Arquivos Rivaldo Neto - Página 7 de 10 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Rivaldo Neto

Você não curte colarinho na cerveja? Tá na hora de repensar (Por Rivaldo Neto)

O lúpulo, as proteínas e os açúcares são os componentes formadores da espuma, ou colarinho, como também o chamamos. Esse processo é de extrema importância para bebida, pois ele ajuda a manter a temperatura do líquido no copo. Facilita no desprendimento correto do aroma e serve como isolante também evitando que o ar entre em contato com a bebida e assim minimizar a sua oxidação. Para a “saúde” da cerveja que bebemos isso é fundamental. E nada de achar que a espuma faz com que “percamos” quantidade, até porque 70% volta ao estado líquido. Um colarinho bem formado, inclusive diz muito a respeito do que estamos bebendo. Sempre que uma cerveja for servida devemos observar sua espuma, como está sua formação e sua persistência. Lógico que levando em conta que isso pode variar em relação aos estilos. Um ponto importante é que as bolhas devem ser pequenas, com uma certa uniformidade e unidas. Alguns colarinhos podem ter características bem peculiares, podendo ser até “maciça”, esse caso ocorre se existir proteínas (dos grãos) suficientes para sua formação. Uma cerveja que não forma colarinho, ou não está apropriadamente carbonatada ou pode o copo em que foi servido conter impurezas ao ponto de impedir o processo de formação do mesmo. Isso a gente pode observar se as bolhas grudam-se nos lados do copo, mas não chega o topo do recipiente. Já quando o colarinho se dissipa rapidamente, com grandes bolhas, meio parecidas com sabão, esse comportamento acontece quando há uma “injeção” de estabilizadores de espuma (alguns desses estabilizadores são feitas de um derivados de alga marinha). Grandes cervejarias usam esses procedimentos, que podemos dizer que é um mal necessário, devido ao processo para o clareamento do líquido e manter a sobriedade da bebida. Cervejas que tem um puro malte, quase sempre possuem bolhas pequenas e com uma espuma cremosa e consistente. Abaixo algumas dicas de como devemos servir uma cerveja com um saudável colarinho: * Deite o copo ao uma angulo de 45 graus em relação à mesa, derramando a bebida aos poucos até a metade. Após, endireitar o copo e derramar o restante da cerveja, cuidando para que se produza cerca de dois dedos de espuma. * Lave muito bem o copo antes de servir a cerva. Restos de sabão ou gordura restante no copo podem “matar” a espuma e liquidar o seu prazer de beber. * Prefira servir a cerveja com o copo levemente molhado, o que favorece a criação da espuma. * Se alguém lhe oferecer, para fazer "firula", um copo gelado, recuse. O contato da cerveja com a temperatura do copo produz condensação que irá diluir a bebida a ponto de alterar-lhe o sabor e a temperatura correta na qual deveria ser servida. * Cerveja “estupidamente gelada” é apenas para quem não conhece de cerveja, para aqueles que querem apenas um líquido refrescante ou então para disfarçar o gosto de uma cerveja ruim.   *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Nossas dicas de cerveja com rolha para brindar 2017 (por Rivaldo Neto)

Estamos na porta de 2017, que tal brindarmos com uma cerveja de rolha? Sendo uma bebida fermentada como o vinho, existe hoje no mercado vários tipos de cerveja com esse tipo de lacre e que não só preservam a integridade do líquido, como também dão uma certa elegância e glamour. Uma curiosidade é que são precisos 25 anos em média para que um tronco de sobreiro (árvore que dá a cortiça) comece a produzir cortiça para a elaboração de rolhas. Cada tronco do sobreiro tem que atingir em média um perímetro de 70 cm a 1,5 metro do chão. A partir de então, a sua exploração durará mais de 130 anos. Vamos sugerir três rótulos para dar uma toque diferente ao seu réveillon: Primeiro a Galoise Blonde, com 6,3%Vol e uma bela cor dourada, turva e bem carbonatada tem uma espuma bem cremosa e fina. Muito aroma de frutados característicos dos lúpulos florais que carrega. Tem um discreto amargor e bastante refrescante possuindo um retrogosto muito interessante. Indo para uma cerveja tripel estilo que se adiciona três vezes mais malte do que em uma cerveja “comum”. Possui aroma e sabores complexos, macios e com forte presença de frutas o que, às vezes, pode lhe conferir um paladar adocicado. Excelente equilíbrio entre o lúpulo e a cevada. A Tripel da La Trappe, contém todas essas características acima, ma com uma presença marcante de lúpulo. Sua espuma é densa e com uma boa carbonatação. Com 8,0%Vol é intensa e deliciosa. E pra finalizar a belga e ímpar Blanche de Namur, uma witbier realmente diferenciada, considerada uma das melhores Wits do mundo com vários prêmios no currículo a Blanche é suave e refrescante. Tem uma coloração turva e amarelada, espuma espessa e densa e muito aromática, uma verdadeira explosão de frutados com notas cítricas e especiarias, amargor muito discreto, quase que imperceptível, com seus equilibrados 4,5%Vol. Vale muito a pena! Que venha 2017 com mais descobertas nesse maravilhoso mundo das cervejas! Feliz ano novo! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Cervejas Escocesas, tão boas quanto o whisky! (Por Rivaldo Neto)

A Escócia, Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte são os países que compõe o Reino Unido. Mas em se tratando da Escócia, terra do lendário monstro no lago Ness, curiosamente possui apenas 10% dos Pubs das ilhas britânicas. Isso é até compreensível por ser o menos populoso dos quatro. Por ter um clima mais nortenho e frio, tem a tradição de produzir Ales muito encorpadas, com cores bem mais escuras e muito maltadas. Tal gosto não é a toa, é cultural o gosto por bebidas mais fortes a mesma cultura que da tradição em produzir os melhores whiskys do mundo. Mas a Escócia também produz cervejas menos intensas também. Na verdade, para cada Bitter inglesa existe uma similar escocesa (mesmo sendo mais fracas, são mais fortes que as Bitters). São as chamadas Scottish Ales. Apesar do berço escocês, não existem muitos exemplares desse estilo na própria escócia. Nos EUA e no Canadá a oferta é maior, e até com outras denominações como a Strong Ale ou a Wee Heavy. Tais bebidas têm a característica de cervejas fortes, escuras, maltadas (como dito acima) e que, usualmente, variam entre 6.5 a 8.5% Vol, podendo ir um pouco além. Têm a particularidade de serem fermentadas a temperaturas mais baixas do que a maior parte das Ales e, para além disso, possuem sabor de malte mais acentuado e com pouca presença de lúpulo. Reservei três rótulos que valem muito a pena: Uma é a Cerveja Tennent´s Strong Scotch, típica Scottish Ale, produzida em Glasgow. As cervejas da Tennent’s são feitas em Glasgow, Escócia. Produzidas desde 1885 em Wellpark, sendo a marca de cerveja mais vendida do país. A sua Scottish Ale tem uma alta graduação, 9,0%Vol, mas é frutada também, e ao mesmo tempo contém aromas bem complexos. Têm sutis toques de lúpulo e um final caramelizado assim como uma bela cor avermelhada. Passando agora para uma Belhaven Scottsh Ale, uma das mais tradicionais do mundo, um pouco mais leve, com seus 6,5%Vol, possui coloração avermelhada. É uma cerveja límpida, bem maltada, com caramelo na receita e um pouco defumada. Tem um aroma sutilmente herbal e refrescante, clássicos dos lúpulos ingleses. No início, o dulçor equilibrando com o amargor. Por outro lado também é na Escócia que se encotra a BrewDog, uma das minhas cervejarias favoritas em se tratando de suas fórmulas inovadoras e ousadas. Ela produz a San Diego Scotch Ale, apenas um pouco de cuidado nesse rótulo, mesmo sendo maravilhoso, não é para qualquer paladar, trata-se de uma cerveja com personalidade fortíssima, onde até as Imperial Ipas, ficam mais amenas quando colocadas lado ao seu lado. Primeiro pela sua graduação pelos imponentes 11,9%Vol (isso mesmo!) que ela carrega no seu corpo. Para não deixar a tradição escocesa do lado é envelhecida em barris de whisky e o toque final, e surpreendentemente bom é que dentro do barris são postas passas californianas embebidas em Rum Ballast Point por 9 meses segundo o fabricante. Com uma cor marrom escura, um retrogosto fantástico e com muito aroma. É certamente uma das melhores que já provei. Na terra de monstro “Nessie” as boas cervejas não são só lenda, elas são realidade, é procurar e experimentar, vale muito a pena! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Mas o que são cervejas artesanais, caseiras e industriais? (Por Rivaldo Neto)

Muito se fala em cervejas artesanais. Mas você realmente sabe a forma de como elas são produzidas? Vamos então mergulhar um pouco nesse universo cervejeiro que está em plena ebulição e conhecer um pouco mais do que isso quer dizer. Passando depois pelas caseiras e por fim as industriais. O primeiro ponto é que quando nos referimos as cervejas usando o termo artesanal, nos remete a ideia que de certa forma é uma bebida produzida de um jeito mais “caseiro”. Um ponto importante a destacar é que mesmo uma cerveja produzida com equipamentos modernos e uma linha de engarrafamento do produto, a sua produção ainda é considerada artesanal. O ponto “X” da questão é o cuidado que tal produção terá. Isso porque que mesmo que no processo sejam usados ingredientes básicos, receitas de preparo e insumos mais apurados, tudo isso deve ser predominantemente natural e não químico. As cervejas artesanais são produzidas em menor escala, feitas com maior cuidado, com foco na qualidade. Todo o processo é controlado e acompanhado pelas mãos dos produtores. Observa-se mais de perto todas as etapas e, ao final, analisa se os aromas e sabores condizem com a qualidade que se é esperada. os ingredientes são selecionados, mais nobres e alguns precisam ser até mesmo importados. Essas bebidas têm quatro componentes: malte, água, lúpulo e levedura. Isso quer dizer que as cervejas não levam açúcares de fontes extras. Mas também existem sim cervejas “caseiras”, por assim dizer ao pé na letra e são aquelas em que são usados equipamentos de pequeno porte, onde não se precisa de muito espaço de produção, não tem engarrafadoras, usando embalagens comuns e em alguns casos utilizando até rolha no processo de vedação. E são feitas com produções limitadas, normalmente de 20 a 40 litros por vez. Cervejas artesanais e cervejas “caseiras” têm uma matriz mais comum e se assemelham mais do que as produzidas em larga escala comercial. As cervejas industrializadas são produzidas em maior escala com o objetivo de vender em grande quantidade para um maior número de consumidores. Elas também passam por processos como filtração e pasteurização, o que não acontece na produção da cerveja artesanal. Tais cervejas utilizam cerca de 60% de malte de cevada, que é o principal ingrediente dessa bebida, e os outros 40% são cereais não maltados ou carboidratos, como milho e arroz. No mundo das cervejas, os processos de produção definem diretamente na qualidade do que bebemos e apreciamos, é sempre bom sabermos onde podemos provar o que há de melhor! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Tá calor? 5 cervejas pra matar a sede (por Rivaldo Neto)

Com esse forte calor que hoje está fazendo nada melhor que uma boa cerveja para que possamos matar a sede e bater um papo em uma roda de amigos. Temos por costumes tomarmos cerveja quase sempre estupidamente gelada. Com cervejas artesanais e bebidas que contém insumos de melhor qualidade, essa necessidade do “estupidamente” não é tão necessária assim. Como sabemos, uma bebida muito gelada impede de sentirmos alguns sabores que esses rótulos proporcionam. Lógico que vez por outra cai muito bem, mas se existem possibilidades mais interessantes de fazer com que seu happy-hour, praia, churrasco ou confraternização no final de ano seja regado a novas experiências. Quais tipos de cervejas podemos implementar nessa época do ano, cheia de comemorações e sol a pino? Existem alguns rótulos artesanais que podem proporcionar o mesmo frescor de uma ‘loira gelada’ só que com muito mais sabor e complexidade. Neles, a sensação de frescor vem dos aromas cítricos, baixo corpo e teor alcoólico, uma acidez mais elevada e, no caso das cervejas secas, ausência de doçura. Estilos como witbier, bohemian e german pilsener, as weiss e lambics frutadas, sessions são boas apostas. Vamos listar 5 cervejas para essa época. Uma cerveja que é uma autêntica German Pilsner é a tradicional Bitburguer. Corpo leve e com 4,8%Vol. A bebida segue rigorosamente a lei de pureza alemã onde são insumos principais água, lúpulo, malte e levedura. Ela é frutada e com um certo aroma de biscoito. Amargor leve e ideal para se comer com um bom joelho e porco ou alguma linguiça mais apimentada. Me surpreendi com a Júpiter Tânger, da cervejaria Paulistana. Tem um estilo belga, frutada, com aroma de tangerina e cominho. Cerveja extremamente interessante, uma witbeer bem leve, contendo 4,0%Vol, com uma espuma consistente e liquido na cor amarelo palha e um pouco turva. Realmente um bela cerveja! Em homenagem ao eterno Antônio Carlos Bernardes Gomes, mais conhecido como Mussum, Sandro gomes, filho do comediante e sócio da cervejaria Ampolis, produziu a Biritis. Uma Vienna Lager muito refrescante e ideal para dias quentes. Tem a cor viva a alaranjada, um malte delicioso, com aromas e maltes muito bem “equilibradis” e com 4,8%Vol. A cervejaria Wals produz a melhor Pilsen do mercado brasileiro. Com 5,0%Vol, bem ao estilo Bohemian Pilsener, com um gosto acentuado de malte e uma boa dose do lúpulo Saaz. Resultou em uma cerveja com muito equilíbrio fazendo jus a tradição desta cervejaria que vem ganhando cada vez mais destaque e arrebatando prêmios com toda justiça. E pra finalizar uma cerveja Sour Ale muito interessante. Não se assustem com o nome, a Way Sour Me Not Acerola é muito leve, refrescante com 3,5%Vol, leve amargor e um frutado de acerola em destaque, bem cítrica e modernamente ácida. Se o chegou o verão beba com mais qualidade sempre que possível, seu paladar agradece com toda certeza! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Experimente uma cerveja híbrida!

No meio dos variados estilos de cervejas onde estão as Lagers e as Ale, cervejas de baixa a alta fermentação respectivamente, existe um estilo híbrido, onde seus ingredientes e processos de produção divergem dos estilos mais tradicionais. São as cervejas que chamamos de Light Hybrid Beer, e se dividem em 4 estilos: Cream Ale, Blonde Ale, Kölsch e American Wheat / Rye Beer. A Cream Ale por exemplo é uma cerveja que nasceu nos EUA e do encontro do estilo American Pale Ale com a soma de adjuntos de cereais não maltados (milho ou arroz), além de leveduras de cervejas da grande família Lager. As Cream Ale têm, predominantemente, aquele delicioso aspecto claro e límpido, e um corpo muito leve. No geral é uma cerveja que possui um equilíbrio é verdade, mas com sabor no qual o lúpulo e o malte não são predominantes. Um exemplo é a Wexford Irish Cream Ale que contém a mesma cápsula de nitrogênio dentro da lata, com a Guiness. Cor marrom clara e 5,0%vol e possui um sabor suave de frutas com um toque sutil de lúpulo. É levemente caramelizada e com uma bela espuma consistente. Já as Blode Ale são naturais da Bélgica, e foram criadas a partir das cervejas de Abadia que são mais robustas, intensas com toques fortes dos insumos presentes na sua produção. Dessa variação criou-se este estilo, pois trata-se de uma cerveja mais clara e menos amargas. Há uma grande harmonia entre seu teor alcoólico, sua presença de lúpulo e de malte. Elas têm a cor variando do amarelo palha ao dourado, com espuma branca, densa e duradoura. A Leffe define bem esse estilo é seca e bem frutada. Bastante encorpada e cremosa, com um aroma bem sutil e um pouco doce no final, tem uma cor amarelo ouro e 7,0%Vol. Uma curiosidade é que ela foi criada em 1240 por clérigos da abadia de Leffe, a marca teve sua produção interrompida após a Revolução Francesa, até que, na década de 1950, Abbot Nys e Albert Lootvoet reativaram a receita original. A cultura alemã em relação as suas cervejas é de puro orgulho, nota-se isso claramente quando as cervejas produzidas numa referida cidade ou região dá nome a um determinado estilo. Esse é o caso da Kölsch Bier, produzida em Colônia, na Alemanha. O estilo Kölsch segue uma tradição que remonta ao século 14 e tem como principais características a coloração clara, alta carbonata ção, leveza e refrescância. A cerveja Früh Kölsch , com 4,8%Vol, tem cor dourada clara com uma espuma fina de curta duração. Aroma leve e límpido com notas adocicadas de malte tipo pão, bom lúpulo floral com um amargor médio. Carbonatação na medida certa. Uma clássica cerveja bem ao estilo. E pra finalizar temos o estilo American Wheat. Cervejas de trigo geralmente são associadas aos principais estilos como o Weizenbier ou Hefeweizen (Weiss), ambas de origem alemã, e as Witbier, produzidas na Bélgica e na Holanda. A Weizen são mais intensas com sabores de cravo e aWitbers são mais cítricas e mais leves também. Aí onde entra as Americans Wheat, estilo que surgiu nos EUA em meados da década de 1980. Digamos que é uma cerveja de trigo “reduzida”, pois não tem as fortes características das alemãs. São mais leves, claras e refrescantes e com pouca espuma. A diferença entre os dois estilos também está na origem e na quantidade de maltes e lúpulos. Enquanto as Weizen alemãs quase não levam lúpulo, as Wheat são mais amargas e utilizam maltes e lúpulos americanos em suas receitas, o que pode trazer um sabor mais cítrico e de especiarias. A excelente cervejaria americana Anchor produz uma ótima American Wheat. A Anchor Summer Ale é clara e leve. Uma autêntica cerveja de trigo ao estilo americano: filtrada para ficar mais leve e refrescante. Ela é de amargor médio, com 4,5%Vol, dourada e um boa dose de lúpulos herbais. Excelente cerveja! Então se quiser sair do comum e variar em tipos mais soltos sem regras e que flutuam entre os estilos, as Light Hybrid Beer é a sua melhor opção. *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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As cervejas Tchecas, tradição secular (Por Rivaldo Neto)

O país do Leste Europeu é o maior consumidor de cerveja por habitante no mundo. Com uma média de cerca de 143 litros de cervejas por ano. No Brasil, o consumo da bebida por habitante é de 62 litros, os Tchecos mais que o dobro. Com essa tradição e esse enorme consumo per capita, a República Tcheca é um dos países mais importantes na fabricação da bebida, sempre inovando com excelentes receitas tradicionais. Mas vamos dar uma rápida passada em algumas de suas tradições para entendermos essa paixão pela bebida. A República Tcheca, em 1265 fazia parte da região da Boêmia, do então Rei Otakar II, sendo assim, a cidade de Ceske Budejovice recebeu o direito de ter e produzir a sua própria cerveja. Em 1895 foi formalizada como produtora de cerveja oficial a Budejovice Pivovar, que hoje fabrica a conhecida Pilsen Czechvar (ver abaixo), uma das mais tradicionais Pilsens do mundo. Os cervejeiros da cidade de Pilsen, na Boêmia, em meados de 1840, produziam em sua maioria cervejas de alta fermentação, as chamadas ALE, com cores mais escuras e teor alcoólico mais robusto. Então os produtores locais se reuniram para criar uma um outro tipo de cerveja e que essencialmente permitisse utilizar insumos da região, e com isso permitindo a elaboração de sabores e aromas diferentes. O “start” foi dado quando em 1842 foi lançada a primeira receita da Pilsner Urquell (ver abaixo), bebida essa que se caracterizou como leve e refrescante e totalmente diferente do que era encontrado no país na época. Foi um sucesso entre os produtores e pela população. Depois dessa rápida introdução, vamos conhecer alguns dos rótulos que os cervejeiros de plantão não podem deixar de conferir. Vamos começar pela Cerveja Bernard Celebration Lager, uma legítima representante das excelentes Pilsens da Boêmia. A Bernard realmente surpreende. Uma cerveja com redondos 5,0%Vol, é muito leve, refrescante e cristalina, um amargor bem na medida certa, tem um bom malte e um destaque no processo é que a mesma não utiliza a pasteurização e sim uma microfiltragem e refermentação feitas na própria garrafa. Uma dica é tomá-la com uma tábua de frios com queijos e salames. A tradicional Czechvar Cerveja classificada como uma Pilsen tradicional, com os mesmos 5,0%Vol e produzida com lúpulos especiais e, por esse motivo, apresenta um discreto amargor suave. A sua produção leva lúpulos inteiros da variedade Saaz e maturada por pelo menos 90 dias, o resultado é uma babida dourada, clara, cristalina com boa formação de espuma. Traços florais (característicos do lúpulo Saaz no aroma) e paladar seco de malte abiscoitado, dão uma ótima sensação e com o final levemente malteado. Outra dica de destaque é a Cerveja Primator Premium. Ela é uma Pilsen feita pela cervejaria Nachód, que foi eleita a melhor do país em 2007. Possui coloração dourada, aroma de lúpulo, espuma branca, densa e persistente e de média carbonatação e com 5,0% Vol e bem equilibrada. A cerveja Lobkowicz, é outra Pilsen com 4,7%Vol. É feita com uma pura água dos poços artesianos da cervejaria e cevada da Boêmia que é transformada em malte. Tem uma coloração mais acobreada e com uma generosa porção de lúpulo Saaz, conhecido pelo seu aroma. A adição desse insumo, segundo o fabricante e feita com as mãos. Finalizando com a Pilsner Urquell, uma cerveja dourada, saborosa e com teor alcoólico mais baixo 4,4%Vol, o que permite que ela seja considerada mais leve e refrescante. Outra Boêmia Pilsen que harmoniza perfeitamente com frutos do mar fazendo um contraponto delicioso. E como dizem os Tchecos “Dej Bůh Štěstí” (Deus conceda alegria e sorte). *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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5 Cervejas inglesas que você vai querer dizer: Salve a Rainha! (Por Rivaldo Neto)

Entrar em um Pubs inglês e experimentar algumas cervejas disponíveis em seus bicos é um desejo de 10 entre 10 amantes da cervejas. A Inglaterra produz estilos tradicionais, mas com muitos rótulos ousados e muito bem resolvidos, podemos dizer que a terra da Rainha Elizabeth tem uma imensa tradição na produção de cervejas de altíssima qualidade. São cervejas com personalidade, geralmente com um teor alcoólico potente e características marcantes. Ao entrar em pub inglês, o universo parece que para. “Pub” vem do termo em inglês “Public House” (Casa Pública). São estabelecimentos comuns no Reino Unido (Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte) licenciados para vender bebida alcoólica, oferecendo variedade em cervejas, destilados e vinhos. Nas tradições dos pubs encontram-se também os jogos, como dardos e sinuca. É nesse universo onde os ingleses fazem um happy hour com os amigos, e curtem alguns momentos de descontração. Leia também: O que é uma cerveja "puro malte"? 10 coisas interessantes que você precisa saber sobre cerveja Listamos aqui 5 cervejas do Reino Unido que vale muito a pena a gente experimentar: Vamos começar pela Spitfire, nome dado em homenagem a um caça inglês. Criada nos início dos anos 1990 para celebrar o 50º aniversário da Batalha da Inglaterra (batalha travada em 1940 com a força aérea inglesa contra a nazista). A cerveja é avermelhada e utiliza 3 lúpulos de Kent, lúpulo inglês bem cítrico e excelente para "dry-hopping", que conferem equilíbrio e aroma floral, 4,5%Vol, amargor alto e um pouco doce no final dando um bom equilíbrio a bebida. Partimos para a Bombardier, “Conhecida como ‘a bebida da Inglaterra’. Essa autêntica cerveja do estilo Premium Bitter tem cor de cobre, aroma picante, meio ácida e frutada, e também um pouco caramelizada, contendo 5,2%Vol. É na verdade uma “Strong Bitter”. Segundo Ronaldo Morado, no livro "Larousse da Cerveja", as cervejas desse estilo são mais encorpadas, amargas e alcoólicas que outras Bitters tradicionais. Uma curiosidade é que o antigo rótulo e formato da garrafa de Bombardier se modernizou deixando os fãs meio que saudosos em relação ao novo modelo. Uma excelente English Brown Ale é a Newcastle Brown Ale, cerveja tradicionalíssima, tem como lema “a cerveja do homem do trabalho”. Tem uma bela cor âmbar, 4,7%vol, espuma bem consistente, com muito gosto de tostados (maltes e cevadas), tem um leve e dulçor um amargor muito bom. Para mim uma das garrafas mais bonitas do universo das cervejas, e como não podia ficar de fora, uma autêntica English India Pale Ale (IPA), a Mean Time é considerada a tradução fiel do estilo criado para colonizações inglesas na Índia no século 19. A cerveja, que pode ser armazenada por longos períodos, possui notas florais e cítricas, provenientes dos lúpulos Fuggle (amadeirado) e East Kent Golding (cítrico de limão e floral) e possui 7,5%Vol. Como não podia deixar de ser e impossível não falar da cerveja número 1 do Reino Unido. Intitulada de “Orgulho de Londres”, a London Pride, da cervejaria Fuller’s é uma espetáculo. Aromática, frutada e amarga, 4,7%Vol e possui três lúpulos diferentes: Target (aromático), Challenger (aromático, picante e amargo) e Northdown (lúpulo versátil com características frutadas). É uma cerveja que cai perfeitamente com grelhados, salsichas e costelas ou com um bom molho barbecue. Um verdeiro ícone das cervejas inglesas. Então saudemos a rainha em sua língua pátria: "God Save the Queen". MUNDO CERVEJEIRO Concurso Mestre Cervejeiro Eisenbahn 2016 anuncia os 15 finalistas e tem pernambucano na final. As cervejas finalistas da 7ª edição foram escolhidas entre mais de mil inscritas. O estilo escolhido é o Altbier, escolha comemorativa aos 500 anos da lei da pureza Alemã – A Reinheitsgebot. Desde 2007, o concurso Mestre Cervejeiro Eisenbanh vem consagrando novos talentos e reiterando seu posicionamento de valorizar e democratizar a cerveja especial brasileira. E agora, na sua 7ª edição, a mais tradicional competição do setor anuncia os 15 finalistas da edição 2016. FINALISTAS: Adriano Sachweh – Santa Catarina Alexsander Simões – Paraná Carlos Eduardo Costa Vanini – Minas Gerais Carlos Heinz Stahnke – Rio Grande do Sul Carlos Henrique Pessoa de Menezes e Silva – Espírito Santo Diego Silva dos Santos – Rio de Janeiro Gabriel Campana Loureiro – Bahia Lúcio Rogerio Botelho – Rio de Janeiro Marco Antonio Valle Agostini – Pernambuco Márcio Ribeiro Gonsalves – Minas Gerais Marcus Vinicius Iatslv – Paraná Rafael Dornelas Coradini – Rio Grande do Sul Reginaldo Fernando Ravelli – São Paulo Ricardo de Almeida Lima – Paraná Vinicius Grigolo - Paraná *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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O que é uma cerveja “Puro Malte”? (por Rivaldo Neto)

Vez por outra nos deparamos com cervejas no mercado que estampam em seus rótulos a palavra “Puro Malte”. Mas o que isso quer dizer? Qual conceito indica que a bebida se encaixa nesse perfil? O malte de cevada, assim como o lúpulo, é um dos ingredientes mais importantes na produção da bebida, porém nem toda cerveja é puro malte. Os adjuntos, ingredientes alternativos ao malte, são utilizados com diversos objetivos, de acordo com o estilo da cerveja. As cervejarias de grande porte no Brasil produzem cervejas em sua maioria com cereais não maltados, como por exemplo, o milho e o arroz. Isso faz com que deem leveza ao líquido, mas com isso reduzem drasticamente o sabor do malte e o amargor do líquido, tecnicamente se chama standard lager, ou seja, uma cerveja essencialmente básica e sem grandes atrativos em seu sabor, tendo como objetivo simplesmente reduzir seus custos de produção para torná-la competitiva no “grande” mercado. Sabemos que a lei de pureza alemã obriga a cerveja a ter três ingredientes: a água, o lúpulo e o malte. Então, seguindo esses preceitos, a bebida que é produzida com essas normas é identificada como de “Puro Malte”. Mas vamos conhecer alguns rótulos de cervejas “Puro Malte” que vale muito a pena experimentarmos. Começando pela Sul Americana, a produção da cervejaria Cervejaria Sankt Gallen é uma de minhas preferidas. Tem a cor dourada, com 5,0%Vol, espuma branca de média persistência, possui um aroma predominantemente maltado, mas com o lúpulo aparecendo bem e levemente herbal. É uma cerveja de corpo leve bem refrescante, fácil de beber. Ponto positivo para o malte reforçado. Uma de suas curiosidades da Sul Americana é que em janeiro de 1880, D. Pedro II desce do seu palácio de verão, na Região Serrana, para visitar uma recém inaugurada cervejaria montada no Rio de Janeiro por imigrantes alemães que empregavam sua experiência na produção de cervejas diferenciadas. Como era grande incentivador da produção da bebida o Imperador foi convidado a abrir e apreciar a primeira garrafa. Outra cerveja interessante é a Paulistânia, a cervejaria Casa di Conti, um pouco mais leve que a Sul Americana, com 4,8%Vol, é levemente aromática, mas é bem encorpada, com bom amargor e um ótimo malte. Um detalhe é que ela é produzida com dois maltes e dois lúpulos em sua composição. Cerveja de personalidade, que entra suave e desce forte, exatamente o que se espera de uma cerveja do gênero. A Estrella da Galícia é de uma marca espanhola, mas está sendo produzida no Brasil também pela cervejaria Casa de Conti, uma cerveja bem elaborada, amarela clara e translúcida, amargor muito bom, com 4,7%Vol, malte muito bem resolvido e agradável, com uma espuma clara e de boa consistência e no final ela apresenta um dulçor que deixou a cerveja muito bem equilibrada. As cervejas “Puro Malte” são uma excelente opção para o verão, e sua refrescância as torna uma experiência gratificante para todos os amantes da bebida. MUNDO CERVEJEIRO Nada é tão bom que não possa ficar ainda melhor. E a Cervejaria Urbana acaba de comprovar essa máxima com sua mais nova experiência: a Gordelícia Aramis. Isso mesmo, a musa da Urbana, eleita a melhor cerveja das Américas pelo World Beer Awards 2015, ganhou uma receita com adição de Aramis, - a mais importante variedade de lúpulo aromático da região da Alsácia, na França, - que conferiu à bebida características herbais intensas, como toques cítricos e mentolados. *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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As cervejas Saison, criatividade sem limite (Por Rivaldo Neto)

No mundo dos amantes de cerveja alguns estilos conseguem fidelizar uma grande leva de consumidores. Nota-se que com o passar do tempo, o que é lógico, vamos começando a traçar nosso perfil gustativo e com isso a tendência é sempre migrarmos para as cervejas com as características que mais nos identificamos. Muitos vão se intitular entusiastas das IPAS, Lagers, Stouts, Poters, Weiss e por aí vai. No vai e vem dos estilos vamos descobrindo novos sabores e abrindo perspectivas para outros, uma viagem muito interessante são as das cervejas Saisons ou, simplesmente, sazonais. Tal estilo de cerveja é imensamente amplo, pois quebra-se o paradigma de receitas engessadas (nada contra), para dar vazão a criatividade. São bebidas versáteis, refrescantes e extremamente interessantes, podemos afirmar que são claras, aromáticas e muitas vezes com um certo grau de excentricidade nos insumos. Afirma-se que sua origem vem da região de Valônia (La Wallonie), no sul da Bélgica, onde se fala predominantemente francês. Inicialmente tinham um perfil mais leves com 3,5 a 4%Vol e feitas para trabalhadores do campo. Saison vem do francês que significa estação (do ano). No geral as cervejas eram produzidas no inverno (para que se pudesse evitar o calor que propagava contaminações) e assim pudessem serem consumidas em outras épocas do ano. Hoje, as cervejas desse estilo são mais complexas, não tão leves, mas ainda bem refrescantes, sendo bastante consumidas na Bélgica e na França onde são muito populares. Hoje na produção de cervejas estilo Saison o lúpulo também tem seu destaque, assim como na produção de alguns rótulos o uso do dryhopping (técnica para potencializar os aromas do lúpulo no final da fervura) é também muito utilizado. Mas vamos a alguns rótulos que valem a pena conhecer e assim dar oportunidade ao nosso paladar de descobrir algumas sensações que este tipo de cerveja pode nos proporcionar. Começando pela deliciosa Saison à Trois, cerveja essa que tem uma curiosidade inusitada por ter seu projeto de fabricação feita por duas cervejarias, são elas a 2cabeças (Rio de Janeiro) e Invicta (Ribeirão Preto). Ela é amarelo claro, um pouco turva (por não ser filtrada), com 5,8%Vol, com um aroma muito intenso. Para dar um toque apimentado foi adicionado o lúpulo neozelandês Motueka (na mesma família do Saaz) e sementes de coentro. Indo para uma também excelente Saison com chancela Belga, temos a St-FeuillienSaison chamada de cerveja de terroir, sua própria própria garrafa é por si só uma atração pela beleza. Não é filtrada, e tem uma fermentação secundária. Tem a cor amarelo dourado,um pouco condimentada, com um amargor alto e 6,5%Vol. Uma dica é experimentá-la com um filet ao poivre. Essa cerveja foi eleita a melhor Saison do mundo, na Wold Beer Awards 2009, em Londres. Diga-se de passagem, com toda a justiça. Como eu falei em ousar, a cervejaria gaúcha Tupiniquim não se fez de rogada e tem uma Saison que vale a pena entrar na sua lista de degustação. A Saison de Caju com a adição de polpa de caju e manga. Refrescante, bem carbonatada, essa cerveja oferece o famoso “funky” devido a sua fermentação com Brettanomyces (levedura selvagem que pode desenvolver acidez durante a fermentação). O aroma típico identifica o estilo, as frutas são coadjuvantes no final e reforçam a sensação de acidez na boca. Experimente com frutos do mar. MUNDO CERVEJEIRO A cervejaria Ekäut e Go! Elephants estão promovendo no dia 5 de novembro o Ekäut Prost Day! Trata-se de uma proposta de festa diferente com a banda Allycats, no melhor som dos anos 1960, Malícia Champion, garante um repertório que passeia por um mix de sucessos de Dalto à Michael Jackson. Quem comanda a pista são os DJ Allana Marques (música brasileira, indie e rock) e Lúcio Morais, com um set especial em vinil, com rock e blues. A proposta do Ekäut Prost Day é aproximar o público do processo de produção da cerveja, agregando cultura e arte num dia inteiro na fábrica. A Ekäut Cervejaria foi lançada no mercado pernambucano em 2015 e tem a frente da operação os sócios André Turton, Bruno Paes e Diogo Chiaradia, com produção focada em chopps e cervejas nos estilos Munich Helles, Czech Pilsener e American IPA. Recentemente lançaram a American Pale Ale, em homenagem à Revolução Pernambucana, chama-se 1817. As opções vão estar disponíveis num robusto cardápio para o evento, que conta ainda com opções de cortes especiais de carnes e burgers no grill. Mais informações no: https://www.eventick.com.br/ekautprostday *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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