Arquivos Urbanismo - Página 54 de 93 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Urbanismo

Recife reabre praia e parques. Confira as regras

Após a autorização dada pelo Governo do Estado para que os municípios disciplinem o acesso a praias, parques e calçadões, o prefeito Geraldo Julio anunciou o retorno desses locais para a prática de corridas, caminhadas e ciclismo, já neste sábado (20). Ficam proibidos o comércio nesses espaços e também a utilização de qualquer estrutura para permanência no local, como cadeiras e caixas térmicas, além de banho de mar. O prefeito também anunciou o retorno da Ciclofaixa de Turismo e Lazer do Recife, com um percurso ampliado em mais 8 km, em pontos estratégicos de conexão com a rede ciclável fixa da cidade, garantindo 160 km de espaço exclusivo para os ciclistas. O retorno dessas atividades em parques e na orla seguiu a orientação técnica do D.A.D.O, plataforma encomendada pela Prefeitura do Recife ao Porto Digital, que garante a retomada segura das atividades econômicas e sociais na cidade. O prefeito Geraldo Julio falou sobre o novo avanço na retomada das atividades da cidade. “Com a autorização dada pelo Governo do Estado para a abertura das praias e dos parques, além das recomendações técnicas da plataforma D.A.D.O., que é nosso trabalho junto ao Porto Digital, e dos estudos da nossa equipe de saúde, estamos liberando as caminhadas, corridas e ciclismo em áreas públicas de nossa cidade. Aqui no Recife, os indicadores da pandemia estão em queda há mais de 30 dias, uma situação diferente do Brasil como todo, onde os indicadores ainda crescem. A ocupação das vagas de enfermarias e UTIs estão no menor índice desde o início da pandemia, são 42% de ocupação nas enfermarias e 83% de ocupação nas UTIs, segundo dados divulgados pelo Estado. Todas essas conquistas estão sendo fruto do isolamento social que foi feito pelos recifenses e é preciso manter essas conquistas”, afirmou o prefeito. Na praia continua proibida a instalação de barracas, guarda-sol, cadeira, caixa térmica, consumo de alimentos e comércio, como também estão proibidas aglomerações. Nos parques, os parquinhos infantis continuam fechados e também não será permitido comércio. Pierre Lucena, presidente do Porto Digital explicou que a decisão vai de acordo com o estabelecido pelo D.A.D.O, plataforma de dados e algoritmos para facilitar e instrumentar a tomada de decisão sobre qualquer operação de interesse da cidade. “Estamos com a maioria dos indicadores mostrando uma queda na velocidade e na pressão do sistema público de saúde. Então em função disso estamos antecipando da fase amarela para a fase laranja as atividades físicas ao ar livre, individuais com todo o protocolo que a Secretaria de Saúde está determinando. Agora é hora de manter a fase laranja, consolidar os dados que mesmo positivos, ainda são erráticos e merecem atenção”, avaliou Lucena. No domingo (21), a Ciclofaixa de Turismo e Lazer que compreende três rotas que convergem no Marco Zero, no Bairro do Recife, volta a funcionar. Além da ampliação do percurso, a ciclofaixa terá mais um dia de funcionamento, passando a ser ofertada também no sábado, dia 27 de junho. A rota Oeste vai oferecer duas opções de roteiros aos ciclistas, uma seguindo por Afogados e outra levando até a Avenida Antônio Falcão, culminando na Avenida Boa Viagem. Já na rota Norte, que garante um percurso saindo do Parque da Jaqueira, o ciclista vai ganhar um trecho passando pelo Mercado da Encruzilhada e interligando aos percursos exclusivos para bicicletas que existem na região. A rota Sul permanece igual. Aos domingos, a Ciclofaixa permanece com o horário das 7h às 16h. No sábado (27), será das 15h às 21h. “"Domingo temos o retorno da Ciclofaixa de Turismo e Lazer com uma rota ampliada, serão cerca de 160km de ciclovias e de ciclofaixas. Tudo pronto para receber a população que queira caminhar, pedalar e desfrutar dos espaços públicos de nossa cidade com muita segurança." disse a secretária de Turismo e Lazer, Ana Paula Vilaça. Para o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, a retomada das atividades físicas individuais ao ar livre é possível graças à adesão de parte importante da população do Recife ao isolamento social, à ampliação da capacidade hospitalar da cidade. “Ainda não estamos retornando à vida normal, mas sim a um novo normal onde a moderação nos novos hábitos é fundamental. Essa abertura funciona como um teste, um momento de avaliação que depende de todos nós. Se conseguirmos adotar novos hábitos e cumprir as medidas de distanciamento, poderemos avançar nas medidas de reabertura. Se não der certo, há sempre o risco de que seja necessária a retomada de medidas restritivas mais rígidas, assim como vimos em outras partes do mundo. Nesta fase devemos buscar o equilíbrio”, orientou o secretário de Saúde do Recife”, pontuou. A partir deste sábado, equipes da Secretaria Executiva de Esportes iniciam o trabalho educativo para conscientizar os usuários dos espaços públicos sobre os novos protocolos. A partir das 7h, os profissionais estarão em três pontos da orla de Boa Viagem para distribuir panfletos, incluindo professores de Educação Física, que aplicarão seus conhecimentos técnicos na área para reforçar o esclarecimento dos cidadãos. O trabalho acontecerá no Segundo Jardim, nas imediações da Padaria Boa Viagem e na altura da rua Padre Carapuceiro. Na próxima semana os profissionais atuarão na Lagoa do Araçá, parques da Jaqueira, Macaxeira e Santana, praça do Hipódromo e avenida Beira Rio, além da orla. “Chegamos a uma nova etapa que é a liberação das praias e dos parque para a atividades de corrida e caminhada. Eu quero lembrar que nós mantivemos um compromisso com a população, quando criamos o aplicativo Movimenta Recife, que levou atividade física para a casa de mais de 40 mil pessoas. Agora é hora de continuar seguindo os protocolos.O time de esporte estará nos equipamentos para dar toda a orientação necessária”, afirmou Yane Marques, secretaria executiva de Esportes do Recife. (Da Prefeitura do Recife)

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Mais ações de sanitização nas principais vias comerciais

A Prefeitura do Recife atinge, nesta quinta-feira (18), a marca de 40 mil visitas para sanitização de espaços públicos. Em virtude da reabertura do comércio nesta semana, o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, anunciou, que a gestão municipal vai sanitizar, a partir de sábado (20), as principais ruas de comércio do centro do Recife. “Com a reabertura do comércio, vamos começar a fazer esta ação em 30 das principais ruas do centro da cidade, pegando grandes avenidas como Conde da Boa Vista e Dantas Barreto, além de ruas com grande circulação de pessoas como Rua Direita, Rua Nova, Rua das Calçadas, Concórdia, Largo de São José, entre outras. Esta ação é para dar mais segurança a quem realmente precisar sair de casa. Mas não devemos abrir mão do uso da máscara, do álcool em gel, da lavagem das mãos e do distanciamento social”, reforçou o gestor e infectologista. De acordo com Jailson Correia, o Recife foi pioneiro, entre as capitais do Nordeste, a utilizar, em espaços públicos, a técnica de desinfecção química reconhecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como eficaz no enfrentamento ao novo coronavírus. No mês passado, a Secretaria de Saúde do Recife fez a aquisição de novos equipamentos para aumentar a capacidade de sanitização. Com os devidos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), mais de 130 Agentes de Saúde Ambiental e Controle de Endemias (Asaces) e outros profissionais das equipes da Vigilância Ambiental do Recife são responsáveis por desinfectar, diariamente, cerca de 700 locais de grande fluxo de pessoas, como equipamentos de saúde e de assistência social; mais de 350 paradas de ônibus, terminais integrados de passageiros e estações de BRT; a sede da Prefeitura, mercados públicos, agências da Caixa Econômica Federal, locais de distribuição de cestas básicas e outros pontos que possam gerar aglomerações. Desde o fim de março, foram empregados mais de 337 mil litros da solução desinfetante com ação viricida de alto nível, cujo efeito tem início em até cinco minutos e o efeito residual atua por 24 horas. Como o vírus pode permanecer por algumas horas em superfícies como metal, vidro ou plástico, o processo de desinfecção química pode inativar qualquer agente viral presente nos ambientes que ofereçam riscos à proliferação do novo coronavírus. A estratégia implementada pela Secretaria de Saúde do Recife faz parte do Plano Municipal de Contingência Covid-19 e agora vai ser estratégica no Plano de Convivência com a doença, sendo um complemento à higienização dos locais, já que não substitui a limpeza regular que é feita rotineiramente em cada um dos espaços visitados.

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Faixa Azul na Av. Agamenon Magalhães é um marco para mobilidade do Recife

Antes da pandemia pensar em abrir uma faixa exclusiva para o transporte público na avenida de maior movimentação do Recife era um tabu. Há um consenso da necessidade de investir no transporte público e na mobilidade ativa para tornar a cidade mais sustentável, mas a resistência em reduzir o espaço do veículo individual para os coletivos sempre foi grande. Hoje (16), um dia após a reabertura de mais uma etapa das atividades econômicas no Estado, foram abertos 4 quilômetros de Faixa Azul na Avenida Agamenon Magalhães. O cálculo da Prefeitura do Recife é que essa medida irá beneficiar mais de 250 mil passageiros que utilizam uma das 64 linhas de ônibus que circulam na via. Para comparar com os veículos particulares, segundo a PCR circulam em média 150 mil passageiros nos carros e motos nessa avenida, embora ocupem mais espaço. Para exemplificar a necessidade de inversão da lógica de prioridade dos deslocamentos na cidade, a última pesquisa de origem e destino desenvolvida pelo Instituto Pelópidas Silveira apontou que mais de 78% dos recifenses vão ao trabalho de transporte público, de bicicleta ou a pé. Com o novo corredor, o Recife chega à marca de 62 km de corredores de ônibus. Para as dimensões do Recife e diante da grande circulação de veículos de toda a RMR, são necessários mais avanços tanto em faixas exclusivas, como na retomada dos BRTs e no investimento em metrôs e VLTs para qualificar o transporte público do Estado e inverter a lógica de favorecimento das vias aos veículos particulares, conforme sugeriram Mariana Zerbone, Rafaella Cavalcanti e Túllio Ponzi em recentes publicações na Algomais. E, diante dos riscos que o uso dos transportes públicos oferecem de disseminação do novo coronavírus, é preciso que se pense num novo padrão desses modais, reduzindo consideravelmente a enorme aglomeração nos terminais e nos próprios ônibus e metrôs. Apesar desse "porém", a abertura do corredor na principal via da cidade é um marco, que embora estivesse nos planos há anos, se torna um legado importante do período da pandemia. Que outras mudanças na cidade surjam desse momento de extrema dificuldade, mas que exphttp://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpgam que o antigo "normal" não era tão normal assim. A ampliação do espaço para as bikes, maiores investimentos em calçadas e de estrutura para os pedestres e ao menos o planejamento da expansão do sistema metroviário poderiam ser os próximos passos para compor a construção do "novo normal" da Região Metropolitana do Recife. *Por Rafael Dantas, jornalista, especialista em gestão pública e mestre em Extensão e Desenvolvimento Local (rafaeldantas.pe@gmail.com | rafael@algomais.com) . LEIA TAMBÉM http://revista.algomais.com/exclusivas/mariana-zerbone-as-pandemias-sao-marcos-nas-mudancas-urbanas http://revista.algomais.com/urbanismo/para-pensar-cidade-no-pos-pandemia-por-rafaella-cavalcanti   http://revista.algomais.com/entrevistas/tullio-ponzi-as-pessoas-tenderao-morar-mais-perto-do-trabalho    

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Mudança na oferta de transporte no sul e sudeste aumentou o risco de contágio

Da Agência FAPESP * – Mudanças operacionais realizadas pelos governos estaduais e municipais no transporte público, como redução na circulação de ônibus, trens e metrô, não acompanharam adequadamente a demanda e aumentaram as lotações dos transportes públicos, particularmente nas periferias de grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, o que aumentou o risco de contágio da Covid-19. Na capital paulista, as linhas da região central tiveram redução de 68% de passageiros e de 61,3% no número de ônibus circulando. Já na região leste, a demanda de passageiros foi reduzida em 63,6% e a oferta de ônibus em 61,6%, constatou estudo recente da Rede de Pesquisa Solidária, que reúne mais de 40 pesquisadores para analisar a eficácia e sugerir aperfeiçoamentos das políticas públicas para o enfrentamento da Covid-19. O estudo foi coordenado por Mariana Giannotti, professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e pesquisadora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão apoiado pela FAPESP –, com a participação dos pesquisadores Tainá Bittencourt e Pedro Logiodice, ambos da Poli-USP e do CEM. De acordo com a pesquisa, as alterações feitas no sistema de transporte durante a pandemia elevaram em até 80% a frequência nas estações nas regiões periféricas. “A redução da circulação de ônibus provoca lotações, aglomerações e aumenta, assim, o risco de contágio da população. As desigualdades sociais e de raça nos deslocamentos urbanos aumentam o risco de contágio em moradores das periferias”, afirmam os pesquisadores. Em um cenário de retomada das atividades não essenciais, os pesquisadores sugerem medidas para redução dos riscos, como a utilização de veículos adicionais em trechos de maior lotação, somados a veículos expressos e diretos entre grandes terminais e polos de origem e destino de viagens. “Isso pode criar pontos de alívio e reduzir os custos associados ao maior número de veículos em operação”, destacam. O reforço de linhas locais e capilares que conectam as diferentes áreas da cidade às linhas estruturais de transporte público de média e alta capacidade também pode contribuir para reduzir a pressão por mais ônibus e aumentar a frequência do serviço. “O estudo indica que é importante olhar a cidade como um todo, mas não apenas de forma agregada. As ações devem considerar as diferenças presentes no território para atuar de forma condizente com a realidade de cada região, em busca de minimizar o impacto das desigualdades socioespaciais”, afirma Giannotti. Desequilíbrio entre demanda e oferta As políticas de isolamento restritivas diminuíram a circulação de pessoas. Várias cidades reduziram a oferta de ônibus, trens e metrôs. Mais de 300 linhas foram suspensas na Grande São Paulo e quase 600 na Grande Rio, por exemplo. No entanto, dentro de cada área urbana, a demanda e a oferta caíram em proporções diferentes e de forma não homogênea. Parte das linhas de ônibus que circulam na periferia registrou aumento da demanda. Essas rotas atendem a população que enfrenta condições de trabalho mais precárias, recebem menor remuneração, se deslocam por mais tempo e em piores condições. Nas regiões mais afastadas, a lotação dos ônibus se mantém muito próxima dos altos níveis observados antes da pandemia. “Nesse cenário, em que a redução da oferta é proporcional à redução da demanda, a lotação estimada para grande parte das linhas periféricas seria maior do que seis passageiros por metro quadrado, o que corresponde a uma distância entre pessoas muito menor do que os dois metros recomendados pelas agências e organizações de saúde, resultando em altíssimo risco de contaminação pelo vírus”, alertam os pesquisadores. A suspensão de rotas e a redução da frequência dos ônibus, aliadas às restrições ao tráfego de veículos, provocaram a migração dos passageiros para outros modos de transporte que continuaram operando, como o metroferroviário. “A frequência às estações de metrô e trem em São Paulo e Rio de Janeiro no início de maio, por exemplo, estava em 30% do usual nas regiões centrais, onde as condições sociais para o isolamento social são maiores. Nas regiões periféricas, a demanda seguiu os padrões anteriores à pandemia e, em alguns casos, chegou a ser até 80% maior”, contabilizam. Com base nesse cenário, os pesquisadores prophttp://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpgam medidas que podem reduzir as desigualdades relacionadas ao transporte, apresentando simulações do impacto de diferentes cenários de isolamento social para a cidade de São Paulo. Na simulação com operação total da frota, o risco de contaminação causada pela aglomeração nos deslocamentos com transporte público é consideravelmente reduzido com as políticas de isolamento social. Com taxa de isolamento médio de 45% e a premissa de disponibilidade de assentos para todos os usuários – sem aglomerações no corredor dos veículos –, a recomendação é de aumento da oferta de ônibus em circulação em relação à operação anterior à pandemia, de modo a garantir deslocamentos mais seguros em termos do risco de contaminação. No centro, a frota poderia ser reduzida a níveis mais baixos, porém deveria manter a garantia de uma frequência horária mínima. Na simulação de um quadro pós-isolamento social e com a retomada de 100% dos deslocamentos, foi adotado como critério a taxa de lotação máxima de dois passageiros por metro quadrado para garantir algum espaço entre passageiros em pé. Nesse cenário a recomendação é igual à anterior, mas grande parte das linhas que servem as regiões periféricas teria que receber mais do que o dobro do número de veículos que operam usualmente, ou contar com alternativas complementares de transportes como vans ou similares.

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Para pensar a cidade no Pós-Pandemia (por Rafaella Cavalcanti)

Quantas cidades há em um só Recife? Recife da Zona Norte, da Zona Sul, da Várzea, da Entra Apulso, da Avenida Boa Viagem. Recife do Coque e da Avenida Beira Rio. De Casa forte, Casa Amarela, do Fundão, do Alto José do Pinho. Recifes em meio ao caos da desigualdade social arraigada e da avassaladora Pandemia do Covid-19. Para pensar Recife durante e pós-Pandemia é preciso compreender seu território em sua diversidade e totalidade e ir além dos limites territoriais legais visto a importância da cidade para o Estado de Pernambuco. Garantir o acesso a moradias salubres e confortáveis, ao saneamento básico, a mobilidade urbana sustentável, a novos espaços públicos verdes de qualidade, entre outros aspectos são ações essenciais que precisam ser adotadas pelos governantes para reduzir um pouco das desigualdades presentes na cidade do Recife, bem como em muitas outras cidades brasileiras, e possibilitar que os efeitos desta e de novas Pandemias sejam minimizados. Além disso é essencial ousar mais, romper com a velha ideia de crescimento econômico “a toque de caixa” que só têm acentuado as desigualdades sociais e os impactos ambientais ao longo do tempo e dá espaço a modelos econômicos alternativos sustentáveis. Então, pode-se dizer que promover cidades saudáveis e prósperas durante e pós Pandemia para todas as pessoas requer a efetivação de ações nas escalas sociais, ambientais e econômicas. Estas precisam ser inovadoras ou mesmo serem apenas implementadas, já que foram pensadas há anos e não receberam as devidas atenções, em especial dadas pelos seus governantes. Ressalta-se também a importância de tratamentos customizados, através de um olhar sistêmico e transversal, para as cidades de pequeno, médio e grande porte e suas devidas áreas de influências. Logo, Recife, Amaraji, Gravatá, Arcoverde, Ipubi e Petrolina necessitam de ações diferenciadas para seus territórios durante e pós - pandemia. Por fim, a cidade pós-Pandemia será fruto de mudanças de atitudes do cidadão comum, dos seus governantes e dos demais setores da sociedade, uma vez que todos eles fazem a cidade e são os verdadeiros responsáveis pela vida nas e da cidade. Assim, o futuro promissor que almejamos para as nossas cidades está em nossas mãos e terá como reflexo as atitudes que estamos adotando hoje, bem como, as que estávamos tomando há um bom tempo, e as que devemos pactuar de forma conjunta para o futuro de curto, médio e longo prazo.   *Rafaella Cavalcanti é arquiteta e urbanista (UFPE) e Gestora Ambiental (IFPE). Atualmente é doutoranda na UnB e integra o Laboratório de Tecnologias de Investigação da Cidade (LATTICE/UFPE) e o Laboratório Espaços Urbanos (LEU/ UFPI).

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Mariana Zerbone: "As pandemias são marcos nas mudanças urbanas"

A pandemia expôs problemas críticos nacionais, como a desigualdade social, e impôs ao mundo uma redução de velocidade que fez muito bem ao meio ambiente e mostrou que é possível fazer um esforço maior em prol da sustentabilidade do nosso ecossistema global. Sobre esses aspectos e outras lições urbanas, ambientais e econômicas do "furacão mundial" que está sendo a Covid-19, conversamos com Mariana Zerbone, que é doutora em geografia, professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e editora gerente da Revista Científica Rural & Urbano. Ela defende que para que o "novo normal" se estabeleça, muitas mudanças devem acontecer no planejamento das cidades e no modelo de desenvolvimento adotado pelo Brasil e pelo mundo. . Quais as principais mudanças que as cidades deveriam promover nesse cenário pós-Covid 19, levando em consideração todo trauma vivido nesses meses de maior crise e diante da perspectiva de enfrentarmos novas ondas dela ou mesmo o surgimento de outras pandemias? O que se percebe é que as pandemias são marcos nas mudanças urbanas ao longo da história. As grandes reformas do final do século XIX e início do século XX tiveram as mazelas urbanas como justificativas para grandes mudanças nos nas formas e nos conteúdos das cidades. O que esperar das cidades pós pandemia em pleno século XXI? O que espera necessariamente não é o que vai acontecer, porém, podemos destacar, dentre tantos, alguns pontos que precisam mudar para que tenhamos cidades como melhores condições de habitabilidade, principalmente se pensando em cidades periféricas como Recife: 1. Diminuição da Desigualdade Socioeconômica 2. Melhores condições de moradia e saneamento 3. Mais espaços livres públicos. A diminuição da desigualdade socioeconômica deveria ser a principal ação tomada após uma crise desta magnitude, contudo sabemos que a redução da desigualdade está atrelada a ruptura de uma estrutura fruto de um processo que se perpetua, fruto da desigualdade socioeconômica estão os problemas sanitários, a falta de acesso ao saneamento básico potencializa qualquer pandemia, e com isso ficou evidente a necessidade de investimento em abastecimento de água, sistema de esgoto e coleta de lixo como ações prioritárias, com ou sem pandemia. É inadmissível que em pleno século XXI ainda existam pessoas que são privadas do acesso a saneamento básico, esta é a condição mínima para a cidadania. . Quais foram as principais transformações urbanas em outros marcos da história? No final do século XIX e início do século XX a criação de espaços de lazer para a classe trabalhadora, como os parques de vizinhança, modificou a estrutura urbana de muitas cidades na Europa e nos Estados Unidos, e esses foram criadas com o intuito de diminuir a insalubridade dos espaços urbanos. Contudo no final do século XX, na maioria das metrópoles brasileiras, os espaços livres públicos, como praças e parques, foram perdendo sua importância e sendo substituídos por espaços fechados climatizados, como os shoppings centers, como o principal espaço de consumo e lazer. Porém, o que se observa é que para que se realize o “novo normal” a retomada da utilização de espaços abertos, sejam eles públicos ou privados (praças, parques, restaurantes, feiras, mercados, lojas), será uma tendência, e talvez a principal mudança no cotidiano dos habitantes das metrópoles, mas para que isso se mantenha como padrão tem que haver uma atenção para a segurança pública, acessibilidade e mobilidade urbana. . A parada forçada do mundo apresentou alguns cases muito curiosos de retorno de animais ou de regeneração de parte da natureza quando a população ficou isolada. Que lições essa Pandemia nos deixa sobre a sustentabilidade (ou insustentabilidade) do nosso modelo de cidades? Com a “pausa” imposta pela pandemia foi possível perceber a impressionante capacidade de regeneração que a natureza possui, porém, nesta era que tem sido chamada por alguns especialistas como “Antropoceno”, a velocidade de degradação do meio pela sociedade não tem permitido que a natureza tenha seu tempo de regeneração. No entanto, também foi possível notar que é possível desacelerar as ações predatórias promovidas pela sociedade, tendo por base a redução do consumo, a mudança de matriz energética e a substituição por ações cotidianas sustentáveis. Talvez esse momento seja uma oportunidade de ruptura no padrão de consumo, com a valorização do essencial para a realização da vida, como também uma possibilidade de mudança nos usos dos espaços das cidades, com a valorização do espaço livre público e do contato com o “meio natural”. . A "economia verde" ou ao menos modelos econômicos que priorizem a sustentabilidade devem ganhar mais força nessa rediscussão das cidades e do próprio modo de consumo? Que recomendações cidades como o Recife poderiam adotar? De início uma das grandes preocupações da imposição da quarentena nas metrópoles era a possibilidade de desabastecimento. Com isso ficou claro que as cidades não são autossuficientes, mas sim dependentes das atividades realizadas no campo, estas essenciais para manutenção da vida, mesmo em tempos de pandemia. A alienação do processo produtivo coloca a cidade como central no mundo capitalista moderno e invisibiliza a produção de alimentos e seus produtores, principalmente daqueles insumos indispensáveis para a sobrevivência da população. Senti falta da mídia valorizar esses trabalhadores e revelar toda essa cadeia produtiva que continuou e continua provendo o abastecimento das cidades. Em um mundo globalizado essas relações produtivas em cadeia são cada vezes mais complexas e interdependentes, mas os produtores locais continuam sendo indispensáveis para a dinâmica desses espaços. E é aí que fica evidente a importância de ações voltadas para um desenvolvimento local, com a valorização do produtor, o que potencializa a promoção da sustentabilidade tanto no âmbito ambiental como econômico. As chamadas economias colaborativas urbanas também se mostraram presentes neste período de isolamento social, principalmente por força das mídias sociais, onde redes colaborativas se fortaleceram em busca de valorização do consumo de pequenas empresas, e de artesão e de comerciantes de bairro. O fortalecimento dessas redes locais deve continuar sendo valorizado para se pensar em uma cidade mais humanizada, no sentido de fortalecimento das relações sociais e interpessoais. Contudo, a desigualdade social continua permeando cidades como Recife, e não se pode

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Solidariedade dos recifenses se multiplica e ajuda no combate à Covid-19

Da Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife Neste momento de combate à Covid-19, a solidariedade se tornou uma das principais armas contra a pandemia. No Recife, os exemplos se multiplicam todos os dias. São cidadãos, voluntários, ONGs, poder público e instituições privadas se unindo para enfrentar e superar a pandemia. A vontade de ajudar e a união entre poder público e instituições privadas resultou na doação de 8.000 escudos faciais para atender os servidores da Emlurb, Guarda Municipal, CTTU, Defesa Civil, Semoc e Procon. As doações pretendem proteger os servidores que atuam em serviços essenciais. Por meio de parceria entre a Prefeitura do Recife, através da Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife, e empresas privadas como a Braskem, Osaka, Visual Projota, ArcelorMittal, MMS Plásticos, Eastman, GREA3D, Groupe SEB, Abinfer, Grafitus e o Projeto Cada Impressão Conta o trabalho para combater a Covid-19 vem ganhando ainda mais força. O isolamento social criou oportunidade para exercitar a solidariedade e a união entre empresas. Ações voluntárias se multiplicam para proteger não apenas quem vive em situação de vulnerabilidade, mas também os próprios profissionais que estão na linha de frente ao coronavírus. “A solidariedade das empresas e pessoas físicas, nesse momento crítico, doando estudos faciais é super importante, pois significa proteção à saúde dos profissionais que estão na linha de frente de combate ao Covid”, pontua Alexandre Nápoles, Gerente Geral de Planejamento e Inovação da Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife. Já o CEO da Fab Lab Recife destaca a importância de proteger os profissionais que estão na linha de frente no combate à Covid-19. “Conseguimos atender a demanda dos profissionais que estão na linha de frente no combate ao coronavírus no hospital. Agora, conseguimos contemplar os profissionais que também estão na linha de frente, mas em outros serviços como a Guarda Municipal e CTTU, por exemplo, que é muito importante proteger também. Enquanto pessoas estiverem precisando se proteger, vamos estar nessa articulação”, enfatiza Edgar Andrade. A mobilização foi enorme para buscar parceiros, uma forma de contribuir com a dedicação dos profissionais. “O folheto que entregamos junto aos kits, fala um pouco sobre a proteção de cada um desses guerreiros. Nos unir nessa causa, foi a maneira que encontramos para agradecer tamanha dedicação e contribuir para minimizar a disseminação do vírus”, pontua a Coordenadora de Logística e PCP, da Groupe SEB, Erika Andrade.

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Jáson Torres: "Recife está planejando a rápida expansão da malha cicloviária"

Jáson Torres, que é gerente geral de Territórios Estratégicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura da Cidade do Recife e associado especializado em mobilidade urbana da Centro de Atitudes, respondeu a três perguntas do repórter Rafael Dantas sobre as cidades no contexto pós-pandemia. Ele trata sobre as tendências da mobilidade urbana e, especialmente, do lugar das bicicletas no "novo normal". A transformação das cidades foi o tema da capa desta semana da Revista Algomais, em matéria assinada por Rafael Dantas, que ouviu especialistas e gestores públicos sobre as tendências urbanas no cenário Pós-Pandemia. . .Há uma expectativa da continuidade desse recente aumento do home office após o isolamento. A provável redução de veículos é uma oportunidade para preparar as cidades com mais infraestrutura para ciclovias e pedestres? Já tem algum tempo, várias cidades do mundo vêm criando mais espaços para pedestres e ciclistas como forma de oportunizar meios alternativos ao carro particular e ao transporte público para os cidadãos e visitantes. Ocorre que, a grande maioria das metrópoles do mundo passou, ou vem passando, por mudanças substanciais desde o início da pandemia. No Recife não está sendo diferente. O chamado “novo normal” não é uma moda criada por uma agência de publicidade, mas sim uma realidade já vigente no mundo inteiro. Cada cidade está tendo que conviver com o seu novo normal, visto que a normalidade existente antes da pandemia não poderá ser restabelecida, muito em função da necessidade dos novos protocolos sanitários. O tele trabalho, ou home office, tornou-se, nas pressas, o formato adotado por grande parte das empresas e profissionais cujas atividades podem ser desempenhadas dentro de quatro paredes. O fato de tudo ter acontecido nas pressas não permitiu o planejamento adequado para que todos se estruturassem da maneira ideal, mas, por outro lado, mostrou que é possível, sim, viabilizar o tele trabalho e todos continuarem produzindo remotamente. No rastro de tantas mudanças ocorridas, onde residir, onde trabalhar e como se deslocar também precisam ser repensados. Todos nós temos visto, nos últimos meses, a enorme redução da poluição atmosférica dos grandes centros urbanos, assim como o quanto as emissões dos automóveis movidos a combustão contribuem para fragilizar a saúde das pessoas e suscetibilizar seus sistemas respiratórios. Não é mais concebível o incentivo a modos de transporte que não tenham como premissas a “coletividade” e a “saúde”, sendo, portanto, necessário inverter a prioridade do uso das vias urbanas, hoje voltadas para atender às demandas dos modos poluidores, para serem abertas aos modos ativos e coletivos. Sendo assim, nunca houve um cenário tão favorável para a experimentação como agora. Essa experimentação vai desde desoportunizar o uso dos modos poluidores, como também oportunizar infraestrutura para modos ativos e coletivos. O transporte público tem sido apontado como uma dos pontos de grande risco de infecção de coronavírus. Você tem informação de como tem sido o incentivo ao uso de bicicletas na mobilidade dos países que já estão em um estágio mais avançado de enfrentamento da pandemia? A questão do transporte público estar recebendo esse título de possível vilão precisa ser revista, visto que é o principal meio de transporte de grande parte da população e, como tal, precisa se adequar rapidamente à nova realidade de segurança sanitária. Afinal, quem mora distante de onde trabalha ou estuda precisa dispor desse modo para seus deslocamentos. Quero crer que os órgãos responsáveis por sua gestão estejam fazendo seus esforços para implantar as melhores práticas, de forma a reduzir significativamente os riscos de contágio da COVID-19. Apontar os possíveis riscos ao transporte público enquanto se incentiva a bicicleta poderia sugerir que a bicicleta seria um substituta ao ônibus, o que seria injusto e até imprudente. A bicicleta se apresenta sempre como uma alternativa a todos os modos de transporte para quem tem habilidade na sua condução e disposição a usá-la, bem como é recomendada para trajetos de até 10 quilômetros, ou a distância que seja mais confortável para quem a utiliza. Para tanto, é imperativo que haja infraestrutura adequada e segura para os ciclistas. O principal fato que tem motivado cidades do mundo a incentivarem o uso da bicicleta está mais relacionado à questão da saúde e do meio ambiente. O portal interativo com dados abertos, na Internet, “Pedestrian and Bike Information Center” é uma iniciativa bastante rica e aponta centenas de ações, que incluem: infraestruturas cicloviárias móveis e fixas em vias de grande fluxo; amento da malha cicloviária fixas; gratuidade de uso de bicicletas compartilhadas para parte da população; abertura de ruas para ciclistas e pedestres; dentre outros.   No "novo normal" seria recomendado às cidades investirem mais em mobilidade ativa (bikes e deslocamentos a pé)? Que tendências de adaptações do espaço urbano poderíamos pensar? O incentivo à mobilidade ativa vem norteando a grande maioria das gestões de metrópoles inovadoras, no mundo, conforme podemos ver nas ações do portal na Internet “Pedestrian and Bike Information Center”. O que mais tem ocorrido é a implantação das chamadas Pop-up Bike Lanes, que poderíamos traduzir como “ciclofaixas que surgem”, consistindo em ciclofaixas montadas, a princípio com cones, segregadores móveis ou apenas pintura, em vias que sejam atraentes para motivarem pessoas que não têm hábito de usar a bicicleta a passarem a usá-la, além de melhorar os deslocamentos dos ciclistas regulares. Essas ciclofaixas têm o propósito de criar um ambiente de experimentação, com forte possibilidade de se tornarem infraestruturas fixas e definitivas. O Recife também está planejando a rápida expansão da malha cicloviária, parte dela no formato Pop-up. . VEJA TAMBÉM Tullio Ponzi: “As pessoas tenderão a morar mais perto do trabalho” Compartilhamento de bicicletas melhora trânsito nas grandes cidades chinesas O uso da bicicleta como ferramenta para o estudo da paisagem No Dia Mundial Sem Carro, o desafio da bicicleta ganha cada vez mais adeptos  

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Tullio Ponzi: "As pessoas tenderão a morar mais perto do trabalho"

O isolamento social esvaziou as cidades e expôs a necessidade de uma série de adaptações urbanas para o período Pós-Covid 19, em que haverá um maior relaxamento da quarentena, mas ainda sem a descoberta da vacina. Novos hábitos e inovações no espaço público poderão transformar as cidades do mundo inteiro. Sobre essas tendências, o repórter Rafael Dantas conversou com o Secretário de Inovação Urbana da Prefeitura do Recife, Tullio Ponzi. Ele fala sobre a experiência da capital pernambucana no enfrentamento da disseminação do novo coronavírus e apresenta algumas das mais significativas mudanças que as metrópoles globais estão promovendo no "novo normal". Confira! A transformação das cidades foi o tema da capa desta semana da Revista Algomais, em matéria assinada por Rafael Dantas, que ouviu especialistas e gestores públicos sobre as tendências urbanas no cenário Pós-Pandemia. . Você tem trabalhado nos últimos anos com inovação urbana. As cidades e metrópoles tem características que são inconciliáveis com um cenário de prevenção de pandemias, visto que é baseada sempre em aglomerações. Que tendências urbanas o mundo já tem apontado para as cidades no "novo normal" pós Coronavírus? Até o surgimento de uma vacina ou de um tratamento eficaz, vai ser fundamental a humanidade aprender a conviver com o Coronavírus. São novos comportamentos, hábitos, valores, formas de se relacionar que pautarão esse novo mundo. Ele nos apresenta muitas incertezas, mas também muitas oportunidades. É como se o coronavírus fosse uma aceleradora de futuro. E sob a perspectiva das cidades não é diferente. A tendência mais marcante que se vê mundo afora é a da resiliência urbana, a adaptabilidade dos espaços urbanos, cada vez mais flexíveis, híbridos e “ressignificáveis”. Algumas cidades resolveram apostar na mobilidade ativa e na ressignificação de vazios urbanos. Quase que um “open” das ruas para as pessoas. Que passaram semanas em Lockdown e gritavam por essa necessidade de espaço urbano ou até mesmo descobriram que tinham. É como se as cidades mais do que nunca assumissem um papel de produtor de Oxitocina, o hormônio da felicidade nas pessoas. . Na prática, como têm sido essas experiências? São basicamente soluções urbanas estruturantes já previstas em planos de longo prazo, experimentais, com potencial de se tornarem definitivas, ou até mesmo transitórias, mas que de alguma forma estimulem uma mudança de comportamento coletivo para uma cidade mais sustentável.   Ações que dialogam com a necessidade do distanciamento social e estimulam as pessoas a viver a cidade, caminhar, pedalar, ou até mesmo trabalhar a pé ou de bicicleta, a exemplo de Paris que criou “a cidade a 15 minutos”, ou Bogotá que ainda durante a pandemia expandiu sua malha cicloviária provisória. É o carro de uma vez por todas perdendo espaço, a exemplo de Londres com a ampliação das Zonas Livres de Carros, só permitindo pedestres, ciclistas e o transporte público. . Quais outras iniciativas globais você destacaria? Uma das iniciativas mais interessantes por conta da escala já alcançada, do baixo custo, da facilidade de implantação e do alto impacto, é nos Estados Unidos. Em Seatle e Oakland com programas de fechamento provisório de ruas nos finais de semana para atividades de lazer e convivência, priorizando a escolha a partir da ausência de praças e parques nas proximidades. Chama atenção também urbanismo tático em Barcelona de alargamento das calçadas, e sinalizações lúdicas de caráter pedagógico e educativo, a fim de manter o distanciamento social, especialmente em lugares que possam gerar aglomeração, a exemplo de terminais ou locais de contemplação. . Você acredita que as transformações na vida urbana pós-pandemia poderá influenciar a decisão de onde as pessoas irão morar? A médio prazo, além do home-office, acredito que as pessoas tenderão a morar mais perto do seu trabalho, ir a pé trabalhar ou fazer tudo a pé. E os Bairros serão gradativamente redesenhados, cada vez mais uma bairro com todos os serviços, presencial ou online, ou seja, que funcione, mas que também aproxime as pessoas. Em resumo, é como se do ponto de vista urbano, a gente aqui no Recife tivesse uma janela de oportunidade para antecipar algumas metas do Recife 500 anos, nosso plano de Desenvolvimento de Longo Prazo. De antecipar o futuro para o presente. . A pandemia expôs mais do que nunca o drama das periferias, de falta de saneamento, acesso à água, entre ouros fatores. Nesse cenário pós-auge da pandemia o que pode e deve ser feito para garantir mais segurança sanitária para essas pessoas, visto que temos a expectativa de novas ondas da Covid-19 e também de outras pandemias? A dignidade de quem mora nas comunidades e a urbanização das favelas do Brasil mais do que uma agenda do Governo Federal, precisa ser um projeto de Nação. É um problema secular, que se arrasta há décadas e precisa ser de uma vez por todas priorizado. Não é apenas sobre tomar uma decisão política e investir algo, ainda que seja mais do que sempre se investiu, é sobre sabermos quando vamos realmente resolver, pra cada real a mais ou a menos investido. Não interessa se o investimento será público ou privado. O que interessa é que aconteça, que se priorize. Que se faça os dois. Aliás, a falta de saneamento, de acesso à água, e todos os outros problemas que existem nas periferias do Brasil, de infraestrutura e habitabilidade urbana, não são nem de direita, nem de esquerda. É preciso um Estado Social forte. O que não significa ser um estado anacrônico. Veja, não me refiro a tamanho, se mínimo, se máximo, também não interessa. O que interessa é a solução que o Estado apresenta para cada desafio. E nesse ainda o Estado brasileiro não apresentou.   Como tem sido a experiência do Recife no enfrentamento à Covid-19 em relação ao estímulo ao isolamento social? Aqui no Recife firmamos uma parceria com o ONU-Habitat, pioneira em todo Brasil, que aposta no engajamento comunitário para a conscientização sobre a importância do isolamento social, uso das máscaras, lavar as mãos e higienização. As ações foram realizadas pelos próprios moradores, que também fizeram novas

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Grande Recife promete reforçar a operação de ônibus nesta segunda (8)

De acordo com o Plano de Monitoramento e Convivência com a Covid-19, divulgado pelo Governo do Estado, os setores da construção civil e comércio atacadista retomam, gradualmente, suas atividades na próxima segunda-feira (8). Com o objetivo de minimizar o impacto no transporte público de passageiros, principalmente nos horários de pico, o Grande Recife reforçará a operação do sistema. Haverá aumento de frota nas linhas de maior demanda e disponibilização de ônibus extras em 16 terminais integrados*. Os veículos extras serão colocados em operação de acordo com o aumento da demanda de passageiros. A disponibilização desses ônibus poderá aumentar em até 20% o número de viagens a depender do terminal. O reforço na operação levou em conta as particularidades de cada atividade econômica. É importante destacar que os técnicos do Consórcio continuarão acompanhando a operação e fazendo os ajustes necessários para evitar aglomeração nos TIs. Os ônibus não poderão circular com o número de passageiros além de sua capacidade máxima, devendo haver embarque sentado. Na prática, isso significa que, a depender do layout do veículo, os ônibus só poderão circular com até 50 pessoas. A obrigatoriedade do uso de máscara continua e é obrigação da empresa operadora a recusa de passageiro que não faça uso do acessório. Nos terminais integrados, fiscais do Grande Recife e policiais militares apoiam os operadores para o cumprimento do uso da máscara. *Terminais Integrados com ônibus extras: Joana Bezerra, Tancredo Neves, Macaxeira, Caxangá, Aeroporto, Jaboatão, Barro, TIP, Cajueiro Seco, Xambá, PE-15, Camaragibe, Pelópidas Silveira, Igarassu, Abreu e Lima e Cabo.

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