pacientes em longos períodos de tempo. Além disso, eles pretendem determinar se as decisões de tratamento baseadas nos resultados dos exames de sangue podem realmente aumentar as chances de sobrevivência do paciente. “Se futuros estudos se provarem bem-sucedidos, os exames de sangue em pacientes com melanoma podem oferecer um indicio precoce da eficácia do tratamento contra a doença, oferecendo a possibilidade de o médico adaptá-lo ou não”, finaliza a Dra. Paola Pomerantzeff. Estudo: https://www.news-medical.net/news/20190516/Blood-test-can-assess-effectiveness-of-treatment-in-patients-with-skin-cancer.aspx

Exame de sangue pode avaliar eficácia do tratamento em pacientes com câncer de pele Read More »

Cuidado e atenção com o peso das crianças

Segundo dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, cerca de 15% das crianças no Brasil estão na faixa de sobrepeso e obesidade. No Nordeste, 28,15% das crianças entre 5 e 9 anos estão com excesso de peso. Na faixa de 10 a 19 anos, o índice é de 16,6%. A situação é preocupante em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 60 milhões de crianças podem ter sobrepeso ou obesidade até o ano de 2020. O dia 3 de junho é lembrado como Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil. A data é uma forma de conscientizar a população sobe o assunto. Para saber se a criança está no peso ideal, é preciso fazer um cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), com informações do peso de da altura. Com os números em mãos, o pediatra compara os dados com um gráfico. "É muito comum os pais ficaram surpresos ao olharem o gráfico. Às vezes acham que os seus filhos estão apenas um pouco acima do peso ou até um sobrepeso, porém obesidade, jamais. A prevenção com dieta adequada e atividade física é importante para que orientações e mudanças alimentares e comportamentais sejam feitas de forma mais precoce possível e dessa forma, facilitando a modificação do quadro", informa a endocrinopediatra do Hospital Esperança Olinda, Renata Mirelli. Nas crianças e adolescentes, a obesidade pode provocar a hipertensão, elevação do colesterol e triglicerídeos, resistência insulínica (que pode ser percebido pelo escurecimento na região cervical, axilas ou dobras) diabetes e esteatose hepática (gordura no fígado), entre outras. "Essas comorbidades devem ser investigadas, acompanhadas e tratadas o mais precocemente possível para melhorar a expectativa e a qualidade de vida futura dessas crianças”, acrescenta a médica Renata Mirelli. Por isso, o pediatra tem papel fundamental na orientação de medidas preventivas e hábitos de vida saudáveis, além da detecção e intervenção precoce do aumento de peso. Para evitar que se chegue a essa situação ou até contorná-la é preciso que os pais sigam as orientações repassadas pelo médico pediatra, como hábitos de alimentação saudável e prática de exercícios físicos. Os motivos que levam uma criança a engordar são os mais variados. "Nenhuma criança fica com sobrepeso ou obesidade de um dia para o outro. Tudo começa com alguns quilos a mais em relação à estatura, que é 'deixado passar' ou não é dado a orientação necessária. Até que se deparamos com uma situação com sobrepeso ou obesidade", explica a endocrinopediatra Renata Mirelli. A obesidade também está ligada a doenças como hipertensão arterial, aterosclerose coronariana, acidente vascular cerebral, diabetes, apneia do sono, doenças nas articulações e até câncer.

Cuidado e atenção com o peso das crianças Read More »

Jovens brasileiros passam mais de 1h30 por dia no Instagram

Estar conectado nas redes sociais é sinônimo de estar atualizado e interagindo com o mundo todo através de um simples aplicativo. O Instagram, por exemplo, é o app queridinho do momento no Brasil, reunindo atividades de diversos outros aplicativos em um só. Por se tratar de uma rede com grande número de usuários, o Cuponation compilou uma média de quanto tempo os brasileiros costumam gastar na rede. De acordo com o relatório Digital in 2018, feito pelas empresas Are We Social e Hootsuite, o Brasil está entre os três primeiros países nos quais as pessoas costumam ficar mais de 9h do dia navegando na internet. Ao fazer a mesma pesquisa em cada país participante do estudo, o relatório apontou que o brasileiro está entre os dois primeiros no ranking da população que fica mais tempo nas redes sociais, sendo em média mais de 3h e meia por dia. O Cuponation realizou um levantamento com 329 jovens brasileiros de classe média entre 17 e 25 anos (público que mais utiliza o Instagram) e constatou que os jovens passam em média 1h e 32 minutos conectados à rede social por dia. Veja mais no infográfico interativo. O relatório Digital in 2018 ainda registrou que no ano passado 62% da população brasileira já estava conectada nas redes. No mundo, só em 2017 quase 1 milhão de pessoas começaram a usar as redes sociais todos os dias - o que representa mais de 11 novos usuários por segundo, segundo a última análise da eMarketer. Ao especificar a quantidade de usuários do Instagram, apesar de a rede ocupar o 6º lugar no ranking das redes mais usadas pelo mundo (Statista-2019), no Brasil o aplicativo está em 4º lugar com mais de 55 milhões de usuários e é a rede social preferida do brasileiro mensalmente ativo, ficando na frente até mesmo do Facebook, que é a principal mídia social do país, com mais de 130 milhões de usuários, segundo a Rock Content. Link da pesquisa completa: https://www.cuponation.com.br/insights/instagram-2019  

Jovens brasileiros passam mais de 1h30 por dia no Instagram Read More »

Atenção auditiva é afetada por alteração do ritmo cardíaco causado por estresse

Elton Alisson - Em situações de estresse é comum a perda momentânea da capacidade de perceber sons do ambiente. Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em colaboração com colegas da Oxford Brookes University, da Inglaterra, fizeram uma descoberta que pode ajudar a compreender esse fenômeno. Segundo o estudo, publicado na revista Scientific Reports, a atividade cerebral relacionada à atenção auditiva acompanha o ritmo do coração. Dessa forma, a alteração na frequência cardíaca induzida pelo estresse compromete a percepção auditiva. A pesquisa, que abre novas perspectivas para o tratamento de distúrbios de atenção e de comunicação, teve apoio da FAPESP e contou com a colaboração de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Medicina do ABC. “Constatamos que pequenos níveis de estresse já são capazes de alterar o ritmo do coração e, dessa forma, comprometer a atenção auditiva”, disse Vitor Engrácia Valenti, professor da Unesp de Marília e coordenador da pesquisa, à Agência FAPESP. De acordo com Valenti, estudos publicados nos últimos anos já indicavam que estímulos auditivos são capazes de induzir flutuações da frequência cardíaca e que o condutor dessas alterações é o nervo vago. Esse nervo, que percorre grande parte do corpo, indo do cérebro ao abdômen, desempenha funções motoras e sensoriais, diminui a frequência cardíaca ao ser ativado. Além disso, o nervo participa da atividade do sistema nervoso parassimpático – responsável, entre outras coisas, por desacelerar os batimentos cardíacos. Em estudos prévios com animais, observou-se que a atividade do nervo vago aumenta durante a estimulação auditiva relaxante e ativa a expressão de uma proteína chamada c-Fos no córtex auditivo. Essa constatação indicou uma associação entre o processamento do som no córtex cerebral e o sistema nervoso parassimpático, explicou Valenti. “Não estava claro, porém, a influência dos estímulos sonoros no controle da frequência cardíaca pelo nervo vago e se há interação entre o controle do ritmo do coração e a atividade cortical cerebral relacionada com a atenção auditiva em humanos”, afirmou. A fim de elucidar essas questões, os pesquisadores fizeram agora um experimento com 49 mulheres em que a regulação do ritmo cardíaco foi submetida a uma sobrecarga induzida por um teste de estresse leve. O teste consistia em falar o maior número possível de palavras em português que começassem com a letra A, sem repeti-las ou usá-las no aumentativo ou diminutivo, em até 60 segundos. O tempo foi limitado para que não houvesse interferência do sistema nervoso simpático – que estimula ações de resposta a situações de estresse, como a aceleração dos batimentos cardíacos, por meio dos efeitos da adrenalina – e da liberação de cortisol na atividade cerebral das voluntárias. Foram avaliadas, antes e depois do teste, a variabilidade da frequência cardíaca e a atividade cerebral das participantes por meio de um exame conhecido como potencial evocado auditivo de longa latência (P300). A variabilidade da frequência cardíaca permite mensurar o controle autonômico do ritmo cardíaco em níveis variados de estresse. Já o potencial evocado auditivo de longa latência possibilita analisar o nível de atenção auditiva a um estímulo sonoro por meio do monitoramento da atividade do córtex pré-frontal e do córtex auditivo por eletrodos colocados na região do osso frontal e na região das articulações dos ossos parietal e frontal. Os resultados dos testes indicaram que o pequeno nível de estresse a que as voluntárias foram submetidas foi suficiente para alterar o ritmo do coração, e que isso aconteceu paralelamente à atenuação da atenção auditiva medida pelo potencial evocado auditivo de longa latência. As análises estatísticas de correlação e regressão linear mostraram que o controle autonômico do coração por meio da atividade do nervo vago e o processamento cerebral dos estímulos auditivos trabalham em consonância. “Isso indica que, em situações de estresse, a informação auditiva é processada de um jeito pior do que seria se a pessoa estivesse em um estado mais tranquilo”, disse Valenti. “Dessa forma, em uma situação de estresse, ao se respirar mais lentamente, por exemplo, é possível ativar o sistema nervoso parassimpático e, com isso, diminuir o ritmo do coração e melhorar a percepção da informação auditiva”, explicou. Na avaliação do pesquisador, a descoberta abre novas perspectivas para o tratamento de casos relacionados com distúrbios de atenção e de comunicação com base na ativação do nervo vago por meio de estímulos elétricos na região auricular para controlar o ritmo do coração. Estudos que utilizam esse método, feitos por pesquisadores do Departamento de Fonoaudiologia da Unesp de Marília com crianças autistas, têm apresentado resultados promissores. “Os dados dos estudos mostraram que as crianças com autismo tiveram uma melhora significativa dos sintomas por meio desse método de tratamento”, afirmou Valenti. Por Agência FAPESP

Atenção auditiva é afetada por alteração do ritmo cardíaco causado por estresse Read More »

Brasil registrou um acidente de trabalho a cada 49 segundos entre 2012 e 2019

Entre 2012 e 2019, o Brasil registrou um acidente de trabalho a cada 49 segundos e uma morte decorrente deles a cada três horas e três minutos. O levantamento foi feito pelo Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho. “Podemos dizer que o número é ainda maior, pois algumas ocorrências não são notificadas. Geralmente ocorrem fora do ambiente de trabalho e, por alguma discrepância, não são devidamente classificadas”, explica o professor de direito do trabalho Ronald Silka, do Centro Universitário Internacional Uninter. Para ser caracterizado como acidente de trabalho, a ocorrência não necessariamente precisa acontecer no ambiente da empresa. Desde que o trabalhador esteja a serviço de seus empregadores, pode ser em qualquer lugar, até mesmo no trajeto entre a própria residência e o local de ofício. O professor lembra que os empregadores devem realizar exames médicos admissionais e demissionais, mas também periódicos para acompanhar a saúde de seus funcionários. “É preciso ter medidas de prevenção. Devem ser realizados treinamentos para todos os envolvidos nas atividades laborativas, bem como na preparação e orientação no uso de equipamentos de segurança”, defende. Direitos em caso de acidentes Segundo o professor, os funcionários têm direitos tanto por parte da empresa quanto por parte da própria Previdência Social. Ele explica, ainda, que os benefícios podem ser solicitados pela própria pessoa ou por seus dependentes, diretamente junto à entidade cabível. “Caso haja recusa em atender o pedido, é possível acionar meios judiciários”, esclarece. Quando a ocorrência é nas dependências da empresa, os empregadores devem prestar primeiros socorros. Se for comprovado que a empresa foi de alguma forma responsável pelo acidente, a mesma deve arcar com as despesas médicas e também pode responder por danos morais e estéticos, caso haja alguma sequela física. Mesmo que não seja responsável pelo acidente, a empresa deve se responsabilizar pelos primeiros 15 dias de afastamento do trabalhador, depositando seu FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) normalmente. Se o afastamento for maior do que 15 dias, deve-se garantir 12 meses de estabilidade do trabalhador a partir de sua data de retorno. Já em relação à Previdência Social, o funcionário pode solicitar auxílio-doença acidentário a partir do 16º dia de afastamento. Caso fique completamente incapacitado de exercer qualquer trabalho, pode pedir a aposentadoria. Se puder exercer alguma função diferente da anterior, é possível solicitar auxílio-doença para reabilitação profissional enquanto se prepara para uma nova atividade. Se conseguir voltar a exercer sua função, mas tiver sequelas, pode receber auxílio-acidente, além do próprio salário. Em caso de morte, quem recebe a pensão são os dependentes do trabalhador.

Brasil registrou um acidente de trabalho a cada 49 segundos entre 2012 e 2019 Read More »

Estudo aponta que restrição de fumar em ambientes públicos evitou 15 mil mortes de crianças no Brasil de 2000 a 201

Pesquisa do INCA e instituições internacionais também mostra que vidas de 10 mil menores poderiam ter sido poupadas, caso a legislação tivesse sido mais restritiva desde o início Rio de Janeiro, 31 de maio de 2019 – Na cerimônia do Dia Mundial Sem Tabaco, 31 de maio, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e o Ministério da Saúde lançam, na sede do Instituto, o estudo “Legislação de Ambientes Livres de Fumaça de Tabaco e Mortalidade Infantil”, que aponta que leis que instituíram ambientes 100% livres da fumaça do tabaco reduziram a mortalidade infantil no Brasil ao diminuir a exposição de crianças a esse elemento nocivo. Os estados e Distrito Federal brasileiros implementaram gradativamente, de 2000 a 2012, as chamadas “leis do ambiente livre da fumaça do tabaco”, com diferentes graus de proibição do fumo em locais públicos, até que em 2014 foi regulamentada a lei federal de 2011, proibindo completamente o fumo em locais públicos fechados de uso coletivo. O estudo demonstra que, de 2000 e 2016, a implementação das leis evitou a morte de 15.068 crianças com idade inferior a 1 ano, ou seja, reduziu a taxa de mortalidade infantil. Os pesquisadores também concluíram que a redução da mortalidade infantil foi maior nas unidades da federação que implementaram leis mais restritivas, em relação às unidades com lei mais permissivas. Caso todas as unidades da federação tivessem adotado, desde o início, a proibição total do fumo em locais públicos, outras 10.091 mortes de crianças com idade inferior a 1 ano teriam sido evitadas de 2000 a 2016. O tabagismo passivo está relacionado a várias doenças em crianças, como asma, bronquite, pneumonia e otites aguda e crônica, assim como com a Síndrome de Morte Súbita na Infância. No mundo, o tabagismo passivo causa cerca de 880 mil mortes por ano, sendo que cerca de 54 mil ocorrem em crianças de 0 a 4 anos. “Antes da lei de ambientes livres, bebês e crianças inalavam fumaça de cigarro em qualquer lugar: shoppings, supermercados, salões de festa, transportes públicos, restaurantes etc. Os próprios pais e outras pessoas fumavam ao lado dos carrinhos de bebês, sem restrição. Agora, a exposição à fumaça do tabaco não ocorre mais nos locais públicos fechados, mas continua dentro das residências. Entretanto, outros estudos mostraram que a lei de ambientes livres também impacta, indiretamente, o fumo dentro de casa, por maior conscientização da população. E esse estudo constatou que o uso de tabaco diminuiu, até mesmo, entre gestantes, no período da pesquisa,” ressalta Liz Almeida, epidemiologista responsável pela Divisão de Pesquisa Populacional do INCA e uma das autoras do estudo. Pesquisadores do INCA, Imperial College London (do Reino Unido), Erasmus Medical Centre (da Holanda), The International Union Against Tuberculosis and Lung Diseases (sede na França) e Universidade de São Paulo compilaram dados de mortalidade infantil em todos os municípios brasileiros de 2000 a 2016 e levantaram as diversas legislações de controle do tabagismo nos 26 estados brasileiros e no DF. O Brasil foi escolhido como local desse amplo estudo porque a variação na abrangência da legislação (se mais ou menos restritiva) em cada unidade da federação permitiria a comparação do impacto na mortalidade infantil. Como já era do conhecimento público, no período de 2000 a 2016, a mortalidade infantil apresentou uma curva de queda constante em todos os estados brasileiros, por diversas razões. Mas os pesquisadores identificaram que a implementação de ambientes 100% livres da fumaça do tabaco contribuiu para acentuar essa queda na taxa de mortalidade infantil em 5,2%. “A principal mensagem de saúde pública desse estudo é para os fumantes que residem com bebês e crianças: ao fumar em casa, você não só prejudica a sua saúde, como também coloca em risco aqueles que moram com você, principalmente os pequenos”, ressalta Ana Cristina Pinho, diretora-geral do INCA. Outra conclusão importante do estudo foi que a redução da mortalidade infantil motivada pelas leis de ambientes livres do tabaco foi maior em municípios com alta pobreza e menor nível educacional. Uma possível explicação é a de que a taxa de mortalidade nessas regiões é mais alta, então os benefícios da legislação impactaram uma base maior e resultaram numa queda da taxa ainda mais acentuada. As leis provocaram, portanto, o desejável resultado da redução das desigualdades sociais no país ao diminuir as disparidades regionais do importante indicador da mortalidade infantil. “Nosso estudo reforça o entendimento de que as crianças têm o direito de serem defendidas por ações efetivas de controle do tabaco. Esse é mais um motivo para os governos superarem as interferências da indústria do tabaco e avançarem na implementação de medidas essenciais, que salvam vidas,” afirma André Szklo, pesquisador do INCA e também autor do estudo. Outro autor do estudo, o britânico Thomas Hone, do Imperial College London, acrescenta: “Podemos ver pelo exemplo brasileiro a magnitude do impacto sobre a saúde das crianças da legislação de ambientes 100% livres da fumaça do tabaco. Infelizmente, a maior parte das pessoas no mundo não está protegida por leis de proibição ao fumo. É lamentável que tantos bebês e crianças sofram com o tabagismo passivo, quando essa situação poderia ser prevenida por uma medida de implementação relativamente simples.”  

Estudo aponta que restrição de fumar em ambientes públicos evitou 15 mil mortes de crianças no Brasil de 2000 a 201 Read More »

Aparelho portátil permite diagnosticar doenças oculares a distância

André Julião – Um aparelho portátil ligado a um smartphone faz imagens precisas da retina, permitindo detectar retinopatias a um custo bem mais baixo do que os métodos convencionais. Criado pela Phelcom Technologies, o Eyer tem ainda a vantagem de possibilitar o diagnóstico por telemedicina, a quilômetros de um médico oftalmologista. A empresa recebeu apoio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP pela primeira vez em 2016, para desenvolvimento e validação de um protótipo. Recentemente, teve aprovado projeto de comercialização e fabricação do produto no âmbito do Programa PIPE/PAPPE, resultado de parceria da FAPESP com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) (leia mais em: agencia.fapesp.br/30590). Além disso, a Phelcom é incubada na Eretz.bio, do Hospital Israelita Albert Einstein, um dos investidores. Em março, começou a operar sua fábrica em São Carlos, depois de conseguir as certificações do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, são produzidas 30 unidades do Eyer por mês, número que deve chegar a 100 até o fim do ano. O dispositivo já sai da fábrica acoplado a um smartphone de última geração e custa cerca de US$ 5 mil. O aparelho convencional mais usado hoje precisa ser ligado a um computador e custa em média R$ 120 mil. Na frente da câmera do celular, fica um conjunto óptico projetado para iluminação e imageamento da retina. Quando as imagens são produzidas, o aplicativo que opera o aparelho as envia pela internet para um sistema web – chamado Eyer Cloud – que permite armazenar e gerenciar os exames dos pacientes. Caso não haja acesso a wi-fi ou rede 3G ou 4G no momento do exame, as imagens ficam salvas no aparelho e são enviadas para a nuvem assim que houver conexão com a internet. “Houve um esforço grande na área de óptica. Um dos desafios foi fazer uma versão portátil de um equipamento que normalmente é bem grande. Outro foi habilitar a operação não midriática, permitindo capturar exames de retina de qualidade sem a necessidade de dilatação da pupila do paciente”, disse José Augusto Stuchi, CEO da empresa à Agência FAPESP. Não por acaso, o nome da empresa é um acrônimo em inglês das três áreas: física, eletrônica e computação (physics, electronics e computing). Os outros sócios fundadores da Phelcom são Flávio Pascoal Vieira, diretor operacional (COO, na sigla em inglês), e Diego Lencione, diretor técnico (CTO). Os três se conheceram no Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa Opto Eletrônica, em 2008, e se aproximaram durante o mestrado na Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos. O Eyer Cloud é uma inovação da equipe que vem se destacando por armazenar todas as informações adquiridas nos exames e organizar em um banco de dados. Os equipamentos atuais são, na maior parte, off-line, operando junto a um computador que salva as informações em um disco rígido. O usuário do Eyer, por sua vez, deve criar uma conta, como a de e-mail ou de rede social, na qual são salvas automaticamente as imagens adquiridas pelo dispositivo. “Tivemos de garantir a segurança dessas informações e um meio de subi-las rapidamente para a nuvem, para que se pudesse fazer a imagem em um lugar e ela já aparecer on-line”, explicou Stuchi. Esse último fator é essencial para realizar a chamada telemedicina. O Eyer permite que um técnico treinado ou um médico generalista possa fazer as imagens, enquanto um oftalmologista especializado em retina as analisa e emite um laudo de outro lugar. A empresa atualmente realiza parcerias com médicos oftalmologistas para a emissão de laudos da retina. Enviadas as imagens, o médico parceiro emite o parecer no próprio sistema. O pagamento se dá por meio de planos mensais. A depender da quantidade de laudos emitidos, cada um custará entre US$ 5 e US$ 10. Inteligência artificial Além de representarem um novo serviço, os laudos emitidos alimentam um banco de dados que pode ser usado para “ensinar” o computador a identificar padrões associados às principais doenças que afetam a retina, principalmente a retinopatia diabética. Atualmente, a empresa tem mais de 10 mil retinas fotografadas e projeta ter, em pouco tempo, o maior banco de dados do gênero do mundo. Só para o próximo ano, os sócios projetam ter 50 mil pacientes examinados. No ano passado, a Food and Drug Administration, agência que regula a venda de medicamentos, alimentos e equipamentos médicos nos Estados Unidos, aprovou pela primeira vez um algoritmo para diagnóstico de uma doença. A empresa IDx conseguiu autorização para usar um algoritmo que detecta justamente a retinopatia diabética, maior causa de diminuição da visão e de cegueira entre adultos norte-americanos. No Brasil, estima-se que 7,6% da população urbana entre 30 e 69 anos tenha diabetes e, destes, metade tenha retinopatia diabética. “O uso da inteligência artificial para diagnóstico ou para auxiliá-lo é uma tendência no mundo todo. Os computadores processam os dados, enquanto o médico atua na tomada de decisão”, disse Stuchi. O empreendedor afirmou que o sistema da empresa tem atualmente precisão próxima de 80% para detectar retinopatia diabética, sem a necessidade de intervenção humana. Com o aumento de sua base de dados, em breve essa taxa deverá chegar a 95% de precisão, quando a aplicação poderá começar a ser comercializada. O algoritmo norte-americano tem atualmente até 89,5% de chances de dar um diagnóstico correto. “Com o apoio do PIPE, conseguimos contratar um time e manter o foco no projeto, deixando nossos empregos”, disse Stuchi. Com projeções de colocar 150 Eyers no mercado brasileiro nos próximos 12 meses e obter R$ 3 milhões em lucros, a ideia dos sócios agora é expandir as vendas para outros países da América Latina e depois para os Estados Unidos e a Europa. Dispositivo vestível A Phelcom Technologies também tem o apoio do PIPE para desenvolver outro produto inovador. Trata-se de um par de óculos que, quando colocado pelo paciente, faz o exame da retina e também mede a refração, principal exame oftalmológico realizado hoje. O exame de refração define

Aparelho portátil permite diagnosticar doenças oculares a distância Read More »

Prefeitur oferecerá 1.600 vagas para exames no mamógrafo móvel em junho

A partir deste sábado (1º), o mamógrafo móvel da Prefeitura do Recife iniciará a programação de junho e oferecerá 1.600 vagas para realização do exame neste mês. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h, com a distribuição de 80 fichas – 40 para cada turno. O caminhão passará por mais de 20 ações nos Distritos Sanitários 1, 3, 4, 5 e 7. Os locais onde o veículo passará podem ser conferidos no site da Prefeitura do Recife. Para fazer o exame, não é necessário fazer agendamento, mas as mulheres precisam ser moradoras do Recife e devem ter entre 50 e 69 anos (faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde). É necessário levar documento de identificação, cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) e comprovante de residência. O resultado do exame é entregue em até 20 dias na unidade de saúde onde o veículo ficou estacionado ou naquela mais próxima ao local da ação. Quem está fora da faixa etária dos 50 aos 69 anos e precisa fazer a mamografia deve procurar a unidade de saúde de referência para pegar um encaminhamento.  

Prefeitur oferecerá 1.600 vagas para exames no mamógrafo móvel em junho Read More »

Síndrome de burnout é incluída na nova Classificação Internacional de Doenças

O aumento de jornadas exaustivas, imposição de metas abusivas, falta de reconhecimento e autonomia no ambiente de trabalho são algumas das possíveis causas de transtornos associados à atividade laboral, como a síndrome de burnout.                                     Ueliton Pereira A Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu a síndrome de burnout na nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Definida como “estresse crônico”, a patologia está relacionada com o esgotamento laboral. A decisão da OMS ocorreu durante a assembleia mundial da organização, que ocorre desde 20 de maio, em Genebra. A inclusão oficialmente começa a valer em 2022 A lista é feita com base nas avaliações de especialistas de todo o mundo e utilizada para estabelecer tendências e estatísticas de saúde. Para o psicólogo da Holiste Psiquiatria, Ueliton Pereira, o aumento de jornadas exaustivas, imposição de metas abusivas, falta de reconhecimento e autonomia no ambiente de trabalho são algumas das possíveis causas de transtornos associados à atividade laboral, como a síndrome de burnout. O conceito mais usado para a patologia, segundo Ueliton, é um estado físico, emocional e mental de exaustão extrema, que resulta do acúmulo excessivo em situações de trabalho emocionalmente exigentes e principalmente estressantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. “A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho. Geralmente começa com uma crise de ansiedade ou pânico, para depois se desenrolar como a Burnout”, completa o psicólogo. Ele destaca ainda que a doença laboral se caracteriza quando os sintomas surgem decorrentes da rotina do trabalho e envolvem o ambiente e qualquer assunto referente à atividade. Os pacientes podem sentir crises de ansiedade e pânico no momento que têm que sair para ir trabalhar, ou o coração dispara quando fala do chefe ou de alguma situação que remete ao trabalho. “Quando o desânimo começa no final de semana, ao lembrar que no dia seguinte retomará a rotina e isso começa a aumentar a ponto de os sintomas começarem a um ou dois dias antes é um sinal. Muitos pacientes relatam que sonham, só falam no trabalho e sentem todos os incômodos possíveis, a ponto de começar a gerar faltas e outros. Cansaço excessivo - físico e mental, dor de cabeça frequente, alterações no apetite e no sono, dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança e negatividade constante são possíveis sintomas de adoecimento”, sublinha. A CID-11 também terá outras atualizações, uma delas relacionada à saúde sexual, que passa a abranger a incongruência de gênero, até então citadas na seção sobre enfermidades mentais. Já o transtorno provocado por jogos eletrônicos foi incluído no capítulo sobre dependências.

Síndrome de burnout é incluída na nova Classificação Internacional de Doenças Read More »