Arquivos Rivaldo Neto - Página 8 de 10 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Rivaldo Neto

10 coisas interessantes que você precisa saber sobre cerveja! (por Rivaldo Neto)

  Volta e meia, em conversas nas rodas de amigos, sempre que estamos apreciando uma boa cerveja algumas verdades e mitos são postos em discussão. Lendas, afirmações e uma infinidade de temas são postos na mesa e quase sempre um debate acalorado e descontraído acontece. O que é verdade e o que é mentira em relação ao consumo, produção e história da cerveja. 01 – Onde a cerveja foi criada? Devido a sua tradição na produção das cervejas, muitas pessoas têm a certeza que a bebida foi criada na Alemanha, mas isso não é verdade. Os historiadores cravam que ela foi criada na antiga Suméria, onde hoje estão os territórios do Kuwait e do Iraque, e que sua descoberta foi possivelmente acidental, quando certos grãos ao se misturar com a água desencadearam o processo de fermentação. E no Egito antigo a cerveja e o pão eram considerados alimentos básicos. 02 – Não existe copo específico para se beber cerveja! Existem sim, os variados estilos da bebida sugerem e comprovam que o formato vai interferir diretamente não só no sabor como também no aroma. Para citar um exemplo, existem cervejas com aromas mais fortes e mais marcantes que outras, então, o recipiente deve proporcionar que possamos senti-los, sendo assim, os copos ou taças devem conter a boca  mais larga para permitir que o cheiro chegue no nariz com mais facilidade e isso muito se dá no momento da formação da espuma. Pode ter certeza que tomar a cerveja no copo certo, vai proporcionar uma experiência mais marcante, adequada e prazerosa. 03 - Como devemos gelar a cerveja na geladeira? O ideal é que seja guardada de pé, principalmente se for cerveja especial, pois os insumos tendem a decantar no fundo. Na hora de servir, como no caso de uma weiss, devemos agitar enquanto estamos servindo e assim todo o liquido é misturado e todo o potencial da cerveja aproveitado. Outra dica é não deixar a garrafa na porta da geladeira, melhor deixar na prateleira de cima, pois na porta o abre e fecha da mesma, faz a garrafa ter vários choques térmicos e isso afeta diretamente no sabor e qualidade da cerveja. 04 – Para que o colarinho? Para muita gente, o tal “colarinho” é de certa forma perda de mais líquido a ser ingerido. Mas jamais devemos pensar assim, muito pelo contrário, ele desenvolve várias funções como, por exemplo, funcionando como isolante e assim evitando a oxidação da mesma e mantendo a temperatura. Seu odor também revela se a cerveja é de boa qualidade, pois sua consistência e densidade são fundamentais para garantir que sua bebida esteja sendo servida perfeitamente e com seu correto acondicionamento. Lembrando que o ideal é um colarinho de dois dedos, isso já é o suficiente. 05 – Na Alemanha e na Inglaterra se toma cerveja quente? No Brasil fomos acostumados a pedir uma cerveja “estupidamente gelada”, mas esse “estupidamente” tem seu objetivo. Servida assim dessa forma as papilas gustativas são anestesiadas e com isso mascaram completamente o sabor da bebida escondendo os seus defeitos. As cervejas servidas nesse países não são “quentes”, mas também não são extremamente geladas, e sim servidas nas temperatura ideal para cada estilo, onde o consumidor vai conseguir sentir todo o sabor nos insumos. 06 – O lúpulo é parente da... Cannabis Sativa! Todo mundo sabe que um dos principais ingrediente da cerveja é o lúpulo. Ele é responsável pela caracterização dos aromas e sabores da bebida, podendo abrir um leque de possibilidades como floral, herbal, frutado e até condimentos para citar apenas alguns. O lúpulo é uma planta trepadeira cujo nome científico é humulus lupulus. Pois bem, ele pertence a família da Cannabaceae, onde também está a Cannabis Sativa, mais conhecida como maconha. Exatamente, são primos, mas não pense que o efeito de relaxamento causado pela bebida é por isso. Quem causa tal efeito é o álcool, ok? 07 – Que tal morar na Bélgica? Sim, é na Bélgica que existe a maior quantidade de tipos de cerveja. Nada mais nada menos que 1500 tipos. É lá onde até os monges trapistas produzem cervejas e com o dinheiro que arrecadam aplicam em obras de caridade. 08 – Quais os países que consomem mais cerveja no mundo? Não, o Brasil não está entre os 10 países que mais consomem cervejas no mundo, apesar de nosso consumo ter tido um aumento significativos nos últimos anos devido a efervescência do mercado de cervejas artesanais e importadas, os campeões do consumo de cerveja (em litros por ano) são: 01 - República Tcheca : 143 litros 02 - Áustria : 108 litros 03 - Alemanha : 107 litros 04 - Irlanda : 94 litros 05 - Polônia : 89 litros 06 - Romênia : 89 litros 07- Austrália : 82 litros 08 - Bélgica : 81 litros 09 - Espanha : 78 litros 10 - Inglaterra : 77 litros Fonte: Bath-hass Group 09 – Que tal experimentar uma Snake Venom? A cerveja mais forte do mundo! A cervejaria escocesa Brewmeister criou essa “bomba”, a Snake Venom, a cerveja mais forte do mundo. Criada por Lewish Shand e John McKenzie a bebida tem 67,5% de teor alcoólico. Quem já experimentou diz que parece um licor. Essa é mera curiosidade. E não é nada barata, a garrafa com 275 ml sai por 50 libras no Reino Unido, o equivalente a R$ 175. 10 – E o malte? Qual seu papel? Elemento base da produção da cerveja e considerada a alma da bebida, o malte é um cereal germinado e ressecado, responsável pelos aromas, sabores e cores característicos. É também da função do malte fornecer açúcares e nutrientes. Estes açúcares serão utilizados pelas leveduras, principalmente, para a produção do álcool e do gás carbônico e demais reações derivadas da fermentação. Existem vários tipos de maltes, entre eles os mais comuns são o de trigo, cevada e centeio. Elemento base da produção da cerveja e considerada a alma da bebida juntamente com o lúpulo. MUNDO CERVEJEIRO Congresso Acerva-PE

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Cerveja com churrasco: o que já é bom fica ótimo! (Por Rivaldo Neto)

Uma das parcerias mais gratificantes de quando estamos saboreando aquela cerveja é o churrasco. Nos finais de semana, volta e meia estamos a beira de uma churrasqueira  preparando cortes especiais, que vão de uma deliciosa picanha, a uma suculenta costelinha de porco. Que tipo de cerveja devemos experimentar para deixar ainda mais gratificantes esses momentos? A princípio, nós cervejeiros, achamos que as combinações tendem a ser as mais simples, mas podemos entrar em conceitos mais complexos  propiciando que essa experiência fique ainda melhor. Como sabemos o preparo do churrasco envolve outros ingredientes que vai dos molhos, saladas, vinagretes até aquele pãozinho de alho. O ideal é que o start seja dado com rótulos mais leves, menos complexos e intensos como as Pilsens e as Lagers, daí vamos chegando aos mais fortes, estes estilos  equilibram o índice alcoólico da bebida com o teor de gordura do prato. Existem estilos que combinam muito bem carnes assadas na brasa como as Vienna Lager, American Pale Ale, American Amber Ale, Irish Red Ale e Flanders Red Ale. Cortes como maminha, fraldinha e alcatra a harmonização é muitos simples, uma cerveja muito interessante para dar conta do recado perfeitamente é a Camila Camila, da cervejaria Bamberg. Ela é dourada, com o excelente lúpulo Saaz que é floral e condimentado, bem malteada, com 5,0% Vol e tem um final caramelizado e refrescante. Mas se quer ousar mais temos a Burgman Red Ale do estilo Flanders Red Ale, cerveja que se caracteriza por ser azeda (mais ácida que o normal) produzida maioritariamente na Bélgica. Apesar de dividir um ancestral comum com a cerveja Porter, sendo a Flanders bem mais clara.   Tem a coloração avermelhada, com 5,5% Vol e também com aroma de caramelo no final. O caramelo presente nestes estilos de cerveja harmoniza por afinidade com as proteínas e os açúcares caramelizados da carne devido ao fogo da churrasqueira. Como sempre afirmamos que cerveja se harmoniza por aproximação. Uma costela de porco defumada, com uma cerveja com as características a seguir é uma boa pedida.. Pois bem, a dica é a Aecht Schlenkerla Rauchbier. Essa é para quem gosta de sabores complexos. Se trata de um estilo alemão muito tradicional que nasceu na região de Bamberg. No processo de malteação os grãos são secos em fornos a lenha. A fumaça produzida pela madeira “tempera o malte” com as notas defumadas. O sabor do defumado invade a boca dando uma sensação extremamente interessante. É vermelha bem escura, com 5,1%Vol, sem muito amargor, justamente pelo defumo do líquido para não mascarar sua principal característica. Para as linguiças de porco ou frango, principalmente as de porco, o ideal é uma cerveja forte, uma Strong Ale, por exemplo. Se quiser uma experiência verdadeiramente marcante experimente  uma Delirium Tremens, belga, considerada por muitos uma das melhores cervejas do mundo, a famosa cerveja do elefante rosa. Ela é complexa, muito rica em aromas, brilhante, frutada e cítrica, com seus imponentes 8,5%Vol, um verdadeiro deleite para os amantes desse estilo. Chegando na estrela do churrasco, o destaque das carnes vermelhas, a picanha é o corte preferido pela maioria pela sua maciez e seu marcante traço de gordura lateral. Experimente uma cerveja aos estilo Brown Ale. A americana Anchor Brekle's Brown, com 6,0%Vol, avermelhada, espuma bege de boa duração. Aroma de lúpulo cítrico boa dose de malte, refrescante, de corpo leve, com final suave. Boa carbonatação e ótima drinkability. Em um churrasco, as possibilidades de carnes são muitas. Assim como os tipos de cervejas, brevemente voltamos ao assunto para dar outras dicas de como nossos sábado e domingos podem ficar ainda mais divertidos! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Cerveja com Sushi. Qual a que combina? (Por Rivaldo Neto)

Sushi ou Niguiri, comida japonesa que caiu nas graças dos Pernambucanos, que se baseia numa antiga técnica de conservação da carne de peixe com arroz avinagrado. A forma de como ele é hoje tem em torno de 200 anos. A comida era comercializado na rua, uma espécie de fast-food japonês da antiguidade. Mas é possível harmonizar sushi com cerveja? Como podemos variar os diversos tipos de sushis, sashimis e temakis? Então vamos deixar a sua clássica harmonização com saquê, que também é uma bebida fermentada, e substituí-la por uma boa cerveja. Para quem não tem o hábito de comer um sushi com cerveja é interessante buscar estilos com um paladar mais suave e até porque o prato tem uma delicadeza peculiar, por isso devemos justamente aproximar essa características com cervejas de baixa fermentação como as Pilsens ou Lagers. E que tenham em sua composição uma boa presença de lúpulo, que indiscutivelmente vai combinar muito bem com o wasabi (tempero em forma de uma pastinha verde usado para apimentar os pratos). Mas pode ser também uma cerveja Kolsh, tal designação é exclusiva para um pouco mais de 20 cervejarias localizadas nos arredores da cidade alemã de Colónia. Este estilo passa por um processo de armazenamento mais longo, pois trata-se de uma cerveja com alta fermentação . Tem uma leveza no sabor, mas bem frutada e se destacam por afirmar que usam o melhor do lúpulo alemão (dos gêneros Hallertau, Tettnang, Spalt ou Hersbrucker) e de água bastante leve e se possível beber em uma copo Stange (imagem). Este estilo tem um final doce que pode dar uma boa sensação com o molho shoyo. Uma deliciosa cerveja neste estilo é a Fruh, de cor amarelo ouro, puro malte, com boa formação de espuma, de sabor intenso, mas suave e refrescante com um acabamento seco e lupulado, com 4,8% Vol, uma das melhores do estilo. No mercado nacional temos a Eisenbahn Kölsch produzida com quatro tipos de malte, entre eles o malte de trigo, de corpo leve, coloração dourada e de paladar e amargor baixos, possui aroma levemente frutado e possui os mesmos 4,8%Vol da Fruh. Mas se estamos nos enveredando no mundo da culinária japonesa, porque não entrarmos de vez nesta onda e harmonizarmos com uma cerveja também japonesa, no caso a Sapporo Premium, uma American Lager, levemente lupulada, mas com bom amargor, tem boa espuma no final, levemente doce, dourada e com seus 4,9%Vol. Excelente pedida! As cervejas weiss não ficam de fora. Por serem ácidas têm um lugar cativo nessa harmonização. Especialmente uma witbeer. Um caprichado sunomono misto de atum, peixe branco, salmão e lula, com pepinos é uma ótima pedida para se experimentar com esse estilo. Então indico uma das melhores cervejas que conheço. Produzida pela mesma fabricante da Duvel, a Vedett é considerada uma das melhores witbiers existentes no mundo. Além do trigo, como de costume na Bélgica, sua receita tem coentro e cascas de laranja para dar um sabor cítrico e refrescante. O aroma de ervas é uma característica muito forte desta cerveja. Como de costume, sofre a segunda fermentação na garrafa e não é filtrada, criando uma cerveja extremamente refrescante, saborosa e muito perfumada com coloração amarela e turva e com 4,7%Vol. Mas, se seu estilo preferido não foi citado, não se incomode. Na gastronomia o mais importante é o prazer e a vontade de experimentar novos sabores. Kampai (um brinde em japonês)!   *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Dá para combinar a cerveja com a dieta? (por Rivaldo Neto)

É uma unanimidade dizer que o álcool é um vilão para a dieta alimentar, por ser calórico, cada copo de 300ml tem em média 150 kcal aproximadamente. Isso pode variar de acordo com os insumos que compõem a bebida. Alguns estilos são mais calóricos que outros. Na realidade quanto mais álcool tiver a bebida, mas calórica ela será, mas é preciso fazer um contraponto, a cerveja é mais leve e acessível que muitas bebidas, isso as vezes faz com que seu consumo seja maior, e assim consequentemente, ingerida em maior quantidade que as demais. O exemplo é o seguinte, em uma taça de vinho 200ml , temos 170 kcal. Em um copo de cerveja, daqueles servidos em bares, que são em média com 300 ml, contendo 150 kcal você irá consumir mais facilmente os 6 chopes, e não 6 copos de vinho. Então, o vinho mesmo sendo mais calórico, bebe-se menos. Por ser a bebida mais popular do mundo, a cerveja só perde para a água e o chá (não alcólicas) e no Brasil o consumo da bebida é de 62 litros da bebida por habitante a cada ano. A cerveja é uma bebida que não possui proteínas, sendo produzida através da fermentação de cereais. Geralmente, a cerveja é composta por água, lúpulo e malte de cevada. A grande questão está no que geralmente acompanha a cerveja.Se ingerimos três ou quatro latinhas, termos umas 600 kcal. Na verdade, o que engorda são as comidas que a gente escolhe para acompanhar a cerveja. E quase sempre optamos por coisas ricas em gordura como frituras, pastéis,queijos, linguiças e carnes. Uma boa dica é apostar em acompanhamentos menos calóricos. Como brusqueta, carpáccio e até queijos mais leves, como por exemplo o mussarela de búfula. Infelizmente o mercado nacional, as cervejas light ainda são muito restritas. Se está de dieta, evite consumir ao mesmo tempo alimentos muito salgados, pois eles só aumentarão sua sede e farão você beber mais do que havia planejado. Vejamos as calorias de algumas das marcas de cerveja: A Dos Equis é muito leve, a cerveja de origem mexicana possui “apenas” 68 kcal por copo de 200 ml, o que a torna uma das cervejas menos calóricas no mercado.   A belga Stella Artois é mais antiga que o Brasil, é fabricada há mais de 600 anos, e em sua garrafa de 255ml contém 122kcal. Nascida em 1759 na Irlanda, a cerveja Guinness é conhecida por seu sabor forte e pouco adocicado. Uma lata padrão de 440 ml da cerveja contém 159 kcal.   A americana Samuel Adams, é uma das poucas cervejas light que encontramos no mercado nacional, e possui 119 Kcal. E a clássica Bud Light, líder de vendas no mercado americano contém, 110 Kcal. Tudo também vai depender do seu metabolismo e dos seus hábitos de vida. O mais recomendado é procurar um acompanhamento nutricional para fazer uma dieta balanceada e iniciar uma atividade física regular. Dessa forma você vai conseguir perder peso e ter uma vida saudável, sem precisar abrir mão da sua cervejinha! Graças a Deus!   *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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A cerveja que combina com a culinária nordestina (por Rivaldo Neto)

Nordeste, praias, calor... e uma gastronomia de dar água na boca. Da galinha à cabidela a uma buchada, passando por um sarapatel, uma peixada e uma caldeirada, são tantas iguarias que a cultura nordestina proporciona. O que podemos incluir para acompanhar nossos pratos com cervejas artesanais, importadas e também as tipicamente pernambucanas que estão indo muito bem obrigado. Começaremos por uma galinha à cabidela que é um excelente prato tradicional da cozinha colonial do Brasil. O sangue da ave é coletado no abate e fica avinagrado no preparo, esse processo proporciona a coloração escura do molho. Também chamado de “Galinha ao Molho Pardo”. Difícil realmente é não gostar. É servido basicamente com arroz, farofa e feijão verde. Para acompanhar a dica é uma cerveja escura e leve para se degustar. Opte por uma Brooklyn Brown Ale que tem uma coloração marrom, mas límpida, frutada e com um amargor muito equilibrado e com 5,6%Vol, sendo também leve e adocicada (com menos álcool que as tradicionais Brow Ale) bom aroma causando assim uma refrescância gratificante combinando com o molho. Outro prato que contém sangue no seu preparo é o sarapatel, guisado de sangue, tripas e miúdos de porco ou carneiro ou bode (até mesmo de galinha), bem condimentado. Possui sabor mais intenso que a galinha cabidela e também bem mais gorduroso. Uma curiosidade também é que em Portugal existe uma prato semelhante chamado Sarrabulho. Com uma dica, se você gostar de um sarapatel apimentando opte por uma cerveja com amargor intenso. A cervejaria pernambucana Debron Bier, lançou uma excelente IPA com 6,8%vol e 70 IBU (índice que mede o grau de amargor da bebida) combina perfeitamente. E quanto mais picante for a comida, mais lupulada e amarga deve ser a cerveja. O lúpulo consegue combinar bem o efeito das pimentas, permitindo que você consiga sentir melhor os sabores tanto do prato quanto da bebida. Partindo para uma Buchada, que é feita com as entranhas (rins, figado e vísceras) de bode originalmente, mas também é feita de boi ou porco. As partes são lavadas, fervidas, cortadas, temperadas e cozidas em bolsas (que medem cerca de 8 cm de diâmetro), feitas com o próprio estômago do animal e acompanha arroz um pirão feito do molho das carnes cozidas. Por ser um prato mais “pesado” experimente comer com uma American Lager, como a Serra Malte, com 6,0%Vol, e possui uma cor forte, baixa fermentação, amargor acentuado, composto de extrato primitivo extra. Com boa quantidade de lúpulo essa cerveja harmoniza muito bem com pratos mais condimentados como é esse o caso.     Mas se vamos comer frutos do mar como uma boa peixada pernambucana, onde o peixe é cozido com verduras e legumes ou uma caldeirada , contendo camarão, sururu, marisco, lagosta e outros frutos do mar, podemos harmonizar com os estilos witbier ou munich helles. A The White IPA, da cervejaria Dortmund é uma excelente opção. Muito refrescante, cítrica na medida certa, muito aroma, mas nada exagerado, com 50 IBU, com dry-hopping de lúpulo cascade e 4,5%Vol. E pra Munich Hells ou também chamada Münchner Hell, que significa Clara de Munique, temos a da pernambucana cervejaria Ekäut, perfeita para acompanhar esses tipos de pratos, com 4,7%Vol, refrescante, leve e translúcida.    Não é a toa que o consumo de cerveja no nordeste foi impulsionado em 40% nos últimos três anos, tanto pela efervescência do mercado, quanto pela clima que proporciona o consumo da bebida, e nada como também ter uma gastronomia que ajude! Alguém duvida?! MUNDO CERVEJEIRO Grand Mercure Summerville promove fins de semana dedicados à cerveja Sempre inovando no quesito entretenimento, esportes e lazer para todas as idades, o Grand Mercure Summerville Resort - localizado em Muro Alto, Porto de Galinhas (PE) - investe em finais de semana temáticos com programações especiais, exclusivas para os hóspedes, no seu “Pub Sport Bar”. O espaço, que tem inspiração inglesa e foi concebido em parceria com a Eisenbahn, marca de cerveja da Brasil Kirin, promove, nos dias 23 e 30 de setembro, atrações destinadas exclusivamente para os adultos envolvendo experiências sensoriais com a popular bebida alcoólica produzida a partir da fermentação de cereais. Dentre os assuntos abordados nos workshops promovidos pelos Mestres Cervejeiros especialistas da marca Brasil Kirin, Christian Teixeira de Carvalho e Guilherme de Oliveira Gusmão, estarão “Origem e história da cerveja”, “Descrição das famílias e estilos de cerveja”, “Caracterização dos principais ingredientes utilizados na fabricação de cerveja” e “Explicação de cada etapa do processo de fabricação de cerveja”. Além das aulas, os participantes vão poder fazer degustação de diferentes rótulos assinados pela brand. Contato para reservas: (81) 3302-4446 *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Cerveja na garrafa ou na lata? Faz diferença? (Por Rivaldo Neto)

Uma das grandes discussões, quando o assunto envolve o paladar das cervejas, é se realmente faz diferença a embalagem em garrafa ou na lata. Será que o armazenamento nesses recipientes causa alguma distorção no sabor? Essa polêmica é antiga, então vamos desvendar o que tem de verdadeiro para sabermos se nossa bebida preferida sofre tais alterações. O primeiro ponto é que tanto a cerveja em garrafa, lata ou barril tem o mesmo tempo de maturação. Em relação à garrafa, o liquido ganha mais carbonatação (introdução de CO2 que faz dar o efeito de espuma) por causa do material que veda as tampinhas ser mais permeável aos gases que o alumínio presente nas latas. Isso acontece para manter a carbonatação ao longo do prazo de validade. O processo de pasteurização é quase o mesmo em todas as embalagens, inclusive na produção em nada diferem, pois a cerveja que sai dos tanques é a mesma que abastece uma linha de latas e a de garrafas. Mesmo com essas semelhanças e, apesar de no aroma, no sabor e na cor os líquidos serem quase sempre idênticos, garrafas e latas têm diferenças. E uma delas pode, sim, às vezes – mas não é comum – interferir na qualidade da bebida. Porém, ao contrário do que muitos pensam, é a lata quem leva vantagem pelo fato de proteger o líquido da luz. Quando a bebida fica muito exposta à luminosidade causa um defeito chamado light-struck, que faz com que o aroma e o sabor se tornem desagradáveis. Isso ocorre porque a luz causa uma quebra na molécula que produz o amargor do lúpulo. Não por acaso, os produtores cervejeiros optam por vidros escuros mas que, ainda assim, possibilitem vislumbrar o líquido dentro da garrafa. É por esse motivo que as garrafas escuras (cor âmbar ou verde) são preferíveis às brancas. Isso não implica que uma cerveja que venha numa garrafa branca seja de má qualidade ou se estrague mais depressa. Devemos, no entanto, ter alguns cuidados extras e guardá-las em locais escuros e sem luz direta. Então vamos aos fatos e podemos concluir: O tempo de maturação é o mesmo em todas as embalagens, porém a cerveja em garrafa é um pouco mais carbonatada que a enlatada, mas nada que interfira absurdamente no sabor. A única interferência é que em lata ou em barril a cerveja fica um pouco mais densa, mas repito: a diferença é mínima. Só um grande especialista pra se incomodar com tal detalhe. Outro fator importante é que tanto cervejas em lata quanto em garrafas recebem a adição de antioxidantes: os mais usados são o isoascorbato e o metabissulfito de sódio ou potássio que também não têm interferência no aroma nem no sabor. E que as ligas metálicas usadas na latas não interferem na qualidade da bebida. O que podemos afirmar é que há uma diferença de sabor entre chope e cerveja, mesmo que sejam da mesma marca. Ocorre que o chope que não sofre o processo de pasteurização e, por isso, deve ser logo consumido. Enquanto a cerveja na garrafa e na lata passa por esse processo, e ganha um volume maior de CO2. Contudo, a pasteurização vem se modificando com o tempo, se tornando mais moderna, a ponto de alguns processos industriais a excluírem. Então cervejeiros de plantão a composição química tanto das latas quanto das garrafas não proporciona qualquer alteração no sabor do produto. E quando acontece, são raríssimas vezes. Então vamos degustar sem preconceitos! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Cerveja com sobremesa. Já experimentou? (Por Rivaldo Neto)

Quando falamos em harmonizar pratos com cervejas o que vem logo à cabeça dos cervejeiros de plantão são sempre petiscos, pratos salgados e frutos do mar. Mas e as sobremesas? Como podemos deixar de fora esses momentos de puro prazer sem juntá-la a essa bebida que tantos amamos? Quais cervejas e com quais sobremesas podemos tirar o máximo de proveito nos seus mais variados sabores? Pois saiba que cerveja combina bem com várias iguarias podendo ser brigadeiros, trufas, tortas, bolos, sorvetes e muitas outras. Sempre é bom lembrar que a melhor forma de juntar os dois é por afinidades. Assim podemos usufruir ao máximo dos dois sem cortar o sabor de nenhum, até porque a cerveja possui ingredientes que se assemelham aos da sobremesa. Pra você entender melhor vamos aos exemplos. Vamos começar pelos chocolates. Um sorvete de chocolate amargo ou meio amargo com  cervejas escuras como as Porter e as Stouts é uma das experiência das mais prazerosas. Uma cerveja que se encaixa com autoridade nessa harmozinação é a ímpar cerveja inglesa Young`s Doble Chocolate. É a que chamamos de Sweet Stout, devido a presença de chocolate em sua fórmula. Tem um alto amargor (estamos falando de chocolate amargos não é?), tem o teor alcoólico de 5,2%Vol, com uma espuma média, e bem aromatizada. Dupla perfeita! Um petit gateau também se encaixa nesse contexto se juntarmos algo um pouco mais doce, com uma bela calda de chocolate amargo. Mas se você gosta de algo mais doce, ou realmente doce, como um cheesecake de frutas vermelhas com uma calda de amora, a parceira perfeita seria uma cerveja frutada, bem aromatizada como a Kriek Boon, belga, estilo fruit lambic, de cor avermelhada e com o teor alcoólico de 4,5%Vol. Portanto, leve e que contém cereja (que por sinal é posta inteira nesse processo) em sua fermentação. Aliás, essa é outra característica importante para podermos “casar” com as frutas vermelhas do cheesecake. Apresenta leve acidez, o que é ótimo com o doce, e suas garrafas são fechadas com rolhas. Um espetáculo! E um simples bolo de laranja? Ou de limão ou de maracujá? São sobremesas cítricas e portanto também um pouco mais ácidas. Podemos juntar uma Baden Baden American IPA, a cerveja ideal pra essa harmonização. Ela possui aroma intenso de maracujá, como se fosse um mousse, é acobreada, e na sua fabricação foi usada a técnica de Dip Hopping, que promove o que se chama de ‘chá de lúpulo’ para a maior exploração de aromas sem interferir no amargor e tem 6,4%vol. Com isso os sabores se intensificam trazendo uma leva de sensações Hambúrgueres, queijos e agora doces, o que vem mais por aí? A certeza é que cerveja abre inúmeras possibilidades e estamos apenas começando! Que bom! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Porters e Stouts: saiba as diferenças (Por Rivaldo Neto)

Com o mercado de cervejas em plena ebulição e com uma grande variedade de estilos invadindo as prateleiras, cada vez mais surgem dúvidas em torno na bebida. Uma delas é clássica. Qual a diferença entre cerveja Stout e a Porter. As diferenças são sutis entres essas duas irmã Dark Beers. Um pouco de história para começar. O estilo Porter tem origem britânica e é resultado de uma mistura de cervejas escuras, que chamamos de Brow Ales. Inicialmente a Porter foi criada em 1700 como um bled das variações Old Ale, Pale Ale e Mid Ale. Tem origem nas docas da Inglaterra onde os trabalhadores as misturavam para completar um Pint (copo de 430ml). Possuem como característica um amargor constante e leve. Os aromas realmente são ricos e lembram chocolate, toffee, baunilha, café entre outros. Até então era conhecida como Entire, que significa “Inteira”. Com o surgimento dos maltes tostados esse nome foi abolido. É aí que entra o estilo Stout, pois devido à necessidade de se diferenciar - a partir de sabores mais intensos e robustos - surgiu a denominação Stout Porter. Stout que quer dizer preta e Porter uma homenagem aos antigos trabalhadores braçais do porto, onde se originou a bebida conforme citado acima. Então para entender melhor, as Porters têm uma cor marrom escuro ao preto, são mais cremosas, e com malte tostado ou torrado. As Stouts começaram sendo um subestilo das Porters, mas foi reinventada ganhando várias características e nomes como Dry, Imperial, Oatmeal e dentre outros. A maior presença do malte torrado e maior graduação alcoólica nas Stouts e um pouco de caramelo nas Porters é também uma diferença marcante entre elas. Para quem tem curiosidade de provar os estilos, indico primeiramente a Muphys, uma Irish Stout das mais saborosas. Assim como a Guinness (que já falei anteriormente, leia aqui), a cerveja possui o sistema "Draughtflow", que consiste em uma cápsula de nitrogênio que se rompe ao abrir a lata e entra em contato com o líquido e assim produz uma espuma cremosa e consistente. A Muphys tem uma variação alcóolica baixa, 4,0%Vol, levemente lupulada e com malte torrado e pouco amargor. Mesmo as Stouts, tendo por características serem mais alcoólicas que as Porters, no caso da Muphys isso não ocorre, pois trata-se de uma cerveja leve e ideal para se iniciar nesse estilo. Fabricada pela Fullers, cervejaria inglesa e uma das melhores do mundo, vem a London Porter. Com intensas notas de café, chocolate e baunilha. Feita com o lúpulo inglês Fuggle, que tem como característica ser aromático, suave e agradável. Com 5,4%Vol, tem uma entrada mais doce, finalizando com certo amargor. Possui baixa carbonatação, tem o corpo médio e excelente drinkability. Uma Porter verdadeiramente admirável como são as cervejas produzidas pela Fullers.   Leia também: Cerveja com hambúrguer. Vai uma aí? As Imperial IPAs, o topo do amargor Cervejas e Queijos, dupla imbatível!   *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Cerveja com Hambúrguer. Vai uma aí? (Por Rivaldo Neto)

Sempre é bom falar de como podemos beber e comer aproveitando o máximo destes momentos, então nada mais prazeroso que combinar as cervejas que gostamos com pratos que amamos. Uma combinação que é clássica no meio cervejeiro é beber cerveja com um bom e suculento hambúrguer. Assim como as cervejas que ganharam um impulso com o mercado em total efervescência, os hambúrgueres, que já há algum tempo antes já vinham nesse processo de “gourmetização”. O hambúrguer é uma comida extremamente versátil, um simples hambúrguer pode ser transformado em um prato gourmet. Então da mesma forma, a cerveja também oferece múltiplas possibilidades de aromas, estilos e sabores. O pão com a carne grelhada e os condimentos que hoje estão cada vez mais variados, são excepcionais para fazer ricas combinações e curtir imensas possibilidades que sem dúvida iremos gostar. Primeiro que os tipos de carnes têm suas particularidades. E quase sempre vem com algum tipo de queijo. Fora isso alguns molhos também incorporam essa áurea deliciosa que complementa de forma perfeita essa harmonização. Para comer com hambúrguer de porco ou linguiça, que geralmente são bem condimentados, e na maioria das vezes acompanhado de molhos agridoces, como o barbecue, a dica é uma Ale ou algumas de suas variações como as Red Ales ou a India Pale Ales. Essas combinações produzem um ótimo resultado. Sugiro a Bierland American Red Ale. Mesmo sendo uma cerveja de alta fermentação, ela não tem uma alta graduação 4,7%Vol, possui um bom amargor, é avermelhada e translúcida, com uma espuma mediana, aroma intenso e toques cítricos. Já para hambúrgueres de carne de boi como de maminha ou picanha, por exemplo, se forem levemente condimentados prefira uma cerveja da família Lager, que costuma ser mais encorpada com lúpulo, e bem mais refrescante. Um molho gorgonzola dá o encaixe perfeito. Experimente com a Lager da Broklin, cervejaria americana que possui excelentes cervejas. A Broklin Lager é muito refrescante, um teor de 5,2%Vol, aromas cítricos e um pouco herbal e coloração ambâr. Para um hambúrguer da frango, por ser mais leve, o ideal é uma cerveja igualmente leve, e como dito aqui que cerveja não se harmoniza por contraste como vinho e sim por aproximação dos e sabores, a pedida é degustá-lo com um molho de cebola ou de maionese com hortelã. A Dama Pilsen é uma cerveja que cai perfeitamente bem, por ser leve, com 4,8%Vol, com discreto lúpulo se sobressaindo o malte, dourada e muito refrescante. Hambúrgueres e cervejas são notadamente feitos um para o outro. MUNDO CERVEJEIRO No último dia 23 de agosto, no Chalé 92 nas Graças, a cervejaria DeBron Bier em um evento bem prestigiado por amigos, imprensa e produtores de cervejas artesanais lançou suas garrafas com os modelos exclusivos. Antes a DeBron era comercializada apenas em forma de chope e agora passa e ser envasada e distribuída no mercado para as casas especializadas. Os rótulos têm uma bela apresentação e bom gosto e deu o tom do lançamento do evento. Os convidados puderam apreciar os cinco estilos produzidos pela cervejaria: Weizen, IPA, Witbier, Lager e Golden Ale. Até chegar à garrafa, mais estudos e preocupação para aliar novidade e qualidade. Com um design diferenciado, a garrafa da DeBron Bier chega ao Estado de maneira exclusiva e tem a capacidade de controlar o creme da bebida, respeitando a quantidade de espuma comum a cada estilo. “Alguns estilos são mais propícios a formar o colarinho. É mais comum, principalmente nas belgas, agregando valor não apenas ao sabor, como também ao visual da bebida”, explica Thomé Calmon. A espuma é responsável por manter o sabor característico, o amargor, a temperatura, assim como ajuda na liberação do aroma. “Por isso que para as cervejas artesanais o colarinho é muito importante, já que o intuito é proporcionar interação entre todos os sentidos. A espuma faz parte da degustação”, ressalta Eduardo Farias. *Rivaldo Neto é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas (rivaldoneto@outlook.com)

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As Imperial IPAs, o topo do amargor (por Rivaldo Neto)

A variação mais intensa das IPAs (Indian Pale Ale) são as Imperial IPAs, que possuem um consumidor extremamente segmentado deste estilo criado nos EUA. São cervejas com um grau potencialmente alto de amargor, fortes mesmo. O seu IBU - International Biterness Unit, medida que afere o grau de amargor – é alto. Porém essa medida não fornece informações sobre as sutilezas de sabor, mas serve como um guia geral e dá uma certa referência a quem se aventura em provar este estilo de cerveja, que têm como característica imediata ao experimentá-la a tônica de amá-la ou odiá-la. É bom dizer que o paladar humano é capaz de sentir até um determinado valor de IBU. Além desse valor a percepção é indiferente e isso fica em torno de 120/150 IBU, no máximo. Mas se você amar, isso se torna é um “casamento” sem crises. Essencial para o sabor da cerveja, o amargor é extremamente complexo, sendo decisivo para definir e caracterizar muitos estilos. E vai muito além do lúpulo, embora este ingrediente seja fundamental para sua existência, até porque são necessárias generosas quantidades para se chegar a uma Imperial IPA de respeito. Se você se enquadra no perfil dos hopmaniacs (lúpulomaníacos) é verdadeiramente amor ao primeiro gole. Infelizmente o clima no Brasil não é propício ao cultivo no lúpulo, por possuir em sua maioria o clima tropical. A planta se desenvolve melhor em climas frios. Mesmo assim já há sinais, estudos e experiências para que o cultivo de lúpulo vingue em solo nacional, talvez esteja aí um dos caminhos para a explosão definitiva da cena cervejeira brasileira, além de desonerar microcervejarias e cervejeiros em geral, já que ele é um insumo caro e importado. Mas vamos as cervejas. Se é pra falar das Imperial IPAs vamos com uma nacional produzida pela cervejaria Imigração de Campo Bom(RS), a Roleta Russa. Contendo 7,6%Vol e com 120 IBU é uma cerveja com notas cítricas e herbais. Retrogosto muito bom. Tem coloração alaranjada com reflexos âmbar e espuma branca com ótima persistência. É turva e um pouco adocicada no final. Para comer com uma linguiça alemã e mostarda de mel ou com um bom salame imperial. Tem uma garrafa bastante curiosa com uma tampa fliptop em forma de um tambor de revólver, contendo uma bala em alusão ao seu nome. Outra cerveja nacional que também vale muito a pena é a Vixnu, da cervejaria Colorado. Como não podia deixar de ser, a Colorado ousa em alguns dos seus rótulos com insumos diferentes como é o caso da Cauim, uma Lager que contém macaxeira. Mas na Imperial IPA foi posto rapadura. Isso deu um equilíbrio delicioso entre o malte e toques de caramelo e as notas cítricas de maracujá. Ela vem carregada de aromas cítricos de maracujá e no caso desta cerveja, contém os lúpulos Galena, Cascade, Simcoe, Amarillo e Citra. Os mesmos que são usados no seu Dry-hopping caracterizando este estilo. Com seus imponentes 9,5%Vol, 75 IBU, tem um tom acobreado, muito aromática e espuma persistente. É sem dúvida uma cerveja “extrema”. Experimente com um queijo gorgonzola. A cervejaria escocesa BrewDog é espetacular, e como não podia deixar de ser, fez uma Imperial IPA verdadeiramente sensacional. Realmente “Hard”, a BrewDog Hardcore IPA é um show de cerveja. Topando tomá-la com seus 9,2%Vol e 150 IBU (amargor nas alturas), frutada, com toque de caramelo. Ela realmente é “potente”. Os lúpulos Centennial, Columbus, Simcoe, dão um toque especial e único. Uma bebida para ser apreciada juntamente com sabores fortes e apimentados, queijos com cristais de sais, comida mexicana ou uma boa moqueca. É cerveja mais amarga produzida no Reino Unido. Momentos amargos nem sempre são ruins, no mundo da cerveja ela é tudo de bom! Pode apostar! MUNDO CERVEJEIRO A Amstel, quinta maior marca de cerveja do mundo, fez seu lançamento oficial no mercado pernambucano, com um evento no último dia 15 de agosto. A gigante holandesa, de propriedade da Heineken, vem com uma proposta de brigar com as cervejas comerciais mais populares com uma qualidade muito melhor que as que hoje se encontram no mercado. Feita com ingredientes naturais e sem conservantes, o produto realmente tem uma qualidade superior e com uma embalagem das mais bonitas. Segundo o gerente comercial da marca Luciano Gomes, a estratégia da cervejaria é bastante agressiva. “O preço é um diferencial, são realmente muito atrativos e competitivos”, afirma. A Amstel será comercializada em latas de 350ml, 473ml e garrafa de 600ml. O chope da marca já circula também em bares e restaurantes da capital pernambucana. *Rivaldo Neto é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas (rivaldoneto@outlook.com)  

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