Arquivos Z_Destaque_culturaHistoria2 - Página 40 de 44 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Z_Destaque_culturaHistoria2

Raimundo Carrero lança "A luta verbal" na próxima semana

Um dos grandes nomes da literatura pernambucana, Raimundo Carrero apresenta ao público o livro A luta Verbal - A Preparação do Escritor (Editora Iluminuras) na próxima segunda-feira (5), a partir das 19h, na Livraria Varejão do Estudante, no bairro da Boa Vista, no Recife. A publicação traz uma reedição do seu manual para novos escritor, publicado em 2007 , uma das obras que estavam esgotadas de Carrero. Mas, além dos textos de orientação das técnicas e preparação de novos autores, o novo livro traz um manifesto por uma literatura engajada socialmente. É um olhar do jornalista para a obra literária como uma ferramenta de denúncia dos problemas sociais do País. Em entrevista para a Algomais, publicada em janeiro, o autor declarava que "A literatura é um grito de dor. Quando um livro é escrito, a população inteira entra em erupção. É um vulcão. Se o livro não é um vulcão não serve para ser livro. Se um livro não coloca diante do leitor as dores, o sofrimento, a angústia do País não serve para nada. Lançamento do livro A luta Verbal Local: Varejão do Estudante (Avenida Manel Borba, 292 - Boa Vista)Quando: Segunda-feira (05/09)Horário: 18h

Raimundo Carrero lança "A luta verbal" na próxima semana Read More »

O caruru de Dª Magdalena Freyre

(Foto: Fernando Sabino) Muitas vezes os cadernos de receitas são textos especialmente preparados para os membros da família. Eles são textos pessoais, íntimos e autorais. D. Magdalena, mulher de Gilberto, preservou assim os seus acervos de receitas, que tinham também comentários sobre processos culinários e avaliações dos comensais, sempre nos próprios cadernos.As comidas selecionadas, que particularizam os cadernos, traziam histórias, sentimentos, preferências culinárias da família Freyre; e ainda mostravam cardápios temáticos que eram organizados para as festas e para o cotidiano. Estes cadernos dão um entendimento mais profundo do que era a casa de Apipucos. Certamente os cadernos de receitas colecionados por D. Magdalena já mostravam o seu estilo e tendência de entender a comida regional, sempre presente nos seus cardápios. Como exemplo, trago uma receita do Caruru: Ingredientes2 garrafas de leite de coco; 1 quilo de camarão descascado; 20 quiabos; gengibre; pimenta do reino; louro; 2 tomates picadinhos; 1 cebola picadinha; 1 colher de sopa de vinagre; azeite; alho amassado; pedaços de bacalhau moídos; camarões cozidos e moídos. Modo de fazerMisture parte do leite de coco com um pouco de água, mais gengibre, a pimenta, o louro, a cebola, os tomates, o vinagre, o azeite e o alho. Leve essa mistura ao fogo, rapidamente e coe. À parte, cozinhe os quiabos cortados em rodelas. Escorra a baba e misture ao molho coado. Adicione o bacalhau e o camarão e leve, novamente, ao fogo, acrescentando um pouco de azeite de dendê, de vinagre e meia xícara de farinha de mandioca. Mexa até engrossar um pouco. (Lody, Raul (org.). À mesa com Gilberto Freyre. Pag. 71). As nossas conversas sobre as comidas da casa de Apipucos, minha com D. Madalena, tiveram como tema inicial o arroz doce, um preparo com diferentes características, e do nosso gosto pessoal. Na verdade, trocamos algumas receitas experimentadas nas nossas casas: arroz doce com leite de coco; arroz doce com raspas de limão; arroz doce com gemas de ovos; entre tantas outras. Sempre com muita canela para cobrir as travessas. Lá, estar à mesa era um momento de comensalidade, de sociabilidades e, em especial, quando eram servidos os cardápios que promoviam estas relações, como, por exemplo, a feijoada, a peixada, o cozido. Tudo para ser comido de forma lenta e reflexiva. A isso se alia o sentido da comida na obra de Gilberto Freyre enquanto um verdadeiro método para se interpretar o Nordeste, especialmente Pernambuco. “Mas o bom pernambucano é que não se deixará facilmente se desenraizar da mais fina tradição culinária do Brasil. É um paladar, o seu, enobrecido por cento e cinquenta, duzentos e até quatrocentos anos de feijão de coco e de sabongo, de doce de caju e de vinho de jenipapo”. (Crônicas do Cotidiano. A vida cultural de Pernambuco nos artigos de Gilberto Freyre. Org. Carolina Leão. Diário de Pernambuco. 2009:65). E dessa maneira, Gilberto valoriza um estilo especial de colonização, que ele chamava de “luso-tropical”, onde os ingredientes do Ocidente e do Oriente dão um sentido especial a formação da nossa mesa desde a colonização, o que possibilita viver uma mesa mundializada. “Não é só o arroz doce: todos os pratos tradicionais do Nordeste estão sob ameaça de desaparecer (…). O próprio coco verde é aqui considerado tão vergonhoso como a gameleira, que os estetas municipais vêm substituindo pelo fícus benjamin, quando a arborização que as nossas ruas, parques e jardins pedem é a das boas árvores matriarcais da terra ou aqui já internamente aclimatadas: pau d'arco, mangueira, jambeiro, palmeira, gameleira, jaqueira, jacarandá. ” (Freyre, Gilberto. Manifesto regionalista. 1976:57) O seu método de interpretação do homem brasileiro representado através da alimentação é ecológico, é patrimonial, e é contemporâneo no que se refere à valorização dos ingredientes regionais. Raul Lody é antropólogo

O caruru de Dª Magdalena Freyre Read More »

Fundaj inaugura exposição sobre a resistência de comunidades da Zona Rural

(Da Fundaj) Inaugurando as apresentações da 6ª edição do Concurso de Residências Artísticas da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a exposição "Aceiro", do artista pernambucano Abiniel João Nascimento, tem início nesta sexta-feira (26). A exibição de estreia será realizada das 17h às 21h, nas galerias Massangana e Baobá, no campus Gilberto Freyre da Fundaj, em Casa Forte, Zona Norte do Recife. Inspirado pela paisagem do coração de Caraúba, povoado ligado historicamente ao plantio e cultivo da cana-de-açúcar, “Aceiro” investiga os impactos da planta na construção da identidade do povoado. Assim, traços da memória, do território, da labuta cotidiana são combustíveis para a performance construída, onde ele ressignifica feridas ainda expostas no seio familiar. “É a partir desse (meu) lugar que desenvolvo ‘Aceiro’, pesquisa que vai ao encontro das relações de trabalho que ainda se perpetuam nesse território e que estiveram presentes em minha família até a geração que me antecede”, diz Abiniel. “Aceiro é utilizado aqui como metáfora, entendendo o valor dos movimentos de ressignificação, questionamentos e reconstrução do olhar através da ‘ciência do corpo”, explica. O artista é graduando em Museologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e natural de Carpina, município da Zona da Mata Norte, a 57 km da capital pernambucana. Formada majoritariamente por pessoas de ascendência indígena – caboclizadas pelo projeto colonial – a Vila Caraúba possui em sua paisagem os 25 engenhos que lhe constituíram, sejam em ruínas ou transformados em usinas e permanecem na construção narrativa sobre o ser-estar nesse lugar. Curador e pesquisador da Fundação, Moacir dos Anjos ressalta os usos da palavra que dá nome à exposição de Abiniel. “Aceiro”, em seu uso corrente, é prática de limpeza de terreno entre áreas de vegetação, que impede que o fogo se alastre em caso de incêndio, risco sempre presente nas zonas rurais em épocas de estiagem. Para além disso, Moacir explica que o termo é também metáfora para formas de resistência de comunidades no campo ameaçadas, no passado e agora, pela violência de predadores do ambiente natural. “Na mostra, os dois sentidos da palavra se articulam e se reforçam, oscilando entre a referência a uma luta comum a muitos povos e a uma luta singular, própria de seu lugar de origem, a Mata Norte pernambucana”, inicia o curador. Aceiro articula, no avizinhamento de trabalhos feitos em mídias diversas – pintura, vídeo, instalação, fotografia, áudio, performance –, informações diversas sobre a violência colonial açucareira e suas atualizações contemporâneas. “Em três pinturas, o artista mais sugere do que exibe cenas de destruição e resistência”, completa Moacir. Segundo o curador, essas três obras são um dos destaques da mostra. “São imagens que criam atmosfera densa, aproximando ameaça de danos e sensação de encantamento. Ambiguidade também presente na instalação em que um tecido branco encobre da vista objeto disposto sobre uma mesa ao mesmo tempo que sua superfície flexível é moldada por aquilo que esconde – um instrumento de tortura utilizados contra escravizados no Brasil.” A exposição “Aceiro” ficará aberta ao público entre os dias 27 de agosto e 9 de outubro, de terça a sexta-feira, das 10h às 16h, e nos sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h. Exposição: Aceiro - VI Concurso de Residências Artísticas, Dimeca/FundajArtista: Abiniel João NascimentoInauguração: 26 de agosto de 2022, sexta-feira, das 17h às 21h.Período de exibição: de 27 de agosto a 9 de outubro.Atendimento ao público: de terça a sexta-feira, das 10h às 16h | sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h.Local: Galerias Massangana e Baobá, campus Gilberto Freyre da FundajAv. Dezessete de Agosto, 2187, Casa Forte, Recife-PE Serviço:

Fundaj inaugura exposição sobre a resistência de comunidades da Zona Rural Read More »

Orquestra Criança Cidadã apresenta concerto oficial neste domingo

Apresentação musical na Igreja Batista Emanuel em Boa Viagem terá telão com imagens e informações à medida que as peças do repertório forem sendo tocadas (Coordenação de Comunicação da Orquestra Criança Cidadã) A Orquestra Jovem Criança Cidadã trará para seu 5º Concerto Oficial, em 28 de agosto, na Igreja Batista Emanuel em Boa Viagem, uma ajudinha tecnológica: o público poderá acompanhar comentários e curiosidades sobre as peças, simultaneamente, através de um telão. O espetáculo, com início às 16h, terá acesso gratuito, sujeito à lotação do local. O formato do programa interativo foi pensado para esta apresentação em específico. “A IBE é um local que nos recebe sempre de portas abertas, com um carinho muito grande. A OCC gosta muito de fazer essa integração com a Igreja”, observa o maestro titular José Renato Accioly. Além de informar aos espectadores qual peça está em andamento, os comentários simultâneos também dividirão espaço com um pouco da história de cada composição, seus autores e curiosidades sobre os sons, as ideias e a interpretação de todas elas. “A gente vai fazer um repertório que tem dois dos compositores mais conhecidos de música clássica do Brasil”, diz Accioly sobre a seleção do programa, que abre com a Abertura da ópera O Guarani de Antônio Carlos Gomes (1836-1896), um dos dramas cênicos-musicais mais reconhecidos no mundo. Em sequência, a Bachianas Brasileiras nº4, do compositor modernista Heitor Villa-Lobos (1887-1959), que mistura referências de Bach e do folclore brasileiro. Para encerrar, a Suíte Sinfônica nº1 da famosa ópera Carmen, do francês Georges Bizet (1838-1875), que conta uma história intensa com cenário espanhol. A Orquestra Criança Cidadã é um projeto social incentivado pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e que conta com realização da Funarte e patrocínio máster da Caixa Econômica Federal.

Orquestra Criança Cidadã apresenta concerto oficial neste domingo Read More »

Pátio de São Pedro com programação cultural reforçada no final de semana

Até o próximo dia 28, o Pátio recebe as celebrações do Dia do Folclore e dos 32 anos da Casa do Carnaval, com apresentações culturais e rodas de conversa. Em setembro, tem mais novidade e mais celebração, com a retomada do projeto Ciranda no Pátio, confirmando a vocação daquele entorno para a cultura e para as brincadeiras populares A Prefeitura do Recife promove uma extensa programação de eventos e apresentações que confirmam a vocação daquele entorno histórico para a cultura, em suas mais enraizadas e tradicionais expressões.As atividades, preparadas pela Secretaria de Cultura e pela Fundação de Cultura Cidade do Recife, começaram no Dia do Folclore e seguem até o dia 28. Confira a programação de hoje até domingo. Hoje (26), o debate começa mais cedo, a partir das 10h, tendo como tema a história do próprio equipamento, que há 32 anos se dedica a preservar a memória cultural da cidade. Tem atividade também no domingo (28), a partir das 13h horas, com a apresentação de agremiações, que irão estrear uma agenda cultural fixa no Pátio. Além de sabor e sentido, assegurados pelos restaurantes e espaços culturais, como a Casa do Carnaval e os memoriais Luiz Gonzaga e Chico Science, os domingos no Pátio de São Pedro passam a contar com música e festa, em apresentações de atrações contempladas no Plano Recife AMA Carnaval, sempre no início da tarde. Ciranda - Em setembro, a agenda cultural do Pátio ganha mais uma novidade, que vai convidar o Recife inteiro a dar as mãos. A partir do dia 2 (sexta), será retomada a tradição das apresentações de grupos de ciranda, sempre na primeira sexta-feira do mês. A iniciativa faz parte de uma série de ações e programações, previstas para os próximos meses, que integrarão o projeto Cultura que Toca no Pátio, criando novas tradições para dialogar com as belezas e histórias que a geografia secular daquele entorno guarda e conta. A Ciranda no Pátio resgata uma programação tradicional, que era oferecida nos idos de 1970, garantindo a salvaguarda da brincadeira que foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil no ano passado. A atividade será gratuita e aberta ao público, para perpetuar a brincadeira popular feita de dança e música, tecida na oralidade e repassada literalmente de mão em mão, em um de seus palcos historicamente mais cativos. PROGRAMAÇÃO PÁTIO DE SÃO PEDRO Dia do Folclore a Aniversário da Casa do Carnaval Sexta (26) 10h - Tudo Começa na Casa: roda de conversa com colaboradores que passaram pela Casa do Carnaval, que se confirma lugar concreto e simbólico, habitado e partilhado Domingo (28) 13h - Apresentações de agremiações culturais do Recife Ciranda no Pátio Dia 2 de setembro

Pátio de São Pedro com programação cultural reforçada no final de semana Read More »

André Mussalem celebra carreira e novos discos em show inédito

Celebrando 7 anos de carreira, pernambucano apresenta ao público repertório de seus dois últimos discos em show inédito com participações de Isadora Melo, Larissa Lisboa, Carlos Filho e Rodrigo Pinto.  O cantor e compositor pernambucano André Mussalem sobe ao Teatro do Parque hoje (19/08), 20h, para a estreia de seu novo show. "Memórias Distópicas do Capitão Melancolia" exalta e lança oficialmente em palco o repertório dos dois últimos discos do artista, marcando seu retorno aos shows presenciais desde o início da pandemia da Covid-19 e celebrando seus sete anos de carreira musical. O show apresenta pela primeira vez ao vivo para o público recifense o repertório dos álbuns "Distopia" (2020) e "As Memórias do Capitão Melancolia" (2022). O primeiro álbum, que congrega canções com tons políticos e humanitários, não pode ser lançado presencialmente à época devido ao isolamento social. Já o segundo, motivado por uma cirurgia de grande porte que o cantor fez, precisou aguardar a plena recuperação do artista para poder ir aos palcos. Ao passo que "Distopia", fruto de dois EPs lançados por Mussalem, apresenta uma poesia conceituada nos acontecimentos políticos e sociais do Brasil contemporâneo, "As Memórias do Capitão Melancolia", de tom mais pessoal, traz um relicário de influências e gostos pessoais do artista. O resultado é um show simbiótico, que fala do fora e do dentro, unindo dois discursos artísticos presentes na obra musical de André Mussalem. No repertório, estão canções como “Cinema, Democracia e Cartões Postais” e "Gente de Bem" - originalmente gravadas em duos com Zé Manoel e Flaira Ferro, respectivamente - que foram destaque nos debates pró-democráticos em 2020. Reúne também sambas existencialistas como "Capitão Melancolia", que referencia Sá e Guarabyra; "Quero Quero", em homenagem a Manuel Bandeira; e "Caetano Estaciona no Leblon", uma homenagem aos 80 anos de Caetano Veloso, que faz aniversário no mesmo dia que Mussalem. Por trás de cada canção, inspirações e histórias únicas, costuradas e apresentadas em uma narrativa musical inédita. Em cena, Mussalem canta acompanhado pelos músicos Rafael Marques (bandolim, cavaquinho e direção musical), Karol Maciel (acordeon), Rafael Meira (violão e guitarra), Caca Barreto (baixo), Ângelo Lima (clarinete e pífano) e Silva Barros (bateria). Além da banda, Mussalem recebe os convidados especiais Isadora Melo, Larissa Lisboa, Carlos Filho e Rodrigo Pinto.  “Será um belo momento de reencontro com o público, que ficará imortalizado também em disco, já que o show será gravado e registrado como álbum ao vivo”, comenta Mussalem. Com assinatura de produção da Atos Produções Artísticas, o show “Memórias Distópicas do Capitão Melancolia” será lançado em formato de disco ao vivo nas plataformas digitais, ainda sem data prevista. SERVIÇO: Show “Memórias Distópicas do Capitão Melancolia”, com André Mussalem Lançamento oficial dos discos “Distopia” e “As Memórias do Capitão Melancolia” Sexta-feira, 19 de agosto de 2022, 20h Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81 - Boa Vista) Ingressos: R$ 40 inteira, R$ 20 meia À venda na bilheteria do teatro no dia do show ou antecipadamente pelo Sympla: Mais informações: Instagram @mussalemoficial

André Mussalem celebra carreira e novos discos em show inédito Read More »

Engenho Massangana retoma atividades com exposições que celebram cultura afro-brasileira

Parque Nacional da Abolição, situado no local onde Joaquim Nabuco passou parte da infância, no Cabo de Santo Agostinho, equipamento cultural foi incluído no estatuto da Fundaj, passou por reparos estruturais e será reaberto no dia 19 de agosto com lançamento de livro e de mostras Após dois meses fechado para reparos estruturais, o Parque Nacional da Abolição, localizado no Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho, volta a receber o público no próximo dia 19 de agosto, quando se completam 173 anos do nascimento de Joaquim Nabuco. A ocasião, porém, é mais do que um retorno normal às atividades. O equipamento cultural vinculado ao Museu do Homem do Nordeste foi incorporado ao estatuto da Fundação Joaquim Nabuco. Reabrirá a partir das 10h, com cerimônia de lançamento de livro e inauguração de duas exposições.  Como explica o diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj, Mario Helio, a incorporação do Engenho Massangana ao estatuto e, posteriormente, ao regimento interno da Fundação ratifica o vínculo do espaço com a instituição, responsável pela ocupação e uso do local desde o tombamento. A medida visa reforçar o caráter museológico do Parque Nacional com sinalização já na placa de entrada. Trata-se, observa o diretor, de uma nova fase para o equipamento cultural, onde as pessoas escravizadas serão protagonistas da história, não os senhores de engenho.    Reafirmando o valor do Engenho Massangana como elemento fundamental para a formação de Joaquim Nabuco -, o abolicionista morou no local até os oito anos de idade-, as mostras Masanganu: memórias negras e Jeff Alan: pra deixar de ser pra inglês ver enfatizarão o legado da cultura afro-brasileira. O princípio dessas mostras norteará as futuras ações realizadas no espaço a partir do diálogo com as comunidades do entorno, entre elas as de Massangana e Engenho Serraria, além de associações de escritores, músicos e demais pessoas da sociedade, construindo assim uma pauta cultural conjunta.  Na cerimônia de abertura o diretor Mario Helio fará o lançamento da versão digital do livro “Camões e os Lusíadas”, ensaio publicado por Joaquim Nabuco em 1872 e reeditado neste ano pela Editora Massangana, da Fundaj. O lançamento do livro será divulgado pelos instagrans do Engenho Massangana (@engenho.massangana) e da Editora Bem-te-vi (@editorabemtevi), da família Nabuco. Essa obra de Nabuco traça a biografia do poeta português até a concepção da sua renomada epopeia que, naquele ano, completava três séculos. Esta reedição, marca os 450 anos de publicação de “Os Lusíadas”, poema épico inserido no hall das obras mais importantes da literatura de língua portuguesa.  ExposiçõesTrazendo já no título a palavra de origem africana que originou o nome do Engenho e do rio que passa por ele, a exposição “Masanganu: memórias negras” promove um diálogo entre documentos históricos relacionados à vida dos escravizados da propriedade onde Nabuco cresceu e obras artísticas de importantes vozes pretas do país. O projeto tem como proposta um uso decolonial tão complexo na história das populações marginalizadas no Brasil. A mostra exibirá, nas três salas da casa-grande do Engenho, material oriundo do acervo da Fundaj e do Museu da Abolição, com curadoria de Victor Carvalho e Henrique de Vasconcelos Cruz, além de trabalhos produzidos por artistas como Zózimo Bulbul, principal referência do cinema negro brasileiro; Marcelo D’Salete, um dos maiores nomes da literatura em quadrinhos do país; e Gê Viana, artista plástica maranhense que produz peças com colagens e arquivos sob uma perspectiva decolonial.  Entre os documentos históricos que farão parte da exposição, estão uma carta da madrinha de Nabuco, Ana Rosa Falcão, relatando a companhia de uma criança escravizada, Marcos, para a ida do pequeno Joaquim ao Recife; e uma lista de escravizados do engenho obtida a partir de um inventário. Também há imagens e textos que retratam as amas de leite e mucamas, mulheres escravizadas que eram exploradas na própria casa-grande onde a mostra será realizada. “Temos essa perspectiva decolonial aplicada aos museus, tornando protagonista determinadas populações que eram invisibilizadas. No nosso caso, os escravizados, pretos e pretas que foram contemporâneos de Joaquim Nabuco e foram esquecidos”, explica um dos curadores, Henrique de Vasconcelos Cruz. Fazendo referência à expressão usada para descrever algo sem efetividade, cunhada no século 19  como sátira à promulgação da Lei Feijó, que proibia o tráfico de escravos, mas nunca saiu do papel, a mostra “Jeff Alan: pra deixar de ser ‘pra inglês ver’” busca explicitar a relação entre memória e reconhecimento da população negra. Para levantar a questão, serão exibidas 12 obras do artista visual pernambucano Jeff Alan, que retratam importantes nomes do abolicionismo e da cultura afro-brasileira, como André Rebouças, Luís Gama, José do Patrocínio, Machado de Assis e Carolina de Jesus. “Liberdade pressupõe dignidade. Buscamos com essa exibição reavivar a memória daqueles que lutaram por esses ideais”, afirma a antropóloga e chefe da Divisão do Engenho Massangana e de Estudos Museais do Museu do Homem do Nordeste, Ciema Mello. Daltônico, Jeff Alan extrai nas pinturas retratos tão densos que se tem a impressão de que, a qualquer momento, as faces vão se desprender da tela. “Projeto a obra no espaço da Massangana de forma vivaz, com o desejo de um futuro melhor para o meu povo”, ressalta o artista. O Engenho MassanganaDe origem que remonta ao século 16, o Engenho Massangana foi construído em uma área de floresta antes habitada por indígenas, assim como outros engenhos de açúcar erguidos na região, tendo como provável fundador Tristão de Mendonça, que recebeu as terras do então donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho.  No clássico “Minha Formação”, Joaquim Nabuco dedica um capítulo ao engenho. Foi lá, ao observar a rotina e as condições de vida dos escravizados, que encontrou as bases para a construção dos ideais contra o regime escravocrata que vigorava desde o período colonial. Considerado “fogo-morto”, por não produzir mais açúcar, o engenho foi reconstituído em 1870, fornecendo insumos para a Usina Santo Inácio, que, depois, assumiu o controle da propriedade em razão de dívidas. Em 1972, o Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) desapropriou o engenho, que foi restaurado e transformado em museu.

Engenho Massangana retoma atividades com exposições que celebram cultura afro-brasileira Read More »

Quinteto Boa Vista apresenta o espetáculo “Carnaval dos Animais”

Projeto incentiva a democratização da música instrumental, em escolas, para o público infantojuvenil O Quinteto Boa Vista, formado pelos músicos Tiago Tenório, Mário Vítor Mendes, Melina Gama, Pierre Gonçalves e Fagner Zumba, apresenta o projeto Carnaval dos Animais, que acontece de 5 a 15 de setembro, no Recife, e em algumas cidades do interior de Pernambuco. Com foco na inclusão, a apresentação na capital pernambucana conta com intérprete de libras e folder em braille, além de áudio- descrição por QR Code. O projeto tem o intuito de democratizar o acesso do público infantojuvenil ao teatro, além de divulgar a música instrumental e de formar plateias para esse gênero musical. Serão seis apresentações para os estudantes de São Caetano, Agrestina, Bom Conselho, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e do Recife. A circulação do espetáculo tem o patrocínio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE, em seu 3º Edital FUNCULTURA – Música. Para apresentar a obra completa do espetáculo Carnaval dos Animais, do compositor francês Camille Saint-Saëns, o quinteto convidou cinco músicos e uma narradora. A obra conta a história de uma visita ao zoológico, onde os animais são apresentados por meio da música. Saint- Saëns utiliza de vários elementos musicais para estimular a imaginação do público, incentivando-o a criar as imagens dos animais. Os instrumentos emitem sons que se assemelham do canto de pássaros aos rugidos de um leão, ou retratam a lentidão das tartarugas ou a fluidez de um aquário cheio de peixes. “Acredito que seja uma experiência sinestésica valiosa para o público, não só as crianças e jovens, como também para os professores e educadores. Essa é uma boa oportunidade para usufruir da magia e do encanto que a música instrumental pode nos proporcionar”, explica Melina Gama, diretora do espetáculo. Vale ressaltar que todas as apresentações são gratuitas para alunos da rede pública de ensino de Pernambuco. Quinteto Boa Vista – o grupo surgiu em 2018, e é formado por professores de música da Escola Técnica Estadual de Criatividade Musical (ETECM– Recife), com o objetivo de expandir a cultura musical através de vários estilos da música instrumental de câmara. Em 2019, o quinteto participou do projeto “Música no Espaço O Poste”, realizado com o patrocínio do FUNCULTURA; do 2º e 3º Festival de Música Infanto-Juvenil Aurorinha; da 7ª e 8ª edição do Festival Aurora Musical, abrindo as programações, em 2019; e também do Festival de Cordas Mariza Johnson, em 2018. Programação PETROLINA / 5 de setembro de 2022, às 19h/ SESC Petrolina - Rua Pacífico da Luz, 618 Centro – Petrolina/PE SANTA MARIA DA BOA VISTA / 6 de setembro de 2022, às 14h/ IF Sertão – Campus Santa Maria da Boa Vista/ BR 428, Km 90, Zona Rural – Santa Maria da Boa Vista/PE AGRESTINA / 8 de setembro de 2022, às 10h30/ Centro Cultural Amara da Mazuca – Agrestina/PE SÃO CAETANO / 8 de setembro de 2022, às 15h/ Escola Coronel Camilo Pereira Carneiro - Avenida Luiz Coimbra, s/n, Centro – São Caetano/PE BOM CONSELHO / 9 de setembro de 2022, às 14h/ ETE Francisco de Matos Sobrinho - Rodovia PE 218, Km 14, s/n – Bom Conselho/PE RECIFE / 15 de setembro de 2022, às 15h/ ETEPAM - Avenida João de Barros, 1769, Encruzilhada – Recife/PE

Quinteto Boa Vista apresenta o espetáculo “Carnaval dos Animais” Read More »

Paulo André, produtor do Abril Pro Rock, lança livro “Memórias de um motorista de turnês”

Publicação tem incentivo do edital Recife Virado – Prefeitura do Recife. Evento com tarde de autógrafos acontece no Centro do Artesanato de Pernambuco, a partir das 16h (Foto: Thalyta-Tavares) “Memórias de um motorista de turnês” é a estreia literária de Paulo André Moraes Pires, produtor-executivo e curador de um dos mais relevantes festivais do Brasil, o Abril Pro Rock. O livro é uma revisão de uma vida de intensas experiências com arte, música e mercado cultural através de registros autobiográficos. O lançamento acontecerá neste sábado (13/08/22), às 16h, no Centro de Artesanato de Pernambuco, com entrada franca, onde o público poderá adquirir o exemplar. A publicação tem incentivo do edital Recife Virado – Prefeitura do Recife, com edição da Companhia Editora de Pernambuco (CEPE). Na publicação, o leitor vai encontrar crônicas sobre o que aconteceu ― ou do que Paulo André lembra de ter acontecido ― antes, durante e depois das suas “maiores aventuras da vida”: as turnês internacionais de Chico Science & Nação Zumbi. Os relatos foram reunidos no início dos anos 2020, impulsionados pelo período da pandemia e do isolamento social. “Me debrucei no acervo, nessa memorabilia. Me inspirei pra escrever textos sobre alguns momentos da minha vida — mas com ênfase, como diz o título do livro, nas andanças com as bandas mundo afora”, conta. Segundo Paulo André, sua “carreira internacional de motorista de turnês” começou na primeira viagem com Chico Science & Nação Zumbi, em 1995, e se confirmou na Afrociberdelia, em 1996. “Foi isso que tentei passar, de quando lembro desses personagens. Quando lembro da gente cruzando com os produtores do Trans Musicales, de Rennes, encantados com o show em Montreux, eu estou ouvindo Chico me dizer ‘meu irmão, te vira, Paulo… eu quero tocar!’, revela Paulo, logo na introdução do livro. Além dos textos, o leitor vai se deparar com verdadeiros achados ou relíquias, dependendo de quão fã é das tantas bandas e artistas citados no livro. “Quando me tornei profissional da música, sempre tive o cuidado de pedir tudo: o cartaz, o panfleto, a coletânea do festival. Quando vejo os objetos, as fotos, os flyers, as fitas-demo, eles me trazem lembranças não só de situações como dos próprios diálogos”, explica. No livro, muitas dessas memórias materializadas em itens colecionáveis também estão presentes em fotos e arquivos digitalizados. Como é o caso de uma foto de um cheque do lendário CBGB, berço de diversas bandas punk rock, em Nova York, que serviu de pagamento de 100 dólares para Chico Science, em 1995.

Paulo André, produtor do Abril Pro Rock, lança livro “Memórias de um motorista de turnês” Read More »

Teatro Mágico volta ao Recife com show "Luzente"

Após um hiato de cinco anos, os fãs do grupo poderão conferir o mais novo show do Teatro Mágico, que fará uma única apresentação, na cidade, no próximo dia 13 de agosto. Em turnê pelo Nordeste, o grupo traz para o público recifense uma proposta pautada no recente álbum, intitulado Luzente, com canções interpretadas pelo compositor e vocalista Fernando Anitelli, também responsável pela fundação do grupo, em 2003. As novas músicas propõem uma abordagem mais pop e dançante, mas preserva a essência do grupo, um dos nomes mais icônicos da música brasileira. O show também inclui a apresentação de clássicos do Teatro Mágico, como “O anjo mais velho”, “Pena”, “Camarada d’Água” e contará, também, com a participação especial da cantora paulistana Nô Stopa. Além das músicas, as características marcantes do grupo musical continuam presentes misturando elementos de circo e teatro, envolvendo a plateia com performances impactantes e interatividade, que conquistaram uma grande e devotada base em todo Brasil ao longo da trajetória do Teatro Mágico. A apresentação traz, ainda, temas da atualidade, instrumentistas e bailarinos caracterizados, canções solares, contagiantes, e uma proposta lúdica, voltada para a toda a família. Luzente é o sexto álbum de estúdio e oitavo da carreira do grupo, e teve como inspiração o cenário desafiador vivenciado pelo mundo nos últimos anos. “A ideia foi trazer uma fresta de luz e possibilidades em um cenário devastado”, afirmou Fernando Anitelli, que assina a produção com Daniel Santiago. Uma das músicas do novo trabalho chama-se Laço e é uma composição do pernambucano Igor de Carvalho. “Igor é um dos grandes compositores que tive a honra de conhecer na caminhada da Música. Ele cantou a canção para mim num encontro que tivemos e me apaixonei pela letra!”, frisou Anitelli. As 11 faixas foram mixadas e masterizadas pelo engenheiro de som Rodrigo Roots Sanches, ganhador de dois Grammys Latino. As canções são inéditas e tocadas por Fernando Anitelli (voz e violão), Daniel Santiago (guitarra, baixo, violão, piano e teclados), Nicolas Krassik (violino), Rafael dos Santos (bateria) e Rodrigo Sanches (bateria e efeitos sonoros). Serviço Show Luzente (Teatro Mágico)Data: 13 de agosto (sábado)Horário: 20 horasLocal: R. Dom Bôsco - Boa Vista, Recife - PEIngressos à venda em: ingressomagico.com.br

Teatro Mágico volta ao Recife com show "Luzente" Read More »