Arquivos Colunistas - Página 294 de 295 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Colunistas

Que frio!

A mulher que trabalha em escritório sente mais frio do que o homem que atua no mesmo ambiente. Sabe o motivo? A temperatura nos ambientes de trabalho é adequada ao metabolismo de homens de 40 anos. Esse modelo foi definido por um grupo de engenheiros americanos nos anos 1960 e não mudou mais. Como geralmente as mulheres são menores e têm mais tecido adiposo, seu metabolismo é mais lento. É aí que está a razão para sentir mais frio. ALUGUEL Pode ter quem não se espante com isso, mas eu, como diz um amigo de Limoeiro, fico “incrível”. O aluguel de um apartamento num condomínio fodão de São Paulo está valendo R$ 150 mil por mês. Lembre-se: eu disse aluguel! Se lhe interessar procure a imobiliária Anglo Americana, que é especializada em imóveis de alto padrão. E TOME PERNA A americana Holly Burt, 20 anos de idade, diz que se tornou irresistível para os homens quando começou a exibir suas gigantescas pernas de 1 metro e 26 centímetros de comprimento. Ela tem 1 metro e 98 centímetros de altura. Essa é a mulher ideal pra dar chute na bunda de cabra ruim, sem nem precisar chegar muito perto. OS RICOS DE PERNAMBUCO Na última relação da revista Forbes Brasil, Pernambuco apresentou quatro bilionários. Pela ordem de fortuna: Ricardo Brennand, Queiroz Galvão, Janguiê Diniz e Paulo Sérgio Macedo.

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Brilho feminino

Glorinha Aguiar é uma legenda no nosso mundo empresarial. Sua Glorinha Boutique acaba de comemorar 50 anos de marcante presença no setor da moda feminina, uma marca que atualmente poucas empresas conseguem atingir. Além disso, tem lojas de outras grifes e atua no turismo, através da Sevagtur e não perde uma chance de viajar pelo mundo. Dona de um grande círculo de amizades, tem também destacada atuação no Rotary, sendo a vice-presidente do Rotary Casa Amarela. E está sempre muito elegante nos principais eventos sociais. CONSTRUÇÃO A rede internacional de materiais de construção, a Leroy Merlin, que tem 33 lojas no Brasil, faz prospecção para abrir uma filial no Recife, uma das três que projeta para nossa região. CAMPANHA A eleição municipal do próximo ano será muito difícil, financeiramente falando, para os candidato em razão da proibição de doações empresas e da crise financeira que impedirá muitas pessoas físicas de contribuir com as campanhas. Residência O Recife ficou fora da primeira fase do processo seletivo para residência médica no Hospital Sírio-Libanês. Teremos provas em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Belém. A casa de Tânia Tânia Konrad Emerenciano, que sempre atuou nos restaurantes do seu pai, Julião Konrad, está fazendo sucesso no mundo do comércio. Criou a Casa, loja de artigos finos e exclusivos para casas, que começou no RioMar e agora ocupa um belo espaço na entrada do Shopping Recife, que tem inclusive um charmoso café. O desafio da R2 Os irmãos Alexandre e Maurício Rands assumiram o desafio de comandar o Diario de Pernambuco, jornal que acaba de completar 190 anos. E chegam com muito entusiasmo para a tarefa, com a experiência de Alexandre no setor empresarial, com a Datamétrica, e Maurício, com carreira vitoriosa na advocacia, magistério e política e que agora dedica tempo integral ao DP e às aulas como professor da Faculdade de Direito. A equipe tem também Guilherme Machado, como vice-presidente executivo. APESCE Durante o almoço de confraternização da Associação Pernambucana de Shoppings Centers (Apesce), no Mingus, Sérgio Moury e Luciano Moura, diretores da revista Algomais, assistiram à apresentação do presidente da associação Paulo Carneiro sobre o balanço do setor O que se comenta... ...por aí QUE Carlos Augusto Lira será o responsável, mais uma vez, pela decoração do Carnaval do Recife. QUE em função da crise muitos espaços da cidade desistiram de fazer festa de réveillon. QUE Drayton Nejaim Filho vem fazendo um bom trabalho à frente do Lide Pernambuco. QUE Antônio Campos trabalha intensamente nos bastidores para consolidar sua candidatura à Prefeitura de Olinda. QUE Marcelo Mayer tem um ousado plano de expansão da Frisabor, com franquias em vários Estados do Nordeste.

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Estão voltando as flores no Recife

Ao encerrar a palestra deste ano que fiz para os quase 700 clientes e amigos da TGI no evento de lançamento da Agenda TGI 2016, no teatro do RioMar, dia 30 de novembro (ver matéria nesta edição), coloquei para tocar o samba canção Estão Voltando as Flores, de Paulo Soledade, com a finalidade de ilustrar uma sequência de fotos minhas tiradas de flores na cidade do Recife. Com isso, quis potencializar a metáfora da breve primavera (que vai oficialmente até 21 de dezembro) e do verão (22 de dezembro a 20 de março) recifenses, período mais seco da nossa cidade, em que explodem as cores das flores nos espaços públicos ou vistas deles. Ipês (paus d’arco) amarelo e roxo, flamboyants, buganvílias, jasmins-vapor, pau brasil (flor amarela belíssima!) e outras flores de que não sei o nome, são vistas em todos os lugares como, por exemplo, no canteiro da Avenida Agamenon Magalhães, e nos jardins públicos e de inúmeros edifícios e residências. Conta a lenda que Paulo Soledade (1919-1999), paranaense radicado no Rio de Janeiro, compôs a música na cama do hospital em que, convalescente, recebeu do médico a notícia de que tinha finalmente conseguido superar a grave doença de que fora acometido. Daí, a exaltação à vida que encontramos nos versos: “Vê, estão voltando as flores! / Vê, nessa manhã tão linda! / Vê, como é bonita a vida! / Vê, há esperança ainda!”. Com as flores e a música, convidei os presentes a, mesmo no período mas seco e mais quente da cidade, apreciarem como compensação o que a natureza oferece em troca na forma de delicadeza e cores, fazendo analogia com a crise que acomete o País e o Estado, pois deve ser justamente no primeiro trimestre do próximo ano que ela se apresentará mais dura. Deve ser o “fundo do poço” ou o “vale” da crise de que falam os economistas. O mesmo faço para os leitores aqui neste último artigo do ano: vamos olhar as flores do Recife! Elas estão por aí nos surpreendendo quase que a cada esquina. Com a sua visão podemos suportar melhor a secura e as temperaturas mais altas, bem como os efeitos da crise, renovando a energia para o trabalho duro que precisaremos continuar fazendo para sobreviver a ela. Como compôs Paulo Soledade, 2016 não está perdido como dizem por aí: “Há esperança ainda!”. A esperança da superação pelo trabalho e pela visão das flores. Vamos sobreviver! Bom 2016!

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No tempo do Inquisidor (Parte 1)

No século 16, a Vila de Marim, como era chamada nos seus primeiros anos a Vila de Olinda, encontrava-se entre os mais importantes aglomerados urbanos da América Portuguesa. Com seu belo casario branco em pedra e cal, situada sobre cinco colinas (montes moderados no dizer de Loreto Couto), com as torres de suas igrejas e mirantes de seus sobrados sobressaindo-se do arvoredo, era um verdadeiro espetáculo aos olhos do mais frio observador. No dizer de Rodolfo Garcia, “um deslumbramento, uma miragem encantadora que jamais se apagará da memória de quem um dia logrou a ventura de presenciá-la – a vista do mar”. Até mesmo um circunspecto naturalista alemão, o professor Konrad Guenther, que por uma temporada foi hóspede do Mosteiro de São Bento, descrevia o mar de Olinda semelhante a uma pedra preciosa multifacetada. “O mar muda de colorido conforme os reflexos da luz: uma orla violeta debrua o horizonte, listas da mesma cor riscam o espelho verde, aqui cintilações rubras, ali azuis – parece que todas as cores do arco-íris se derramam sobre o horizonte”. Teria sido essa primeira imagem que o visitador Heitor Furtado de Mendoça (sic) vislumbrou de Pernambuco, quando de sua chegada em setembro de 1593. Mas o “olhar” devassador da Inquisição não estaria tão somente saciado com as cores do arco-íris, que tomavam de encanto os horizontes de Olinda, mas procurava por recantos mais obscuros da alma humana, o lusco-fusco do comportamento das pessoas, a intimidade das alcovas, o silêncio dos lares, os pecados cometidos nas mais recônditas camarinhas. Assim surgem do interior dos lares daquela pacata sociedade elementos reveladores da origem das imensas proles de filhos, legítimos e naturais, gerados nas alcovas ou mesmo nas senzalas, muitos deles a céu aberto, naquele ambiente luxuriante, povoado por mulheres brancas, negras seminuas e índias nos trajes que vieram ao mundo. Um paraíso onde não existia a noção do fruto proibido, ou, como justificava Caspar van Baerle (1647): ltra aequimocialem no pecari. Melhor traduzindo: Não existe pecado abaixo do Equador. Assim era o comum em todos os lares, e com mais intensidade, nas famílias de maior destaque, o pecado da carne. A poligamia tomava conta da sociedade, somente o cunhado do primeiro donatário, Jerônimo de Albuquerque, falecido em 1593, aparece nos autos das Denunciações como pai de 26 filhos, dos quais apenas 11 eram originários de sua mulher legítima. O exemplo do Adão Pernambucano, como veio a ser tornar conhecido, é seguido por outros povoadores do seu tempo, que assim contribuíram para o crescente número de mamelucos, originários de uniões com as índias da terra, e até mulatos filhos de suas escravas. Nas Denunciações aparecem os filhos naturais de D. Filipe Moura, que fora governador da capitania (1593-1595), Rodrigo Lins e o próprio Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro donatário da capitania, aparece como pai de Manuel d’ Oliveira. Em depoimento prestado por Manuel Álvares, um criado da casa da viúva de Duarte Coelho, D. Brites Albuquerque, aparece ele como sendo um “mameluco que dizem ser filho bastardo de Jorge de Albuquerque com uma índia mestiça deste Brasil” (15.11.1593). No dizer de Francis Dutra a indiscriminada atividade sexual dos portugueses com índias nativas e até com escravas da África, já denunciada nas cartas jesuíticas, permitiu concluir que, desde o filho mais novo do primeiro donatário ao mais insignificante degredado, os portugueses foram pais de gerações de mestiços. Preocupou-se também o primeiro inquisidor com a constatação de ritos e práticas judaicas, que viriam denunciar a presença de judeus em nossa sociedade colonial. Dos vários depoimentos surgem os nomes de Branca Dias e de seu marido Diogo Fernandes, proprietários do engenho Camaragibe, ambos falecidos antes da Visitação. Tinham eles em suas terras uma sinagoga familiar, na qual festejavam as principais festas do calendário judaico, como o Iom Kipur e o Roshashaná, ou seja, o Dia do Perdão e o Ano Novo Judaico. Era Branca Dias professora de meninas, a quem ensinava ler, bordar e outros ofícios do lar, sendo elas, já adultas, as suas principais denunciantes.

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Recife desigual

Pobreza e desigualdade são dimensões distintas do status socioeconômico de uma cidade. A pobreza tem caído no Recife tanto como resultado do crescimento econômico que aumentou, em termos reais, a massa salarial, quanto pela ação de políticas públicas que transferiram renda para pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade. Todavia, a pobreza pode cair sem ser acompanhada por um declínio na desigualdade de renda. Em tese uma sociedade pode reduzir a pobreza absoluta, mas aumentar a desigualdade. Esse é o caso do Recife. De fato, a desigualdade de renda medida pelo Índice de Gini -que varia entre zero e a unidade sendo tanto maior quanto mais próximo de 1 - cresceu discretamente durante o período 1991-2010 (de 0,67 para 0,68), constituindo-se, no último ano, em índice superior à média brasileira (0,60), à da própria Região Metropolitana-RMR (0,64) e às de Salvador (0,63) e Fortaleza (0,61). Na verdade, o Recife foi na contramão da tendência nacional que vem reduzindo a desigualdade desde 1995, especialmente devido aos ganhos derivados da educação e da estabilidade do nível de preços. A proporção de renda apropriada por frações da população ocupada é outro indicador de desigualdade. Calcula-se o percentual de apropriação da renda pelos 20% mais ricos e pelos 40% mais pobres. Esses números para o Recife, em 2010, foram, respectivamente 72,5%, e 6,2%. Ambos cresceram durante o período 1991-2010. Neste último ano, o percentual do Recife de renda apropriada pelos 20% mais ricos foi o maior quando comparado com o do País, da RMR e das outras duas maiores cidades do Nordeste, como já referido acima, enquanto que, para os 40% mais pobres, foi o menor. Entre os fatores que afetam a desigualdade, a educação é um dos principais, mas destacam-se outros tais como as oportunidades de acesso ao mercado de trabalho e a forma como se dá essa inserção. No caso brasileiro, as diferenças educacionais respondem por cerca de 40% das diferenças de renda. O Recife tem, ao mesmo tempo, um percentual elevado de pessoas que concluíram o curso superior –em comparação com outras cidades nordestinas e a média do País- mas acumula, ao mesmo tempo, resultados insatisfatórios no ensino fundamental, além de deficiências graves de cobertura na educação infantil. Existe também um mecanismo perverso de reprodução da desigualdade. Neste sentido, observe-se que, em 2010, o percentual de crianças em domicílios que não tinha ninguém com o ensino fundamental completo foi de 22,7%. Esse número revela que além dos problemas correntes que afetam a escola, o ambiente familiar não oferece estímulos para uma educação de boa qualidade. A tendência, nessas condições, é para a falta de educação se tornar um instrumento de transmissão intergeracional da desigualdade, mecanismo que o bolsa-família – se atendidas eficazmente as condicionalidades- objetiva suprimir. Uma das características do Recife é a informalidade, estando presente em várias das dimensões da cidade, do mercado de trabalho aos negócios passando pela habitação. A informalidade, um dos determinantes da desigualdade e entendida como exclusão de pessoas da rede de proteção social, situava-se, em 2010, no Recife, em 34%. A pobreza é um conceito absoluto e a desigualdade relativo. A desigualdade coloca lado a lado a afluência com a carência. É duro ser pobre, mas é pior ser profundamente desigual com o seu vizinho. E Recife é uma cidade onde pobreza e riqueza convivem proximamente. Em média, uma favela não está a mais de 1 km de uma área afluente da cidade. A alta e crescente desigualdade é uma marca indesejável do Recife. Eis um desafio! (Por Jorge Jatobá)

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Brilho Feminino

Ana Cecília Santos Leal é um dos destaques do nosso mundo social. Hoje, está dividida entre o Recife e São Paulo, mas mantém sua atividade empresarial no Recife, junto com a educação dos filhos Pedro, Antônio e Júlia. Durante muito tempo comandou o Club Du Vin, de tão boas lembranças, e agora está à frente da representação do designer de joias Antônio Berardo e do espaço infantil Pé de Moleque. É também uma figura elegante e simpática, muito querida pelos amigos. A nova criação de César Santos César Santos, o chef pernambucano que é referência na gastronomia nacional, comemora os 23 anos do seu restaurante Oficina do Sabor, em Olinda, lançando um novo Prato da Boa Lembrança, usando frutos do mar. É um dos espaços que se tornou visita obrigatória dos turistas que visitam nosso Estado. Sem jatinho Nas suas constantes idas a Brasília, em busca de recursos para o Estado, Paulo Câmara utiliza voos de carreira, jatinho só em ocasiões especiais, em que se vê obrigado a viajar de urgência. Na maioria das idas ao interior, vai, com seus assessores de van. Nunca de helicóptero, que o governador confessa ter medo. Construção A rede internacional de materiais de construção Leroy Merlin, que tem 33 lojas no Brasil, faz prospecção para abrir uma filial no Recife, uma das três que projeta para nossa região. Raquel Lyra será candidata Raquel Lyra continua fazendo um elogiadíssimo trabalho como presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, enquanto se movimenta nos bastidores para ser candidata a prefeita de Caruaru. Vai disputar o pleito, preferencialmente pelo PSB, mas pode optar por outra legenda, caso não seja a escolhida pelo seu partido. Futebol O governo do Estado já decidiu que o programa Todos com a Nota, que distribuía ingressos para jogos do Campeonato Pernambucano, acabou definitivamente. Trânsito Os acidentes automobilísticos já são a quinta causa de morte no Brasil, mais que a marca mundial, onde está em nono lugar. E outros países, como a África do Sul, Tailândia e Rússia têm problemas com o grande número de acidentes com motos. Internacional Gustavo Krause confessa que o direito internacional foi a matéria que mais o atraiu na Faculdade de Direito do Recife. E brinca: "é o único ramo do Direito que conheço."

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CADÊ OS OVOS DO BRIGADEIRO?

O brigadeiro Eduardo Gomes foi um brilhante cidadão brasileiro. Entrou na Segunda Guerra Mundial, saiu herói e depois foi por duas vezes candidato a presidente do Brasil. Perdeu primeiro para Eurico Gaspar Dutra e depois para Getúlio Vargas. Mesmo sendo reconhecido por todos como do bem, de grande espírito público, combatente das mazelas sociais e amante da liberdade, não fez sucesso na política. Bem diferente da carreira militar, onde está inclusive carimbado como Patrono da Aeronáutica. Viveu tomando conta da mãe viúva e morreu aos 84 anos. Um metro e 75 de altura, pesando menos de 70 quilos, musculoso, nariz afilado, boca pequena, cabelo arrumado, ele era daquele tipo que nos anos 70 as moças chamavam de “pão”. Muito criticado como orador, mas tão festejado pela beleza, que a mulherada cantava: “Vote no brigadeiro. Ele é bonito e solteiro.” E cadê os ovos? Ou colhões, como dizem os desbocados? Ninguém nunca abriu as pernas dele para confirmar, mas o Brasil inteiro dizia que não tinha: havia perdido na explosão de uma granada. Restou ao nosso herói a homenagem feita com o famoso doce “brigadeiro”. O doce ganhou esse nome porque, como o brigadeiro Eduardo Gomes, não contém ovos. LIGADO EM PERNAMBUCO Quando o estudante de direito Demócrito de Souza Filho foi assassinado por motivação política, na Praça do Diário, a família dele recebeu um telegrama do brigadeiro Eduardo Gomes com a frase de Victor Hugo: “Quem morre pela liberdade renasce para a eternidade.” O BOI VIRA BIFE Ele está pronto para o abate quando pesa 450 quilos. Para não morrer estressado, o bicho é levado por um caminho arborizado num pasto de vacas lésbicas. O boi come e bebe água até ficar bem relaxado. Depois leva choques elétricos e um disparo na nuca. É morte de gado! FELICIDADE APRENDIDA A pesquisa durou 15 anos. Depois de 1.600 estudos, uma universidade francesa está soltando o resultado: você pensa na felicidade, afugenta tudo que de ruim vier pra sua cabeça e pode partir para o abraço. Felicidade é uma questão de prática: exercite e seja feliz.

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Por que mudar os nomes das ruas?

Como eram lindos os nomes das ruas da minha infância”..., confidenciava o poeta Manuel Bandeira, enquanto o poeta e compositor Antônio Maria, numa de suas crises de banzo da terra pernambucana, cantava: “Rua antiga da Harmonia, da Amizade, da Saudade, da União... são lembranças noite e dia...”. Os nomes das ruas e demais logradouros de uma cidade por vezes se perpetuam através dos séculos, como acontece com cidades portuguesas, de Lisboa, Porto ou Évora... Mas entre nós, só para atender a modismos e aos políticos de plantão, estão sempre a mudar designações tradicionais: Cais do Apolo, para Avenida Martin Luther King; Estrada da Imbiribeira, para General Mascarenhas de Morais; Estrada do Brejo, para Vereador Otacílio Azevedo; Travessa do Gasômetro, para Rua Lambari; Rua Formosa, para Conde da Boa Vista; Rua dos Sete Pecados Mortais, para Tobias Barreto; Rua do Crespo, para Primeiro de Março; Rua Lírica, para Visconde de Uruguai; Travessa João Francisco, para Cassimiro de Abreu; Beco do Quiabo, para Eurico Chaves; Beco da Facada, para Guimarães Peixoto, numa sucessão de contínuas mudanças. Nesta cidade de Santo Antônio do Recife – “Ingrata para os da terra, boa para os que não são”–, ainda conserva algumas ruas que, como nos engenhos de Ascenso Ferreira, só os nomes nos fazem sonhar: da Concórdia, da União, da Saudade, do Sossego, da Amizade, Nova, da Hora, do Progresso, Imperial, Real da Torre, Real do Poço, Flor de Santana, Direita, Velha, da Glória, da Alegria, dos Prazeres, dos Aflitos, das Graças, das Flores, da Praia, das Calçadas, do Padre Muniz, do Dique, do Porão, dos Pescadores, da Carioca, do Marroquim, do Rangel, do Observatório, do Arsenal de Guerra, da Praia, da Congregação, da Matriz, do Hospício, do Aragão, do Veras, Estreita e Larga do Rosário, do Livramento, do Fogo, das Águas Verdes, do Chora Menino, da Aurora, do Sol, da Fundição, do Futuro, das Ninfas, do Veiga, da Matriz, dos Artistas, do Lima, do Pombal, do Padre Inglês, do Cupim, do Encanamento, das Ubaias, numa sequência de nomes que a voragem do “progresso” ainda não corrompeu. Nos dias atuais, eis que um forte movimento se faz presente em favor de acrescer nomes de certas figuras às tradicionais denominações de nossas ruas e avenidas. Neste sentido, a Lei Orgânica do Município, que em seu artigo 164, estabelece que seja obrigatoriamente ouvido o Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano quando da mudança de qualquer nome de rua, praça ou avenida da cidade do Recife, vem sendo atropelada pelos “Senhores Vereadores”. Fazendo ista grossa para tal dispositivo, contrariando formalmente o que determina a Lei Orgânica do Município do Recife, os chamados “representantes do povo” ensaiam agora o expediente de acrescer aos nomes tradicionais, novas denominações que nada têm a ver com a consagrada toponímia da cidade do Recife. Tal expediente teve início com a mudança da denominação do Aeroporto dos Guararapes, que, como num passe de mágica, recebeu o adendo de Gilberto Freyre, seguindo-se da Avenida Norte, hoje acrescida com o nome do Governador Miguel Arraes, e, mais recentemente, a antiga Estrada de Beberibe que veio a ser Avenida Beberibe Santa Cruz Futebol Clube! E o expediente não parou por aí... Já se encontra em pauta a mudança da Praça do Arsenal da Marinha agora acrescentada com o nome do passista amazonense Nascimento do Passo; a mudança do tradicional Largo dos Coelhos, com o nome acrescido do cantor Reginaldo Rossi... De quebra, teremos a Estrada Velha do Bongi que já tem o seu nome encomendado (!) Com tais mudanças propostas pelos nossos vereadores, logo mais teremos dezenas de tradicionais nomes de ruas e avenidas do nosso Recife, consagrados por séculos pela toponímia popular, mudados para “doutor ou vereador fulano de tal”... Tudo como previra o poeta Manuel Bandeira em 1925! Pelo andar da carruagem, a canção de Alceu Valença e Vicente Barreto, não mais contará em seus versos com o tempo presente, mas no tempo passado, por obra e graça daqueles que hoje se intitulam “fiéis representantes do Povo do Recife”. Na Madalena revi teu nome/Na Boa Vista quis te encontrar/Rua do Sol, da Boa Hora/Rua da Aurora, vou caminhar /Rua das Ninfas, Matriz, Saudade/Na Soledade de quem passou/Rua Benfica, Boa Viagem/Na Piedade, tanta dor/Pelas ruas que andei, procurei/Procurei, procurei... te encontrar/Pelas ruas que andei, procurei/Procurei, procurei te encontrar.

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Lebret e o Recife

O padre dominicano Louis Joseph Lebret realizou um Estudo sobre Desenvolvimento e Implantação de Indústrias Interessando a Pernambuco e ao Nordeste, que foi publicado sobre a forma de livro, em 1955, pela então Comissão de Desenvolvimento de Pernambuco (Codepe). Um dos líderes do movimento Economia e Humanismo, Lebret lançava um olhar humano e cristão sobre o debate político-ideológico entre os adeptos do capitalismo e os do socialismo, muito presente na década dos 50 como reflexo da Guerra Fria e dos rumos do desenvolvimento econômico no mundo que emergiu após o final da Segunda Guerra Mundial. A concepção de Lebret repousava na noção de organização do espaço ou de gestão do território dentro da tradição francesa de Aménagement Territoire. A sugestão de Lebret era fortalecer uma rede de cidades tanto no entorno mais próximo quanto longínquo do Recife para filtrar ou mitigar as migrações para a capital de forma a evitar que a cidade atingisse a “monstruosidade de um milhão de habitantes” (p.94). Para o Recife em si Lebret tinha propostas para a economia e para a organização urbana e colocava o porto como estratégico para o desenvolvimento da cidade. Lebret argumentava que o Porto do Recife teria que se expandir para o sul, limitado que estava a leste pela cidade e ao norte pela Marinha de Guerra (Escola de Aprendizes Marinheiros). O porto seria de cabotagem, pois não teria condições de receber grandes navios e deveria se expandir ao sul, na direção da bacia do Pina, onde proximamente existia um terreno favorável para acolher um estaleiro naval, tanques de combustíveis e possivelmente uma refinaria. Essa área identificada por Lebret no mapa que acompanha o estudo se situaria hoje por trás do Cais José Estelita, incluindo o Cabanga, território objeto de conflitos de interesse e de polêmicas urbanísticas que tem envolvido amplos setores da opinião pública recifense. Lebret concebia Recife então como uma cidade que deveria se industrializar, inclusive acolhendo empreendimentos pesados como uma refinaria. Essa concepção, por certo, seria hoje objeto de grande questionamento e de severas críticas por planejadores urbanos. Lebret também tinha uma preocupação com a mobilidade pois queria evitar que os trabalhadores se deslocassem grandes distâncias para chegarem ao local de trabalho e, por isso, recomendava que as áreas industriais deveriam ser construídas próximas das residenciais, constatando que no Recife “a descontinuidade é muito grande entre os locais de habitação e de trabalho da população operária” (p.95). A questão da mobilidade já era, portanto, abordada por ele. Sugere assim construir grandes anéis circulares estendendo-os até Olinda até encontrar “a grande estrada” que vai para o norte e que se conecta com a que “vai para o sul”, via de grande densidade de tráfego pela qual rodariam rápidos “trolley-bus” em faixas de 40 metros de largura. Essa era a antevisão de uma Agamenon Magalhães. Assim, Lebret argumenta que a cidade seria descongestionada “porque, de outro modo, se chegaria a uma circulação impossível com tais engarrafamentos por toda parte, que qualquer movimento seria inviável” (p.97). Se Lebret voltasse ao Recife 60 anos depois descobriria que a cidade se tornou monstruosa com 1,6 milhão de habitantes, que se desindustrializou, que sua sugestão para o Cais José Estelita e entorno seria muito polêmica, se não recusada, e que a mobilidade da cidade piorou muito apesar de terem surgido avenidas tipo Agamenon Magalhães. Descobriria também que a refinaria e o estaleiro estariam em Suape onde, de forma visionária, apontou que na “altura do Cabo existe um grande terreno para ser integrado ao Grande Recife” (p. 89). Isso se tornou realidade!

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Recife Cidade-Parque aos 500 Anos

Victor Hugo, o grande escritor francês, uma vez disse: “Nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã.” A meu ver, essa frase se aplica na integra à descoberta feita pelo grupo de pesquisa do Parque Capibaribe, convênio entre a Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura do Recife e a Universidade Federal do Pernambuco, de que o Recife ainda pode vir a ser uma cidade-parque até completar 500 anos em 2037. Os pesquisadores do Parque Capibaribe (mais de 50 da UFPE e da UFRPE) chegaram a essa conclusão depois de projetarem a recuperação da cidade a partir do rio, começando pelo parque do seu entorno, depois sua ampliação, em cinco anos, para o parque irradiado da cidade e, por fim, na terceira cena até 2037, a cidade-parque com a ampliação da área verde atual por habitante dos ínfimos 1,2 para os 12 metros quadrados recomendados pela ONU (incorporando ao uso público cerca de 2 mil ha das áreas verdes de Dois Irmãos/Guabiraba, Brennand e Parque dos Manguezais). O fantástico desta projeção é que ela recupera a esperança ambiental, em forma de sonho possível, para uma cidade cuja carência de planejamento e de perspectivas de futuro, há décadas, fez com que não só seu tecido se fragmentasse (a ideia que me dá hoje é de um quebra-cabeças desmontado) como se fragmentasse também a ideia de cidade na cabeça das pessoas dando asas à moda, um tanto cult, de falar mal dela (#hellcife, #recifede etc). Só por isso, por trazer de volta a esperança tecnicamente embasada de uma cidade bem melhor dentro de um horizonte de tempo razoável (cerca de 20 anos), num ambiente em que a desesperança passou a imperar, já merece ser seriamente considerada e amplamente debatida. Em especial neste momento em que se começa a discutir, de forma estruturada, o futuro econômico, social, ambiental e espacial da nossa capital no projeto Recife 500 Anos coordenado pela Aries – Agência Recife de Inovação e Estratégia. Até onde entendo, o conceito do Recife Cidade-Parque, esboçada a partir do Capibaribe como fio condutor e recosturador do território fragmentado, tem todo potencial de ser a diretriz estruturadora da dimensão espacial do Recife 500 Anos. Deixar passar esse verdadeiro ovo de colombo urbanístico ou não considerá-lo adequadamente seria um equívoco que não podemos nos dar o luxo perdulário de cometer.

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