Arquivos Cultura E História - Página 161 De 378 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

Show-Espetáculo “E o meu corpo se abria” apresenta live especial

Há quem diga que um trio de mulheres é sagrado. São três as moiras responsáveis pelos destinos - fabricam, tecem e cortam o fio da vida de todos os indivíduos. Às três Graças são atribuídas a fertilidade, o dar, receber e agradecer, a amizade. Imagina quando um trio acaba virando um quarteto de mulheres? No show-espetáculo “E o meu corpo se abria”, as duas atrizes e bailarinas Endi Vasconcelos e Maria Laura Catão se encontram com a cantora e compositora Larissa Lisboa, e são acompanhadas pela renomada musicista Lígia Fernandes formando um poderoso quarteto feminino. Juntas, elas unem os seus universos artísticos particulares, criando um caminho coletivo formado por música, dança e poesia que valoriza o que cada uma tem a dizer. O show-espetáculo “E o meu corpo se abria” - que fez sua estreia ano passado em formato online - retorna ao público com live especial pelo Mês da Mulher no dia 11 de março, às 20h, no canal do Grupo Bubuia no YouTube. Na apresentação, Endi Vasconcelos, Maria Laura Catão, Larissa Lisboa, acompanhadas de Lígia Fernandes, percorrem um caminho de terreno fértil formado por música, teatro e dança, adubado por textos e canções autorais. O espetáculo aborda temas urgentes como feminismo, homofobia, amor, sororidade e as mudanças nas relações impostas pela pandemia. Em cena, as quatro moiras contemporâneas descobrem juntas o abrir de seus corpos e dão um grito poético para a sociedade, mostrando que a mulher é sim capaz de tecer e percorrer seu próprio fio da vida. O projeto ainda conta com a direção musical do cantor e compositor Martins e preparação vocal da cantora, compositora e professora Gabriela Martinez. O show-espetáculo é uma idealização do Grupo Bubuia, tem apoio da Lei Aldir Blanc e a gravação será no Teatro Hermilo Borba Filho, no Bairro do Recife. O público poderá conferir a live gratuitamente no dia 11 de março (quinta-feira), às 20h, por meio do canal do Grupo Bubuia. SERVIÇO “E o meu corpo se abria” Data: 11 de março Local: Canal do YouTube do Bubuia https://cutt.ly/4lkCTMc Horário: 20h Gratuito

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Venenosos e peçonhentos

*Por Paulo Caldas Neste espaço concebido para disseminar o talento de escritores pernambucanos, que serve de passarela para o desfile de criações ficcionais, estende-se o tapete vermelho para um texto que lida com a profilaxia contra ataques de animais venenosos e peçonhentos. O livro “300 perguntas e respostas sobre animais peçonhentos e venenosos”, do renomado veterinário Doralécio Fortes Lins e Silva, assume real importância na medida que uma espécie de êxodo urbano leva famílias em busca da qualidade de vida encontradas em condomínios ou imóveis no litoral e no interior. Desse modo, as recomendações e providências, resultantes dos 40 anos de vivência profissional de Lins e Silva, narradas em linguagem simples e direta, tornam-se tipo de breviário para o cotidiano dessa nova alternativa de viver. *Paulo Caldas é escritor

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Mostra Cinema do Presente reúne curtas sobre questões sociais e políticas

A primeira edição da Mostra Cinema do Presente reúne curtas-metragens brasileiros que abordam questões sociais, políticas e crises do mundo contemporâneo. Após etapas de inscrições e curadoria, a Mostra apresenta 20 filmes selecionados. Todos os curtas são disponibilizados por streaming de 10 a 13 de março através do site www.cinemadopresente.com no qual é possível conferir as sinopses de cada filme. A programação audiovisual tem acesso gratuito. A mostra também promove a Oficina de Críticas Urgentes, ministrada por Carol Almeida. Ao longo da oficina, os participantes produzirão críticas sobre filmes da mostra. Os textos serão publicados no site ao final da mostra. As inscrições para a oficina já foram encerradas, 23 participantes foram selecionados. A Mostra Cinema do Presente é uma produção da Gatopardo Filmes com incentivo da Lei Aldir Blanc / Governo Federal, através de edital lançado pelo Governo de Pernambuco, Secretaria de Cultura e Fundarpe. A curadoria foi realizada por Juliana Soares, Enock Carvalho e Matheus Farias. A Mostra Cinema do Presente pretende possibilitar ao público reflexões e debates sobre o passado, futuro e presente. “A seleção orientou-se pelo desejo de trazer filmes que - a partir de diferentes gêneros e linguagens - trazem à tona tanto inquietações com o cenário atual do país e do mundo, quanto vislumbres sobre um futuro possível”, explica Juliana Soares. Os títulos da mostra foram selecionados entre 428 filmes inscritos. São obras de várias partes do Brasil e uma coprodução com Portugal. A programação inclui filmes de realizadores da Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Norte, Paraná, Distrito Federal, Minas Gerais, Amazonas e Ceará. “São filmes que questionam, tensionam, problematizam olhares e situações. Alguns deles conseguem subverter a própria arte do fazer cinematográfico, propondo narrativas e linguagens muito particulares de seus realizadores”, destaca Enock Carvalho. “Apresentamos algumas obras realizadas durante este período de isolamento social e caos devido à pandemia do Coronavírus. É o caso de "Um Filme de Quarentena", de Jessica Linhares e Miguel Chaves (RJ), e "Célio's Circle", de Diego Lisboa (BA), filmes provocadores que nos fazem enxergar a pandemia pelos olhos de outras pessoas”, detalha Carvalho. A Mostra Cinema do Presente também traz diversidade temática, de gêneros e linguagens. A pauta indígena e questões LGBTQIA+, por exemplo, estão presentes nos curtas selecionados. “A causa indígena é abordada nos filmes “O Jardim Fantástico”, de Fábio Baldo e Tico Dias (SP), e “A Tradicional Família Brasileira Katu”, de Rodrigo Sena (RN)”, destaca Juliana Soares. “Os corpos e questões LGBTQIA+ estão na seleção da Mostra. Essas pautas fazem parte das discussões do hoje e do agora, e os filmes contemplam uma grande diversidade de representações, corpos, cores e vozes. Como exemplo, destaco as performances das personagens de "Perifericu", de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira (SP), a denúncia da homofobia em “Bicha-bomba", de Renan de Cillo (PR), e a reconstrução das memórias de infância em “Valdira”, de Filipe Marcena (PE)”, aponta Matheus Farias. Farias também pontua que vários filmes da mostra trazem o gênero cinematográfico como parte fundamental da narrativa. “Curtas como “Os Últimos Românticos do Mundo”, de Henrique Arruda (PE), e “Preces precipitadas de um lugar sagrado que não existe mais”, de Rafael Luan e Mike Dutra (CE), se utilizam dos instrumentos da ficção-científica para imaginar o fim do mundo ou resolver questões do passado, por exemplo. Há uma certa tendência na produção de curtas-metragens brasileiros de se utilizarem cada vez mais desses signos para fortalecer suas histórias”, explica. SERVIÇO Mostra Cinema do Presente De 10 a 13 de março 20 filmes por streaming no site www.cinemadopresente.com Acesso gratuito Acompanhe no Instagram @cinemadopresente Filmes "À beira do planeta mainha soprou a gente", dirigido por Bruna Barros e Bruna Castro (BA) "A destruição do planeta live", dirigido por Marcus Curvelo (RJ) "A Mordida", dirigido por Pedro Neves Marques (SP/Portugal) "A Tradicional Família Brasileira Katu", dirigido por Rodrigo Sena (RN) "Aonde vão os pés", dirigido por Débora Zanatta (PR) "Bicha-bomba", dirigido por Renan de Cillo (PR) "Celio's Circle", dirigido por Diego Lisboa (BA) "Colmeia", dirigido por Maurício Chades (DF) "De vez em quando eu ardo", dirigido por Carlos Segundo (MG) "Medo da Chuva em Noite de Frio", dirigido por Victor Hugo Fiuza (RJ) "Meninos Rimam", dirigido por Lucas Nunes (SP) "O Jardim Fantástico", dirigido por Fábio Baldo e Tico Dias (SP) "Os últimos românticos do mundo", dirigido por Henrique Arruda (PE) “O Barco e o Rio”, dirigido por Bernardo Abinader (AM) "Pausa para o café", dirigido por Tamiris Tertuliano (PR) "Perifericu", dirigido por Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira (SP) "Preces precipitadas de um lugar sagrado que não existe mais", dirigido por Rafael Luan e Mike Dutra (CE) "Um Filme de Quarentena", dirigido por Jessica Linhares e Miguel Chaves (RJ) "Valdira", dirigido por Filipe Marcena (PE) "Você já tentou olhar nos meus olhos?", dirigido por Tiago Felipe (PR)

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Círculo dançante e terapêutico para mulheres neste mês de março

Em trajetória permeada por duas linguagens que se atravessam e se complementam, sendo a Dança e a Iluminação, a empreendedora, artista e iluminadora cênica Natalie Revorêdo tem trilhado seus fazeres artísticos por lugares que promovem o resgate do protagonismo feminino e a incessante afirmação da presença do corpo-mulher em espaços ainda majoritariamente masculinos. É a partir do costurar de vivências individuais e coletivas ao longo dos 12 anos estudando e experenciando Dança, desde a graduação na UFPE até hoje, e dos últimos 8 anos iluminando palcos cênicos País afora, que Natalie vem desenvolvendo a pesquisa “Moveres do CorpoLuz”. Enxergando o corpo como uma potente ferramenta de ação política, revolucionária e afetiva, um dos pilares de sua pesquisa é a facilitação de círculos de mulheres com o intuito de fortalecer o coletivo através da escuta, da fala, da dança, do empoderamento e do entrelaçamento das mais plurais narrativas femininas. O próximo círculo de mulheres a ser facilitado por Natalie é o “Moveres do CorpoLuz – II Jornada Dançante ao Coração”, que terá a sua segunda edição nos próximos dias 15, 16, 17 e 18 de março (segunda a quinta-feira), das 16h às 18h, via a plataforma online Zoom, com acesso livre e gratuito mediante inscrições no site: https://linktr.ee/natalieCorpoLuz. O projeto “Moveres do CorpoLuz – II Jornada Dançante ao Coração” foi contemplado pelo Edital Formação e Pesquisa – Linguagem da Dança, da Lei Aldir Blanc PE. Em tempos de pandemia, quando as interações estão cada vez mais raras devido ao necessário isolamento social, os encontros virtuais serão uma oportunidade para trocas afetivas, acolhimentos, fortalecimento e cura coletiva por meio da dança intuitiva, de práticas meditativas, de exercícios corporais diversos, interpretações do Oráculo das Deusas e das Cartas do Caminho Sagrado, entre outras dinâmicas. A idealizadora e facilitadora Natalie Revorêdo explica que a vivência dançante terapêutica está aberta para todas as mulheres com idade acima de 18 anos (cis, trans, mães, gestantes, diversas), experientes em Dança ou não, basta escutarem o coração e estarem dispostas à partilha. Os quatro encontros serão guiados pelos ritmos e energias lunares. “A vivência Moveres do CorpoLuz - II Jornada Dançante ao Coração é uma fragmentação de toda essa minha pesquisa que tem o corpo como intersecção de somatórios, onde tudo o que atravessa, integra e ancora enquanto potência se torna mover desse corpo. ‘CorpoLuz’ são os corpos que atravessam esses lugares, são todas as mulheres que estão ali presentes em círculos virtuais ou não, corpos que despertam para si na sua potência física, amorosa, espiritual, psicológica, nas suas vulnerabilidades. O olhar para si é revolucionário, já é vencer o patriarcado, já é quebrar as correntes que nos prendem. Ter consciência dos nossos moveres e dos nossos quereres, destinar um tempo para cuidar da matéria e do emocional, já é uma grandiosidade. Temos na história das nossas mulheres massacres, violências domésticas, psicológicas e emocionais tão fortes. Então trazer esse círculo dançante e terapêutico com mais presença para mim é curar as nossas mulheres. É o momento de viver uma tenda da lua, onde todas são convocadas a cuidarem de si em uma ciranda de mulheres sábias. São sementes que eu jogo, possibilidades de caminhos, mas quem realiza a trilha são elas”, ressalta Natalie Revorêdo. Sobre Natalie Revorêdo - Mulher, latino-americana, recifense, empreendedora, artista da Dança, formada em Massoterapia e Reiki, graduada em Licenciatura em Dança pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), iluminadora cênica e performer. Atua na área artística de maneira integrativa e curiosa, entendendo o corpo como a manifestação plural do existir. Sua pesquisa abraça os campos da dança, performance, iluminação, dança intuitiva, práticas terapêuticas, empreendedorismo feminino e o corpo como potência de criação. Idealizadora do Circuito de Lives "Corpo Mulher em Jornada", promove conversas online de partilhas sábias com mulheres, assim como a vivência terapêutica "Moveres do CorpoLuz - Jornada Dançante ao Coração", costurando narrativas femininas e coletivas em plataformas virtuais. Integrante do Farol Ateliê da Luz, do Coletivo Nativa e da Coletiva Rua das Vadias, Natalie Revorêdo tece as diferentes trajetórias como elo de comunicação e potência, o que a proporciona um estudo investigativo mais aprofundado para sua pesquisa “Moveres do CorpoLuz”, assim como seu protagonismo e poder de atuação no organismo criativo, sentindo o respirar poético-sensível da iluminação como semente expansiva de criação e da dramaturgia da luz. A empreendedora também ministra oficinas de Iluminação, onde dilata a importância da representatividade do corpo-mulher na área técnica artística, facilitando círculos femininos, como: “Iluminação Cênica para Mulheres - Empoderamento dos termos técnicos na prática artística”, “CorpoLuz semente de Criação” e “Mulheres na Jornada da Luz”, campo destinado ao labirinto fértil do ser mulher em busca de si. SERVIÇO – “MOVERES DO CORPOLUZ - II JORNADA DANÇANTE AO CORAÇÃO” Datas: 15, 16, 17 e 18 de março de 2021 (segunda a quinta-feira) Horário: 16h às 18h. Público: mulheres diversas com idade acima de 18 anos. Atividade: vivência dançante e terapêutica para mulheres. Facilitadora e idealizadora: Natalie Revorêdo, empreendedora, artista da Dança e iluminadora cênica. Acesso: gratuito. Inscrições: https://linktr.ee/natalieCorpoLuz Vagas: 20.

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7 fotos dos lugares da Revolução de 1817 antigamente

A Data Magna de Pernambuco, 6 de março, é uma homenagem à Revolução de 1817. A coluna Pernambuco Antigamente publica hoje uma série de fotos antigas de lugares onde aconteceram fatos importantes do movimento que separou temporariamente o Estado do Brasil. As imagens não são da época, mas do início ou meados do século 20, do acervo da Villa Digital e da Biblioteca do IBGE. A atual Praça da República, local onde está o Palácio do Governo, abrigava em 1817 o Erário Público, que foi tomado pelos revolucionários. Foi nesta praça também onde foram expostos os corpos dos líderes do movimento após a sua queda, como do padre João Ribeiro Pessoa. (Foto do Acervo Josebias Bandeira, Fundaj, datada de 1911) . O Forte das Cinco Pontas é o local onde foram presos 150 homens nos dias da Revolução. De acordo com informações no site do Museu da Cidade do Recife "No ano de 1817, o forte passou a abrigar a sede do quartel General Militar. Na revolução republicana de Pernambuco, 150 homens foram presos no forte e em 1825 ao lado do forte foi arcabuzado por ordem de D. Pedro I, imperador do Brasil, o frade carmelita Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, mártir e herói da Confederação do Equador".  (Biblioteca do IBGE) .  O Forte do Brum foi o local onde o então governador de Pernambuco, Caetano Pinto, se refugiou para resistir à Revolução de 1817. Sem condições de resistir, ele deixou o local e foi forçado a embarcar para o Rio de Janeiro. (Acervo da Biblioteca do IBGE, foto de 1957) . Na foto abaixo o Seminário e Igreja de Nossa Senhora da Graça, o Seminário de Olinda, que foi fundamental para formação dos ideiais da revolução. De acordo com Leonardo Dantas "Em todas as revoluções liberais, particularmente nas de 1817 e 1824, a voz do clero de Olinda se fez presente, como observa Oliveira Lima nos comentários ao livro do monsenhor Muniz Tavares: A revolução de 1817 pode quase dizer-se que foi uma revolução de padres, pelo menos constituíram o seu melhor elemento, o que mais provas deu de sinceridade, de isenção, e de devotamento, aqueles onde se recrutaram com poucas exceções, seus dirigentes”. (Imagem da Biblioteca do IBGE) . O nome da Praça Dezessete é uma homenagem à Revolução de 1817. No local estava o antigo Palácio do Governo em 1817, na época sob o comando de Caetano Pinto.  . A Ponte Maurício de Nassau era a única travessia construída em 1817 que ligada o Bairro do Recife ao Bairro de São José. Houve uma tentativa de destruí-la na ocasião para isolar os revolucionários. . A Capela de Nossa Senhora da Conceição, na Praça da Jaqueira (Foto da Fundaj), foi o local onde se casou um dos líderes da revolução Domingos Afonso Ferreira com Maria Teodora, filha do comerciante Bento José da Costa. . Confira também um vídeo que a Algomais produziu na ocasião do Bicentenário da Revolução de 1817, sobre uma Caminhada Domingueira temática.   *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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Frei Caneca: Morte e vida de um herói e mártir

Naquele 13 de janeiro um herói pernambucano inscreveria seu nome na história do Brasil. Desde cedo estava armado o triste espetáculo da demonstração de força pela forca. O cadafalso estava em frente ao Forte das Cinco Pontas, escancarado, para que todos o vissem. O condenado era um religioso despojado dos seus trajes sacerdotais. Era um tempo de poder incontrastável mas, mesmo assim, três carrascos, homens acostumados a exterminar outros, se recusaram a enforcá-lo. Os militares, então, diante da desobediência dos verdugos, ordenaram que fosse formado um pelotão de arcabuzamento. Só para lembrar aos mais esquecidos, arcabuz era, digamos, o equivalente ao fuzil de hoje. Teria ocorrido ao comandante da execução que, ao fim, o espetáculo teria mais impacto, já que haveria a tenebrosa sonoplastia dos disparos? O fato é que cessados os estampidos, o corpo foi colocado à porta de um templo carmelita existente no centro do Recife, em seguida recolhido pelos religiosos e enterrado em local até hoje e talvez para sempre, desconhecido.O muro onde ele foi arcabuzado, no entanto, testemunha insensível daquele momento, continua lá, fazendo companhia a um busto do herói. A descrição do próprio condenado mostra como ocorriam as coisas no Brasil colonial. “No dia 20 fui eu conduzido perante o assassino tribunal da comissão de que eram membros o general Francisco de Lima e Silva, presidente (viria a ser o pai do Duque de Caxias); juiz relator Tomás Xavier Garcia de Almeida; e vogais, o coronel de engenharia Salvador José Maciel, o tenente-coronel de caçadores Francisco Vicente Souto; o coronel de caçadores Manuel Antônio Leitão Bandeira; o conde de Escragnolle, que foi o meu interrogante.” Nascido a 20 de agosto de 1779, naquele 13 de janeiro de 1825 a vida de Joaquim da Silva Rabello ou Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, ou ainda Frei Caneca, como passou ao panteão dos grandes heróis brasileiros, chegara ao fim. Veja-se, porém, como ele viveu. Frei Caneca foi um religioso, político, professor e jornalista implicado em movimentos em sua maioria para libertação do jugo português. Para atingir seu objetivo, ele empenhou sua inteligência e seu destemor, constituindo-se um dos principais líderes da Revolução Pernambucana (1817), que proclamou uma República e organizou o primeiro governo independente na região; e da Confederação do Equador (1824), isto sem falar de sua atuação destemida à frente do combativo jornal ”Typhis Pernambucano”, o que lhe valeu, nos autos do processo, a classificação de “escritor de papéis incendiários”. O primeiro número do jornal circulou em 25 de dezembro de 1823, denunciando o despotismo do poder central e conclamando os pernambucanos à revolta. Tornou-se a trincheira de Frei Caneca até à liquidação da Confederação. De grande erudição, ele foi também professor de retórica, geometria e filosofia racional e moral. Além disso, foi conselheiro do exército republicano do sul, e com a derrota do movimento foi preso e transferido para Salvador, Bahia, onde passou quatro anos preso, tempo em que se dedicou à redação de uma gramática da língua portuguesa. De volta ao Recife, esteve implicado no chamado movimento de Goiana, uma sedição emancipacionista com o apoio dos principais proprietários da Mata Norte e algodoeira da província. Naqueles dias, um exército de milícias rurais e da tropa de primeira linha marchou contra o Recife, porém sem ocupar a cidade. Não foi só. Apoiou a formação da primeira Junta Governativa de Pernambuco, presidida pelo comerciante Gervásio Pires Ferreira e depois participou da Junta dos Matutos, que substituiu a junta gervasiana, tempo em que se deu o seu efetivo ingresso na liça ideológica, mas foi na Confederação do Equador que se revelou uma das suas mais marcantes atuações. Nos primórdios não podia ser considerado separatista, já que buscava a preservação do “status” conquistado pelo Brasil no interior do império lusitano. No Nordeste, contudo, onde a Independência já começara com uma disputa entre colônia e metrópole com a diferença de que esta última já não estava em Lisboa mas no Rio de Janeiro, a situação exigia soluções diferentes. Então, com Cipriano Barata, também um dos líderes, deu uma feição claramente definida à Confederação, como um movimento republicano e separatista, ressaltando que seus argumentos para tal não se dirigiam ao imperador, mas contra o que considerava a vocação autoritária de José Bonifácio. Após o Sete de Setembro, o acirramento da luta entre José Bonifácio e os liberais da Corte havia levado à censura da imprensa, com o fechamento de jornais e o atentado contra o diretor da “Malagueta”, e à prisão de mais de 300 indivíduos, os mesmos que se haviam batido pela independência desde a partida de D. João VI. Havia outras razões de insatisfação, tais como as exigências do erário fluminense, o projeto de Constituição divulgado pelo Correio Braziliense em setembro de 1822, a criação do batalhão de suíços, a fundação do Apostolado, a instituição da Imperial Ordem do Cruzeiro, esta vista como o clube dos aristocratas servis, prossegue o historiador Evaldo Cabral de Melo. Com seu descortino, partilhava suas ideias republicanas e frequentava a Academia do Paraíso, um dos centros de reunião daqueles que, influenciados pela Revolução Francesa e pela Independência dos Estados Unidos, conspiravam contra o colonizador. A respeito de Frei Caneca disse o já citado historiador: “O homem que, na história do Brasil, encarnará por excelência o sentimento nativista era curiosamente um lusitano “jus sanguinis” ou, em outras palavras, era considerado cidadão português, já que vigia um preceito de nacionalidade que atribuía a uma pessoa a mesma cidadania dos seus pais, que eram portugueses. Seria, além de tudo, crime de traição? Permita uma divagação: você sabe por que o nome Caneca? Uns dizem que era homenagem ao seu pai, que fabricava vasilhames e, obviamente canecas, enquanto outros afirmam que se deve ao fato de que, de família muito pobre, quando menino vendia canecas pelas ruas do Recife. No livro Cem anos de solidão, o coronel Aureliano Buendía promoveu 32 revoluções armadas e perdeu todas, absolutamente todas. Diferentemente do personagem da ficção de Gabriel Garcia Márquez, na realidade, apesar de imolado Frei Caneca foi vencedor.

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Cipriano Barata: um revolucionário em nome da liberdade

Para a maioria, liberdade é o poder de o cidadão exercer a sua vontade, sua autonomia e espontaneidade. De certa forma, pois, a liberdade é utópica, posto ser questionável que os indivíduos tenham, verdadeiramente, a liberdade que pensam ter, especialmente nas sociedades modernas e suas mídias avassalantes. Já a liberdade de expressão, especificamente, é a garantia que permite ao indivíduo expressar livremente suas opiniões e crenças sem impedimentos, isoladamente ou em grupo, dentro dos limites da lei. Não era esse, no entanto, o entendimento vigente no Século 19. Expressar-se, tácita ou explicitamente, pela separação de Portugal tinha como corolário o esquartejamento. Mesmo assim, um homem chamado Cipriano Barata fez da pena a sua lança na Revolução Pernambucana de 1817. Cipriano José Barata de Almeida foi um liberal combativo que, iluminado pelas luzes da Revolução Francesa, movimentou a opinião pública para defender a ideia de um Brasil independente de Portugal, o fim da monarquia e da escravidão. Era tão comprometido com a causa, que graduado em medicina na Universidade de Coimbra, ficou na história como um dos mais atuantes jornalistas políticos do Primeiro Reinado. De fato, ele foi incansável, na Revolução Pernambucana de 1817, o único movimento político que a partir de 1140 afrontou vitoriosamente o reino português. Tratava-se da mais radical ruptura com a monarquia, pondo em prática os princípios da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e deitando por terra o suposto direito divino que a nobreza se atribuía. Por falar em direitos, para assegurar condições mais humanas aos presos políticos, ele fundou comitês de solidariedade. Crítico e contestador, Cipriano Barata foi em 1821 deputado pela província da Bahia às Cortes de Lisboa, mas não se furtava a defender publicamente a separação de Portugal. Por conta disso, regressando da Corte foi impedido de desembarcar em Salvador, vindo, então, para o Recife, onde iniciou sua atividade jornalística no Aurora Pernambucana, o primeiro jornal do Estado. Dois anos depois fundou seu próprio periódico, o Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco, posicionado a favor das ideias republicanas e da autonomia das províncias. Incansável, organizou, embora dela não haja participado diretamente, a Confederação do Equador, mais um grande movimento revolucionário, de caráter separatista e republicano ocorrido em Pernambuco. E continuou a escrever, nomeando, com grande engenhosidade, seus jornais, como Sentinela da Liberdade, no entanto variando o final do título de acordo com o local em que estivesse. Em 1830, voltou para a Bahia, onde publicou o Sentinela da Liberdade na Guarita do Quartel-General de Pirajá, e em seguida abandonou as atividades políticas. Em 1836 e foi morar em Natal, passando a ser professor de francês, e, por fim, encontrou sua definitiva e inalienável liberdade. Morreu dois anos depois, aos 76 anos de idade. *Por Marcelo Alcoforado Publicado no 06/06/2018

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Cinemateca Pernambucana lança mostra Infantojuvenil online

A Cinemateca Pernambucana lança a Mostra Infantojuvenil on-line. Foram selecionados 15 filmes, sendo um longa-metragem e 14 curtas, todos com classificação indicativa de até os 14 anos. A programação também dá destaque para a acessibilidade: quatro filmes da mostra podem ser assistidos com recursos de Audiodescrição para pessoas cegas ou com baixa visão, Libras para pessoas surdas, e Legenda para Surdos e Ensurdecidos (LSE). Na lista de filmes, são nove animações que apresentam um panorama diverso da produção no estado, desde abordagens com literatura de cordel, uso de símbolos da cultura pernambucana, trabalhos com stop-motion e o pioneirismo de Lula Gonzaga, Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco. Além dos desenhos, a Mostra Infantojuvenil dispõe de uma seleção variada de ficções, que contemplam a produção local de obras inventivas voltadas para o público jovem. Confira a programação completa: Para a criançada! Classificação: Livre Salu e o Cavalo Marinho Categoria: Animação Direção: Cecília da Fonte Alves Ano: 2014 Duração: 13 min Sinopse: Curta metragem em animação que mostra parte da infância do Mestre Salustiano, quando ainda morava na cidade de Aliança, no interior de Pernambuco. Acesse aqui Versão acessível aqui A Árvore do Dinheiro Categoria: Animação Direção: Marcos Buccini, Diego Credidio Ano: 2002 Duração: 7 min Sinopse: Um homem que queria se casar com uma bela moça recebe a ajuda de um desconhecido e tem a sua vida mudada. Uma animação toda em Literatura de Cordel, uma arte popular da cultura do Nordeste. Acesse aqui Versão acessível aqui O Macaco e o Rabo Categoria: Animação Direção: Filme desenvolvido pelos alunos do Projeto Animando Histórias da UFPE/CAA e da disciplina de Animação 2D do Núcleo de Design/CAA – Caruaru – PE Ano: 2011 Duração: 11 min Sinopse: Um macaco tem seu rabo arrancado após um momento de descuido e segue em busca de recuperá-lo, prestando favores a vários personagens. Acesse aqui Astúcia de Cabôco Categoria: Animação Direção: Marcos Buccini, Ricardo Bicudo, Fábio Caparica Ano: 2011 Duração: 3 min Sinopse: Um homem que tem medo de ir lutar na guerra é convocado para o exército. Acesse aqui Na Corda Bamba Categoria: Animação Direção: Marcos Buccini Ano: 2006 Duração: 5 min Sinopse: Um palhaço precisa atravessar uma corda bamba para melhorar o dia das pessoas. Acesse aqui   Para os jovens! Classificação: Livre, 12 anos, 14 anos. Clandestina Felicidade Categoria: Ficção Direção: Beto Normal, Marcelo Gomes Ano: 1998 Duração: 14 min Sinopse: Fragmentos da infância da escritora Clarice Lispector, em Recife, 1929. Sua paixão pela leitura, seu olhar curioso e perplexo, a descoberta do mundo. Acesse aqui Versão acessível aqui Nº 27 Categoria: Ficção Direção: Marcelo Lordello Ano: 2008 Duração: 20 min Sinopse: Um embarque no cotidiano frenético da juventude nas escolas. Acesse aqui Versão acessível   Sexta Série Categoria: Ficção Direção: Cecília da Fonte Ano: 2013 Duração: 18 min Sinopse: Um dia na vida de Clarice e Ana, duas amigas da sexta série. Acesse aqui Guenzo Categoria: Ficção Direção: Renata Pinheiro Ano: 2005 Duração: 4 min Sinopse: Um cachorro de brinquedo, uma cidade aos seus pés. Acesse aqui   A Saga da Asa Branca Categoria: Animação Direção: Lula Gonzaga Ano: 1979 Duração: 7 min Sinopse: Asa branca é um pássaro de arribação que voa do sertão quando percebe que a seca vai chegar. O filme é um “semidocumentário” em desenho animado, que retrata o pássaro e o sertanejo com sua mulher, Bernardino e Rosa, partindo da sua terra com a chegada da estiagem. Acesse aqui Morte e Vida Severina Categoria: Animação Direção: Afonso Serpa Ano: 2010 Duração: 52 min Sinopse: Adaptada da obra prima de João Cabral de Melo Neto. A animação 3D dá vida e movimento aos personagens do auto de natal pernambucano. A animação narra a caminhada do retirante Severino que migra do sertão pernambucano à capital, Recife. Acesse aqui   O Cangaceiro Categoria: Animação Direção: Marcos Buccini Ano: 2012 Duração: 5 min Sinopse: O filme conta a história de Lampião, um homem violento cuja vida foi cercada de tragédia, e após ver sua família morrer, tornou-se cangaceiro e matador profissional. Acesse aqui A Morte do Rei do Barro Categoria: Animação Direção: Marcos Buccini, Plinio Uchôa Ano: 2005 Duração: 4 min Sinopse: Utilizando um dos principais símbolos da cultura nordestina, os bonecos de barro, animados com a técnica de stop-motion, o filme conta a história de uma luta entre dois bandos rivais de cangaceiros. Acesse aqui   Contratempo Categoria: Ficção Direção: Daniel Bandeira Ano: 2004 Duração: 10 min Sinopse: Há dias em que o mundo funciona ao contrário do que você pensa. Acesse aqui   La Vie en Rose Categoria: Ficção Direção: Camilo Soares Ano: 2004 Duração: 12 min Sinopse: Em uma distopia pós-industrial, um cientista tenta desesperadamente encontrar a fórmula capaz de proporcionar a uma rosa a capacidade de sobreviver a céu aberto.

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9 imagens e a história do Bonde Elétrico no Recife

As ruas e avenidas da capital pernambucana já foram recortadas por Bondes Elétricos. O modal de transporte foi alvo de um recente trabalho acadêmico intitulado Bonde Elétrico e transformações urbanas no Recife, produzido por Mariana Zerbone Alves de Albuquerque e Tales de Lima Pedrosa para a Revista Temporalidades, do Programa de Pós-Graduação em História da UFMG.   Você pode conferir o artigo no link a seguir: Bonde Elétrico e transformações urbanas no Recife . Bonde Elétrico na Rua do Imperador (Acervo Benício Dias/Villa Digital/Fundaj)   De acordo com os pesquisadores, a chegada dos bondes elétricos no País está conectada a uma série de transformações urbanísticas que ocorreram entre o final do século 19 e início do século 20. Essas mudanças no tecido urbano recifense são fruto da "introdução de novas técnicas e planos urbanísticos em busca de se aproximar à modernidade europeia que havia sido instaurada em cidades como Paris", apontaram os pesquisadores no artigo. De acordo com a pesquisa, a implantação dos bondes elétricos no sistema de transporte da capital pernambucana ocorreu em 1914. "O Jornal de Recife na sua edição do dia 12 de maio de 1913 trouxe em sua capa comentários sobre o discurso do então governador de Pernambuco, Dantas Barreto, ao Congresso. Naquele enunciado, os serviços de bondesde burro eram apontados como “péssimo e arcaico”, algo que envergonhava os cidadãos do Recife “pelo atraso de civilização”, sendo então apresentado um contrato para a exploração da tração elétrica. Para o periódico, nesse momento o estado se integrava ao “movimento de progresso” e, a partir daí, a The Pernambuco Tramways & Power Companypode começar seus trabalhos no ano de 1913. A ideia da eletrificação do sistema já era discutida desde o ano de 1899, mas os elétricos circularam pela primeira vez 13 de maio de 1914 com uma inauguração que movimentou toda a cidade", afirmaram Mariana Zerbone e Tales Pedrosa (2020, p. 585). . Postal com imagem da Avenida Marques de Olinda, com uma sequência de três bondes elétricos. (Acervo Josebias Bandeira/Villa Diital/Fundaj) . A pesquisa destaca que os jornais da época apresentaram o Bonde Elétrico como um avanço em substituição dos bondes de tração animal. A modernização foi comemorada diante dos criticados serviços do antigo modal de transporte, apontado como ineficiente e sem a qualidade que a população almejava. A imagem abaixo é de uma publicidade, que está inserida na pesquisa, que foi publicada na Revista do Nordeste. Ano II. Número 22. Janeiro/1920 . As demais imagens dessa postagem são da Fundaj, publicadas na Villa Digital, nos Acervos de Benício Dias e de Josebias Bandeira. . Rua Nova (Acervo Benício Dias/Villa Digital/Fundaj) . Bonde Elétrico passando em frente à Matriz da Boa Vista (Acervo Josebias Bandeira/Villa Digital/Fundaj) . Bonde elétrico atravessando a Ponte Buarque de Macedo, em 1940 (Benício Dias/Villa Digital/Fundaj) . Bonde Elétrico passando ao lado do Teatro Santa Isabel (Acervo Josebia Bandeira/Villa Digital/Fundaj) . Praça de Boa Viagem e Obelisco (Acervo Josebia Bandeira/Villa Digital/Fundaj) Bonde elétrico, com destino ao bairro de Beberibe, atravessando a Ponte Santa Isabel, em 1930 (Acervo Benício Dias/Villa Digital/Fundaj)   .   . . *Por Rafael Dantas, jornalista e repórter da Revista Algomais. Ele assina as colunas Gente & Negócios e Pernambuco Antigamente (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)     . VEJA TAMBÉM NO NOSSO SITE . 7 imagens para voltar ao tempo dos bondes nas ruas do Recife . 10 fotos do Recife no tempo dos bondes

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Festival Internacional de Mágica traz a alegria da magia para 2021

O ano de 2021 chegou dando as cartas: não é hora de ganhar a rua – ainda. Permanece o tempo de cuidar da saúde, priorizando a permanência em casa. Mas nem de longe isso significa que o lazer e a diversão proporcionados pela arte, além da troca de experiências, devem ser deixados de lado. A mensagem é reforçada com o anúncio da terceira edição do Festival Internacional de Mágica – FIM. De 5 a 14 de março, o evento promete muitas performances gratuitas com atrações nacionais e internacionais, além de oito conferências e uma mesa-redonda para os profissionais da área, tudo online. Idealizado e realizado pelo mágico pernambucano Rapha Santacruz, nesta edição em parceria com a produtora e pesquisadora Christianne Galdino e a também produtora cultural Carla Navarro, o FIM conta com o apoio da Lei Aldir Blanc (LAB) e da Secretaria de Cultura e da Fundarpe. Sem perder a essência das duas versões anteriores e mantendo o compromisso de realizar uma edição unindo festival e congresso, mesmo no formato digital, o FIM segue buscando fortalecer o cenário nacional da mágica. Serão três dias, totalizando 15 apresentações diferentes à disposição do público, exibidas via YouTube do evento e mais três dias de conferências para os profissionais da magia em todo o mundo (dois fins de semana, de sexta a domingo). “Realizar o FIM é sempre um desafio e este ano, mais ainda, pela pandemia, que exigiu dos artistas e dos produtores culturais muita criatividade, reinvenção, mesmo. Conseguir realizar o FIM é um motivo de muito orgulho. Contamos com o apoio da LAB e vamos promover bons momentos de entretenimento e discussões online. Vai ser muito especial”, declara Rapha Santacruz, que também vai atuar como mestre de cerimônia. Participam do festival artistas circenses, atores e ilusionistas com trajetórias variadas, a exemplo do madrilenho Miguel Muñoz, atual campeão do mundo em mágica de palco e que atuou no filme “Dumbo”, do cineasta Tim Burton. Outro destaque é a magicista peruana Maga Gisell, referência e inspiração mundial no segmento. As mulheres, aliás, ganham protagonismo na mostra bienal. Além de contar com Christianne Galdino dividindo a curadoria com Rapha Santacruz, o evento terá mais seis (6) profissionais mulheres. “O FIM quer inspirar mais mulheres a desbravar o universo ainda tão masculino e machista da mágica. Há excelentes profissionais no mercado internacional e nacional fazendo arte circense e ilusionismo com muita competência. Vai ser possível conferir isso na nossa programação”, diz Christianne. Além de Maga Gisell, considerada uma artista muito original, que cresce no palco como poucas, e foi agraciada com o Prêmio Nacional da Espanha, o FIM já tem confirmada a presença da atriz circense e também magicista Dani Rocha-Rosa. Atuando ainda como diretora e preparadora de elenco, Dani se dedica a construir uma linguagem e estética autoral, mesclando técnicas de mágica, faquirismo e comicidade nas apresentações. Ela fará uma apresentação aberta ao público, com a participação mais que especial do seu companheiro Marcelo Lujan. Outra função cumprida pelo festival é a de revelar novos talentos. Quem pensa que a magia, a arte circense e o ilusionismo são só para adultos vai se surpreender com o talento das irmãs Violeta e Helena Nunes, 13 e 11 anos, respectivamente. As duas artistas mirins trazem para o FIM as palhaças Viola e Gerimum, que estrelam o espetáculo “Nós Sem Nossa Mãe”. Em cena, elas misturam teatro, palhaçaria e magia. CONGRESSO O segundo fim de semana do FIM será exclusivo para a classe artística. Serão oito conferências e uma mesa-redonda nos três dias, por meio da plataforma Zoom. Assim como nas edições anteriores, a proposta é capacitar os profissionais brasileiros, permitindo a troca de experiências e o aprendizado, com os convidados internacionais e brasileiros, a exemplo de Ricardo Harada. Artista premiado, Harada é um pesquisador respeitado no Brasil, sendo ainda o único doutor em magia no País. Ele fará a conferência de abertura, na sexta, 12 de março, às 17h. Para inscrever-se para o evento, basta acessar o link direto na bio do perfil do FIM no Instagram: @fimfestival. Até o próximo dia 28, é possível garantir o acesso a todas as conferências e à mesa-redonda pelo valor de R$ 200. SERVIÇO: Festival Internacional de Mágica – FIM 2021 – De 5 a 14/3 no Youtube Fim Festival. Estreias: dia 5, às 19h; dias 6 e 7, às 17h. Conferências: dia 12, às 17h; dias 13 e 14, a partir das 19h. Mais informações e inscrições no Instagram @fimfestival

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