Arquivos Cultura E História - Página 139 De 371 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

Casarão das Lendas será atração do Dia das Crianças no Plaza Shopping

As lendas pernambucanas, repletas de personagens folclóricos e histórias assustadoras, ultrapassam as décadas e fazem parte do nosso patrimônio cultural. Para apresentar esse legado às novas gerações e despertar o interesse das crianças por esse universo, o Plaza Shopping, em parceria com o projeto O Recife Assombrado, promove o “Casarão das Lendas”, uma aventura em uma casa cenográfica montada no Jardim do Piso L2 onde a meninada vai conhecer histórias presentes no imaginário pernambucano brincando e interagindo com atores caracterizados. Entre as lendas presentes no Casarão das Lendas estão a da Cabra Cabriola, a Perna Cabeluda e a Comadre Fulozinha. As visitas acontecem nos dias 2, 3, 9, 10, 11, 12, 16 e 17 de outubro, com sessões fechadas das 15h às 21h. Além de brincar no casarão, também será possível entrar no clima fazendo penteados e maquiagens assustadoras no Camarim das Lendas, também no Jardim do L2, visitar a exposição “Lendas Pernambucanas”, no piso L4, e conferir o lançamento do livro “Guia de assombrações para crianças corajosas” no mesmo espaço da exposição. A ideia da atração é desmistificar as lendas, fazendo com que as crianças se apropriem das histórias e seus significados ao invés de terem medo delas. Crianças a partir dos 5 anos poderão entrar com os pais ou responsáveis maiores de 18 anos em turmas de até 30 pessoas. As sessões terão até 40 minutos de duração e um período de intervalo para higienização e organização dos cenários. Para Roberto Beltrão, escritor e criador do Recife Assombrado, o Casarão das Lendas do Plaza vai despertar na criançada o interesse por conhecer mais e entender as nossas próprias narrativas espantosas. "Falar das lendas do Recife para eles é falar da essência da cidade, da sua história e da importância desse imaginário para as gerações futuras. Através desse conhecimento, eles podem se identificar com a própria cultura. O projeto com o Plaza vai ajudar as crianças a encontrarem essas lendas e a trazer de volta a tradição de reproduzir oralmente essas histórias para novas gerações". Os ingressos custarão R$ 15,00 para crianças, R$ 30,00 adulto, R$ 15,00 adulto social (+ 1kg de alimento ou 1 pacote de leite). As doações arrecadadas serão destinadas ao projeto Mães por Todas. No dia 2 de outubro, às 16h, os escritores Roberto Beltrão e Camilla Inojosa lançam o livro “Guia de assombrações para crianças corajosas” no espaço da exposição. A publicação infantil colorida e com 80 páginas traz mitos tradicionais e lendas urbanas brasileiras numa abordagem inédita.

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Poesia Real (por Paulo Caldas)

*Paulo Caldas O olhar poético, ora intimista ora universal, da escritora e pianista Raquel Lopes perpassa temas cotidianos em cenários que exibem dramas sociais e críticas contidas em recados diretos. Vislumbra afetos e afagos em quadras amorosas e acompanha o girar do tempo em torno de reflexões múltiplas, nutridas por emoções e sentimentos libertos. Noutros momentos, contempla a musicalidade dos tons, sequências rítmicas, cacoetes sonoros incorporados pela lida da poesia com o tocar suave do piano de Raquel. Há juventude na atmosfera do livro, em 85 páginas de textos de prosa quase verso, despidos da rigidez comuns às fórmulas convencionais. Poesia Real, Edição do Autor, tem o projeto visual assinado por Leandro Rosevaldo e diagramação de Raquel Lopes. O exemplares podem ser adquiridos pelo e-mail: raquelpoeta@outlook.com *Paulo Caldas é escritor

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Prefeitura do Recife lança seis editais destinando mais de R$ 10 milhões à cultura

Da Prefeitura do Recife Passado um ano e meio desde o início da pandemia na capital pernambucana, a cidade ultrapassa a marca de 61% da população adulta completamente vacinada e começa a retomar gradualmente sua vida cultural, com programação voltando a ser oferecida nos teatros, museus, demais espaços e nas ruas, ainda com muitos protocolos, mas também com cada vez mais esperança. Para embalar esse retorno à celebração cultural como possibilidade, potência e urgência, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, destinará, entre investimentos próprios e execução dos recursos federais da Lei Aldir Blanc, mais de R$ 10 milhões para a realização cultural na cidade. É o Recife Virado na Cultura. O prefeito do Recife João Campos fez o lançamento nesta quarta-feira (29) no auditório do 15º andar do edifício-sede da Prefeitura. “A gente lança esse edital do Recife Virado na Cultura, com R$ 2 milhões do município, além de mais cinco editais que a gente recuperou o recurso da Lei Aldir Blanc, uma lei federal, esse recurso estava travado e a gente conseguiu destravar, totalizando seis editais. Então tem ação para técnico de som e de iluminação, para bandas, grupos carnavalescos, para artistas individuais, para artes cênicas, de circo, teatro, dança, são várias frentes diferentes”, acrescentou ele. O valor vem se somar aos quase R$ 9 milhões já assegurados este ano, entre auxílios municipais emergenciais de Carnaval e São João, SIC e pagamentos de cachês atrasados, para a cadeia criativa e produtiva da cultura, que, em toda sua diversidade e pluralidade, foi uma das mais impactadas pelas medidas restritivas indispensáveis no controle da pandemia da Covid-19. “A gente apresenta hoje os editais no Cultura Recife, no nosso portal, as pessoas podem acessar para conhecer em detalhes. São seis editais com as suas especificidades, inclusive, com ligação com os próprios homenageados, a trajetória de cada um deles. Elas vão conhecer os editais e, a partir de segunda-feira, a gente abre as inscrições para que as pessoas possam se habilitar, apresentar o que seja necessário para a sua inscrição”, explicou o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello. Serão lançados seis editais, todos com inscrições virtuais, abertas a partir do dia 4 de outubro, no site www.culturarecife.com.br. Um deles é o Recife Virado, que tem por objeto selecionar e apoiar financeiramente projetos culturais a serem realizados na cidade, compreendidos em três faixas de valores: até R$ 8 mil; até R$ 15 mil; e até R$ 25 mil, totalizando um investimento direto do poder público municipal de R$ 2 milhões. O edital celebrará toda a produção cultural do Recife, contemplando desde as artes urbanas e artes visuais/artesanato, até o audiovisual, circo, cultura popular, dança, fotografia, gastronomia, literatura, música e teatro. Entre as ações previstas, a variedade é ainda maior. O edital prevê atividades formativas das mais diversas naturezas, apresentações de rua, ensaios abertos, sessões e apresentações, exposições e exibições, visitas a espaços expositivos, publicações, lançamentos e saraus, até feiras gastronômicas e degustações. Para executar os R$ 8,3 milhões remanescentes do saldo destinado pela Lei Aldir Blanc para a cidade, serão lançados amanhã outros cinco editais, todos batizados em homenagem a importantes personalidades que marcaram a história e a cultura da cidade, com foco na premiação de trajetórias e de criatividade, subsídio para espaços culturais, formação técnica e aquisição de obras e bens culturais. O Edital Sevy Caminha – Prêmio de Trajetória reconhecerá o mérito cultural de atividades artísticas e culturais ligadas aos saberes tradicionais da cultura popular, distribuindo mais de R$ 1,5 milhão para até 140 beneficiados. Para incentivar a criação de projetos de realização e fruição cultural, o Edital Bráulio de Castro – Prêmio de Criatividade irá assegurar R$ 5 mil como fomento para até 200 propostas de artistas, agentes culturais e/ou trabalhadores da cultura. O valor total do edital é de R$ 1 milhão. A viúva do compositor, a cantora Fátima de Castro, esteve presente no lançamento dos editais: “Bráulio tem um trabalho de 60 anos, tanto na música popular nacional quanto na música pernambucana, ele tem 420 músicas registradas no ECAD, e eu tenho quase 100 fitas com inéditas e não inéditas, além de cinco pen drives, então Bráulio tem um trabalho muito extenso em prol da cultura nacional e pernambucana. Para mim que sou casada, sou prima e sou parceira dele, ganhei festivais do Recife e nacionais junto a ele, é um reconhecimento porque o compositor fica escondido. O cantor tem uma visibilidade completa e o compositor, faz o Carnaval, faz o São João, faz Maracatu e Coco mas quem aparece é o cantor”. E disse ainda: “eu agradeço a sensibilidade de Ricardo, Zé Manoel e João que está fazendo uma gestão de peso para a cultura”. Garantindo subsídio para manutenção de espaços artísticos e culturais, o Edital Tarcísio Pereira destina-se a microempresas e pequenas empresas culturais, cooperativas, instituições e organizações comunitárias que tiveram as suas atividades interrompidas pela pandemia. Serão contemplados até 126 espaços formalizados ou não, que receberão entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, totalizando aproximadamente R$ 1,6 milhão. A viúva Cecita Wanderley Pereira compareceu ao evento de lançamento dos editais e disse que estava emocionada com a homenagem a Tarcísio Pereira. “Ficamos emocionados e felizes porque Tarcísio representa tudo isso. Ele não só levou Pernambuco para o mundo, como também foi um grande defensor dos espaços culturais, mesmo os menores possíveis, desde os trabalhos de escola aos mais diversos, e levou Pernambuco para o mundo, como ele mesmo dizia. E eu sou muito honrada de ter vivido esses anos lado a lado com ele”, comentou ela. Rendendo homenagem a Sérgio Valença, que ficou imortalizado como Pezão nos palcos e backstages do Recife, o Edital de Formação Técnica selecionará projetos de qualificação, aperfeiçoamento, capacitação, reciclagem e desenvolvimento de processos de inovação profissional para trabalhadores e trabalhadoras das áreas técnicas de diversas linguagens artísticas. Serão distribuídos R$ 2,5 milhões, contemplando até 15 propostas com R$ 170 mil. Eclético como a persona cultural que

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Empório Pernambucano homenageia Paulo Freire com evento no dia 19

O Empório Pernambucano abre as portas de uma maneira especial neste domingo (19/09), celebrando o centenário de Paulo Freire. Além de encontrar produtos gastronômicos e artesanais, o público do estabelecimento poderá conferir um evento cultural inspirado no educador pernambucano. A partir das 15h, haverá uma roda de diálogo embaixo da mangueira com participação dos professores Rozélia Bezerra (do Departamento de História UFRPE) e Silvio Cadena (UFRPE). Na ocasião também será inaugurada uma placa comemorativa do centenário de Paulo Freire. "Nosso objetivo é fazer uma singela homenagem a nosso vizinho ilustre, e discutir/celebrar o seu legado", afirmam Laysa Lima e Igor Alves, proprietários do Empório Pernambucano. A empresa faz uma ponte entre os consumidores recifenses e os produtores de várias partes do interior nordestino. Com suas andanças por diversos lugares, Laysa e Igor reúnem produtos como o queijo coalho de Seu Romildo de Venturosa, eleito o melhor de Pernambuco (2017 e 2018), e o queijo de manteiga feito por Dona Gertrudes no sertão do Seridó (RN), bi-campeão do Nordeste. Também são encontrados produtos como o alfenin de Agrestina, café orgânico de Triunfo, as linguiças artesanais de Sanharó, carne de sol de Cachoeirinha e ovos de capoeira de Moreno, entre outros. Pela página do Empório Pernambucano no site Delivery Direto, é possível contribuir financeiramente para a realização do evento. SERVIÇO Um Vizinho Ilustre Homenagem ao Centenário de Paulo Freire no Empório Pernambucano Data: 19 de Setembro, Domingo. Horário: Das 15h às 20h Local: Estrada do Encanamento, 675, Casa Forte Informações: 97914-3028 https://www.instagram.com/emporiopernambucano

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Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Ipojuca apresenta novo concerto amanhã (29)

Dando início às comemorações de seus sete anos de existência, a Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Ipojuca, segundo núcleo do projeto iniciado com jovens da comunidade do Coque, no Recife, selecionou alguns de seus mais destacados músicos para a gravação de mais um concerto para o canal da OCC no YouTube. A apresentação, registrada no teatro da Caixa Cultural Recife, vai ao ar amanhã, dia 29. Os solistas selecionados pelos professores Karolayne Santos e Márcio Pereira interpretaram, em sua maioria, peças de câmara de compositores do período Clássico (final do século XVIII) escritas para instrumentos de cordas: violino, viola, violoncelo e contrabaixo. As obras escolhidas para o programa são de: Mozart (1756-1791), Haydn (1732-1809), Béla Bartók (1881-1945), Carl Stamitz (1745-1801) e Rossini (1792-1868), além de uma adaptação do Carinhoso, de Pixinguinha, feita pelo primeiro maestro da OCC, Cussy de Almeida (1936-2010), e do nosso bis favorito: Lamento sertanejo, de Dominguinhos e Gilberto Gil. O aluno de violino Ivo Gomes, que tocou Mozart ao lado do colega Luanderson Silva (viola) e também foi responsável pela apresentação solo de Carinhoso, conta que a sensação de voltar aos palcos foi especial. "Adrenalina! Fazia muito tempo que não sentia isso. Foi algo muito bom e desafiador ao mesmo tempo", relata o músico, para quem a performance solo foi o ápice da noite. "Meu momento preferido foi quando toquei Carinhoso na versão do maestro Cussy. É uma peça magnífica e foi a primeira vez que a toquei para o público", empolga-se, referindo-se aos empregados da Caixa Econômica Federal que estavam na plateia, durante a gravação. A Orquestra Criança Cidadã é um projeto social realizado pela Associação Beneficente Criança Cidadã, incentivado pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e que conta com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal. Já a Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Ipojuca tem patrocínio da Prefeitura do Ipojuca, por meio de termo de fomento com a Associação Beneficente Criança Cidadã.

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Deuses Ocultos com visitas guiadas gratuitas esta semana

O artista plástico David Alfonso fala sobre seu processo criativo para a construção da mostra “Deuses Ocultos” nesta quinta-feira (16/9) e no sábado (18/09), na Arte Plural Galeria. As visitas guiadas, com grupos de até 20 pessoas, não exigem agendamento, mas é recomendado chegar com antecedência para garantir a vaga, além da obrigatoriedade de serem seguidos os protocolos de segurança contra Covid-19. Os horários variam: na quinta-feira, às 17h30; e no sábado às 14h30. Nas duas oportunidades o artista fará um passeio pela exposição, abordando detalhes das obras e de como surgiu inspiração para criar as telas e desenhos que compõem a mostra. São telas coloridas e em preto e branco, nas quais o artista revela sua visão sobre divindades, mesclando o humano, a natureza e os animais. A exposição está em cartaz até o dia 30 de outubro. A APG fica na Rua da Moeda 140, Recife, no bairro do Recife. Telefone: (81) 3424-4431, e está aberta de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Com curadoria da jornalista Olívia Mindêlo, “Deuses Ocultos” é a primeira exposição individual de David Alfonso, que já participou de diversas coletivas. “As pinturas dele são um chamado à contemplação e à descoberta. Evocando o gesto perdido de parar, ver e imaginar é que a obra desse artista cubano-pernambucano toma corpo; aliás, corpos”, ressalta ela.

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Aramis Trindade: "Somos guerreiros e criativos"

O show tem que continuar. O velho lema artístico encaixa-se perfeitamente na trajetória versátil do ator recifense Aramis Trindade (https://youtu.be/2OBRr6tNJBk), que começou a atuar aos 13 anos num circo, em Fazenda Nova, fez 70 filmes e várias peças, desde comédias rasgadas a clássicos, como Molière. Enveredou-se também na produção, atividade que traz no seu DNA a partir da experiência do pai, Boris Trindade, um dos fundadores da Nova Jerusalém. Junto com a mulher, Alessandra Alves, montou a produtora Marina de Ideias, na qual criam soluções para realizar espetáculos cheias de inovação e empreendedorismo. Prova disso, é o esforço que fizeram para viabilizar a peça Romeu e Julieta, com texto de Ariano Suassuna. Transformada em monólogo, com um cenário que cabe numa mala, Aramis levou a história dos Capuleto e Montecchio até para as comunidades. Nesta conversa com Cláudia Santos, ele fala da carreira, das dificuldades do setor cultural e dos planos, como o filme em que interpreta o poeta e engenheiro Joaquim Cardozo. É verdade que você começou a carreira aos 13 anos num circo? Em 1978, aos 13 anos, meu pai, recém-falecido, Boris Trindade, era advogado criminalista, por isso ele era diretor jurídico e sócio-fundador da Sociedade Teatral de Fazenda Nova, que é a Nova Jerusalém. Seus sócios eram Lírio Pacheco, Vitor Moreira, Diva Pacheco, entre outros. Papai foi quem me apresentou à obra do cenário nos anos 1970. Sabe aquele cenário que tem a santa ceia? Ali atrás tinha uma escola de circo e comecei a trabalhar nele, no Circo Brasinha. O filho de Plínio, Robson Pacheco, o Robinho, que atualmente é o presidente da Sociedade Teatral Fazenda Nova, era o apresentador e eu era o palhaço Cocorote. Pascoal, outro filho de Lírio, era o palhaço Brasinha, que fazia dupla comigo, e Xuruca, que agora é uma grande figurinista, era bailarina junto com a irmã Nena Pacheco, que hoje cuida da parte mais administrativa do teatro. Também escrevíamos os textos, os esquetes. O clown está muito próximo do público, você tem que ser bom de improviso. De 1977 a 1982 atuei só com palhaçaria. Em 1983 fiz minha primeira peça já no Recife. Como foi este início do teatro? Meu pai fundou, fora da Nova Jerusalém, a Aquarius Produções Artísticas. Era uma empresa de teatro convencional, que chamamos de palco italiano. Paulo de Castro era sócio, depois houve uma dissidência entre meu pai e Paulo de Castro – que é um grande produtor – e eu passei a ser sócio. Produzimos uma série de espetáculos a partir de 1978, começando com uma peça de Millôr Fernandes chamada É, até 1988, quando encerramos com uma peça de Molière, O Burguês Fidalgo. Foram 10 anos intensos de muito teatro. Eu atuava, produzia e era assistente de direção. Na Aquarius, assinávamos a carteira dos atores, com 13º, férias. Fazíamos três a quatro espetáculos por ano. Naquela época meu pai tinha um capital de giro, e não recorríamos a nenhum patrocínio. Montávamos tanto comédias rasgadas, como clássicos. Então essa experiência rica foi a sua escola? Eu passei na Federal no curso de educação artística, na época não tinha o CFA (curso de formação de ator) que tem agora. Eu seria um professor de arte para criança, mas eu queria um curso de ator. Aí eu ganhei uma bolsa, no Rio de Janeiro, de José Wilker e Luiz Mendonça, que administravam a Escola de Teatro Martins Pena. Mas, quando eu estava para vir, a escola fechou. A partir daí, eu estudei e trabalhei, fui autodidata, lendo e trabalhando. Fiz de tudo, até teatro de revista. Barreto Júnior era o cara da revista do Recife. Tive o prazer de trabalhar com o grande ator Luiz Lima, era o rei da chanchada, fazíamos o quadro Tal qual nada igual, peça que Jomard Muniz de Britto escreveu e Guilherme Coelho, que era o dono do Vivencial Diversiones, um grupo de teatro de Olinda, dirigiu. Guilherme depois foi trabalhar na Aquarius. Mas a minha primeira peça foi Aurora da minha vida, com texto de Naum Alves de Souza, em 1983, no Recife. Nesta época o público era muito grande? Nossa, era um público fiel da Aquarius! Havia várias companhias nos anos 80, como a Práxis Dramática, que era do Paulo Góes e José Mário Austregésilo. A gente encenava de terça a domingo. Havia dias com duas sessões, casa cheia. E papai era bom de marketing também. Os anos 80 foram muito prósperos. Por que houve essa retração? Tenho a impressão de que esses anos 80 tão prósperos foram decorrentes dessa paixão pelas artes e essa coisa colaborativa também, com pessoas de outras áreas investindo, pensando, empregando. Acredito que partir dos anos 90, quando a gente começou a ter muito mais opção de audiovisual, de DVD, a televisão com uma programação mais extensa, tirou um pouco o público do teatro. E depois da internet, a garotada não quer mais ir ao teatro, quer ver o TikTok. Como você analisa o momento atual da cultura no País? Uma vez, perguntaram à grande crítica de teatro, especialista em William Shakespeare, Barbara Heliodora, já falecida, como vai o teatro? Ela disse: “basta a gente ver os nossos dirigentes políticos para você saber como anda o nosso teatro”. Imagina agora? Eu queria replicar, estender essa frase para os tempos atuais. Mas, muitos de nós somos guerreiros e estão pisando no pescoço da gente com força, seja artista, professor, filósofo. Não temos o Ministério da Cultura, veja que coisa séria! A Ancine no freio de mão, uma censura velada, porque há projetos que não andam por causa dos temas que abordam. O problema é que a gente não tem uma política cultural duradoura. Mas somos guerreiros e guerreiras e criativos, a gente tira o “S” da palavra crise para ela virar crie. Inventa uma solução daqui, outra acolá, rema contra a maré, às vezes dá murro em ponta de faca, mas uma hora vai e a gente respira. Ainda bem que surgem caminhos, às vezes com o apoio de ONGs, instituições internacionais

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Aliança Francesa Recife inscreve para bolsas de estudo

Inscrições abertas para bolsas gratuitas de francês Estão abertas as inscrições para o programa de bolsas de francês para o turismo sustentável, uma iniciativa da Aliança Francesa Recife em parceria com a Embaixada da França no Brasil e o Consultado da França no Recife. As bolsas são destinadas a profissionais que atuam nas áreas de cultura, turismo, hotelaria e gastronomia. Serão concedidas 12 bolsas de estudos. As inscrições podem ser feitas até o dia 29 deste mês, pelo link: https://bit.ly/2XsBCOP. O curso tem como objetivo desenvolver as competências de comunicação em francês de profissionais de turismo e cultura e surgiu a partir dos desdobramentos dos encontros franco-brasileiros do turismo sustentável, realizados em maio deste ano em torno dos desafios do setor. Com 30h de carga horária total, o curso de francês gratuito elaborado e sob responsabilidade da Aliança Francesa Recife, será realizado de forma virtual e ao vivo para iniciantes, com dois encontros semanais de duas horas de duração. O conteúdo programático terá foco na prática do idioma em situações de trabalho, a exemplo de vocabulário e gramática específica utilizada em contextos de turismo. As aulas iniciam a partir do dia 11 de outubro e a turma será exclusiva para os bolsistas selecionados. Para se candidatar a bolsa de estudos, é preciso ser profissional das áreas supracitadas (agentes culturais, guias turísticos, profissionais de gastronomia e hotelaria, dentre outras funções) desempenhando, comprovadamente, suas atividades na região Nordeste do Brasil, sendo necessário preencher o seguinte formulário: https://bit.ly/2XsBCOP . A taxa de inscrição (não reembolsável) custa R$ 20,00.

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Projeto Mestres dos Saberes leva oficinas de artesanato para estudantes

Cerca de 160 estudantes de escolas públicas da cidade de Limoeiro, vão participar, a partir desta segunda-feira, 27, do Projeto Mestres dos Saberes - iniciativa que tem como proposta capacitar adolescentes e jovens para preservação, salvaguarda e memória da produção artesanal no estado. A iniciativa, que já contemplou mais de 400 alunos do ensino público, no Recife, agora, desembarca na região do agreste pernambucano. O lançamento do projeto será realizado no Centro de Criação Galpão das Artes, localizado na rua Vigário Joaquim Pinto, n° 465, Centro, a partir das 10h. O evento acontecerá dentro das normas sanitárias contra o contágio da covid-19. O projeto, que tem como foco o artesanato, será ministrado por cerca de nove mestres, das regiões do Agreste, Zona da Mata Norte e Região Metropolitana, ligados às várias artes da cultura pernambucana. Juntos, artesãos e artesãs proporcionarão momentos de troca de conhecimento e produção de obras artesanais em madeira, barro, pintura, entre outros. Um trabalho de muitas mãos para instruir novos artesãos na cadeia criativa das culturas populares. Nesse contexto, a programação do Projeto Mestres dos Saberes contará com a realização de oito oficinas de artesanato, gratuitas, para um público de 20 jovens cada. As atividades serão realizadas no Centro de Criação Galpão das Artes, local que é Ponto de Memória e Ponto Nacional de Cultura. As aulas acontecerão em dias e horários programados. Todos os participantes vão receber lanche e fardamento, além de certificado de participação. A ideia é que as crianças e adolescentes aprendam, na prática, diversas técnicas artísticas inspiradas na arte dos mestres e mestras da cultura pernambucana, como mestra Roseli Alves (pinturas em barro); mestre Zuza de Tracunhaém (arte do barro); mestre Abias de Igarassu (arte em madeira); mestre Lourenço de Goiana (cana brava), entre outros. Além disso, o projeto propõe, ainda, ao final do curso, uma Exposição com a obras dos mestres e obras dos alunos participantes, com acesso gratuito para estudantes, turistas, moradores e toda comunidade da região. A programação também terá uma Feira de Artesanato, com a participação dos artesãos locais. Mestres dos Saberes é realizado pelo jornalista e produtor cultural, Salatiel Cícero. A curadoria é de Afonso Oliveira, que dispõe de uma larga experiência, através da pedagogia da produção da cultura popular e coletiva denominada “Método Canavial”. Conta com apoio do Centro de Criação Galpão das Artes e da Prefeitura de Limoeiro. Incentivo do Funcultura, Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco

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Ed Wanderley lança amanhã (25) a obra "Sonhos Cariocas"

Falar sobre sonhos num país marcado por desmonte econômico e sanitário numa pandemia pode parecer perda de tempo, mas é nos desejos projetados para o futuro e naqueles reprimidos pela mente que se manifestam durante o sono que muitos navegam a própria história até dias melhores. Há muito de ciência nisso tudo. O caminho do livro de contos “Sonhos Cariocas”, do jornalista Ed Wanderley, com lançamento no dia 25 de setembro, é outro: o escapismo da ficção para que esse tempo até momentos outros pareça acelerar - ao menos durante a leitura. É justamente nos momentos de crise que mais importa sonhar e falar sobre o assunto. Há exemplos na história para provar e sempre é a literatura que os eterniza. “Sonhos no Terceiro Reich”, da jornalista Charlotte Beradt evidenciou a função coletiva dessas manifestações, reunindo relatos de alemães entre 1933 a 1939, durante a ascensão de Hitler. Mais recentemente, no Brasil, foi a vez de pesquisadores da UFMG, UFRS, USP e Instituto do Cérebro lançarem pesquisa, ainda em andamento, que virou o livro “Sonhos Confinados: O Que Sonham os Brasileiros em Tempos de Pandemia”, da editora Autêntica. Entre as conclusões de mais de 1,5 mil relatos de que a realidade “surreal” se aproxima do campo onírico, dadas as inseguranças e anseios da população. Ambas as obras acabam bebendo no livro “A interpretação dos sonhos”, de Freud, usado como base no ensino da psicanálise até hoje. E se as literaturas científica e documental mostram que momentos difíceis geram campos férteis para compreender a natureza humana, por que esses não o seriam também para abordar o assunto no campo do entretenimento? Confira conto declamados "Sonhar pra quê? É nesse contexto, mas longe da Academia, que nasceu a autopublicação “Sonhos Cariocas”. “Todos os contos do livro foram concebidos na pandemia e o projeto nasceu, literalmente, a partir de um sonho que tive nesse período. Nele, nove histórias misturam as diferentes conotações da palavra sonho, desde o almejar e da manifestação do sono REM até o doce de padaria, trabalhando cada história em um gênero (comédia, ficção científica, drama etc) que desafia o limite tradicional da realidade”, afirma Wanderley. A “naturalidade” do projeto, que evoca o Rio de Janeiro, se explica, mesmo que o autor seja um pernambucano que vive em São Paulo. Segundo o autor, os contos sintetizam o Rio como a terra dos sonhadores. Ele faz o paralelo com os EUA, sobre o qual se constrói a ideia de trabalho e possibilidades em Nova York, enquanto a terra dos sonhadores, do estrelato, seria a Califórnia. “No Brasil, a equivalência seria a vocação prática do trabalho que São Paulo inspira e o espírito bon vivant carioca, evocado por poetas e compositores. Busca-se trabalho e sucesso no Rio, mas a inspiração é a do aproveitar a vida e as belezas naturais; por isso, acho que não há nada mais sonhador e brasileiro que o espírito carioca”, sintetiza. “Sonhos Cariocas” está com e-books em pré-venda na Amazon. O livro físico, de 192 páginas, pode ser encomendado no site do escritor, edwanderley.com, ao preço de lançamento de R$ 32,90. O lançamento oficial será em 25 de setembro, não por acaso, dia mundial dos sonhos. Realidade em foco Sonhos são tema de investigações científicas e pesquisas com certa frequência, mas ainda há muito a se esclarecer. De acordo com a neurofisiologista clínica e neurologista Francesca Maria Mesquita, em trabalho junto à Universidade Federal de Lavras, eles já foram vistos como mensagens de deuses e presságios bons ou ruins, até serem concebidos como representação simbólica de desejos reprimidos, a partir das teorias de Freud, no início do século 20. “Além de todos os mistérios relacionados aos significados, muito ainda permanece desconhecido quanto às estruturas cerebrais responsáveis pela geração dos sonhos”, explicou Francesca à publicação da UFLA. Sonhos são também retratos da realidade momentânea. Há 10 anos, o Datafolha já chegou a buscar a população para tentar compreender o sonho da juventude brasileira, num país ainda em estabilidade e crescimento econômico. A pesquisa, em parceria com a Box1824 e apoio da rede Globo, apontou, por exemplo, que metade dos jovens pensava que o sonho e desenvolvimento do coletivo era mais importante que o individual e já se engajava na tentativa de “mudar o mundo”. Os dados refletiam um cenário antes da pandemia e sem contexto de polaridades políticas extremas. Na ocasião, 89% dos jovens se diziam orgulhosos de ser brasileiros, enquanto 76% acreditavam que o Brasil mudaria para melhor - um sinal inquestionável de que sonhos, tal qual a realidade, estão associados a um tempo e, definitivamente, mudam.

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