Arquivos Cultura E História - Página 138 De 366 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

No universo dos comuns (por Paulo Caldas)

Paulo Caldas * Ao compor este “Quando meu pai me viu”, João Carlos Cabral de Barros conduz a feliz simbiose entre a sua perene criatividade e o uso esmerado das artimanhas ocultas nos labirintos das técnicas ficcionais. O autor mergulha em lagos de ontem e emerge com imagens contextualizadas em águas vividas. Alheio à vontade das correntezas, na margem do agora, a sensibilidade dos escritos alcança o horizonte dos dramas sociais contemporâneos em cenários diversificados. Os personagens habitam o universo dos comuns, vêm e vão, anônimos heroicos acometidos de espasmos tristes, alegres e de anseios tantos nutridos por esperanças vivas, mas fugazes, previamente frustradas. Os contos seguem fluídos, são narrativas soltas percorrendo o cotidiano das ruas, vivenciando cenas verossímeis e libertas de amarras que inibem a espontaneidade das conversas amenas, acolhidas em torno de uma roda de amigos, quando o autor manuseia o tempo e esgrima o privilégio da memória farta. *Paulo Caldas é escritor

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Filme francês sobre a Amazônia terá exibição gratuita e debate

O filme “As Palavras Encantadas dos Hupd’äh da Amazônia – Mestres de Saberes” narrado pelo doutor em Etnologia pela Universidade Paris Nanterre (FR), e professor do Master Interuniversitário de Antropologia Iberoamericana da universidade de Salamanca (ES), especialista em Etnologia Indígena, o brasileiro Renato Athias e dirigido pela franco-iraniana Mina Rad, será exibido, de 15 a 29 deste mês, gratuitamente via YouTube da Aliança Francesa Recife, numa parceria com o Consulado da França no Recife, Laboratório de Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco e a Aliança Francesa Brasil. O documentário, todo em francês, também será tema de um debate gratuito no dia 24, às 17h, com a participação do professor Renato Athias e da diretora Mina Rad via plataforma Zoom. O documentário fala da cosmologia do povo Hupd’äh da Amazônia, formado por duzentas e dez etnias indígenas do Brasil. Atualmente, os Hupd’äh são aproximadamente dois mil e vivem no nordeste da Amazônia “Para esse povo não há separação entre as ordens: mineral, vegetal, animal e humana. A música e as palavras têm um poder transformador, muitas vezes incompreensível para nós”, explica o professor Renato Athias. O filme, segundo o professor Renato Athias, oferece ao expectador a possibilidade de repensar a relação dos humanos e não-humanos e com toda a natureza. A obra foi produzida a partir de arquivos etnográficos, arquivos de imagens, fotografias e músicas, do etnólogo Renato Athias, da década de 1980. “Os documentários realizados a partir desses arquivos procuram trazer memórias e representações ao público em geral, mediadas pela edição e pelas narrativas em primeira pessoa. As histórias vividas e o trabalho de campo saem do seu contexto e são veiculadas pela narrativa de um documentário. O espectador pode ver, sentir e imaginar as experiências de quem produziu o arquivo etnográfico”, explica o professor. Serviço: Filme As Palavras Encantadas dos Hupd’äh da Amazônia – Mestres de Saberes Quando: Exibição - De 15 a 29 de agosto de 2021// Debate – 24/08, 17h. Onde: Exibição - YouTube da Aliança Francesa Recife (https://m.youtube.com/http://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpg/AliancaFrancesaRec) // Acesso Gratuito Debate – Plataforma ZOOM e a inscrição pode ser feita através do link: https://bit.ly/3fS9b3s

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Orquestra Criança Cidadã retoma programação de concertos online em agosto

A Orquestra Criança Cidadã já tem data marcada para se apresentar novamente em um grande palco da capital pernambucana, ainda de forma virtual para o público. A primeira parte da performance dos “Jovens Solistas da Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Coque” irá ao ar amanhã, dia 11 de agosto, no canal do projeto no YouTube. A apresentação, gravada no teatro da Caixa Cultural Recife, para continuar a respeitar as determinações do Poder Público, contará com peças dos compositores Ludwig van Beethoven (1770-1827) e Ástor Piazzolla (1921-1992), célebre reinventor do tango e cujo centenário está sendo lembrado mundialmente em 2021. Os intérpretes de Beethoven são os alunos Cícero Bezerra Junior (viola) e Miqueias Santana (violoncelo), enquanto João Vitor Azevedo (violino) e Elton Freitas (contrabaixo) tocarão Piazzolla. “O processo de preparação para o concerto foi bastante produtivo. No meu ponto de vista, venho aprendendo bastante com os alunos ao longo deste processo, e também é excepcional poder compartilhar com eles a minha experiência”, relata Gilson Filho, professor de violino e música de câmara da Orquestra, além de responsável pelo repertório do concerto e pela preparação dos músicos. "Sempre peço para os alunos escolherem o repertório a ser trabalhado nas aulas de música de câmara, com o objetivo de aguçar a percepção musical de cada um e também aprimorar o pensamento crítico a um nível profissional”, acrescenta. As expectativas são as melhores, por parte do docente e dos músicos. “Tenho bastante confiança de que todos os alunos envolvidos no próximo evento estarão preparados para compartilhar com os nossos apreciadores musicais toda a capacidade artística adquirida ao longo de suas experiências em nossa instituição”, garante Gilson. A Orquestra Criança Cidadã é um projeto social realizado pela Associação Beneficente Criança Cidadã, incentivado pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e que conta com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.

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VI edição do Cine Jardim começa hoje (09)

A sexta edição do Cine Jardim terá início hoje (9) e vai até o dia 28 de agosto, com exibições virtuais. A abertura será marcada pela homenagem aos 25 anos do filme “Corisco e Dadá”, dirigido pelo premiado realizador cearense Rosemberg Cariry, que conversará com o público em uma live transmitida para o Canal de YouTube e perfil do Facebook do festival. Com o tema central “Cinema e Educação". Na programação, seis longas-metragens nacionais e 33 curtas-metragens realizados no Brasil, Argentina, México e Espanha. O evento, que acontece anualmente na cidade de Belo Jardim, no interior pernambucano, desta vez será realizado de forma remota entre os dias 09 e 28 de agosto pelo site oficial (www.cinejardim.com) e na Plataforma Cardume (https://cardume.tv.br/), sempre com acesso gratuito. O Cine Jardim – Festival Latino-americano de Cinema de Belo Jardim é uma realização da Pontilhado Cinematográfico, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal. Conta com o patrocínio da Moura e parcerias do Instituto Conceição Moura, da Universidade Católica de Pernambuco, através da Pró-Reitoria Comunitária, do Instituto Humanitas da Unicap, do Armazém Coral Acha Aqui, Mistika, CiaRio, Elo Company, TV PE e Vou Ver Acessibilidade.

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Livro analisa discurso antirracista no Brasil

Consagrado como um dos maiores especialistas do mundo em Estudos Críticos do Discurso, Teun Van Dijk lança a sua mais nova obra intitulada Discurso antirracista no Brasil: da abolição às ações afirmativas, pela editora Contexto. Traçando um percurso histórico, o autor apresenta personagens que, desde o período colonial até os dias de hoje, levantaram sua voz contra o racismo, em um país onde a escravidão perdurou por mais de 300 anos, tendo a maior população de ascendência africana fora da África, que segue sofrendo preconceito e discriminação racial. Sobre a motivação para abordar o tema, Van Dijk explica que, nos últimos anos, tem crescido o interesse em analisar discursos dissidentes. “Há inúmeras pesquisas e obras sobre a marginalização e formas abusivas de poder, como o machismo e o racismo, mas ainda são poucos os estudos sobre os discursos de resistência”, explica. Embora não seja uma tarefa simples, o autor considera que postular uma teoria sobre o contrapoder é essencial. “É uma empreitada multidisciplinar, que envolve linguagem, psicologia, história, sociologia, linguística e outras ciências. Mas é indispensável formularmos alternativas e propostas que contestem injustiças e desigualdades sociais”, defende. Nessa tarefa, a noção de resistência é a peça-chave. Segundo Van Dijk, cada época e contexto têm seus conhecimentos, ideologias e valores para resistir às formas de dominação vigentes. “Não é que o antirracismo tenha sido sempre igual. Em um determinado período, era um argumento de não-maltrato à pessoa escravizada, por exemplo. Embora relacionadas, muitas práticas da resistência antirracista, da cognição antirracista e do discurso antirracista têm sua própria dimensão histórica”, esclarece. Ainda a esse respeito, o professor explica que o antirracismo se desenvolve e muda, em função das mudanças nas condições sociopolíticas e ideológicas na sociedade. “A forma de resistência pode ser a mesma, mas o contexto varia e tem critérios diferentes. Você nota, por exemplo, que o antirracismo vai se consolidando e que os textos e os argumentos também vão mudando com o passar do tempo”. Ou seja, como o discurso está relacionado com a sociedade e com a cognição das pessoas, ele também vai mudando através da história, operando na construção de um discurso dissidente, que contesta e desconstrói formas abusivas de poder. “O discurso é algo que resiste em si mesmo. Uma prática social, como a fala, a escrita e outras formas semióticas em que nossas lutas políticas se expressam. Por exemplo, cada vez que a linguagem feminista contesta o masculino universal, no fundo está resistindo. E cada vez que usamos a linguagem feminista, estamos construindo um discurso de resistência, contra o machismo”, afirma. ANÁLISE – Nesta obra, Van Dijk analisa uma ampla gama de exemplos que vão de textos literários a documentos históricos, além de discursos de religiosos, intelectuais e políticos brasileiros. Dentre eles, José de Anchieta, Manuel da Nóbrega, José Bonifácio, Joaquim Nabuco, Chiquinha Gonzaga, Gilberto Freyre, Florestan Fernandes e muitos mais. O autor também discorre sobre o debate parlamentar, em torno da temática antirracista, e analisa propriedades discursivas do Estatuto da Igualdade Racial e da Lei das Cotas, na Câmara dos Deputados, entre 1999 e 2008. “A ideia é contribuir com o estudo da vasta discussão sobre as ações afirmativas, no Brasil, focando como o discurso político oficial pode expressar atitudes e ideologias antirracistas”, comenta Van Dijk. Sustentada no tripé sociedade-cognição-discurso, a análise do discurso antirracista é sistemática, detalhada e explícita, para evitar impressões vagas do leitor. “O discurso se relaciona com as estruturas sociais e suas formas de exclusão e marginalização. Então, não podemos compreender o discurso antirracista, por exemplo, se não entendemos o que é racismo. Levamos também em conta a dimensão cognitiva dos seres humanos, englobando conhecimentos, ideologias e outras formas de interpretar e construir o mundo”, esclarece. Em uma instância maior, nesta obra, Van Dijk evidencia a proeminência do discurso antirracista e sua importância na defesa da democracia, igualdade, justiça e paz social, no Brasil.

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Equipamentos culturais da Fundaj reabrem a partir de hoje (4)

Da Fundaj Os equipamentos culturais da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) reabrem a partir desta quarta-feira (4). Após meses de suspensão das atividades presenciais e atendimento ao público, a Pinacoteca, a Biblioteca Blanche Knopf, o Cinema da Fundação e a Villa Digital voltam a receber visitantes, estudantes e pesquisadores interessados nos acervos e cultura pernambucana. São requisitos para acessar os espaços o uso de máscara, a passagem pela aferição de temperatura e aplicação do álcool nas mãos. Há também totens de álcool distribuídos pelos campi. “Com o avanço da vacinação e queda na ocupação dos leitos de UTI, acreditamos que este seja um momento para flexibilizar a entrada em nossos espaços. Celebrar a cultura e a educação são as melhores formas de preservar o patrimônio e manter a memória viva", destacou Antônio Campos, ressaltando que a  prioridade da Instituição sempre será garantir a segurança do público e dos servidores, terceirizados e estagiários. "Já emitimos 307 declarações de vacinação para nossos colaboradores", adianta. O Comitê de Gestão da Crise Coronavírus da instituição segue monitorando os casos de coronavírus no estado para tomar as melhores decisões sobre medidas de enfrentamento da pandemia da Covid-19. O monitoramento é feito a partir do acompanhamento de Informes Epidemiológicos divulgados pelas autoridades de saúde. Um dos equipamentos culturais que irá retomar as atividades é a Pinacoteca, localizada no Complexo Cultural Gilberto Freyre, no campus Casa Forte, que reúne peças do acervo da instituição. O funcionamento do espaço será restrito: de terça a sexta, das 10h às 16h, aos sábados e domingos, das 13h às 17h. A ocupação máxima será limitada a seis pessoas. As atividades presenciais na Villa Digital, localizada no campus Apipucos, na Zona Norte do Recife, estão com horário de funcionamento de segunda a sexta, das 9h às 16h. O acesso ao espaço será possível a partir de agendamento prévio nos e-mails villa.digital@fundaj.gov.br e atendimento.acervos@fundaj.gov.br ou no telefone 3073.6599. Parte dos arquivos já está digitalizada e pode ser acessada no site villadigital.fundaj.gov.br. Já a Biblioteca Blanche Knopf, conhecida por ser a maior biblioteca sobre Ciências Sociais e Humanidades do Norte e Nordeste, receberá os visitantes das 9h às 16h. As portas do equipamento, localizado em Apipucos, estarão abertas para pesquisadores, estudantes e o público geral que tiverem feito o agendamento pelo e-mail bibli@fundaj.gov.br ou pelos números 3073-6535 e 3073-6541. A medida é essencial para garantir maior controle sobre a quantidade de pessoas circulando no espaço. Já o Cinema da Fundação reabre na próxima quinta-feira (05) a sala do Derby. As salas de exibição terão lotação máxima de 64 pessoas - 40% da capacidade -, distância de 1,5m entre as poltronas, entrada e saída por portas diferentes. As sessões terão intervalos a cada 1h para que possa haver uma sanitização na sala. A programação completa está disponível no Instagram @cinemadafundacao e conta com três estreias: o filme pernambucano “Piedade”, de Cláudio Assis, o dinarmaquês “Druk - Mais Uma Rodada”, e o afegão “Hava, Maryam, Ayesha”. Museu e Engenho O Museu do Homem do Nordeste,  o Espaço Janete Costa, no Campus Casa Forte, e o Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho, serão reabertos no dia 19 de agosto, quando serão celebrados o aniversário do patrono da Fundaj, Joaquim Nabuco, e o Dia Mundial da Fotografia.

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Quintal da Dança leva ritmos populares para Museu do Cangaço

O mês de agosto vai ser de corpo, ritmo e movimento. Danças populares, danças afro e danças tradicionais do Sertão do Pajeú estão na programação do projeto Quintal da Dança da Fundação Cultural Cabras de Lampião. As apresentações vão ser realizadas todas as terças-feiras do mês, sempre a partir das 19h, começando hoje, no palco externo do Museu do Cangaço em Serra Talhada (PE), com entrada gratuita. Vai ter xaxado, toré e capoeira na programação que também será transmitida ao vivo, pelo Youtube, no Canal Cabras de Lampião. A proposta é valorizar e divulgar os espetáculos de dança produzidos nas cidades do interior de Pernambuco. Nos dias 3, 10, 17, 24 e 31 de agosto, serão exibidos 10 espetáculos, oriundos das cidades de Iguaraci, Afogados da Ingazeira, Tabira e Serra Talhada. O projeto Quintal da Dança foi idealizado pela Produtora Cultural Branca Sousa, em parceria com o Museu do Cangaço de Serra Talhada, com produção da Fundação Cultural Cabras de Lampião, da Agência Cultural de Produção e Criação e conta com incentivo da Fundarpe, da Secretaria Estadual de Cultura e do Governo do Estado de Pernambuco, através do Edital Funcultura Geral 2018/2019. MUSEU - O Museu do Cangaço de Serra Talhada, tanto pelo seu acervo musical, quanto pelos eventos realizados no seu palco externo, tem proporcionado nova vitalidade à cena cultural da região, fortalecendo as atividades que têm como foco a construção da memória social do povo sertanejo e as práticas musicais, tendo como ponto de partida a história de Lampião e do Cangaço. Após um longo período com suas atividades paralisadas em virtude da pandemia do novo coronavírus, o espaço cultural vem retomando gradualmente suas atividades e programações. PROGRAMAÇÃO DAS TERÇAs DO QUINTAL DA DANÇA: DIA 03/08/2021 - 19h Grupo de Xaxado Gilvan Santos Direção: Gorete Lima Cidade: Serra Talhada/PE Cia de Danças Filhos do Sol Direção: Rodrigo Faustino Cidade: Iguaraci/PE DIA 10/08/2021 - 19h Grupo de Xaxado Zabelê Direção: Branca Sousa Cidade: Serra Talhada/PE Balé Cultural de Afogados Direção: Kessio Berardinelly Cidade: Afogados da Ingazeira/PE DIA 17/08/2021 - 19h Grupo Resistência das Ruas Direção: Tiago Gomes Cidade: Serra Talhada/PE Grupo Cultural Andarilhos Direção: Mateus Lopes e Everton José de Sousa Cidade: Tabira/PE DIA 24/08/2021 - 9h Grupo de Danças Mulher Rendeira Direção: Diego Adones Cidade: Serra Talhada/PE Grupo de Xaxado Cabras de Lampião Direção: Cleonice Maria Cidade: Serra Talhada/PE DIA 31/08/2021 - 19h Dança Toré da Jurema Encantada Comunidade Quilombola do Catolé Cidade: Serra Talhada/PE Grupo de Capoeira Muzenza Coordenação: Mestre Suco Cidade: Serra Talhada/PE

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10 fotos e uma viagem pela ferrovia em Pernambuco nos séculos 19 e 20

Pernambuco vive um momento de grande discussão em torno da construção da ferrovia Transnordestina, desde que o ministro Tarcísio Freitas anunciou que o ramal para Suape não seria mais realizado, com a preferência do Governo Federal e da conessionária pelo Porto de Pecém no Ceará. No meio desse debate econômico e político, a coluna Pernambuco Antigamente traz uma série de fotos da primeira ferrovia do Estado, que foi a segunda do País, um projeto dos tempos de Dom Pedro II, que teve inclusive a visita do imperador mais longevo do Brasil por aqui. Coletamos fotos de Augusto Stahl, do Instituto Moreira Salles e da Villa Digital, na Fundaj, além de imagens de outros fotógrafos na Biblioteca Nacional, na Villa Digital e na Enciclopédia Itaú Cultural.  Locomotiva nº 1 da Recife and São Francisco Railway Company . Estrada de Ferro do Recife ao São Francisco, em construção, data ente 1858 e 1860 (Biblioteca Nacional) . Estrada de ferro do Recife ao São Francisco, na cidade do Cabo, em 1958 (Villa Digital) . Primeira Locomotiva de Pernambuco, na E. F. Recife & S. Francisco Railway, em 1958 (Itaú Cultural) . Estação Ferroviária S. Great Western, imagem de F. Du Bocage, na Villa Digital . Estação Recife, foto de Eugenio Nascimento, na Villa Digital. Acervo Josebias Bandeira . Estação Ferroviária Central de Pernambuco, em 1916 (Acervo Josebias Bandeira, Villa Digital) . Estação Entroncamento, em 1910 (Villa Digital, Galeira Elegante, Acervo Josebias Bandeira) . Ponte ferroviária no Recife, em 1900 (Acervo Manoel Tondella, na Villa Digital da Fundaj) . Encerramos com um mapa de como era a rede ferroviária no Nordeste, com o traçado do ano de 1984. Impressiona o fato da linha chegar até Salgueiro, no sertão pernambucano. Algumas das antigas estações se tornaram centros culturais, como em Garanhuns, outras estão abandonadas ou foram destruídas pelo tempo sem conservação. . *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Projeto para Teatro Santa Isabel beneficia cultura, turismo e educação

Há 20 anos, Manaus restaurou o Teatro Amazonas e investiu nos seus corpos artísticos estáveis, ou seja, sua orquestra sinfônica, seu balé e coral. Suas temporadas de ópera, que destacam compositores e a cultura amazônica, passaram a atrair turistas estrangeiros que chegam dos cruzeiros pelo Rio Negro. Em torno do teatro, no Centro Velho de Manaus, surgiram hotéis, o comércio ganhou um movimento maior e a região central foi restaurada. Imagine se acontecesse o mesmo com o Teatro Santa Isabel no Recife? Esse é o objetivo de um projeto ousado, elaborado pela Porto Digital, pela Associação Pernambucana de Ópera, Dança Cênica e Música de Concerto e pela UFPE. Além dos benefícios culturais, com investimentos na Orquestra Sinfônica do Recife, da criação de um balé, de um coral e de formações juvenis desses corpos artísticos, o projeto traria repercussões na economia, na educação e no turismo da cidade. Para saber detalhes, Cláudia Santos conversou com Wendell Kettle, maestro, pianista e compositor, que tem realizado um resgate do repertório operístico brasileiro, e Geber Ramalho, que tem uma longa trajetória ligada ao Porto Digital e é professor do Centro de Informática (CIn) da UFPE, além de compositor, arranjador e músico. Vocês poderiam explicar este projeto que envolve a Orquestra Sinfônica e o Teatro Santa Isabel? Wendell – O projeto foi concebido pelo Porto Digital, pela Associação Pernambucana de Ópera, Dança Cênica e Música de Concerto e pela UFPE propondo um novo modelo de gestão para o Teatro Santa Isabel que visa a colocá-lo num outro patamar dos principais teatros do Brasil. Isso quer dizer que esses teatros têm corpos estáveis. Aqui no Recife temos um só corpo estável que é a Orquesta Sinfônica do Recife e que está um pouco sucateada. Das 120 vagas de músicos, apenas 50 estão preenchidas. Temos aqui cantores líricos e profissionais da dança que poderiam compor um coral lírico do Teatro Santa Isabel e o um Balé Municipal do Recife. Mas, não temos esses corpos estáveis. Esse projeto além de criar um modelo moderno, competitivo e ativo de gestão para o teatro, prevê a criação desses corpos estáveis e a reestruturação da Orquestra Sinfônica. Além dos benefícios artísticos, teremos um fomento da economia criativa em torno dessas atividades e de um outro tipo de turismo. Geber – Pernambuco e o Recife, com toda a sua riqueza musical, têm uma orquestra incompleta e que não se apresenta com frequência. Também temos um teatro, o Santa Isabel, que basicamente é de aluguel de pauta, não um espaço de conteúdo próprio, de experimentação para mostrar as coisas que são feitas aqui. Onde entra o Porto Digital neste projeto? Geber - Estamos interessados na renovação do Centro do Recife e esse projeto faz todo o sentido para renovar a região, porque não envolve apenas a cultura, mas educação, turismo e economia. O segundo ponto é que nós vivenciamos, há 25 anos, o problema de formarmos alunos no Centro de Informática da UFPE, no que havia de mais moderno, e eles iam embora porque não havia mercado para trabalharem aqui. Por isso, criamos o CESAR, depois o Porto Digital: para criar um espaço de trabalho para o pessoal que a gente gastou dinheiro formando e depois foi embora. E os músicos estão na mesma situação que a gente tinha na tecnologia. O papel do Porto Digital é ajudar a desenhar a parte da gestão, baseada na sua experiência que é muito exitosa. O Porto Digital não quer tomar conta do teatro, nem da orquestra, quer ajudar apenas na transição para um modelo baseado em OS (organização social). Fizemos um processo semelhante para uma instituição que pensa no planejamento do Recife, que é a Aries (Agência Recife para Inovação e Estratégia). Faríamos a incubação dessa OS dentro do Porto Digital até ela estar preparada para ser tocada sozinha. É importante salientar que fizemos um benchmarking, consultamos os projetos de sucesso no Brasil. Nos lugares onde uma orquestra funciona, que tem uma boa qualidade musical, tem atividade, onde o teatro funciona como um espaço de experimentação, todos operam no modelo de OS: São Paulo, Minas, Salvador etc. Como funcionaria essa OS? Geber - A ideia de uma organização social, não é a privatização, é para ganhar agilidade, transparência. Numa OS, entrega-se uma política pública para ser tocada por uma entidade privada sem fins lucrativos, que tem um conjunto de controles de governança para não haver desvio. É o que fazemos no Porto Digital. Por isso que Wendell falou que é um novo modelo de gestão. Não é só renovar a orquestra e contratar mais músicos mas pensar num modelo que seja mais sustentável porque permite a captação também de recursos da iniciativa privada para compor com a iniciativa pública e, assim, poder entregar para a população cultura, educação e promover turismo e ter impacto econômico. Existe uma lei que dá as diretrizes para a OS. Qualquer um pode criar uma associação mas para uma associação virar uma organização social é necessária uma decisão do governo federal, estadual ou municipal. Para que o governo conceda essa atribuição, precisa haver certos requisitos como, por exemplo, ter um conselho de administração com representantes do governo e da sociedade. Há um conjunto de regras que regem as organizações que viram OS. Essa organização vai ter um setor de captação de recursos. Em São Paulo, por exemplo, 50% da orquestra é paga com um contrato de gestão da prefeitura e os outros 50% são captados em patrocínio, Lei Rouanet, doações, temporadas, aluguel de teatro. O fato é que o poder público hoje não tem finanças que permitam ter uma orquestra e o conjunto de atividades que deveria ter. Um ponto é bom esclarecer: os músicos que são funcionários públicos da orquestra continuam com o mesmo tipo de contrato, ninguém muda. Agora, os novos músicos serão contratados num modelo de CLT. Como o Santa Isabel entra neste projeto? Wendell - O teatro seria uma espécie de autarquia, uma instituição autônoma. Em São Paulo, existe a rede de teatros municipais, geridos pela Secretaria

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José Patrício lança Percursos de Criação na Livraria Jaqueira

O exercício de escrever sobre a própria trajetória nas artes pode ser desafiador: memórias, sentimentos e mudanças de compreensão consequentes do tempo são obstáculos para se chegar a uma síntese. Entretanto, o artista plástico pernambucano José Patrício aceitou essa provocação no livro Percursos de Criação, que terá lançamento no próximo dia 5 de agosto, das 18h às 20h, na Livraria Jaqueira do Recife Antigo. Com edição do crítico, curador e professor da UFRJ Felipe Scovino, a publicação contou com incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) e traz um encontro entre autor, biografia, pesquisa e conjunto da obra num modelo de livro de arte. Na publicação, que é bilíngue, em Português e Inglês, José Patrício escreve sobre suas descobertas, investigações e experimentações com papel artesanal, dominós, dados, botões, peças plásticas de jogos, entre outros objetos oriundos do comércio popular e de situações corriqueiras que acompanham a vida dos brasileiros. Seguindo, quase sempre, uma lógica matemática ou geométrica, as combinações propostas pelo artista em suas obras geram imagens imprevistas, que se configuram ao longo das montagens e se aproximam muitas vezes das características da pintura e da escultura. O livro aborda as fases de produção, cataloga obras e séries e, acima de tudo, traz o olhar particular do autor, além de contar com várias imagens de arquivo, de obras e um texto acessível, num projeto gráfico leve e atrativo. A inspiração inicial do livro foi a dissertação de mestrado defendida por José Patrício em 2014, no Programa Associado de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal da Paraíba e da Universidade Federal de Pernambuco. Algumas partes da dissertação foram reescritas e readaptadas a uma linguagem mais acessível, às quais se somam textos novos, escritos pelo artista exclusivamente para o livro. Todo o material foi cuidadosamente preparado pela equipe de edição liderada por Felipe Scovino, mas composta também por Julya Vasconcelos e Bruna Pedrosa. Ao nos debruçarmos sobre a obra, vemos que o artista situa o seu trabalho no contexto histórico da arte pernambucana e nacional, com início na Escolinha de Arte do Recife (EAR), na década de 1970, e segue em sua expansão nacional e internacional, com destaque para o prêmio do 11º Salão Nacional de Artes Plásticas, a participação na 22ª Bienal de São Paulo, bem como exposições por todo o Brasil e no exterior, em países como Alemanha, Noruega, França, Bélgica, Espanha, Chipre, Argentina, Estados Unidos, China e Hong Kong. Além disso, no livro há imagens de obras que fazem parte de coleções importantes, como o Acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), Coleção Gilberto Chateaubriand (MAM-RJ), Pi nacoteca do Estado de São Paulo, Coleção João Sattamini (MAC-Niterói), Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM-Recife) e Fundação Cartier (Paris). O leitor poderá conhecer detalhes de séries icônicas, como 112 dominós (1999) e Ars combinatoria (1999/2000), assim como trabalhos menos conhecidos, como Série Negra (1998), Estrutura modular II (1986) ou as obras da série Composições, em papel artesanal, produzidas no início dos anos 1980. “Eu sempre me senti atraído pelas possibilidades modulares dos materiais para compor minhas obras. No começo usei bastante papel artesanal, depois passei a utilizar objetos extraídos do cotidiano. Minha pesquisa foi evoluindo a partir, sobretudo, da matemática e da geometria que me guiaram na composição de espirais, movimentos de expansão e retração e na exploração de possibilidades pictóricas não conven cionais”. Segundo Felipe Scovino, Percursos de Criação é um livro que se converte em obra e vice-versa, no momento em que traz a palavra do próprio artista. Para ele, “algo tão celebrado em cartas (vide as mesmas trocadas entre Theo e Vincent Van Gogh), manifestos, agendas, diários, bilhetes, faxes, e-mails, entre tantos outros meios de correspondência e fixação de ideias e imagens — se tornou, eu diria, ao longo do século XX, mais sistematicamente, uma dobra do seu trabalho plástico”. O livro será distribuído gratuitamente a instituições, bibliotecas, críticos e curadores de arte, mas também estará à venda na Livraria Jaqueira, no Recife, com envio para todo o Brasil, na Galeria Nara Roesler, em São Paulo, e na Galeria Amparo 60, na capital pernambucana. Livro Percursos de Criação, de José Patrício, 193 págs., Recife, 2021. Incentivo: Funcultura, Governo do Estado de Pernambuco. Apoio: Galeria Nara Roesler e Galeria Amparo 60. Lançamento Livraria Jaqueira - Recife Antigo Quinta-feira, 5 de agosto, das 18h às 20h

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