Cepe promove Live sobre história das milícias

As relações do Estado com organizações paramilitares, conteúdo central do livro Um espião silenciado (Cepe 2020) será tema de estreia da série de lives Passeando pelas páginas. O lançamento do conceito desenvolvido pela Cepe para promover o debate em torno de autores e obras do seu catálogo será no dia 26, às 20h, no canal da Editora no YouTube. Nesse encontro, o autor do título, o historiador Raphael Alberti, e o pesquisador titular da Casa Oswaldo Cruz Ricardo Santos, conversarão sobre a atuação das milícias ao longo da história.

Em Um espião, Alberti narra a misteriosa morte de um personagem real, agente duplo no pré-1964, focado no ambiente da década. Já Ricardo Santos pesquisa essas entidades do século 20 até a atualidade. Os pesquisadores analisarão como essas organizações podem estar inseridas dentro do governo e de que forma podem interferir nas nossas vidas.

A grande conexão do tema da live com o livro é compreender semelhanças e diferenças de organizações paramilitares nos anos 60 e na atualidade. Outro aspecto desse encontro é entender as relações desses grupos com o Estado, formas de atuação e combates a personalidades progressistas nas diferentes épocas citadas.

“Fala-se muito em milícia. A época que pesquisei esses grupos ainda não eram denominadas de milícias, mas organizações terroristas anticomunistas, que tinham elos com o Governo da Guanabara. Se tivéssemos estudado, valorizado o passado, talvez não estivéssemos vivendo hoje situações semelhantes”, alerta Raphael.

De acordo com as pesquisas do escritor, as organizações paramilitares não estão fora do Estado, “elas são o Estado”, diz. Para o autor, a versão oficial tende passar a ideia de que há um combate contra essas instituições, mas na verdade estão sendo fortalecidas pelo sistema político.

Raphael Alberti alerta para os perigos de o governo utilizar a máquina estatal para coibir, perseguir movimentos e militantes, ativistas de direitos humanos, progressistas a favor da comunidade LGBTQ+, antirracistas ou qualquer outra pessoa que vá contra os interesses desses institutos.

“Nesta situação quem denuncia práticas ilegais, pode se sujeitar a sofrer retaliações, assim como no passado. A realidade é que a própria população, a sociedade civil residente nos locais onde as milícias atuam, sofrem com o abuso na cobrança extorsiva no preço do gás, água e com a falta de liberdade de expressão”, completa Raphael Alberti.

Um espião silenciado está com a primeira tiragem quase esgotada, com boa aceitação em outros Estados, especialmente Rio de Janeiro e São Paulo. Em Caruaru, onde reside o autor, o título está à venda na livraria Imperatriz.

O escritor é finalista em duas categorias do II Prêmio Book Brasil: Autor revelação e E-book crônica, com o título lançado pela Cepe Editora. Os vencedores serão escolhidos mediante voto online e popular, que começou no dia 1º e segue até o dia 27 deste mês. Para votar basta entrar no link: https://www.premiobookbrasil.com/vote-aqui

Um espião silenciado é resultado de um trabalho de 10 anos de pesquisa, que ganhará versão para o cinema. O autor já roteirizou 60% do filme em parceria com o roteirista carioca Vitor Garcia.

SOBRE O AUTOR

Raphael Alberti nasceu no Rio de Janeiro e é mestre em história, política e bens culturais pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas. Atualmente é professor de História no município de Caruaru, em Pernambuco.

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