Arquivos Cultura E História - Página 120 De 366 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

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Viva Tereza Costa Rêgo: uma exposição necessária

Uma parcela significativa da obra de Tereza Costa Rêgo (1929-2020) está reunida no Museu do Estado de Pernambuco até o dia 27 de março. Considerada pela crítica como a principal expoente feminina do modernismo pernambucano, seus quadros são impactantes e provocam muitas reflexões sobre o lugar da mulher na sociedade, entre tantos outros temas que emergem em sua produção. Imensos, vermelhos, contando eventos históricos e com uma forte marca da presença feminina e do Recife, eles trazem o ponto de vista de uma artista que ousou na sua vida e na sua arte. A curadoria da mostra Viva Tereza, Tereza Viva é de Marcus Lontra e Bruno Albertim. Os principais quadros que compõem o acervo da pintora estão em exposição, como Pátria Nua ou Ceia Larga Brasileira (1999), que expõe em primeiro plano uma mulher na mesa diante de representações de lideranças de diferentes momentos políticos do País, e o gigantesco Apocalipse de Tereza, com 12 metros de largura, que misturam a ilustração bíblica, com textos do livro sagrado em segundo plano e uma série de pequenas representações dentro e fora da serpente. A sequência de quadros históricos da pintora merecem um olhar cuidadoso e atento aos pequenos detalhes marcados quase que escondidos nos cantos e segundos planos das pinturas. Zumbi dos Palmares ou Herdeiros da Noite e Batalha dos Guararapes ou árvore da liberdade e Mulheres de Tejucupapo são alguns dos destaques. A representação feminina, da mulher nua, os gatos e serpentes são quase que onipresentes em suas telas. Ela explicou para a Algomais, em 2015, como a história e a política aparecem em sua obra. "Minha pintura é política, mas não panfletária. Conheço as obras das repúblicas soviéticas, de Cuba, da China. E acho um horror. Os homens com as mãos levantadas é muito óbvio. Pinto com muita sutileza os fatos políticos. Faço um fundo histórico nos quadros". Uma marca importante da exposição foi ter conseguido reunir diferentes momentos da arte de Tereza e de forma didática introduzir os visitantes ao seu universo a partir dos textos que dialogam com os quadros. Há obras assinadas ainda com um nome falso, dos dias em que ela viveu na clandestinidade, por exemplo. No quadro A partida (abaixo), Tereza chora a morte do segundo marido, em 1981, o dirigente do partido comunista Diógenes de Arruda Sampaio. Em uma entrevista que ela concedeu a mim e a jornalista Camila Moura, ela contou como esse momento foi marcante para os próximos passos da sua obra. "Quando voltei do exílio Diógenes morreu. Já tinha sido a irmã dos meus irmãos, a filha do meu pai, a mulher do juiz, a mulher de Arruda, agora era eu sozinha. Quando ele morreu decidi ser eu mesma, não ser mais a mulher de ninguém. Nesse período vim para essa casa, que tem um símbolo muito grande. É o meu útero essa casa. Aqui comecei a pintar profissionalmente. Já fui Teresinha quando era rica. Fui Joana, quando era militante e comunista. E agora sou Teresa Costa Rego. Tenho assinatura de três qualidades na minha pintura. Picasso dizia que pintar é libertar-se. Quando vi que não tinha nenhuma amarra, ninguém mandava em mim, eu comecei a me soltar como pessoa e como artista". A homenagem à artista que faleceu em 2020 é absolutamente merecida e necessária para reafirmar a grandeza dessa artista que pintou o mundo a partir do seu ponto de vista libertário e ousado e ele começava em Pernambuco. Uma exposição que merecia ganhar o País. Há 7 anos, quando ela conversou com nossa equipe, Tereza revelou um plano que tinha, que envolvia o "pintar até morrer" e de levar sua obra nacionalmente. "Tenho um projeto de uma grande exposição missão, que seria com todos os meus quadros políticos, que passaria por Brasília, São Paulo e Recife. Mas o projeto para o futuro é pintar até morrer, se tiver força. Admiro muito pessoas como Portinari, Burle Marx, tem uma dignidade de não mudar de profissão. A curva da existência vai indo para baixo, na finitude, mas você continua com a cabeça erguida até a vida lhe dar um baque". Neste mês foi lançado também pela Cepe o livro “A liberdade em vermelho”, produzido pela jornalista e escritora Joana Rozowykwiat, que é neta da artista. Serviço: A Exposição sobre Tereza Costa Rêgo fica em cartaz até 27 de março no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe) – Av. Rui Barbosa, 960, Graças

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Máscaras de outras terras no Carnaval do Recife

Nem sempre o Carnaval do Recife encontra-se povoado pelos “máscaras da terra”, como desejava o poeta Ascenso Ferreira: E somente ficaram os máscaras da terra: Parafusos, Mateus e Papangus... e as Bestas-Feras impertinentes, os Cabeções e as Burras-Calus... realizando, contentes, o Carnaval do Recife. Personagens para aqui trazidos pelas companhias teatrais europeias, logo ganharam às ruas a partir do final da primeira metade do Século 19, inserindo na paisagem carnavalesca o nossos coloridos palhaços, pierrôs, colombinas, dominós, arlequins e outros tantos personagens. Acontece que outros mascarados, originários da vida rural de remotas regiões da Península Ibérica, vieram integrar manifestações populares do nosso Carnaval, a exemplo do Urso do Carnaval e do nosso popularíssimo Caboclo de Lança. Assim, recebo da amiga Lavínia Maria Uva, que me envia notícias da realização em Lisboa, no mês de maio de 2019, do 14º Festival Internacional da Máscara Ibérica, com a participação de grupos de máscaras vindos de Portugal, Espanha, China (Macau), Colômbia, Hungria, Itália, País de Gales e Uruguai. Ao receber as fotos, algo que já desconfiava, que me fora revelado nas minhas leituras do livro de Júlio Caro Baroja, El Carnaval (1979), alguns dos nossos “máscaras da terra” do Carnaval do Recife têm sua origem na Península Ibérica. Assim lá estavam figuras semelhantes ao nosso caboclo de lança dos maracatus rurais, diabinhos, La Ursas e Caiporas de Triunfo, trasmudados na Máscara Gallega, nos Guirrios das Astúrias, nos mascarados da Trácia e no Kortilun gorria des Labour .... Como sempre afirmo nos meus escritos e no meu livro, recentemente publicado Carnaval do Recife (Cepe, 2019): nada de novo diante dos nossos olhos; tudo, de novo. *Por Leonardo Dantas Silva

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Premiada escritora Renata Santana lança seu segundo livro

A pernambucana Renata Santana está de volta com novo trabalho literário. “O amor na 5ª série aos 30”, seu segundo livro, chegou ao público neste fevereiro de 2022, pelas Edições Macondo. A obra compila poemas que narram experiências da vida adulta amplificadas pelo frisson emocional da adolescência, fazendo refletir sobre a jovialidade que mobiliza afetos e paixões mesmo noutras idades. O livro pode ser adquirido online, no site da editora. Em versos curtos e poéticos, a obra apresenta pequenas histórias amorosas na vida adulta, mas com o olhar da novidade próprio da juventude. Paixões, vida urbana, tecnologia, solidão, álcool, sexo e outras vivências no contexto da adultidade - especificamente na fase dos 30 anos - se apresentam deslocadas do local de maturidade e embebidas no pensar e no sentir efusivo da adolescência - a “quinta série das coisas”, como define a autora. "São poemas que falam sobre como a gente também tem 18 anos aos 40, ou mesmo 12 aos 30. Somos adultos, mas quando somos atravessados por fortes emoções, entramos distraídos no parquinho de Eros, que não à toa é uma criança de asas", conceitua Renata, que tem 35 anos. Em 35 poemas, a obra traz um eu-lírico que vive situações e relações com intensidade, como se fosse a primeira vez, ora com uma visão ácida, debochada e pessimista sobre a vida; ora com bom-humor, aventurança e leveza. Com poucas palavras e forte subjetividade, a escrita de Renata Santana conduz o leitor por narrativas que fazem repensar a consciência adulta e o status de certeza e solidez que a maturidade impõe. “O amor na 5ª série aos 30” traz poemas necessários para se reconhecer a atemporalidade dos sentimentos e perceber como afetos transpassam vivências de maneira intempestiva e visceral em todas as idades. “Os poemas nos lembram que podemos ser nós mesmas em todas as fases da vida. A gente se apaixona, e isso não tem idade”, endossa a escritora. A AUTORA - Mulher, negra, nascida no Recife-PE e de origem periférica, Renata Santana é escritora, jornalista, bibliotecária, pesquisadora e mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Escreve e recita desde criança - aos 12, ganhou a medalha de ouro no Concurso de Poesia Infantil Orlando Parahym, em 2000. Aos 13, estreou no teatro recitando Luís Camões, Carlos Drummond e Fernando Pessoa. Depois de uma década entrevistando e recitando em eventos literários no Estado, publicou seu primeiro livro em 2019, o elogiado livro de contos “Na terceira margem do agora” (Ed. Castanha Mecânica). Publicou textos em antologias como “O poema se chama política” (2021), “Abrigo” (2020) e “Quem dera o sangue fosse só o da menstruação” (2019). Ainda em 2021, se tornou a primeira mulher negra recifense a ganhar o 7º Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura (antigo Prêmio Pernambuco de Literatura), na categoria poesia. A obra premiada, “A Mulher do Tempo”, será publicada pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) ainda neste primeiro semestre de 2022. SERVIÇO: Livro “O amor na 5ª série aos 30”, de Renata Santana Edições Macondo - Selo Cachalote 64 Páginas R$ 36 Mais informações: https://www.edicoesmacondo.com.br/produtos/o-amor-na-5-serie-aos-30  

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Mulher Mulher

*Por Paulo Caldas Visceral tanto na visão intimista, quanto no abraço aos temas abrangentes, “Os dedos das santas costumam faiscar", recente lançamento de Conceição Rodrigues, concebe a silhueta da verdadeira mulher mulher. Os versos expressam a crueza das metáforas que, dedo em riste, nariz arrebitado, insolentes, atacam aos gritos, berros, urros, com recados ásperos, ácidos, os preconceitos dos arautos do arcaico, faca de ponta que fere as tripas dos herdeiros de antanho. A poesia de Cecita, uma onda que segue os seus ímpetos, inunda as 140 páginas. Em compasso instigante, beija as deusas de pernas abertas, habitantes da rua da amargura, ou, numa vez mais amena, acaricia espasmos de gozo e dor em “Com alegria”, ou ainda, obediente aos impulsos, desnuda o falso moralismo de supostas santas. O livro tem as orelhas assinadas por Cida Pedrosa, responsabilidade editorial da Patuá, edição de Eduardo Lacerda, projeto gráfico de Leonardo Matias, pode ser adquirido com a autora pelo Whats App +55 81 8538-3301. *Paulo Caldas é Escritor

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Filme "Samba de Latada" apresenta jornada musical pelo sertão com Josildo Sá

Uma das muitas ramificações do forró, nem sempre reconhecida pelo grande público, o samba de latada é o tema principal do curta-metragem que será lançado nesta sexta-feira (11/02), às 19h, no Teatro do Parque, no Recife. Dirigido por João Lucas Melo e produzido pela Jacaré Filmes, Josildo Sá e Roberta Jansen, com patrocínio da Copergás, “Samba de Latada” foi gravado em Tacaratu, sertão pernambucano, e Recife, entre agosto e outubro de 2021. Logo após a estreia do curta-metragem, acontece uma apresentação de Josildo Sá acompanhado de sanfona, zabumba, percussão e violão de oito cordas. A entrada é gratuita e o limite de público é de 300 pessoas (necessária a apresentação do comprovante de vacinação). O documentário musical é uma mostra sobre esse ritmo sertanejo, que permeia entre o samba e o forró e também chamado de "Samba de Matuto". O ritmo foi resgatado pelo cantor Josildo Sá que conduz a obra apresentando músicas famosas, composições feitas especialmente para o filme e vários artistas locais. O filme conta também com depoimentos do etnomusicólogo Carlos Sandroni, do jornalista José Teles e do mestre sanfoneiro Gennaro. Numa investigação sonora, Josildo percorre um caminho entre a zona rural e a cidade de Tacaratu para no fim celebrar numa apoteose recriando um autêntico "samba de latada". Nessa trajetória, o cantor encontra diversos artistas e personalidades sertanejas, como seu parceiro Anchieta Dali, o compositor Apolônio da Quixabinha, um grupo de vaqueiros aboiadores e uma grande família sertaneja que já viveu muitas "festas de latada" em tempos idos. Após a estreia, a ideia dos produtores é inscrevê-lo em festivais de música e cinema.

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Prefeitura celebra Dia do Frevo com reabertura da Escola de Frevo do Recife

Da Prefeitura do Recife O Recife celebra hoje (9/2) o Dia do Frevo, este patrimônio da humanidade cheio de histórias e planos para o futuro, como um símbolo de resistência e renovação que a cidade oferece ao mundo. E para garantir à homenagem toda a grandeza que este verdadeiro movimento merece, misturando luta e alegria, identidades e encontros, o prefeito João Campos entregou à população a requalificação da Escola de Frevo, na Zona Norte da cidade. A partir do serviço, o equipamento está todo revitalizado, com acessibilidade garantida e pronto para formar muitas outras gerações de passistas como a de Matheus Pimentel, 26 anos, pessoa com deficiência, pedagogo e passista que agora vivência o frevo em um ambiente adaptado para ele, tendo essa expressão cultural como caminho e oportunidade para a vida. “Hoje é o Dia do Frevo e para celebrar estamos na Escola Municipal do Frevo. Fizemos uma reforma completa nela com mais de 500 mil reais investidos, deixando o equipamento completamente acessível. Hoje também foi um dia de muita emoção. A gente viu uma belíssima apresentação de Matheus, trazendo o que há de mais bonito no Frevo, que é poder encantar as pessoas através da cultura, através da dança”, declarou o prefeito do Recife, João Campos. “Fico feliz de enquanto prefeito poder possibilitar isso: ter uma escola dedicada ao Frevo. E que daqui, muitas crianças possam ter aula e manter essa chama acesa. Essa chama crescente da nossa cultura, da nossa tradição”, acrescentou o gestor na reabertura da Escola Municipal. No emblemático espaço cultural, que completa 26 anos no próximo mês de março, a história encontrou o futuro do frevo, que já começou e promete dar muitos novos passos desde já. Com intervenções e melhorias nos dois pavimentos de área interna, no pátio externo e na fachada, o equipamento reabre as portas de cara e alma renovadas. O espaço cultural de ensino, que tem gestão do poder público municipal, foi climatizado, assegurou acessibilidade, teve instalações elétricas e hidráulicas totalmente requalificadas e ganhou mais uma sala de aula, além de novos projetos de iluminação e até um pequeno palco para apresentações na área externa. Iniciando a programação de retomada das atividades, a Escola abrirá, já a partir de amanhã, as inscrições para alunos de todas as idades, pela internet. Já na entrada, as novidades se anunciam: a fachada foi toda revestida com azulejos nas cores primárias e pulsantes do frevo e o acesso foi adaptado para cadeirantes, com o nivelamento do piso desde a calçada até o interior da Escola. O ambiente adaptado é fundamental para que o aluno Matheus Pimentel possa manter vivo o sonho de de viver a cultura popular. “Sou muito feliz em ver essa adaptação. Antes era uma dificuldade, porque com a cadeira de rodas eu não tinha como subir a escada e ir pra sala. Eu tinha que ser carregado pra chegar lá. Hoje, vendo a escola passando por essa adaptação, outros Matheus e outras pessoas com deficiência podem ter a oportunidade de dançar o Frevo, vivenciar e pesquisar. Ter uma vivência”, compartilhou o passista. Também feliz com a transformação, aluna da escola há mais de 10 anos, Natali Leandro Cardoso, 32 anos, que tem Síndrome de Down, se sente feliz com a reforma do local. “Eu amo o Frevo, sinto alegria e emoção”. No pátio, a principal intervenção foi a criação de área de convivência, com pequeno palco coberto, para uso regular dos alunos e professores nas atividades pedagógicas. O pátio ganhou ainda bicicletário e novo projeto paisagístico. Lá dentro, o desenho do equipamento cultural foi todo refeito. Além da administração e cozinha, o piso inferior passou a abrigar recepção, banheiro com acessibilidade e nova sala de aula, com piso em linóleo, específico para dança, espelhos, barras e projeto de climatização. Ex-aluno e agora professor, Werison Fidelis é um dos profissionais responsáveis por conduzir as aulas. “O Frevo me acolheu e por isso retribuo fazendo o mesmo aqui. Eu não tinha acesso à cultura, e graças ao Frevo, fui resgatado e transformado na pessoa que sou: professor formado. Antes a escola não era preparada para receber todos os perfis de alunos, agora podemos acolher a todos”, contou. No primeiro andar, a antiga sala de aula foi toda requalificada. Também ganhou projeto de climatização, novos espelhos, piso especial e barras. Ao lado, isolada por divisórias de vidro, para favorecer a integração entre teoria e prática do frevo, foi instalada uma nova biblioteca, batizada de Frevoteca, com livros e publicações para consulta, além de dois computadores. “Agora em 2022, vamos comemorar uma década do histórico título de Patrimônio da Humanidade, recebido pelo frevo na sede da Unesco, a mesma instituição que, no ano passado, concedeu ao Recife a chancela de Cidade da Música, integrando a Rede de Cidades Criativas. A nossa cidade tem fortes marcas identitárias na cultura, tão diversa, plural, inventiva, ao mesmo tempo em que é ancestral, e o Frevo é tudo isso. Uma manifestação que vai além da dança, do ritmo, das letras, é movimento de corpos e de sonhos, lutas, tantas construções ao longo da história. Hoje é dia de mais um capítulo. Se uma escola de frevo tem razão de existir, ela precisa estar fincada neste berço que é o Recife. Que nunca vai parar de aprender e ensinar com este símbolo da nossa terra. O frevo se reconta e se renova, a sua escola também”, declarou o secretário de cultura do Recife, Ricardo Mello. O investimento nas obras foi de R$ 550 mil. Trata-se da segunda entrega de grande porte do calendário do Move Cultura - Movimento de Valorização dos Equipamentos Culturais, deflagrado, em 2021, pela Secretaria de Cultura e pela Fundação de Cultura Cidade do Recife, que, além de promover constantes intervenções nos espaços culturais da cidade, também devolveu ao Recife, no último mês de agosto, o Centro de Formação, Pesquisa e Memória Cultural Casa do Carnaval. Em 2022, o Pátio de São Pedro, com suas casas e espaços culturais, que formam um conjunto arquitetônico único e

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30 anos do Manifesto Caranguejos com Cérebro no Sonora Coletiva

Há 30 anos mais pessoas tomavam conhecimento de uma cena cultural, com ênfase na música, que já rolava há algum tempo no Recife. Isso aconteceu quando foi publicado num jornal local o release-manifesto feito para apresentá-la à imprensa, mas sobretudo aos recifenses e pernambucanos, ligados ou não à cultura local. O texto falava de certa Manguetown e sua biodiversidade, de mangueboys e manguegirls, de Josué de Castro... E, claro, da antena parabólica fincada no mangue, símbolo da nova cena que começava a desentupir as veias da cidade com novas ideias e atitudes. Dois anos depois, o release-manifesto ganhou outra dimensão quando apareceu encartado no álbum ‘Da Lama ao Caos’, da banda Chico Science & Nação Zumbi. Aclamado nacionalmente, o seminal álbum da CS&NZ antecedeu, por pouco meses, o não menos importante e emblemático ‘Samba Esquema Noise” da banda Mundo Livre S/A, liderada pelo autor do release-manifesto, o jornalista e músico Fred Zero Quatro, tendo como ‘cúmplice’ o também jornalista Renato Lins, ou melhor, Renato L., que logo seria chamado de ‘ministro da informação da Manguetown’. Passadas três décadas do release-manifesto, a banda Mundo Livre S/A acaba de lançar novo álbum totalmente antenado com o momento político e cultural do país. Isso tem colocado novamente a banda no centro das atenções da mídia nacional, não só por sua original musicalidade, mas igualmente pela crítica social e política contida nas letras e nas atitudes de seus integrantes. O álbum mostra que os caranguejos com cérebros continuam pensando e estão cada vez mais antenados com o que acontece não só no Recife, mas no país. Os 30 anos do manifesto e o lançamento do álbum ‘Walking Dead Folia (Sorria, Você Teve Alta!)’ serão alguns dos temas do bate-papo com Fred Zero Quatro, que contará com a participação especial de Renato L. A primeira edição de 2022 do Sonora Coletiva será transmitida pelo Canal multiHlab no YouTube, no dia 10 de fevereiro, às 19h. O Sonora Coletiva é uma atividade da Revista Coletiva, vinculada à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e é apresentado por um de seus editores, o pesquisador Túlio Velho Barreto. SERVIÇO   LIVE – O QUE PENSAM HOJE OS ‘CARANGUEJOS COM CÉREBROS’ SONORA COLETIVA conversa com FRED ZERO QUATRO Jornalista, músico, compositor e cantor da banda MUNDO LIVRE S/A 10 FEVEREIRO (quinta-feira) - 19h - Canal multiHlab no YouTube Participação especial do jornalista e DJ RENATO L. Apresentação do pesquisador TÚLIO VELHO BARRETO (Fundaj)

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Carurus e angus - A Bahia de Gilberto Freyre

Na sua obra, Gilberto Freyre olha a comida enquanto um método de interpretação da cultura, e da sociedade nos cenários do Nordeste e do Brasil. Gilberto entende a comida como uma maneira expressiva de comunicação e sabedoria tradicional. Assim, ele mostra na sua obra as matrizes africanas como tema recorrente para um vasto patrimônio cultural do brasileiro. A Bahia, em Gilberto Freyre, é sempre um encontro com o continente africano, que é admirado e revelado com destaque, e emoção, nas usas pesquisas, o que mostra um valor por ele cultivado, e que está permanentemente presente nas suas leituras sobre o brasileiro. “Vários são os alimentos predominantemente africanos em usos no Brasil. No Norte especialmente na Bahia, em Pernambuco, no Maranhão, Manuel Querino anotou os da Bahia, Nina Rodrigues os do Maranhão, o mesmo com Pernambuco. Desses três centros de alimentação afro-brasileira é a Bahia o mais importante. A doçaria de rua aí desenvolveu-se como em nenhuma cidade brasileira, estabelecendo-se verdadeira guerra-civil entre o bolo de tabuleiro e do doce feito em casa (...). (...) quitutes feitos em casa e vendidos na rua em cabeça de negras mas no proveito da senhoras: mocotós, vatapás, mingaus, pamonhas, canjicas, acaçás, arroz-doce, feijão-de coco, angus, pão-de-ló de arroz, pão-de-ló-de-milho, rolete de cana, rebuçados.(...).” (Gilberto Freyre. Casa-Grande & Senzala. Editora Global: São Paulo, 2004) Este comércio intenso nas ruas, com as chamadas “vendas”, marcou o consumo e a diversidade de comidas possíveis de serem adquiridas nas ruas da cidade do São Salvador. Também, as leituras sobre o dendê, sem dúvida, marcam um estilo de entender a Bahia pela boca, numa verdadeira civilização, a civilização do dendê. “(...) o caruru e o vatapá feitos com íntima e especial perícia na Bahia. Prepara-se o caruru com quiabo ou folha de capeba, taioba, oió, que se deita ao fogo com água. Escoa-se depois a água, espreme-se a massa que novamente se deita na vasilha com cebola, sal, e camarão, pimenta-malagueta seca, tudo ralado na pedra-de-ralar e lambuzado de azeite-de-cheiro. Junta-se a isto a garoupa ou outro peixe assado. O mesmo processo do efó”. (Gilberto Freyre. Casa-Grande & Senzala. Editora Global: São Paulo, 2004) Ainda, os temas afro-muçulmanos são presentes e marcantes na obra de Gilberto Freyre. Há uma valorização do euro-africano, que são os ibéricos encharcados da civilização Magrebe. “O arroz de hauçá é outro quitute afro-baiano que se prepara mexendo com colher de pau o arroz cozido na água e sal. Mistura-se depois com o molho em que entram pimenta-malagueta, cebola e camarão tudo ralado na pedra. O molho vai ao fogo com azeite-de-cheiro e água.” (Gilberto Freyre. Casa-Grande & Senzala. Editora Global: São Paulo, 2004) Todos esses são exemplos de acervos gastronômicos que são reveladores das maneiras como Gilberto busca trazer o Nordeste, as suas bases multiculturais, e as suas relações com o continente africano, tanto pelo Oceano Atlântico quanto pelo Pacífico. E assim, pela comida, Gilberto vê a Bahia e come a Bahia.

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Espaço Afetivo Homem da Meia-Noite inaugura sua segunda etapa neste sábado (5)

Neste sábado (05), às 14h, acontece a inauguração do mezanino do Espaço Afetivo Homem da Meia-Noite, localizado no piso L2 do Shopping Patteo Olinda. O primeiro andar da loja, que é totalmente dedicada ao Gigante mais amado do Brasil, contará com programação gratuita e aberta ao público, como oficinas, exposições, sessões de fotos, rodas de diálogo, entre outras ações. A abertura do mezanino contará com a presença especial do Calunguinha, mascote do Homem da Meia-Noite, recepcionando os clientes e fazendo a alegria de adultos e crianças. Já nos dias 11, 18 e 25 de fevereiro, sempre das 16h às 17h, os Guerreiros do Passo realizam no Espaço Afetivo uma ação de vivência no frevo com roda de diálogo sobre a valorização do ritmo pernambucano e oficina de conserto de sombrinhas. Formado em 2005 por discípulos do Mestre Nascimento do Passo, o grupo é um dos cinco homenageados do Homem da Meia-Noite em 2022. No dia 12 de fevereiro, também das 16h às 17h, o mascote Calunguinha volta para o espaço para um momento de interação com os clientes. E seguindo a programação, no dia 19 de fevereiro, no mesmo horário, acontece uma roda de diálogo sobre Economia Criativa com participação de alunos do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). Tanto as oficinas com os Guerreiros do Passo quanto a roda de diálogo sobre Economia Criativa contarão com vagas limitadas. Mais informações sobre inscrições podem ser obtidas no Instagram da @grifedocalunga. O espaço – Criado para ser um ponto de encontros e compartilhamento de memórias, onde os visitantes poderão conhecer e vivenciar a cultura do Calunga, o Espaço Afetivo Homem da Meia-Noite teve a sua primeira etapa inaugurada em dezembro de 2021. São mais de 200m² de loja projetados pela arquiteta pernambucana Cacau Araújo e com produção cultural e curadoria de Rafaela Mendes (Rafa Q Faz), tendo como parceiros grandes marcas como Sanvidro, Fino Toque e Decortudo. "O Espaço Afetivo é mais um marco na história do Homem da Meia-Noite, um local que é a cara do Gigante, pois foi construído coletivamente agregando diversos artistas da terra que representam a história e a paixão do nosso povo pelo Calunga através das suas artes ", explica Luiz Adolpho. A Grife do Calunga está presente no local, com espaço para vendas da camisa exclusiva que celebra o nonagésimo aniversário do Homem da Meia-Noite. E para fomentar a economia local, 20 marcas criativas e artesanais estão expondo seus projetos na loja, desenvolvidos em coleções especiais em homenagem ao Gigante. Nas prateleiras, podem ser encontrados itens de moda casa, decoração, artes plásticas, acessórios e muito mais. “O Shopping Patteo Olinda nasceu valorizando a cultura local e por isso, para nós, é uma honra receber uma parte da comemoração dos 90 anos desse símbolo máximo do nosso Carnaval”, comemora Rebeca Amado, gerente de marketing do Patteo Olinda. O Espaço Afetivo funciona de acordo com o horário do centro de compras, de segunda a sábado, das 09h às 22h, e aos domingos e feriados, das 12h às 21h, com entrada gratuita. Todos os protocolos de segurança estão sendo seguidos, como o uso obrigatório de máscara para circulação no local e capacidade controlada de visitantes.  

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Shopping Costa Dourada recebe feira de artesanato com temática carnavalesca

Neste domingo (06), o Shopping Costa Dourada realiza mais uma edição da sua tradicional feira de artesanato. O evento vai acontecer das 12h às 20h, e é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento do município e a Associação dos Artesãos. Ao todo, 10 artesãos locais vão expor e vender suas obras, em um espaço localizado no corredor externo da entrada 2 do mall. Adereços carnavalescos, moda casa, moda praia, costura criativa, luminárias, bijuterias, acessórios e roupas são alguns dos itens que serão disponibilizados para exposição e venda. É válido ressaltar que a feira de artesanato acontece todo primeiro domingo do mês no centro de compras. O valor das vendas é totalmente revertido para os artesãos do Cabo de Santo Agostinho

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