Da Prefeitura do Recife A Prefeitura do Recife lançou, ontem (22), o Primeiro Relatório Anual de Segurança Viária, com tratamento estatístico dos dados de sinistros de trânsito ocorridos no Recife, no período entre 2017 e 2020, indicando uma redução de 29% nas vítimas fatais de sinistros de trânsito nesse período. O documento foi elaborado em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global (BIRGS). Os dados de segurança viária no Recife foram apresentados pelo prefeito João Campos em reunião com a diretora global de desenho de cidades da NACTO-GDCI (National Association of City Transportation Officials), Skye Duncan. Na reunião, estavam presentes, também, Dante Rosado e Jonas Romo, coordenadores da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária. O relatório lançado pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Política Urbana e Licenciamento (Sepul) e da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), pode ser acessado pelo link: https://cttu.recife.pe.gov.br/relatorio-anual-de-seguranca-viaria “Conseguimos firmar uma parceria muito boa com a Bloomberg e NACTO-GDCI que tem feito toda a diferença, porque funciona com efetividade. Isso é muito forte. Que a gente possa prolongar essa parceria para ver que, mais do que ações concretas, a gente tem resultados aparecendo, que mostram a melhora de estatísticas e indicadores da cidade. Tenho certeza que essas ações vão ter um efeito na vida de muita gente. Mais uma vez, o Recife faz um movimento ousado e de vanguarda. Vamos fazer novas ações e continuar no caminho da inovação, uma marca importante dessa parceria”, acrescentou o gestor municipal. “Ações como o Urbanismo Tático não eram uma realidade no Recife, não existia nada parecido com isso. Através dessa parceria tornamos isso uma verdade. Através dos indicadores, vemos que o caminho escolhido, foi o caminho certo. As intervenções de Urbanismo Táticos trazem a leveza da pintura e levam à descoberta de espaços públicos pelas pessoas. É possível valorizar muito uma área. Quando a gente escolhe uma área, baseada em indicadores, para resolver um problema, seja número de acidentes, mortalidade ou vulnerabilidades sociais encontradas, a gente consegue resolver problemas efetivos na cidade”, declarou o prefeito do Recife, João Campos. Na ocasião, Skye Duncan reconheceu a determinação da gestão da Prefeitura do Recife em adequar as ruas para as pessoas e em diminuir os sinistros de trânsito na cidade. A líder da organização falou, ainda, sobre os projetos de urbanismo tático implantados na execução da política de mobilidade, que são decisivos para reduzir, em média, 41% os sinistros de trânsito com vítimas nas áreas implantadas. “Nós vemos a cidade como um líder global nessa área e com oportunidades para que a gente consiga ganhar mais espaços públicos, para servir mais pessoas ao invés de só veículos. No Recife, vemos o sucesso da mobilidade e da segurança mudando a vida e os hábitos das pessoas. Essas transformações rápidas mostram resultados bastantes impactantes na redução da velocidade de veículos e em relação à segurança das pessoas mais vulneráveis. Transformações que demonstram que é possível fazer uma melhor definição das ruas, para as pessoas se sentirem mais seguras ao caminhar e conviver com os espaços públicos”, destacou a diretora global de desenho de cidades da NACTO-GDCI (National Association of City Transportation Officials), Skye Duncan. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortes no trânsito em países subdesenvolvidos é de 27,5 mortes por 100 mil habitantes, enquanto as nações de alta renda apresentam 8,3 mortes na mesma escala. “Podemos observar que o índice de sinistros de trânsito está intimamente ligado à desigualdade social e que é algo a ser resolvido, pois traz grandes custos, tanto às gestões públicas, quanto às famílias afetadas”, destaca a coordenadora de vigilância e avaliação da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária no Recife, Amanda Maria da Conceição. No Brasil, a média de mortes no trânsito em 2020 foi de 14,7 por 100 mil habitantes. O Recife se encontra abaixo da média nacional, com 6,59 mortes por 100 mil habitantes. Ainda assim, os sinistros de trânsito estão entre as dez principais causas de óbito na cidade. DIAGNÓSTICO – De acordo com as informações tratadas no Primeiro Relatório Anual de Segurança Viária do Recife, no período analisado, entre 2017 e 2020, o Recife apresentou uma redução de feridos no trânsito de 11,3% (2.140 para 1.897). Entre as vítimas fatais, a redução no mesmo período foi de 28% (153 para 109). Em todos os anos da série histórica analisada, as principais vítimas feridas foram motociclistas, já entre as vítimas fatais, as maiores ocorrências foram com pedestres, seguidos de motociclistas. Quanto à idade, as principais vítimas feridas foram entre 20 e 39 anos em todos os anos analisados. Entre as vítimas fatais, a distribuição teve maioria entre 20 e 59 anos de idade. Outro dado importante fornecido pelo relatório foi a distribuição espacial dos sinistros de trânsito, georreferenciados. Além do tratamento desses dados, foi analisado os principais fatores de riscos que levam as ocorrências de sinistros de trânsito. A Johns Hopkins University (JHU), em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global (BIRGS), realizou uma pesquisa observacional e recolheu dados em mais de 40 mil situações sobre o comportamento dos condutores recifenses quanto a três dos principais fatores de riscos listados pela OMS: excesso de velocidade, uso incorreto do cinto de segurança e uso incorreto do capacete em motociclistas. Quando analisado apenas os motociclistas, 49% excedem a velocidade e 13,7% não utilizam o capacete corretamente. No que diz respeito ao uso do cinto de segurança, 85,4% dos condutores analisados fazem uso do cinto de segurança. GESTÃO DE DADOS – A Prefeitura do Recife tem investido cada vez mais na gestão de dados relacionados à mobilidade. Em 2021, o eixo lançou a nova Pesquisa de Origem e Destino, que vai levantar informações sobre as mudanças de mobilidade a partir da pandemia da covid-19. A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) tem investido em pesquisas de contagem de fluxo de pedestres, ciclistas e veículos motorizados antes e depois das intervenções, para mensurar a efetividade dos