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Que tal um giro pelo interior de Pernambuco em 2025?

Explore as belezas naturais, culturais e históricas do Estado em roteiros inesquecíveis pelo Sertão, Agreste e Zona da Mata *Por Rafael Dantas Janeiro é mês de traçar aquelas metas para o ano e, porque não, também planejar as viagens e se aventurar pelo Agreste, Sertão e Zona da Mata? Preparamos um roteiro com várias indicações para explorar o interior do Estado, com os tradicionais destinos de frio, mas também com boas opções para o verão. Nas indicações estão tanto cidades com roteiros já reconhecidos como aquelas que estão despontando com novidades. Uma oportunidade de vivenciar novas experiências. Aproveitando os primeiros meses de maior temperatura do ano, não é só o turismo de sol e mar que atrai visitantes. O interior tem boas opções de cachoeiras e, mesmo, do ecoturismo que está em alta. O destino mais conhecido das quedas d’águas é Bonito, no Agreste, mas há ainda várias cidades com boas propostas de banho de rio, lago ou com parques aquáticos para se refrescar. “O interior de Pernambuco tem muitos destinos que podemos destacar no verão. Pensamos muito como se fosse só praia e mar, mas temos várias opções com rios e lagos, aventura e o turismo rural. Bonito tem cachoeiras e passeio de balão, Petrolina tem as praias de rio, por exemplo. Petrolândia tem o passeio à igreja submersa”, destacou Eduardo Loyo, presidente da Empetur (Empresa de Turismo de Pernambuco). O consultor em gestão do turismo e diretor da Revista Turismo na Serra, Edivaldo Quirino, recomenda que os pernambucanos conheçam as cidades que fazem parte do Vale do São Francisco. Os destinos se encaixam tanto no perfil do ecoturismo e de águas, como do enoturismo. “Os roteiros podem oferecer serviços que integram cidades vizinhas, como a Ilha de Rarrá, que faz divisa com a Bahia, à Prainha do Sobrado, em Petrolândia. Indicaria também Belém de São Francisco e a própria Petrolina, que têm destinos de águas e balneários”. Vizinhas de Petrolândia, Tacaratu e Jatobá têm apostado no turismo ecológico, de contemplação e de natureza. VINÍCOLAS EM ALTA Um roteiro crescente no interior do Estado, em opções e procura, são as vinícolas. Se antigamente as plantações de uva e produção de vinhos e espumantes eram passeios das cidades gaúchas, hoje Garanhuns e Lagoa Grande oferecem também boas experiências com essa proposta. O Sebrae vem apoiando a estruturação do enoturismo também em Gravatá, que terá a Vinícola do Agreste, mas com previsão de ter a primeira colheita em pelo menos dois anos e meio. Há projetos ainda em Camocim de São Félix e Bonito. Quem deseja viver neste ano uma experiência com enoturismo, Garanhuns oferece duas opções. No Vale das Colinas, além de degustar os vinhos, os visitantes podem fazer um piquenique, realizar o passeio de pedalinhos no lago e, claro, fazer a visitação ao parreiral. A outra alternativa é a Mello Vinícola que está fazendo sua primeira colheita em 2025. No Sertão, uma das grandes apostas da Empetur no segmento é Lagoa Grande. “A cidade abriga grandes produtores de vinhos e espumantes premiados que fizeram uma visita técnica em Bento Gonçalves e estão desenvolvendo a experiência do enoturismo na região”, sugeriu Eduardo Loyo. Um dos destaques da cidade é a Vinícola Santa Maria, que produz o vinho Rio Sol. Dá para fazer a visitação e emendar com um passeio de catamarã pelo Rio São Francisco. A cidade tem ainda a tradicional Garziera e a Adega Bianchetti Tedesco que tem como destaque uma produção orgânica. TURISMO RELIGIOSO Pernambuco tem um potencial de turismo religioso bem distribuído em todo seu território. Embora as igrejas mais conhecidas do Estado estejam na Região Metropolitana do Recife, o interior celebra grandes festividades, como a Missa do Vaqueiro, em Serrita, e as diversas Paixões de Cristo, com destaque para o espetáculo de Nova Jerusalém, no Brejo da Madre de Deus. Um roteiro que está recebendo investimentos para receber melhor os visitantes é o Santuário de Cimbres, em Pesqueira. Os fiéis buscam subir ao local do relato de aparição da Nossa Senhora das Graças, entre 1936 e 1937. A freira pernambucana, a Irmã Adélia, inclusive, que foi a testemunha das aparições, está em processo de beatificação e canonização pelo Vaticano. “Está em estudo a requalificação do Santuário, não só o acesso mas toda a estrutura de apoio aos peregrinos, como as casas de acolhimento e um espaço para realização de missa campal”, explicou Eduardo Loyo. Além da experiência religiosa, a vista do local é também deslumbrante. O passeio em Pesqueira pode ser combinado com uma experiência de hospedagem ecológica da Arawi Pousada, na Serra do Ororubá, além de uma visita ao Museu do Doce, alguns dos atrativos da cidade. Sobre as Paixões de Cristo, o Estado tem apoiado diversos municípios na realização das encenações em referência à Páscoa. Em Nova Jerusalém, os espetáculos acontecem entre 12 e 20 de abril. CULTURA E PAISAGENS As imponentes paisagens do Vale do Catimbau estão sendo recebidas por mais visitantes também. Em 2023, último dado disponível, foram 17 mil turistas circulando pelas trilhas e pelos ateliês de alguns destaques do artesanato pernambucano, como Luís Benício, Simone Sousa e Zé Bezerra. Com apoio do Sebrae, mais da metade dos guias cadastrados na associação já foi qualificada no ano passado. “O Vale do Catimbau tem 60 equipamentos ligados ao turismo, sendo 16 ateliês de artesãos. Não é um destino só para quem gosta de curtir trilhas, ver formações rochosas e pinturas rupestres. Mas é um celeiro de arte. As casas dos mestres-artesãos se tornaram pontos de visitação turística em que pode ser vivida até a experiência de produzir uma peça de artesanato”, destacou Gerlane Melo, gestora de turismo, artesanato e economia criativa do Sebrae Agreste Meridional. Há uma diversidade de hospedagens também, como pousadas, campings, hostels e chalés, para todos os gostos. São mais de 10 trilhas, de diferentes graus de dificuldade, para serem atravessadas pelos turistas do Brasil e também do exterior que estão se aventurando pelas belezas da região. O parque recebe visitantes durante todo o ano mas o recomendável

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Pernambuco reduz pobreza multidimensional infantil, mas desafios persistem

Estudo do UNICEF aponta avanços no estado, mas destaca desigualdades e necessidade de ações intersetoriais. Foto: Erico Hiller Pernambuco apresentou avanço na redução da pobreza multidimensional entre crianças e adolescentes de 0 a 17 anos. Segundo o estudo "Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil – 2017 a 2023", do UNICEF, o percentual caiu de 69,8% em 2019 para 64% em 2023. No cenário nacional, a queda foi de 59,5% para 55,9% no mesmo período. A melhoria foi impulsionada principalmente pelo aumento da renda familiar, favorecido pela expansão do programa Bolsa Família, e pelo maior acesso à informação. Apesar do avanço, o estado ainda enfrenta desafios significativos. Em 2023, 10,9% das crianças pernambucanas estavam privadas de educação, 38,4% sem acesso a saneamento adequado e 33% sem renda suficiente. A desigualdade racial também é alarmante: enquanto 45,2% das crianças brancas viviam em pobreza multidimensional, entre crianças negras esse número saltava para 63,6%. "A pobreza infantil é multidimensional porque vai além da renda. Ela é resultado da relação entre privações, exclusões e vulnerabilidades que comprometem o bem-estar de meninas e meninos", explica Liliana Chopitea, chefe de Políticas Sociais do UNICEF no Brasil. O estudo também evidencia disparidades entre áreas urbanas e rurais. Em regiões rurais de Pernambuco, a pobreza multidimensional alcançou 95,3% em 2023, enquanto nas cidades o índice foi de 48,5%. A falta de saneamento básico é um dos maiores problemas, afetando quase 92% das crianças nas zonas rurais. Diante desse cenário, o UNICEF reforça a importância de incluir a pobreza infantil multidimensional nas estatísticas oficiais e de implementar políticas públicas que priorizem esse público.

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Ramal da Arena recebe nova iluminação e sinalização

Obras garantem mais segurança e eficiência energética com investimento de R$ 1,2 milhão O Governo de Pernambuco deu início à segunda fase do Programa Ilumina-PE, com obras no Ramal da Arena, em São Lourenço da Mata. A iniciativa visa melhorar a segurança e a eficiência energética com a substituição de lâmpadas de vapor de mercúrio e sódio por luminárias de tecnologia LED. O investimento total da obra é de R$ 1.269.735,86, com previsão de conclusão até 15 de março. Nesta fase, serão instalados 100 postes e 182 pontos de iluminação LED ao longo de 3,5 km do ramal. A Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) destacou a importância dessas melhorias para o funcionamento da Arena de Pernambuco. “Essa é mais uma ação do governo Raquel Lyra nas rodovias estaduais. Dessa vez, nas proximidades da Arena de Pernambuco, que vem se transformando em um espaço multiuso de transformação social e prática de esportes”, afirmou Eduardo Loyo, presidente da Empetur. Além da iluminação, o Ramal da Arena também está recebendo novas placas de sinalização. Segundo Rivaldo Melo, diretor-presidente do DER-PE, “esta ação tem um papel fundamental na melhoria da trafegabilidade e segurança para os motoristas que circulam por essa região”. A iniciativa complementa outros investimentos na mobilidade urbana, que já somam R$ 38,4 milhões, incluindo obras já concluídas e em andamento no Ramal da Copa. A Arena de Pernambuco também investiu em novos ventiladores centrífugos para manter o sistema de inflação das bolhas de ar da fachada. Esses equipamentos são essenciais para garantir a integridade estrutural e estética do estádio, contribuindo para a eficiência energética e sustentabilidade ambiental.

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54% dos profissionais planejam mudar de emprego em 2025

Mudança de carreira e busca por melhores condições impulsionam o mercado de trabalho Com a chegada de 2025, mais da metade dos profissionais brasileiros demonstra interesse em novas oportunidades de emprego. Segundo a 30ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), 54% dos trabalhadores planejam trocar de empresa neste ano, refletindo um aumento de quatro pontos percentuais em relação a 2024. Esse movimento é impulsionado pela queda nas taxas de desemprego, especialmente entre profissionais qualificados, que registraram índice de apenas 3,0% no último trimestre de 2024, o menor desde 2015. Entre os que buscam novas oportunidades, 69% desejam mudar de empresa mantendo a mesma área de atuação, enquanto 31% querem explorar novos segmentos ou até mesmo iniciar uma nova carreira. Esse comportamento tem sido motivado por fatores como melhores salários, qualidade de vida, flexibilidade no trabalho e chances de crescimento profissional. Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul, alerta sobre a importância de planejamento nas transições profissionais: "Explorar novas oportunidades e perseguir a satisfação profissional será sempre visto como algo positivo, sem dúvida. Porém, é preciso ter uma visão estratégica da carreira, pois profissionais que mudam frequentemente de emprego sem justificativas convincentes podem ser mal interpretados pelo mercado." Por outro lado, a pesquisa também revelou que benefícios competitivos e um ambiente de trabalho positivo são decisivos para a retenção de talentos. Entre os principais fatores que mantêm os profissionais em suas atuais empresas estão benefícios e remuneração (56%), flexibilidade no modelo de trabalho (32%) e oportunidades de crescimento (27%). Para as empresas, a recomendação é investir em políticas de valorização de talentos e pacotes de benefícios alinhados ao mercado. Essas medidas são essenciais para reduzir a rotatividade e manter profissionais engajados. Mais informações sobre tendências do mercado de trabalho podem ser consultadas no Guia Salarial 2025 da Robert Half.

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8 de janeiro: dois anos do maior atentado contra a democracia após a queda da Ditadura Civil-Militar

Nos últimos dois anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou 371 pessoas envolvidas nos ataques de 8 de janeiro de 2023, que visaram os prédios dos Três Poderes. Entre as mais de duas mil pessoas investigadas, 898 réus foram responsabilizados, sendo 225 por crimes graves, como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Outros 527 participaram de ações menos graves e fizeram acordos com o Ministério Público Federal (MPF), resultando no pagamento de multas e cumprimento de penas alternativas. As condenações mais severas incluem penas que variam de três a 17 anos e seis meses de prisão. Em contrapartida, os réus de menor gravidade foram obrigados a pagar multas, prestar serviços comunitários e frequentar cursos sobre democracia. Além disso, 146 condenados tiveram restrições de liberdade, incluindo o uso de tornozeleiras eletrônicas, proibição de redes sociais e necessidade de autorização judicial para viagens. O balanço também revelou que 122 pessoas envolvidas nos ataques são consideradas foragidas. Entre elas, 61 deixaram o Brasil após romperem tornozeleiras eletrônicas, e pedidos de extradição foram enviados a países onde foram localizadas. Uma vez extraditados, os foragidos deverão cumprir pena em regime fechado. Punições e acordosAs multas pagas por 527 réus somaram R$ 1,7 milhão e foram acompanhadas de 150 horas de serviço comunitário. Além disso, os envolvidos se comprometeram a frequentar cursos presenciais sobre o funcionamento da democracia, oferecidos pelo MPF. Desde os ataques, apenas cinco pessoas foram absolvidas, segundo dados divulgados pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes. ;

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Concursos Públicos em 2025: Mais de 100 mil vagas e crescimento nas preparações

Oportunidades aumentam em diversos setores, e a busca por cursos preparatórios segue tendência de crescimento O ano de 2025 se apresenta como promissor para quem almeja ingressar no serviço público, com mais de 100 mil vagas previstas em concursos em esferas federal, estadual e municipal. A projeção da ACONEXA (Associação de Apoio aos Concursos Públicos e Exames) aponta uma forte tendência de crescimento no número de seleções. Estima-se que o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos irá disponibilizar 57 mil vagas no âmbito federal, podendo esse número atingir 63.766 com a possibilidade de novos postos. O aumento das seleções também deve se dar pela consolidação de concursos unificados, como o Exame Nacional da Magistratura (ENAM) e o Concurso Nacional Unificado (CNU), que garantem aos candidatos a chance de concorrer a vagas em múltiplos órgãos com uma única prova. Marco Antonio Araujo Jr., presidente da ACONEXA, afirma que “os concursos unificados têm se mostrado uma solução eficiente para ampliar a concorrência e reduzir custos, tanto para candidatos quanto para o governo”. A previsão é que em 2025 o CNU seja consolidado, com sua segunda edição programada para agosto. Além disso, o cenário estadual também é favorável, com destaque para as áreas de segurança pública, educação e saúde. “Considerando que as eleições para o Executivo estadual irão ocorrer no segundo semestre de 2026, há uma grande possibilidade de que as vagas para essas áreas sejam antecipadas para 2025”, explica Araujo. As prefeituras também devem abrir vagas para diversos cargos nas mesmas áreas, além de autarquias como o INSS. Entre os setores que mais devem demandar vagas estão a segurança pública, com destaque para a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, que oferecem remunerações atrativas e benefícios. Além disso, há uma expectativa de concursos voltados para a área fiscal e para os tribunais, com diversas oportunidades para cargos de técnico e analista. A área de educação também terá grande destaque, com o Ministério da Educação projetando um ENEM para professores, semelhante ao CNU, para contratações em redes públicas estaduais e municipais. Com a previsão de uma oferta expressiva de vagas e a complexidade das provas, a procura por cursos preparatórios tem aumentado. “Concurso público é um projeto de médio a longo prazo. Não se trata de sorte, mas de preparo técnico e estratégico”, afirma Araujo. A demanda por esses cursos cresceu 15% em 2024, e a expectativa é que o número continue a subir em 2025. Para quem busca sucesso nos concursos, é fundamental seguir uma rotina de estudos disciplinada e se manter atualizado sobre os editais.

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Escola Baby Mel realiza inscrição para a colônia de férias de verão

Neste mês de janeiro, a Escola Baby Mel, que funciona no bairro do Parnamirim, zona norte do Recife, abre as portas do seu “quintal” para mais uma colônia de férias de verão, com muitas atividades refrescantes e lúdicas, pensada em todos os detalhes para a criançada aproveitar ao máximo a programação. Comandada pelo educador e recreador infantil Tio Lulão e pela educadora Jane Mendonça, as atividades foram cuidadosamente pensadas para crianças de 2 a 8 anos, oferecendo acolhimento, interação e momentos de muita diversão. Na programação, brincadeiras com bolas d’água, banho de mangueira, corrida maluca, diversão com borrifadores de água e muitas outras atividades lúdicas.  Mais criatividade lúdica e menos telas Nas férias, menos telas e mais vida: momentos ao ar livre e longe dos eletrônicos ajudam as crianças a desenvolver criatividade, melhorar o sono e fortalecer laços com a família e os amigos. “A ideia é estimular as crianças a se divertirem de forma saudável, interagindo, correndo, liberando toda a energia longe das telas e eletrônicos”, afirma a diretora da Escola Baby Mel, Mônica Borges. Brincar nas férias é essencial para as crianças, pois estimula a criatividade, fortalece vínculos e proporciona momentos de alegria que ajudam no seu desenvolvimento emocional e social. Serviço:

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Por um olhar mais atento à felicidade

O tema tornou-se uma prioridade para as pessoas que já não concordam em passar longas horas do dia no trabalho, para empresas atentas à ameaça do Burnout na sua equipe e por governantes que constatam que o desenvolvimento de um País não pode ser baseado apenas no crescimento econômico. *Por Rafael Dantas Talvez você conheça alguém que pediu demissão de um trabalho que adoecia e procurou cuidar mais da saúde em uma ocupação que exigia menos. Ou já deve ter ouvido sobre os projetos de vida de alguém que sonha em se aposentar e morar numa cidadezinha menor, com outro ritmo de vida. Esses perfis estão conectados a uma mudança de percepção da sociedade em que a busca pela felicidade ganhou um outro patamar. A corrida pelo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) segue sendo o indicador mais valorizado no noticiário, pelo mercado. Porém, diante de uma sociedade cansada e com maiores preocupações com a saúde mental, outros parâmetros ganham força. A soma deles é o que vem sendo chamado de FIB: a Felicidade Interna Bruta. Você já ouviu falar? O FIB é um conceito que foi desenvolvido no pequeno país asiático do Butão. Enquanto há um cálculo mais objetivo na medição da economia, a felicidade da população lida com muitos fatores diversos. Afinal, o que torna um indivíduo feliz nem sempre é o mesmo que satisfaz o vizinho ou o familiar que está em casa. Porém, no emaranhado de subjetividades que nos formam, a ciência anotou alguns critérios a serem observados e buscados por todos. “A Felicidade Interna Bruta é gerada de modo a demonstrar cientificamente a felicidade e o bem-estar geral da população. A medida informa os atuais níveis de satisfação humana, de forma dinâmica e também traz informações importantes para a política governamental”, explica o microbiologista, psicanalista e filósofo, Bruno Severo Gomes, que é professor do Centro de Ciências Médicas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). A metodologia para se medir a felicidade de uma população varia de acordo com a organização que a calcula. Porém, ela une estudos que analisam a satisfação com a vida, dados econômicos (como PIB per capita, desigualdade), indicadores de saúde (a exemplo da expectativa de vida e dos acesso a serviços) e de educação (acesso, qualidade). Também entram no campo de análise fatores como liberdade e participação social, confiança nas instituições e qualidade do meio ambiente. O olhar sobre essa pauta levou a UFPE a criar, em 2019, a disciplina de Felicidade, que é ministrada pelo professor Bruno Severo Gomes. Ele explica que a proposta da criação e existência da matéria foi baseada na ciência da felicidade e nos estudos da neurociência e das emoções, e sua ligação com propósito de vida, saúde mental e inteligência emocional. FIB SERÁ MEDIDO EM FERNANDO DE NORONHA Neste mês foi anunciado pelo Butão que o indicador do FIB será implementado pela primeira vez no Brasil. O local escolhido para a realização do estudo será em Pernambuco, no paradisíaco Fernando de Noronha. “O arquipélago foi escolhido como projeto-piloto do FIB no Brasil devido ao seu modelo de desenvolvimento sustentável, que já conta com diversas iniciativas voltadas para a preservação ambiental e o bem-estar da comunidade”, afirma Caio Queiroz, CEO da Aguama Ambiental, que será o executor do estudo em território nacional. A opção pelo arquipélago pernambucano, porém, não foi apenas por motivações naturais, segundo Caio. “A ilha apresenta uma comunidade coesa e engajada, com uma conexão forte entre seus habitantes e o meio ambiente, o que facilita a implementação e avaliação de ações voltadas para a qualidade de vida. O ambiente único de Noronha, com uma economia altamente dependente do turismo sustentável, oferece um cenário ideal para testar e ajustar a metodologia do FIB antes de expandi-la para outros contextos no Brasil”. O IMPACTO DA PANDEMIA A crise sanitária e econômica gerada pela Covid-19 deixou muitas sequelas pelo Brasil e pelo mundo. Além dos milhões de mortos, a pandemia criou um desarranjo no consumo das famílias que ainda não foi superado. A queda do poder de compra lidera as preocupações sociais no Brasil, afetando 88% da população neste ano, segundo estudo da BNP Paribas Cardif. O aumento da taxa de juros também é motivo de inquietação para 72%. Mesmo com a redução significativa das taxas de desemprego, que alcança recordes históricos, a instabilidade do mercado de trabalho segue tirando o sono dos brasileiros. Na mesma pesquisa do BNP Paribas Cardif, 63% dos entrevistados afirmaram temer perder sua principal fonte de renda em curto ou médio prazo. “As consequências econômicas e sociais da pandemia – como desemprego, desigualdade e a sensação de desconexão social – reforçaram a importância de índices como o FIB para guiar políticas públicas que vão além do crescimento econômico tradicional e abordam o bem-estar de maneira mais ampla e integrada”, destacou o CEO da Aguama Ambiental. Associados às dificuldades de ordem econômica das famílias, os problemas relacionados à saúde mental e emocional dispararam. O País, cuja imagem remete ao samba, futebol e carnaval, agora é o quarto mais estressado do mundo, segundo o relatório World Mental Health Day 2024, produzido pela Federação Mundial de Saúde Mental. Quase metade (42%) reclama de problemas relacionados ao estresse e 54% consideram a saúde mental como o maior problema de saúde do País. Em sintonia com esses dados, o Ministério da Previdência Social apontou ainda que a ansiedade é a terceira maior causadora dos afastamentos de trabalho no Brasil. “A discussão sobre o FIB ganhou muito mais força nos últimos anos, especialmente devido à crescente atenção à saúde mental e às consequências da chamada 'sociedade do cansaço'. O aumento do estresse, ansiedade e casos de burnout, agravados pela pandemia, trouxe a necessidade urgente de repensar os modelos de desenvolvimento e qualidade de vida”, reforçou Caio Queiroz. INFELICIDADE NO TRABALHO E BURNOUT Uma pesquisa da Gallup, intitulada State of the Global Workplace 2024, destacou um panorama preocupante sobre o bem-estar emocional dos trabalhadores brasileiros. Segundo o estudo, 46% dos profissionais no Brasil afirmaram estar estressados, enquanto

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Da lama e do caos: a sustentabilidade que vem dos manguezais

Com grande capacidade de armazenar e capturar carbono, berçário de muitas espécies e sustento de várias famílias, manguezais sofrem com o processo desordenado de urbanização. Mas surgem iniciativas para sua preservação. *Por Rafael Dantas Os manguezais vistos por Chico Science nos anos 90 seguem sendo o abrigo de uma rica fauna e flora, mas dividindo cada vez mais espaço com lixo, resíduos industriais e com o avanço dos extremos da cidade. A lama, os caranguejos e os homens anfíbios interagem no cenário do mangue. O ecossistema se mostrou, pelos estudos acadêmicos de pesquisadores brasileiros e americanos, fundamental para o armazenamento de carbono. Um “caos” para os olhos humanos, mas fundamental para o equilíbrio ambiental e social. Um estudo publicado pela revista científica Biology Letters, realizado em parceria por pesquisadores da Universidade Estadual do Oregon, Universidade Federal do Espírito Santo e da Universidade de São Paulo, revelou que um hectare de mangue no Nordeste armazena oito vezes mais carbono que a mesma área de caatinga. Na Amazônia, o ecossistema consegue dobrar a contribuição dada pelas florestas. Mas esse não é o único benefício oferecido pelos manguezais. O seu papel para o equilíbrio climático é muito significativo, segundo Mauro de Melo, que é professor da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e pesquisador associado ao projeto Recife Cidade Parque. “Os manguezais são um dos maiores sequestradores de carbono do planeta. Os cientistas chamam essa característica de carbono azul. Essa capacidade de sequestrar carbono é crucial no contexto das mudanças climáticas, pois contribui para a mitigação do aquecimento global. A proteção e restauração desses ecossistemas são essenciais para manter essa função ecológica, ajudando a reduzir a concentração de CO₂ na atmosfera”. Além dessa contribuição no sequestro e estoque de carbono, o pesquisador Clemente Coelho Junior, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco, destaca entre os benefícios ofertados pelos manguezais a manutenção da biodiversidade marinha e costeira, a retenção de sedimentos e a proteção da linha de costa, por exemplo. “O manguezal é reconhecido por ser o berçário do oceano. Estima-se que cerca de 70% das espécies de organismos costeiros utilizam pelo menos uma fase da sua vida nesse ecossistema. São espécies de importância econômica que geram emprego, renda e garantem a segurança alimentar das comunidades tradicionais. As suas árvores têm grande capacidade de reter poluentes e absorver nutrientes oriundos de esgotos domésticos. Nas grandes cidades litorâneas, esse papel se destaca, dado o baixo índice de tratamentos de efluentes”, explicou o professor. No emaranhado de raízes e troncos, o professor conta que o ecossistema retém partículas trazidas pelas marés, evitando o assoreamento dos estuários e diminuindo a turbidez das águas que chegam no oceano. O docente destaca que o mangue atua como uma armadilha para resíduos lançados nos rios, como plástico, isopor e outros, que ficam aprisionados entre as raízes. Além disso, a própria vegetação diminui a energia das marés e serve como atenuadora do seu efeito erosivo. Um benefício e tanto, especialmente para o Recife, que é considerada a capital mais vulnerável à elevação do nível do mar. O SUSTENTO QUE VEM DO MANGUEZAL Em Pernambuco, os manguezais abrangem uma área de 17 mil hectares, aproximadamente 0,2% do território do Estado, segundo o Atlas dos Manguezais do Brasil (2018). A presença do ecossistema se espalha em regiões como na Reserva Extrativista Acaú-Goiana (na divisa com a Paraíba), nas ilhas de Itamaracá e de Itapessoca e em Maria Farinha. No Recife, os manguezais estendem-se pelos rios Capibaribe, Jordão, Pina, Beberibe e Tejipió. A publicação destaca ainda a bacia do rio Sirinhaém, com estuário com manguezais bem preservados. “Esse trecho do litoral de Pernambuco ainda guarda a prática da pesca artesanal em diversas comunidades localizadas às margens dos rios que convergem para o Atlântico”. Acerca da capital pernambucana, o Atlas afirma que a “história da ocupação da cidade do Recife é a história dos mocambos, escrita pela população pobre que só tem alternativa de moradia se invadir áreas naturais, tais como os manguezais”. Um cenário narrado décadas atrás por Josué de Castro. Apesar dos moradores e visitantes da cidade ainda visualizarem grandes manguezais, os aterros sucessivos, canalizações e a modificação dos cursos d’água para deixá-los retos no século passado foram responsáveis pelo desaparecimento de boa parte desse ecossistema. Além dos benefícios ambientais, é das lamas e do caos desse ecossistema que muitos pernambucanos tiram seu sustento e alimentam a rede gastronômica do Estado. Claudilene Gouveia, conhecida como Irmã Dal, 62 anos, passou mais de meio século entre as águas dos manguezais pernambucanos. Moradora de Barra de Sirinhaém, no litoral sul, ela aprendeu o ofício com a mãe, que era marisqueira. Hoje, já aposentada de outras atividades profissionais, ela segue indo para a pesca, onde tira a renda complementar da casa. Por causa da quantidade elevada de pescadores, marisqueiros e de outros trabalhadores do mangue na Barra de Sirinhaém, ela costuma alugar um carro para se deslocar até Paulista para procurar aratus. Um trabalho que ela faz de duas a três vezes por semana. “Gosto muito de trabalhar no mangue. Isso ajuda na minha renda financeira, toda semana tenho meu trocadinho na mão. Eu coleto, cozinho, quebro e entrego aratu para a revenda em feiras e praias”. Enquanto retira do mangue um complemento de renda, a Irmã Dal olha com preocupação o aumento dos resíduos e do esgoto derramado nas águas já escuras que compõem a paisagem desse quase invisível ecossistema. “Não desmatamos nada, nem deixamos o mangue quebrado. Mas a destruição dele, principalmente em Paulista, é horrível. É uma lixaria e um fedor, que ninguém consegue andar em algumas partes. Está muito perto das casas mais humildes da cidade também”, lamenta Claudilene. AS AMEAÇAS AOS MANGUEZAIS O depósito de esgotos urbanos e industriais e o avanço desordenado da cidade em direção aos manguezais, dois fenômenos observados pela marisqueira, estão entre os maiores vilões contra a preservação do ecossistema. Porém, eles não são os únicos. O próprio desmatamento e a pesca ilegal estão entre as ameaças. “Manguezais próximos a cidades sofrem pressões diversas,

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Retrospectiva: Pernambuco em Perspectiva discutiu os caminhos para o desenvolvimento do Estado

Projeto debate os desafios e oportunidades para o desenvolvimento de Pernambuco nas próximas décadas Em 2024, o projeto Pernambuco em Perspectiva, uma parceria entre a TGI, Rede Gestão e a Revista Algomais, se tornou um importante espaço de reflexão sobre o futuro do Estado. Com um enfoque estratégico e urgente, o projeto resgata discussões que começaram ainda na década de 50, com os estudos de Joseph Lebret, e traz à tona a necessidade de retomar o planejamento para o desenvolvimento de Pernambuco, especialmente em um momento de transformações globais aceleradas. Ao longo de diversos meses, o projeto produziu reportagens e conteúdos que abordaram questões relevantes para o futuro de Pernambuco, como a importância da recuperação da capacidade pública de planejamento e as soluções necessárias para o desenvolvimento sustentável, com foco no semiárido e na transição energética. Além disso, foram discutidos temas como inovação, educação e a importância de regenerar a economia para garantir um crescimento sustentável e inclusivo para o Estado. A série de reportagens e entrevistas, realizada pelos jornalistas Cláudia Santos e Rafael Dantas, também explorou os caminhos para o desenvolvimento da indústria, as oportunidades do cenário nordestino e as travas que ainda dificultam o avanço de Pernambuco em setores estratégicos. Com um olhar atento ao cenário local e global, o Pernambuco em Perspectiva se posicionou como um marco para o debate sobre as direções que o Estado precisa tomar para garantir um futuro próspero e equilibrado. Você pode conferir todas as reportagens no link Pernambuco em Perspectiva

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