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Colunistas

O Engenho Poço Comprido

O engenho de açúcar foi, desde os primórdios da colonização, uma espécie de célula formadora da civilização que se implantou com a cultura do açúcar em terras brasileiras. Confirma Antonil, in Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas (1711), a existência de dois tipos de engenho: o engenho real, para agricultores de grandes cabedais (posses) e as engenhocas, um tipo de fábrica de menor proporção, necessitando o primeiro de cerca de 150 a 200 escravos. O engenho real, tão bem representado em quadros e desenhos assinados por Frans Post (1612-1680), era movido a água e sua produção chegava a 4000 pães (formas) de açúcar, incluindo as canas moídas de sua propriedade e as dos lavradores sem engenho. Num só engenho real estariam reunidos os mais diferentes profissionais, todos indispensáveis para o sucesso do empreendimento. Daí se fazer necessário: escravos de enxada e foice, no campo e na moenda; os mulatos, mulatas, negros e negras do serviço da casa ou em outras partes, barqueiros, canoeiros, calafates, carpinas, carreiros, oleiros, vaqueiros, pastores e pescadores; um mestre de açúcar, um banqueiro (seu substituto), um contra banqueiro, um purgador, um caixeiro (no engenho e outro na cidade), feitores, um feitor-mor e o capelão. Para Antonil, “ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo ser servido, obedecido e respeitado por muitos. E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho quanto proporcionadamente se estimam os títulos entre os fidalgos do reino. Porque engenhos há na Bahia que dão ao senhor quatro mil pães de açúcar e outros pouco menos com açúcar obrigado à moenda, e cujo rendimento logram o engenho ao menos a metade, como de qualquer outra que nele livremente se mói, e em algumas partes ainda mais que a metade”. Poucos engenhos de açúcar de Pernambuco conservam os traços dos tempos áureos da indústria do açúcar como o Engenho Poço Comprido, de propriedade da Usina Laranjeiras, aberto à visitação no município de Vicência, situado no Vale do Siriji, próximo à Nazaré da Mata. Esse exemplar dos primitivos engenhos pernambucanos aparece dominando a várzea. Sua casa-grande com o telhado disposto em quatro águas, é estruturada em madeira sobre colunas de alvenaria, em forma de edificação longa, cujo acesso à varanda é feito por duas escadas. Trata-se de uma construção mista, reunindo no mesmo edifício a casa-grande e sua capela. Segundo Silva Telles, “o avarandado que corre a frontaria, com estrutura de madeira, e a aparente irregularidade com que se distribuem os vãos podem sugerir certa ingenuidade na composição; entretanto, a construção é bem proporcionada e de extrema elegância”. ¹ O professor Geraldo Gomes, em seu Engenho & arquitetura, classifica as casas-grandes em nove tipos, de acordo com as linhas mestras de concepção e composição arquitetônicas. A casa-grande do Engenho Poço Comprido integra-se ao grupo I, subdivisão C, sendo conhecidas como nortenhas, por sua semelhança com as casas rurais do norte de Portugal: dois pavimentos, o superior sustentado por esteios de madeira ou por colunas de alvenaria de tijolos; paredes em pau-a-pique, alvenaria ou adobe; planta retangular; coberta de telha de barro, em quatro águas, sobre estrutura de madeira, prolongamentos eventuais de uma ou mais águas para cobrir cômodos salientes; o piso do pavimento superior em pranchas de madeira apoiadas sobre vigas, também, de madeira. A subdivisão C tem como marca a escada externa, dando acesso à pequena varanda da fachada principal e coberta por prolongamento de uma das águas do telhado da casa. Bastante notada por viajantes estrangeiros no século 19, o que pode sugerir sua frequência naquele século e no anterior. O pavimento térreo do Engenho Poço Comprido é atualmente fechado, mas é possível que tenha sido originalmente aberto e as paredes que ligam os pilares que sustentam o pavimento superior sejam de construção recente. Uma das características do tipo é a versatilidade de uso do espaço rés-do-chão.² As capelas são divididas por Geraldo Gomes em três tipos de partidos arquitetônicos. No primeiro grupo aparecem dispostas, obedecendo à disposição da nave, capela-mor e sacristia dispostas em três volumes distintos, conforme aparecem nas telas de Frans Post. No segundo grupo, ao qual se filia a capela do Engenho Poço Comprido, a nave central é ladeada por galerias laterais, onde se localizam as escadas de acesso ao coro e ao púlpito. No caso em questão, a capela aparece no mesmo paramento da casa-grande, estando ligada a esta por galerias de dois pavimentos. O pavimento superior da lateral da capela é ligado ao pavimento do mesmo nível da casa-grande contígua. Dessa forma, garantia-se o privilégio do isolamento para os familiares dos senhores de engenho que tinham acesso a cômodos no pavimento superior, nos quais assistiam os ofícios religiosos através de tribunas na nave e na capela-mor. Localizada à direita da casa, a capela “apresenta fachada vazada por uma porta de verga reta e sobreverga de pedra com óculo lobulado ao centro. O cornijamento ondulante é encimado por frontão em volutas, cruz e pináculos. Cobertura em duas águas. Há puxadas laterais com telhado escondido e, à direita, uma porta de verga reta. À esquerda, na altura das janelas do coro, vê-se uma pequena janela retangular”. ³ Trata-se, pois, de um dos raros resquícios das casas-grandes do século 18, complementada pela capela contígua e pelo edifício da fábrica com a sua chaminé. O conjunto encontra-se inscrito como Monumento Nacional, no livro das Belas Artes, v. 1, sob o n.º 468, em 21 de maio de 1962 (Processo n.º 358-T/46). 1 - TELLES, Augusto Carlos da Silva. Atlas dos monumentos históricos e artísticos do Brasil. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1975. p. 43. 2 - GOMES, Geraldo. Engenho & arquitetura. Recife: Fundação Gilberto Freyre, 1997 p. 47-51. 3 - CARRAZZONI, Maria Elisa (Coord.) Guia dos bens tombados. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1980.

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Algomais para além da crise

Participo do projeto da Revista Algomais desde a sua pré-história. Desde quando não era mais do que uma mera ideia daquelas que correm o sério risco de não passar de um simples sonho de uma noite de verão, até hoje, mais de 10 anos depois, quando da decisão de Sérgio Moury Fernandes e Luciano Moura que resolveram concluir suas participações no projeto para cuidar integralmente da Engenho de Mídia, a empresa deles. Já disse aqui nesta Última Página, na condição de colunista mais antigo, que tenho um enorme orgulho de ter contribuído muito de perto desta construção que envolveu muita dedicação, trabalho e seriedade de todos os envolvidos sobretudo de Sérgio e Luciano que tocaram executivamente a publicação ao longo da década passada. Com a saída deles, nós da TGI assumimos a responsabilidade de dar continuidade ao trabalho realizado e de seguir mantendo a publicação com o mesmo nível de qualidade alcançado. Não será tarefa fácil, sabemos disso, mas estamos decididos a fazê-lo. E como dizia o empresário paraibano, radicado em Campina Grande, Dão Silveira: “quem tem a vontade já tem a metade”. Fazemos isso num momento especial: uma crise econômica devastadora, que assolou o País e atingiu duramente Pernambuco. A Algomais começou reportando o novo momento de desenvolvimento do Estado que levaria a economia local a crescer mais do que a do Brasil por muitos anos seguidos. Agora, a rebordosa é grande, mas começou o período de reversão. A crise cumpre o seu ciclo: depois de uma queda recorde da atividade econômica que em dois anos provocará uma recessão de algo em torno de -9,0% do PIB, pelo menos tudo faz crer que o pior está passando. Paramos então de piorar, essa é a notícia boa. Temos, todavia, ainda um exigente tempo de recuperação pela frente. Mal comparando é como se o trem da economia (o PIB do País) tivesse parado, começado a andar para trás e parado de novo. Agora, temos todo esse percurso de marcha ré a recuperar para chegar de novo no ponto de onde paramos de avançar e, daí, continuar em frente no terreno positivo. Em Pernambuco isso também vai acontecer. Será, portanto, neste cenário de recuperação, que se dará a nova fase da Algomais – a Revista de Pernambuco. No cenário para além da crise. Continuamos contamos para isso com o apoio e o prestígio que sempre tivemos dos leitores e anunciantes. Vamos lá!

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Conexão Recife-Hoorn

Horácio, amigo querido, foi passar as férias com as crianças na Holanda. Hospedou-se na casa da cunhada brasileira, casada com um holandês de nome russo, Kiril. Filho de mãe francesa – que criou-se na Venezuela –, de pai holandês e neto de russos. Enfim, Kiril é fruto da globalização. Uma mistureba danada. Apaixonado pelo Brasil, treina capoeira, gosta de samba-rock, bossa-nova e fala português fluente com sotaque nordestino. A estadia de Horácio nos Países Baixos serviu para obter informações e matar a curiosidade acerca da imagem que o Brasil possui por lá. Horácio é curioso e gosta de saber o que pensam sobre nós. Conversou com holandeses, amigos do Kiril, e com brasileiros que lá tentam a vida. Sua “pesquisa” in loco se concentrou em cidade do “interior”, Hoorn. Com grande importância histórica, não é cosmopolita como Amsterdam e Roterdam. Mas estar lá nas entranhas interioranas de um país pitoresco permitiu a Horácio compreender, por alguns dias, como o típico holandês vive e pensa. Mas o meu amigo descobriu, para a sua decepção, que os loiros estão pouco se lixando para a terra brasilis. A maior decepção foi saber que eles desconhecem o período holandês em Pernambuco. “Meu Deus!”, abismou-se Horácio. Como podem não saber que estiveram a construir pontes sobre os rios que formam o oceano atlântico? Como podem ignorar a terra que possui a maior avenida em linha reta do mundo? Abatido esteve quando soube que sequer somos mencionados nos livros laranjas de história. Quem é do Recife sabe como a indiferença fere. Kiril tentou consolá-lo oferecendo uma cerveja belga. Horácio aceitou e resolveu ouvir mais dos amigos que conhecera há pouco. Alguns disseram-lhe que as brasileiras andavam nas ruas de biquíni. Outros tinham a certeza que falávamos espanhol. Demonstraram paixão pela nossa natureza e disseram estar curiosos em saber como se constrói cidades em meio às selvas. Afirmaram que merengue e salsa eram nossas danças típicas. Unanimemente elogiaram a beleza da nossa capital federal, o Rio de Janeiro. Ouviram na televisão que nosso país é corrupto e que ladrão julga ladrão, afastando uns aos outros do poder. Também ficaram abismados com um palhaço ter sido eleito ao parlamento, sendo o mais votado. Lamentaram a morte de um jovem líder em queda de avião, no último ano, notícia também veiculada na imprensa local. Foram veementes em dizer terem receio em fazer negócios com brasileiros, ante notícias de corrupção. Foram categóricos em afirmar que o nosso futebol não é mais o mesmo, e que o maior jogador estrangeiro que já vestiu uma camisa de time holandês foi Romário, no PSV. Horácio passou o resto das férias com raiva daquele lugar. Pelas mentiras e verdades que ouvira. Ora, mas quem mandou abrir boca e ouvidos? Saber que o mundo não gira em torno do seu umbigo foi mesmo uma paulada. Isso não está nos planos de um recifense. “Como esses branquelos ousam não saber tudo de nós?”, perguntava-se Horácio. Satisfeito mesmo só quando viu, nas prateleiras do supermercado, mangas do Vale do São Francisco e melões de Mossoró. Quem salvou a viagem foi Kiril que, apesar de pensar que as frutas eram da Indonésia e de dizer que a impontualidade de Horácio era tipicamente brasileira, não parava de falar do Recife e do Brasil um só segundo, fazendo perguntas como: “É verdade que Vinícius e Toquinho tinham um caso?”. “Sim”, respondeu Horácio já puto, “um caso de amor com o Brasil”. E Kiril, com a alma mais brasileira do que muitos brasileiros, mais nordestina do que muitos nordestinos e mais pernambucana do que muitos pernambucanos, tentou acalmar o pobre Horácio, adaptando com rara presença de espírito, frase de Vinícius: “amigo, morar no Brasil é ruim, mas é bom demais...especialmente se for no Recife”.

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Cervejas frutadas, as mulheres adoram! (Por Rivaldo Neto)

Com o mercado de cervejas em plena ebulição, novos tipos de consumidores começam a surgir . Até um tempo atrás ficávamos restritos a poucas opções em relação às variações de cervejas que encontrávamos, isso causava um engessamento no consumo da bebida. Não é novidade que a grande maioria dos amantes de cervejas é o público masculino, não que não tivesse no feminino uma boa parcela de apreciadoras cativas, mas  agora com o leque bem mais ampliado e com a invasão de estilos, as mulheres passaram a consumir mais e a se interessar e apreciar novos rótulos. Dessa forma, com maior ou menor teor  alcóolico, leves ou encorpadas, e com aromas frutados e outros insumos mais comuns, pode-se arriscar a dizer que umas cervejas mais específicas podem sim agradar mais ao paladar das mulheres. Cervejas com mais um pouco de dulçor e frutadas  são muito consumidas. Não que as mulheres não gostem de cervejas amargas, mas é notória a preferência por novas experiências que hoje se permite ter. Esse público consumidor feminino é o plus que faltava para que o mercado cervejeiro investisse cada vez para atingi-lo. Alguns dados refletem isso: 47% consomem bebidas alcóolicas, desses 88% bebem cerveja. E nesse contexto a mulher é responsável por 63% na escolha da marca a ser comprada quando se tem como local de venda um supermercado. Dessas cervejas frutadas, com aromas muitos interessantes  e um pouco mais doces eu sugiro três que valem a pena uma experiência diferente e gratificante. A cerveja belga Liefmans Fruitesse tem 4,2%Vol, essa bebida fica por aproximadamente 18 meses com cerejas amadurecendo nas adegas da Liefmans, é meio rosada, avermelhada mesmo, tem notas de frutas vermelhas, com o morango em destaque, é adocicada e um pouco ácida, mas bem equilibrada. Ela tem uma indicação de pôr um pouco de gelo para bebê-la, confesso que não senti necessidade, mas que pode ser interessante para alguns paladares.Tem uma espuma densa e aromática. Para harmonização com o bom e velho chocolate amargo torna-se uma combinação imbatível. A  inglesa Badger Poachers Choice, produzida  pela cervejaria Hall & Woodhouse, é uma cerveja que realmente vale a pena. Ela tem aroma natural de ameixa bem definido. Uma Ale com uma coloração rubi intensa e com 5,7%Vol. Tem um leve dulçor, nada muito latente, retrogosto muito bom. Podemos dizer que é uma cerveja robusta e que combina bem com carnes e queijos que tenham cristais de sais, ao estilo Prima Donna Faixa azul, ou um bom Asiago. O melhor ainda é que ela em nenhum momento se torna enjoativa, qualidade indispensável quando se trata de cervejas frutadas. A Amazon Beer tem uma proposta interessante e exótica. Não se tem uma regra de quais frutas deve-se usar na cerveja para dar um toque no estilo fruit beer. Que tal uma com aroma de taperebá? Não sabe o que é? Bem, o taperebá é nosso popular cajá. Isso mesmo! É simplesmente deliciosa. Trata-se de uma witbier (cerveja de trigo branca), com 4,2%Vol, leve acidez, com um toque cítrico muito agradável, com uma coloração amarelo claro e um pouco seco no final. Harmoniza perfeitamente com peixes ou um bom camarão. É muito refrescante e com toda certeza vai agradar em cheio aos paladares mais exigentes. Não é pra menos que uma das primeiras divindades inventadas pelo imaginário humano chamava-se Ninkasi, a deusa cervejeira da cultura Suméria, as mulheres que partiram para dominar o mundo, agora focaram no mercado de cervejas. Isso é ótimo! *Rivaldo Neto é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas rivaldoneto@outlook.com

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Pilsners e as Lagers, parecidas mas não iguais (por Rivaldo Neto)

Tecnicamente falando, nenhuma cerveja nacional feita em larga escala é uma Pilsner (ou Pilsen). Em sua grande maioria são  na verdade American Lagers. Sempre se confunde esse dois estilos de cervejas. Ambas são cervejas de baixa fermentação. Vamos agora tirar algumas dúvidas para que possamos saber diferenciar o que bebemos, partindo do ponto que as cervejas de baixa fermentação em geral, são as mais consumidas no mundo. Tanto as Pilsner (as verdadeiras) como as American Lagers, nossas cervejas comerciais de larga escala, pertencem à família das Lagers. Podemos dizer que são primas. Mas não iguais. Vejamos. A família das Lagers pode-se dizer que é uma pouco nova. Vem do início do século XIX com o desenvolvimento das técnicas de refrigeração. Popularmente se fala que são cervejas cuja fermentação é de fundo. A levedura trabalha concentrada no fundo dos tanques, necessitando temperaturas mais baixas e por isso agindo mais lentamente. Em média dura em torno de 8 semanas seu processo de maturação. Daí o nome “Lager”, que em alemão significa “guardada” ou “armazenada”. Mas isso necessariamente  não ocorre, pois na produção em alta escala, são postos aditivos para encurtar essa período. As Lagers são divididas em várias categorias. As mais antigas são ligadas a escola alemã. Como por exemplo as Munich Helles, Märzen, Bock, Vienna Lager e as verdadeiras Pilsner. E as como falei acima, as American Lagers que dominam o mercado mundial que são mais leves ainda com inclusão de grandes quantidades cereais não maltados como arroz e milho para baratear seus custos, deixando a cerveja ainda mais leve. Esse tipo deve ser servido como se diz aqui “Estupidamente Gelada”,  assim as papilas gustativas não identificam os seus diversos defeitos, pois em baixas temperaturas elas ficam insensíveis. O paladar assim fica meio “morto”. As Pilsner tem origem Tcheca, mais precisamente na cidade de Plzeň, ou Pilsen em alemão. Mas o inventor foi o “iluminado” Joseph Groll. São cervejas douradas e claras, translúcidas, leves e com uma espuma cremosa. Mas as diferenças básicas vão mesmo pelo nível de amargor. Esse nível é denominado IBU (Unidades Internacionais de Amargor). Uma American Lager terá no máximo 15 IBU, uma Pilsen começa em 25 e vai até 45 IBU em média. Quanto mais alto, maior o nível de amargor. Sem falar que as Pilsers estão enquadradas na lei de pureza alemã de 1516 (sim, ela tem 500 anos!) que determina que a cerveja tenha apenas estes ingredientes:  A água, o lúpulo, a cevada e o malte (a lavedura ainda não era conhecida). Se você quer tomar uma boa Lager nacional, indico a Ótus, da cervejaria Coruja. Elá é frutada, aromática, boa porção de malte que fica bem definido, e uma amagor na medida certa e com seus 4,5%Vol. Já uma Pilsner “legítima” para podermos saborear tudo de bom desse estilo possui, uma excelente cerveja é a Pilsner Urquell. Uma cerveja Tcheca de cor amarelo dourado, brilhantes, transparente, com lúpulo Saaz, bem a cara das cervejas Tchecas e com um leve floral e 4,4%Vol. As “loiras” estão aí, o importante é acertar no rótulo para que o estilo mais popular do mundo seja bem representado. Přípitek (um brinde em Tcheco!). *Rivaldo Neto é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas rivaldoneto@outlook.com

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A tradição secular das cervejas trapistas (Por Rivaldo Neto)

Você sabe o que é a Ordem Cisterciense da Estrita Observância? Ou simplesmente Ordem Trapista? Trata-se de uma ordem da religião católica, derivada da Ordem de Cister (que é baseada na doutrina de São Bento). Pois bem, são nos mosteiros dessa ordem que são produzidas as cervejas trapistas. São cervejas únicas, fortes, de alta fermentação, com sabor intenso e coloração âmbar em sua maioria. Fora cerveja, esses monges produzem também mel, pães, queijos, licor, chocolate e outra leva de produtos.  As cervejas produzidas pelas monges têm caráter quase filantrópico, pois ajudam a sustentar o mosteiro e os recursos também são usados em causas sociais. Se formos para o pé da palavra, cerveja trapista não é um estilo, é uma nomenclatura para as cervejas feitas nos mosteiros, os estilos mais comuns são: a Dubbel, Tripel e Quadrupel. Agora para uma cerveja ser “Trapista”, aí sim, tem que entrar em certos critérios. Então para evitar que se use o termo “Trapista” indevidamente foi criada em 1997 a ITA (Associação Trapista Internacional) que a princípio contava com os oito principais mosteiros, são eles: Orval, Chimay,Westvleteren, Rochefort, Westmalle,Achel, Koningshoeven e Mariawald. Hoje esse número chega a 20 e para ser “Trapista” tem de ser certificado pela Ordem.  Citando alguns critérios, são cervejas feitas dentro dos muros do mosteiro. Outra condição é que a produção de cerveja não seja a principal atividade. Mas vamos explicar alguns estilos. Primeiramente, é bom saber que estas cervejas têm em seu diferencial a quantidade de malte na sua composição. A Dubbel é uma cerveja do tipo Ale na qual é adicionando o dobro da quantidade de malte do que em uma cerveja “comum”. A Tripel, cerveja na qual se adiciona três vezes mais malte do que em uma cerveja “comum”. E por fim a Quadrupel, essa são mais escuras e mais ricas, utilizando o quádruplo de malte respectivamente. São consideradas por muitos as melhores cervejas do mundo, o que não é exagero em falar, devido a seu rigoroso e minucioso processo de produção. Experimentei três cervejas de abadia, são elas a Orval, a Tripel Karmeliet e a La Trappe Quadrupel. Primeiro a belga Orval (produzida no mosteiro do mesmo nome), e que, diferentemente de outros mosteiros, só produz apenas uma cerveja. Tem um aroma muito intenso, espuma densa, com seus 6,2%Vol, tem boa presença de lúpulo (com dry-hopping), levemente doce, de cor âmbar  e um pouco azeda, o que pode fazer com que algumas pessoas entranhem, o que não foi o meu caso, pois particularmente adorei. Harmoniza bem com peixes. Por tudo isso é uma cerveja complexa e imperdível. A Tripel Karmaliet, que é produzida pelo mosteiro carmelita de Dendermonde, na Bélgica, com seus 8,%vol,  tem uma coloração dourada, retrogosto delicioso, cítrica, amargor bem equilibrado, espuma densa, e leva malte de trigo. Um boa dica de harmonizar essa cerveja seria com uma boa massa com molhos mais fortes como um pesto, um carbonara ou um bechamel. E finalizando, produzida pelo mosteiro La Trappe, na Holanda, único mosteiro do país a produzir cerveja, vem a La Trappe Quadrupel. É uma cerveja forte, com seus 10%Vol, muito malteada, tem uma cor marrom escura, seca, o que faz com que se torne digestiva, bem aromatizada e balanceada, uma das melhores cervejas que já tomei. Excelente para comer com defumados ou queijos mais fortes para que se sinta uma explosão de sabores. O monges realmente sabem fazer cerveja, graças a Deus!   *Rivaldo Neto é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas rivaldoneto@outlook.com

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Pedestre, a medida de todas as coisas (Por Francisco Cunha)

Na palestra que fiz mês passado no seminário A Mobilidade a Pé e o Futuro do Recife, organizado pelo INTG – Instituto da Gestão e apoiado pelo Cesar, pela Urbana/PE e pela Fiepe, tive oportunidade de falar sobre a importância crucial do pedestre para o urbanismo contemporâneo. Esse seminário regional foi um desdobramento no Recife do seminário internacional Cidades A Pé, realizado em São Paulo no mês de novembro do ano passado. Disse que, embora graduado em Arquitetura e Urbanismo pela UFPE, só fui entender o que considero vital na questão urbana atual depois que andei milhares de quilômetros no Recife. Depois, portanto, que, na prática, me “pós-graduei” pelos pés. O essencial do que aprendi foi que se o pedestre se sente mal no solo é porque o urbanismo é ruim e o planejamento urbano, se houve, falhou. O planejamento urbano tradicional, o que se aprende na escola e amiúde se aplica por aí, começa olhando o espaço pelo satélite (ainda mais agora com a proliferação das tecnologias de internet...), depois “desce” para o mapa, para a planta, para o detalhe e termina por não chegar ao nível do chão, de quem está andando na rua. Depois de gastar muita sola de sapato por aí, defendo que haja uma inversão de sentido, que o planejamento comece pelo chão, por onde anda o pedestre e, aí, vá “subindo” até chegar ao satélite. Se isso fosse feito, com certeza, não teríamos muitas das atrocidades que suportamos nas cidades brasileiras andando por elas... Na Grécia antiga, a filosofia pré-socrática defendia que “o homem é a medida de todas as coisas”. Na cidade, a medida de todas as coisas, sem a menor sombra de dúvida, é o pedestre! Não entender isso é ficar na contramão da história contemporânea do urbanismo. Que o digam Jan Gerl com seu consagrado livro “Cidade para as Pessoas” e Jeff Speck com o seu excelente livro “Cidade Caminhável”. Que o digam as cidades da Europa e, já, muitas dos EUA, além de praticamente todas as capitais latino-americanas... Já existem, inclusive, um conceito e um conjunto de indicadores que ajudam a materializar essa tendência. Trata-se, o conceito, do Walkability e o conjunto de indicadores, do Walk Score que medem o quanto “caminhável” é determinado local, bairro ou cidade. Temos que seguir por aí. Afinal, como repete aquele complemento de comercial de rádio e TV, independente do meio de transporte que utilizemos, “na cidade, todos somos pedestres”.

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As cervejas MADE IN PE (Por Rivaldo Neto)

Que o pernambucano é bairrista todo mundo sabe. Quem já não ouviu que foram os judeus do Recife que fundaram Nova York? Ou que o mar é um braço do rio Capibaribe? Partindo desse orgulho em ser de Pernambuco que alguns produtores de cervejas locais criaram o BebaLocal, um movimento que fortalece os produtores locais e estimula a cultura cervejeira no Estado. Uma oportunidade em conhecer algumas delas pode ser no estande montado na Fenearte com a participação de 7 cervejarias pernambucanas, são elas: Debron, Pat Lou, Ekäut, Duvália, Babylon, Estrada e Capunga. Experimentando alguns rótulos, tive uma impressão muito boa das cervejas aqui produzidas. Logo de entrada, a cervejaria Patt Lou, localizada em Vitória de Santo Antão, e que produz a Maracatu, uma IPA leve e refrescante com notas de maracujá e contendo 2 tipos de lúpulo e 6%vol. A 4All, cerveja de trigo, cítrica, suave e com dryhopping de Amarillo (lúpulo americano) e Galaxy (lúpulo neozelandês) dá um equilíbrio interessante a bebida. Uma outra cerveja presente no estande, a Babylon German Lager é leve com seus 5%Vol e com lúpulo alemão em sua composição. Da cervejaria Capunga Draft Beer, a APA (American Pale Ale) é uma cerveja leve, clara, suave, pequeno amargor e refrescante, bom para nosso clima. A Debron também presente e com uma novidade: a cervejaria, que já produz chopes Weizen, Pale Ale e Pilsner, agora recentemente lançou uma IPA. Experimentei o chope Debron Weizen tem boa textura, aromático e com boa carbonatação, com seu tom amarelo claro e levemente turva. Destaco três rótulos, a American IPA Route 66, da cervejaria Estrada, com seu amargor intenso, muito aromática amarelo escuro, e muito lupulada. Da cervejaria Duvália, para quem gosta de uma boa Stout é a pedida perfeita. Acertaram em cheio. Uma cerveja com uma espuma consistente, cremosa, bem ao estilo das inglesas com um aroma marcante de maltes torrados e com mel de engenho, dando com isso um toque marcante.   Albert Eckhout foi um desenhista holandês que participou da comitiva de Maurício de Nassau, quando Pernambuco estava sob domínio da Holanda, em 1637, e retratou os habitantes locais e assim foi dado o nome Ekäut a esta cervejaria pernambucana. A American IPA da Ekäut é uma cerveja com muito amargor, muito aromática, refrescante, notas florais, excelente retrogosto, que é a sensação que líquido deixa ao ser tomado. Contém o dois lúpulos, o Cascade (lúpulo americano) e o Magnum, que é alemão. A junção destes dois insumos dão uma excelente drinkability deixando a cerveja levemente picante e frutada.   E sabendo como nós pernambucanos somos, eu posso dizer com orgulho: cerveja feita em Pernambuco não vai demorar pra ser as melhores do mundo! Não duvidem! Aplicativo #BEBA LOCAL Para fortalecer ainda mais foi criado o aplicativo #BebaLocal, já disponínvel na Apple Store e no Google Play e também uma versão web (bebalocal.com), onde o foco é achar locais onde se bebe cervejas artesanais feitas aqui. Segundo Felipe Magalhães, idealizador do aplicativo e produtor da Babylon: “A ideia surgiu quando senti vontade de beber uma Capunga e senti dificuldade de achá-la onde estava sendo comercializada” afirmou.     *Rivaldo Neto é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas rivaldoneto@outlook.com

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Anatomia dos juros altos

O Brasil pratica a maior taxa de juros real e nominal do planeta. A esse custo do dinheiro trava-se o consumo e o investimento. Ademais, o custo fiscal é muito alto. Em 2015, o governo pagou aos credores cerca de meio trilhão de reais de juros, equivalente a 8% do PIB. E entre dezembro de 2014 e de 2015, graças à elevação da taxa de juros, o País desembolsou R$ 190 bilhões a mais. Esse valor é muito superior à meta de déficit primário aprovado recentemente pelo Governo Temer para 2016. As razões para o Banco Central praticar eventualmente juros altos não residem apenas no seu objetivo de manter a inflação de demanda sob controle. Há outras duas razões macroeconômicas importantes. Até o início da década passada juros altos atraiam capitais de curto prazo que ajudavam a financiar o déficit de transações correntes. Historicamente, investimento direto e financiamentos externos não fechavam essa conta. Os capitais de curto prazo eram quase sempre necessários para bancar a diferença. Por conseguinte, quando o País não conseguiu gerar saldos crescentemente positivos na sua balança comercial e atrair novos investimentos e financiamentos de forma sustentável, juros reais elevados foram funcionais para atrair os dólares necessários para equilibrar o balanço de pagamentos. A outra razão - muito mais importante e atual- é o desequilíbrio fiscal do setor público. Este setor captura a poupança privada oferecendo taxas de juros atraentes para financiar o seu déficit. A irresponsabilidade fiscal do passado gerou enormes déficits internos que são financiados com poupança privada intermediada pelas instituições financeiras. Uma vez que o estoque da divida representa cerca de 68% do PIB, o mercado para cobrir a possibilidade do default incorpora aos juros um fator de risco. Para rolar essa divida, indexada parte a Selic e parte a índices de preço, a União precisa oferecer uma remuneração que, no fundo, estabelece uma rigidez para baixo na taxa de juros real. Esses são os fundamentos para o argumento de que a taxa de juros real no Brasil tenha um piso alto porque cumpre duas funções: a primeira, agora não mais existente, mas que foi importante no passado, é ajudar a financiar o déficit externo (transações correntes), captando poupança do resto do mundo e, a segunda, bastante atual, é financiar o déficit interno (divida pública), captando poupança doméstica através do sistema financeiro. Todavia, essas razões não são as únicas que explicam as altas taxas de juros. É necessário entender, também, como funciona a intermediação financeira no Brasil e porque esse mercado pratica spreads (diferença entre o custo da captação e da aplicação) tão elevados. Segundo o Banco Mundial, o spread, brasileiro é um dos mais altos do mundo (22,8% em maio de 2016, sendo 32% no segmento de pessoas físicas e 12,2% no de pessoas jurídicas). Por que essa diferença é tão alta? Em primeiro lugar, há um prêmio pela inadimplência. Na composição do spread, a inadimplência responde, por cerca de um quarto da diferença. Em segundo lugar, há o mark-up dos bancos constituído pela soma das participações no spread das despesas administrativas (9,2%), dos impostos diretos (25,4%) e dos lucros (37,75%; dados de 2014). Pergunta-se: Existe indício de cartelização por parte do sistema bancário? Os lucros dos bancos são exagerados? A teoria econômica ensina que, em mercados onde o produto é artificialmente escasso e muito caro em comparação com mercados onde há mais competição, existem fortes indícios de práticas monopolísticas. Existe, de fato, um poder de mercado que se manifesta pelo elevado spread, pela escassez relativa de crédito e por altos lucros. O spread bancário é uma medida da eficiência e da competitividade do sistema financeiro. Países mais desenvolvidos e com sistemas financeiros mais competitivos apresentam spread inferiores a 10% e volumes de crédito, medidos com relação ao PIB, relativamente elevados. Além disso, a concentração bancária está longe de ensejar uma saudável concorrência no mercado de crédito. No Brasil, os quatro maiores bancos- dois públicos e dois privados- respondem por 70% do volume de crédito. É importante estimular a competição entre os bancos. Mais competição amplia o crédito e reduz o seu custo. Isso significa maior desenvolvimento para o mercado financeiro e para a economia como um todo. Caso essas condições se estabeleçam, os juros irão cair até atingir um ponto de equilíbrio que sempre será testado pelo mercado. O importante é que a oferta de crédito aumente e o seu custo caia a níveis que permitam retomar o crescimento econômico.

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Cervejas com mel, uma experiência que vale a pena (Por Rivaldo Neto)

Lembra de Robin Hood? Do simpático Frei Tuck? Se você lembra vai lembrar ainda mais que em meio a uma ou outra batalha contra o Xerife de Nottingham, o simpático monge entornava canecas e mais canecas de uma bebida produzida por ele. Mas que bebida era essa? O Mead, como chamam alguns, um fermentando alcoólico variado do mel, muito similar ao Hydromel. O mel é uma mistura complexa de açúcares, como a glicose (cerca de 30%) e frutose (40%), água (18%) e outras substâncias como carboidratos, proteínas e aminoácidos. A inclusão do mel em bebidas é ancestral. Esse estilo vem sendo cada vez mais resgatado por produtores de cerveja da Inglaterra, Irlanda e até pelos franceses na Bretanha. Os efeitos ao adicioná-lo a cerveja é que o mel é tão fermentável quanto o açúcar e que gera uma cerveja mais seca, aumenta a quantidade de álcool, mas mesmo assim causa uma sensação alcoólica mais suave se comparada ao açúcar comum. Com isso o mel também acrescenta notas sutis de florais dando mais aroma à bebida, isso se dá devido aos vários pólens e néctares utilizados pelas abelhas em sua produção. Das cervejas importadas, a inglesa Honey Dew, da Fullers, é um verdadeiro deleite. Primeiro que é uma cerveja orgânica, turva,levemente picante, em que logo no primeiro gole o mel aparece. Os maltes e o lúpulo acrescentados tornam essa cerveja uma das melhores. Tem uma variação alcoólica de 5%Vol e é vendida em garrafas de 500ml. Devido a tudo isso a Honey Dew é a cerveja orgânica mais consumida pelos ingleses. Ao servi-la deve-se sempre mexer a garrafa em movimentos circulares no final para que os insumos orgânicos e o mel se misturem mais, proporcionando uma gratificante experiência. Uma outra opção de cerveja com mel também vem da Inglaterra e chama-se Waggle Dance, da cervejaria Wells. O nome é um curiosidade, pois trata-se de uma dança praticada pelas abelhas quando descobrem uma nova fonte de néctar. Uma cerveja igualmente saborosa, leve, de cor âmbar, com leves notas de mel e amargor na medida certa com os seus 5,2%Vol em garrafas de 500ml. A cervejaria americana Rogue Ale produz a Rogue Farms 19 Original Colonies Mead, um nome tão exótico quanto a experiência que você irá embarcar. A pedida é interessante tanto que na sua produção foram postos leveduras de champagne. Corpo bem leve, carbonatação baixa e boa drinkability em garrafas de 650ml. Aroma é o que não falta, florais mais ainda, nada mais lógico, pois estamos falando do que mais se assemelha ao hydromel. No mercado nacional, a cervejaria Colorado, recém adquirida pela Ambev, produz a Appia, que é uma cerveja de trigo com mel de laranjeira em garrafas de 600ml. É uma cerveja amarela escura, turva, ligeiramente doce e que harmonizada com uma torta de chocolate amargo dará o tom certo de amargor e o doce. Uma experiência que deliciosamente vale muito a pena. *Rivaldo Neto é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas rivaldoneto@outlook.com

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