“Existe um homem selvagem”, de Hugo Dubeux, questiona o patriarcado
O mais novo livro do escritor e poeta Hugo Dubeux "Existe um Homem Selvagem" busca resgatar a essência de um ser humano decolonial, desconstruindo o significado colonial de “selvagem” como violento e agressivo. O livro é uma poética de denúncia, enfrentamento e proposição, dividido em quatro capítulos e um epílogo. do asfalto saem mostrosdos mesmos pedaços da terraonde esguiam-se as mais sábias raízes se punhamentrelaçadas entre grãos e minhocashoje corroem os corpos transeuntes enfadados em seu centro No primeiro capítulo, "O ar de pulmão meu", a narrativa enfoca a importância da encarnação na própria existência, promovendo uma poética decolonial que busca a essência individual além das normas e tabus sociais. Este capítulo estabelece a fundação para uma autogestão da vida, onde cada ser se reconecta com sua verdadeira natureza. O segundo capítulo, "Exílios", aborda a reprodução do papel masculino dominante no discurso hegemônico colonial, explorando as opressões e toxicidades das masculinidades impostas. Em "Um garotinho alado, de tocha acesa", o terceiro capítulo, discute-se a influência do patriarcado e da colonialidade nos corpos, propondo uma libertação poética das repressões para um fluxo livre de energia. No quarto capítulo, "Amores e Utopias", o livro argumenta contra os rótulos patriarcais e coloniais, defendendo o amor como força de luta e enfrentamento decolonial. O epílogo, "Aceno", conclui a obra com um poema onde um adulto bissexual e emocionalmente maduro dialoga com sua criança interior, refletindo sobre a jornada de aceitar e expressar sua sensibilidade masculina. Enraizado no Recife, o poeta Hugo Dubeux propõe questionamentos profundos sobre o patriarcado em sua obra "Existe um Homem Selvagem". Ele se interroga sobre o processo de formação dos homens, o papel que desempenham na sociedade e as feridas internas que carregam, mesmo enquanto opressores. Além de escritor e poeta, Dubeux é arteterapeuta e produtor cultural, vendo a arte como um meio essencial de digestão e reflexão sobre a vida. Seu trabalho envolve a facilitação de oficinas que exploram o processo criativo e a interrelação entre corpo e escrita, bem como grupos de homens que debatem masculinidades e patriarcado através da expressão artística. Dubeux recita e escreve seus poemas com um propósito político e filosófico, buscando reencantar o mundo com beleza e justiça. Suas oficinas e produções culturais não apenas incentivam a criação artística, mas também promovem discussões significativas sobre os impactos do patriarcado e as masculinidades tóxicas. Assim, ele utiliza a arte como uma ferramenta poderosa para a transformação social, ajudando a redefinir as identidades masculinas e promover uma maior equidade e compreensão na sociedade.
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