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Cultura e história

Sonora coletiva convida Bento Araujo para falar da psicodelia pernambucana

Fora do eixo Rio-São Paulo, a principal gravadora do Brasil estava no Recife. Foram os estúdios da Rozenblit, que produziram e prensaram diversos discos que marcaram a psicodelia pernambucana. Exemplo é ‘Paêbiru - Caminho da Montanha do Sol’ (1975), de Lula Côrtes e Zé Ramalho. O álbum duplo desperta, ainda hoje, a ambição entre colecionadores e figura no livro ‘Lindo Sonho Delirante - 100 discos psicodélicos do Brasil’ (2016), do jornalista Bento Araujo. Hoje (19), às 19h, a Sonora Coletiva, da Revista Coletiva, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), recebe o autor para um bate-papo no Canal multiHlab, no YouTube. Participam também da conversa os pesquisadores Allan Monteiro, Cristiano Borba e Túlio Velho Barreto, responsáveis pelo canal experimental de áudio Sonora Coletiva e pelo Núcleo de Imagem, Memória e História Oral (NIMHO), integrante do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira (Cehibra), da Casa. “Esse momento faz parte do projeto Cenas Musicais de Pernambuco — 1970-2000, que pretende ampliar as coleções de depoimentos de nossos acervos”, aponta Velho Barreto. Ele revela que uma série de entrevistas vem sendo realizadas acerca do tema envolvendo pesquisadores e técnicos do Cehibra e outras unidades da Fundaj. Criador e editor da paulistana poeira Zine, publicação independente bimestral, Bento Araujo dedicou mais de uma década à produção da coleção ‘Lindo Sonho Delirante’. Dividida em três volumes — com apenas dois lançados —, o jornalista destaca os mais importantes “discos psicodélicos, audaciosos e ousados do Brasil”, produzidos e lançados entre 1968 e 2000. Na live, ele promete falar do contexto em que ocorreu a chamada cena musical psicodélica no Brasil e, em particular, em Pernambuco. Em sua obra, o autor reconhece o legado do Estado em produzir “os discos independentes mais experimentais da indústria fonográfica do País”. “A psicodelia dos jovens nordestinos gerou uma revolução totalmente marginal, que anos depois desembocaria na radical cena psicodélica pernambucana de Lula Côrtes, Lailson de Holanda, Marconi Notaro, Flaviola e outros. Hoje, essa cena é quase tão cultuada por colecionadores de discos mundo afora como a cena psicodélica de San Francisco, nos Estados Unidos”, revela Bento, que marca a década de 1970 e o surgimento do tropicalismo como propulsores. Neste cenário, nasce, como dito, Paêbiru. Mas, também, Satwa, de Lailson e Lula Côrtes, No Sub Reino dos Metazoários, de Marconi Notaro, e o Ave Sangria — que gravou no Rio de Janeiro. Para conferir mais do Sonora Coletiva, acesse coletiva.org/sonoracoletiva. Com ênfase inicial na cena que agitou o Recife entre o final dos anos de 1960 e a década seguinte, o Cenas Musicais de Pernambuco já entrevistou diversos artistas, produtores e empresários musicais. Dentre os importantes nomes, figuram Marco Polo, Almir de Oliveira, Rafles, Robertinho de Recife, Flaviola, Lailson, Zé da Flauta, Sinay Pessoa, Kátia Mesel, Marcelo Mesel, Rodolfo Aureliano, Maristone, entre outros. Agora Bento Araujo, que embora não seja pernambucano e muito menos tenha vivido a década de 1970, reuniu e tem muita história pra contar.

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Peças do Cais do Sertão ganham máscaras em campanha

Cada vez mais atentos aos cuidados sanitários do protocolo de convivência da covid-19, os museus da Região Metropolitana preocupam-se em proporcionar a turistas e visitantes experiências inesquecíveis e seguras em seu espaço expositivo. Uma das ações mais recentes com este propósito, desenvolvida por gestores museais e museólogos do Recife, reforça o uso de máscara em todos os ambientes que compõem os espaços. Personagens e esculturas de personagens presentes nos centros culturais ganharam o adereço imprescindível nestes dias de pandemia. No caso do Cais do Sertão, equipamento gerido pela Secretaria de Turismo e Lazer e Empetur, a intervenção foi feita na ala Joias da Coroa. As réplicas de gibões de Luiz Gonzaga, que representam as figuras do cangaceiro e vaqueiro, e são a primeira parada do visitante ao entrar no Cais, agora exibem máscaras. Além da iniciativa, o museu também conta com sinalização e equipe educativa orientando quanto às novas normas de convivência. A campanha nasceu após interlocução com membros dos museus da região e tornou-se crucial para ajudar na implantação do protocolo sanitário nas instituições. Constantemente alertando o corpo educativo e visitantes quanto ao distanciamento social, uso de máscara e higienização das mãos, gestores viram na ideia uma forma de comunicar que, também dentro do museu, o adereço é imprescindível. A ação também atinge as redes sociais dos centros culturais, por meio do uso de hashtags (#Usemáscara, #Usemáscaranomuseu, #SelfiedeMascara e #CaisConsciente) e peças visuais educativas. Em uma das publicações, vem o alerta: “Você não precisará tirar a máscara para sorrir”. “Após a reabertura, precisávamos desse momento de troca com outros museus da Região Metropolitana do Recife sobre a implementação e execução dos protocolos de segurança da Covid-19. Partindo de uma demanda coletiva, optamos por levar a campanha para as redes sociais e para o nosso acervo. Queremos reforçar que o uso de máscara protege tanto o visitante quanto os educadores”, comenta a museóloga do Cais, Rosélia Adriana. Para acompanhar toda a campanha, as peças visuais estarão disponíveis no perfil do instagram do Cais, o @caisdosertao. Já as vestimentas de vaqueiro e cangaceiro podem ser vistas em visitação, nas quintas e sextas-feiras, das 10h às 16h, e sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h. SERVIÇO Centro Cultural Cais do Sertão - Armazém 10, Av. Alfredo Lisboa, s/n - Recife, PE, 50030-150 Visitação: quintas e sextas-feiras, das 10h às 16h, e sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada).

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Sanfona é estrela em aulas-espetáculo gratuitas

Uma viagem por dentro do universo da sanfona e do forró. Assim é o projeto Vou Contar Pra Vocês, que reúne seis aulas-espetáculo com o Mestre Gennaro, para abordar a história da sanfona, do forró, do “arrasta-pé” e a relação com os sanfoneiros mais importantes do Brasil. Os encontros acontecerão nos dias 19, 20 e 21 de novembro e 10, 11 e 12 de dezembro, a partir das 19h, no Teatro Arraial Ariano Suassuna, na Boa Vista, área central do Recife. Para participar, basta se dirigir à bilheteria do teatro uma hora antes do início de cada espetáculo e adquirir o ingresso gratuitamente. Todos deverão usar máscaras. O projeto é da Tangram Cultural, de Germana Pereira, com o incentivo do Governo de Pernambuco por meio do Funcultura. As aulas-espetáculo são temáticas e envolvem a trajetória do Mestre Gennaro com a sanfona, apresentação das principais composições que influenciaram sua formação musical, a relação da sanfona com o Nordeste, com a paisagem sertaneja, com a seca e com as festas juninas, os diferentes tipos de sanfona e a versatilidade de sons que o instrumento produz, entre outros assuntos. Todos os encontros são gratuitos e contam com recursos de acessibilidade comunicacional, com intérpretes de libras e audiodescritores ao vivo. Vou Contar Pra Vocês também está promovendo uma oficina gratuita de sanfona 120 baixos no dia 14 de dezembro, das 9h às 17h, no Teatro Arraial Ariano Suassuna. As vagas são limitadas e para participar é preciso ter uma sanfona 120 baixos e o mínimo de conhecimento sobre o instrumento. Interessados devem se inscrever gratuitamente até o dia 30 de novembro através do e-mail oficina120baixos@tangramcultural.com.br.. Trazida ao Brasil pelos imigrantes europeus e tocada em várias regiões do Brasil, foi nas mãos de Luiz Gonzaga que a sanfona ganhou características nordestinas e passou a fazer parte da cultura da região. “Por um momento achei que a sanfona ia se extinguir. Fico feliz por ela continuar se perpetuando na nossa cultura e me alegra poder contribuir para isso. Sou um sanfoneiro por natureza e vivo da sanfona. Por isso, convido todos que gostam da sanfona ou tem curiosidade sobre a nossa cultura, para participar desses encontros que foram preparados com muito carinho para vocês”, convida Gennaro. “Vou Contar Pra Vocês é uma experiência única, que vai contar histórias da sanfona de forma didática, divertida e musical, ensinando técnicas de interpretação, ritmo, harmonia e improvisação. É um momento único para emergir nesse enredo cultural e histórico da nossa região”, ressalta a idealizadora e coordenadora geral do projeto, Germana Pereira. O diretor artístico das aulas-espetáculo, Jair Pereira, destaca a oportunidade das pessoas se aproximarem da arte popular, do forró, da cultura nordestina e da influência da sanfona na música mundial, através da troca de experiências com o Mestre Gennaro. “O poder da palavra é incontestável na construção da identidade cultural dos povos e preservação da arte popular. Gennaro e a proposta do projeto Vou contar pra vocês se completam nesta direção”, finaliza Pereira.

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Circuito Cultural se despede com destaque para a literatura fantástica

O ponto alto do último dia do Circuito Cultural Digital de Pernambuco será o lançamento da Cepe Editora Não me empurre para os perdidos, de Maurício Melo Júnior. A live será na hoje, 13, às 19h, com mediação da jornalista e crítica literária Gianni Paula de Melo. A programação do dia abrange ainda uma variedade de temas: das atividades infantis a lives sobre xilogravura e cordel. O evento é uma realização da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), com curadoria da Fundação Gilberto Freyre. A última edição do ano será de 8 a 11 de dezembro. A narrativa de Maurício Melo Júnior se passa em Pernambuco, na década de 1920. Qualquer recifense ligado em sua própria história reconhece lugares e fatos icônicos do período, enriquecido por supostos diálogos do protagonista da trama, o escritor F., com intelectuais da época. Provavelmente a misteriosa identidade de F. é uma referência ao escritor tcheco Franz Kafka. Na agenda, a literatura fantástica também ganha força com a participação do escritor, roteirista e dramaturgo André Vianco. O convidado é considerado um dos mais renomados autores do gênero no Brasil. A live “Fantasia e terror à brasileira”, com o autor do best-seller Os sete, será às 17h, mediada pelo jornalista Renato Mota. Neste bate-papo André falará sobre sua trajetória, como elabora seus personagens e cria as narrativas de suas histórias fantásticas, de terror e suspense. Mas os destaques do dia começam logo pela manhã, às 11h, com bate-papo sobre Xilogravura e cordel, o encontro da rima com o entalhe. Desta discussão participarão a poeta e ilustradora de livros infantis e juvenis Nireuda Longobardi, e o poeta e cordelista Marcelo Soares. De acordo com a mediadora, Érica Montenegro, poeta e mestra em ciências da linguagem, a conversa terá como eixo a relação do poema com a xilogravura e os espaços em que a xilogravura se coloca hoje, além do cordel. Também estará na pauta do encontro a substituição de alguns tipos de xilogravuras pelas formas digitais, assim como a saída dos artistas do Nordeste para outros Estados. Às 15h, a gestora do Espaço Pasárgada, Marília Mendes, conversará com a escritora e militante feminista Mariana Félix e Akapoeta, que publica seus versos no instagram e tem mais de 1 milhão de seguidores. O título instigante da live promete: A poesia das coisas. A mediadora fará associações com poetas que têm o poder de extrair poesia das coisas, sobretudo as mais simples, como João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira e Manoel de Barros. SERVIÇO O conteúdo das lives poderá ser acessado no Portal do Circuito: www.circuitoculturaldepernambuco.com.br. Confira a programação desta sexta-feira, último dia do evento: Dia 13.11 – Sexta-feira 8h30 – Ler, muito prazer! Exibição de vídeos de experiências de leitura de crianças na primeira e segunda infância 9h – Senta, que lá vem história! Contação de história do livro Além da Lenda, de Bruno Antônio, Erickson Marinho e Ulisses Brandão. Contação de Joanah Flor 10h – Oficina infantil História de Pano, com Samantha Pimentel 11h – Bate-papo ao vivo: Xilogravura e cordel, o encontro da rima com o entalhe. Participação da poeta Nireuda Longobardi e do poeta Marcelo Soares, com mediação de Érica Montenegro 12h - Prazer de Ler Exibição de vídeos de experiências de leitura de jovens e adultos 13h – Circuito em conexão Atrações oferecidas pelos parceiros do Circuito Cultural Digital de Pernambuco 14h – Por dentro do livro (Café cultural) Processo de criação do livro Tereza Costa Rêgo: uma mulher em três tempos (Cepe), de Bruno Albertim. Conversa entre o autor e Sofia Lucchesi 15h – Bate-papo ao vivo: A poesia das coisas Participação de Mariana Félix e Akapoeta, com mediação de Marília Mendes 16h – Show infantil com a Banda Mini Rock 17h – Live “Fantasia e terror à brasileira” Conversa com o escritor André Vianco e apresentação de Renato Mota 18h – Cinema no Circuito Sebá – face das artes, curta-metragem de Robson Santos. Todas as faces do Sebastião Alves, mais conhecido como Mestre Sebá 19h – Lançamento - Ao vivo (Café Cultural) Não me empurre para os perdidos (Cepe), de Maurício Melo Júnior. Conversa entre o autor e a jornalista Gianni Paula de Melo 20h – Sarau musical Enraizado, com Ciel Santos

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Baile do Menino Deus anuncia espetáculo natalino dentro das casas

Em um momento de isolamento social vivido no mundo inteiro, o Baile do Menino Deus convida os brasileiros para “abrirem suas portas” para a chegada do “Menino Divino”. O espetáculo natalino que reúne milhares de turistas e conterrâneos no Marco Zero do Recife, se prepara para contar a história mais famosa do mundo, de uma forma desafiadora. Este ano, o Baile que faz uma leitura irreverente do nascimento de Jesus Cristo chegará nas casas dos brasileiros entre os dias 23, 24 e 25 de dezembro, através de um telefilme. O longa inédito da grande ópera popular nordestina, que se orienta nas tradições de festas e representações teatrais do ciclo natalino, incorporadas às mais diversas culturas do Brasil, começa a ser gravado a partir desta quinta-feira (12) e conta com direção geral de Tuca Siqueira (Amores de Chumbo e Fashion Girl) e direção de fotografia de Pedro Sotero (premiado em Cannes com o filme Bacurau). Produtora, roteirista e diretora de cinema, a pernambucana Tuca Siqueira iniciou sua carreira em 2003. Sua trajetória conta com diversas séries, filmes e documentários premiados. Entre eles, “Amores de Chumbo”, seu primeiro longa de ficção, considerado uma verdadeira pérola cinematográfica, pela crítica. “Eu tive a sorte de ter pais que sempre me levaram ao teatro e minha relação com a consciência do coletivo sempre foi muito forte por causa do meu envolvimento com a dança e o teatro, desde pequena. Acho que isso foi o que me levou para o audiovisual que é uma arte tão coletiva. Assisti o Baile pela primeira vez no ano passado. Me emocionou muito pela ousadia e coragem política de se apresentar uma Maria negra e um José rastafari. Tudo isso me dá muito mais orgulho de ter recebido o convite para dirigir o espetáculo. Foi um presente pra mim e será uma grande surpresa para o público. Diretor de fotografia desde 2006 no Recife, lugar onde desenvolveu uma consistente filmografia de curtas e longas-metragens, Pedro Sotero fotografou filmes que incluem três seleções oficiais no festival Cannes, à exemplo de “Aquarius”, “Bacurau” e “O Som ao Redor”. Em 2018 ganhou o prêmio de melhor fotografia no SSIFF, com longa argentino “Rojo” e em 2019, trabalhou na pesquisa, roteiro e fotografia do filme instalação SWINGUERRA, obra selecionada pra representar o Brasil na Bienal de Veneza e finalista do prêmio ABC 2020. A diretora de produção Carla Valença e Ronaldo Correia de Brito, criador e roteirista do Baile, oficializaram a ideia de transformar o espetáculo em filme, no mês de agosto. “Estremecemos só em pensar, mas partimos para o desafio de realizar três produções, dentro de uma mesma e gigante produção, que é a do Baile”, para não deixar o público sem o espetáculo”, comenta Ronaldo. A proposta do telefilme é encenar a apresentação da mesma forma que ela é todos os anos no Marco Zero, usando a linguagem do cinema mas sem perder nenhuma característica própria da montagem. Preocupados com a segurança dos artistas e de todos os profissionais envolvidos na produção, as gravações do Baile contam com todos os critérios de segurança, exigidos em tempos de pandemia e uma equipe médica formada por cinco profissionais e dois consultores foi contratada para criar um protocolo de segurança e prevenção à Covid19. “Quebramos a cabeça, pensamos muito com toda a nossa equipe, para que a consagração de um trabalho que começou há 37 anos não fosse interrompida e que fosse realizada de forma segura para os mais de 300 artistas e profissionais envolvidos em sua realização” reforça Ronaldo. Em sua edição de 2019, o Baile do Menino Deus quebrou mais um recorde de público levando mais de 70 mil pessoas, de todos os lugares do país, para a Praça do Marco Zero do Recife. “Era um desejo mais antigo de fazer o espetáculo num formato de filme, estamos felizes e ansiosos pois a oportunidade de realização chegou. Quando se deu a pandemia, eu e Ronaldo nos reunimos com muitas pessoas com o objetivo de vislumbrar caminhos e agregar profissionais com a expertise do teatro e do audiovisual, já prevíamos a possibilidade de não poder acontecer presencialmente”, revela a produtora Carla Valença. Parte da Trilogia das Festas Brasileiras, que retratam manifestações populares nordestinas como, a Bandeira de São João e Arlequim de Carnaval, no Baile do Menino Deus, a dupla de “Mateus” (personagens principais) é interpretada pelos atores Sóstenes Vidal e Arilson Lopes, que se revezam com Paulo de Pontes e Daniel Barros. Juntos, eles buscam uma forma de abrir a porta da casa onde estão José, Maria e o recém-nascido Jesus, para celebrar a vida em clima de festa. Uma saga que recorre a sortilégios, brincadeiras e invocação de criaturas fantásticas – como a Burrinha Zabilin, o Jaraguá e o Boi. Tudo com muita música e dança. O que faz o Baile do Menino Deus ser único na cena natalina brasileira é o seu projeto de resgatar várias formas de celebração do Natal, que sobreviveram e se guardaram apenas no Nordeste do Brasil. Reisado, lapinha, pastoril, cavalo marinho, guerreiro, chegança, boi de reis e outras manifestações.

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Livro infantil “A Observadora de Sombras” trabalha criatividade e o medo do escuro

“A Observadora de Sombras” é o mais novo lançamento infantil da editora Flyve, que está em pré-venda. A obra, que é assinada pela escritora pernambucana Maria Anna Martins e ilustrada pela também pernambucana Leticia Santiago, conta a história de uma menina que escreve em seu caderno amarelo sobre o comportamento das sombras de objetos e pessoas. O enredo trabalha o medo do escuro vivenciado pelo universo infantil. Até o final da pré-venda o livro será vendido com desconto, saindo por R$ 19,90 mais o frete. . . Camila, a protagonista da história, se inquietou ao observar as sombras: “O que elas comem?”, “Por que uma some dentro da outra?”. Curiosa, a menina decidiu encontrar as respostas e registrar todas as suas observações num caderninho amarelo. Durante a pesquisa, a observadora ainda aprende sobre o Sr. Escuro e com seu olhar criativo se diverte bastante imaginando o que as sombras fazem. A história surgiu há alguns anos, quando Maria começou a ler para as suas priminhas Sofia Vitória e Maria Isabel, hoje com 7 e 9 anos. A escritora pensou em como a experiência é divertida e enriqueceu ainda mais seus momentos com as crianças. “Como escritora, não pude evitar pensar em criar e contar histórias sobre as quais elas se interessariam. Além disso, as duas viviam dizendo que eu só escrevo histórias para ‘adultos’ e elas queriam livros meus para a idade delas. ‘A Observadora de Sombras’ é o primeiro de muitos que ainda quero fazer para elas”, contou Maria. O processo de ilustrar sombras foi um desafio prazeroso que a publicitária Leticia Santiago encarou por amar a história. “Ilustrar é algo que adoro! Fazer as ilustrações das sombras de modo que elas ficassem leves e chamassem a atenção das crianças foi uma etapa que pensei um bocado, mas o resultado está bem bonito e o retorno tem sido muito bom”, comenta a ilustradora. A dupla de pernambucanas pretende criar mais histórias juntas no futuro. Tanto para crianças quanto para um público mais adolescente. “As histórias não têm idade. Elas podem cativar mais determinado público, porém acredito que toda a família vai se divertir com esse momento conjunto de leitura”, diz a autora. O livro "A Observadora de Sombras" está em pré-venda e será enviado para todos que comprarem em 30 dias após o final desse período promocional que dura 60 dias e começou no dia 1 de novembro de 2020. Serviço: “A Observadora de Sombras”, de Maria Anna Martins e Leticia Santiago Infantil, para crianças entre 6 e 8 anos, mas pode atender tanto crianças mais novas, quanto mais velhas, dependendo do momento da criança. 30 páginas coloridas.  R$ 19,90 até o fim de dezembro Link para a compra: https://www.editoraflyve.com/product-page/a-observadora-de-sombras Instagram: @m.annamartins e @leticia.ilustra

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Finalizadas obras no Sobrado do Imperador de Igarassu

Do Iphan Traçado urbano irregular, casarões centenários e a primeira igreja construída no Brasil. Estes são apenas alguns dos atrativos do município de Igarassu, onde está localizado o imóvel conhecido como Sobrado do Imperador, parte da memória da cidade. A fim de preservar este legado do Centro Histórico igarassuano, a edificação acaba de passar por obras de conservação e manutenção. As intervenções receberam aproximadamente R$ 180 mil em investimentos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo. Iniciadas em janeiro de 2020, e após um período de suspensão em virtude da atual pandemia, as obras foram encerradas em outubro deste ano. As intervenções visam a conservação continuada do prédio, que passou por obras completas de restauração em 2009. O escopo dos trabalhos que acabam de ser finalizados contemplou limpeza e reparos no telhado e na cantaria; pintura de paredes; retificações e conservação em assoalho de madeira; conserto e pintura de esquadrias; imunização contra cupins, entre outros serviços. Destaca-se também a construção de um anexo com dois banheiros na parte externa junto ao Sobrado, que segue as normas de acessibilidade. Esta melhoria busca atender aos visitantes, pois havia apenas um sanitário na construção, no andar superior. Desde 2010 o prédio abriga o Escritório Técnico do Iphan em Igarassu, bem como a Casa do Patrimônio, espaço onde são promovidas diversas ações culturais e educativas. Com regularidade, oficinas, palestras e exposições movimentam o casarão: o trabalho continuado tem contribuído para aprofundar o conhecimento do público sobre Patrimônio Cultural, assim como estimula vínculos com o próprio sobrado, cenário de experiências marcantes para os frequentadores. O Sobrado do Imperador Construído entre os séculos XVII e XVIII, o bem consiste em um dos mais notáveis imóveis do Centro Histórico da cidade. O sobrado foi erguido com recursos advindos do imposto da carne no então povoado de Igarassu. Os primeiros usos foram diversificados, mas convergiram em abrigar instituições do poder oficial, como casa de aposentadoria, cadeia e Câmara. Em 1972, o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico de Igarassu foi inscrito no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico do Instituto. No século XIX, a edificação passou por transformações intensas. Acrescentou-se ao prédio uma ornamentação de referência neoclássica, vertente estilística que chega ao Brasil por influência da Missão Francesa em 1816 e permanece dominante ao longo daquele século. Mesmo com as alterações, foi mantida a essência da arquitetura seiscentista. Tais traços se mostram nos espaços permeados por jogos de cheios-e-vazios e pela conformação dos elementos em cantaria, que consiste em blocos de rocha bruta talhados de forma a constituir sólidos geométricos. O nome Sobrado do Imperador remete à visita de Dom Pedro II, que esteve no prédio em cinco de dezembro de 1859, quando realizava uma viagem pela região Nordeste. O evento ajudou a consolidar histórias de que a edificação foi construída no século XIX, o que não é historicamente acurado. Naquele ano o imóvel apenas foi preparado para recepcionar o monarca. A história de Igarassu Igarassu é considerada por alguns estudiosos como o primeiro núcleo de povoamento do País. Mais consensual é o título de segunda vila a ser criada no Brasil, após São Vicente, no atual estado de São Paulo. A cidade foi fundada em 27 de setembro de 1535, após a vitória dos portugueses sobre os índios Caetés. Na ocasião, o Capitão Afonso Gonçalves mandou erigir no local uma capela consagrada aos Santos Cosme e Damião, hoje a mais antiga existente no Brasil. Começa a surgir no alto da colina um modelo de implantação que materializava o poder administrativo e religioso colonial português. O estabelecimento de uma praça e de um largo delimitado por igreja, câmara, cadeia e demais prédios de propriedades e funções proeminentes consistia na estrutura inicial de povoamento, que se repetiria em Olinda e em outras cidades brasileiras. Há duas explicações para a origem do nome, ambas de tradição indígena. Segundo a primeira, teria como fonte os termos do tupi Igara e Assu, que significam, respectivamente, “canoa” e “grande”. Os historiadores acreditam que a designação teria vindo da exclamação de surpresa dos índios ao avistarem as imensas caravelas portuguesas. A outra possibilidade é de que remeta a três palavras indígenas: Ig = água ou rio; Guara = ave aquática; e Açu = grande. Desta forma, Igarassu significaria Rio dos Grandes Pássaros, também em alusão às embarcações que despontavam na costa durante os primeiros anos da colonização.

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Novo CINE PE 2020 anuncia datas e formato inédito

Em um ano totalmente atípico devido à pandemia de COVID-19, o NOVO CINE PE - Festival do Audiovisual será um pouco diferente. Prevista inicialmente para o mês de maio, a 24ª edição do festival ganha nova data e será realizada exclusivamente pelo Canal Brasil na televisão e na internet – por meio da plataforma de streaming Canais Globo (antigo Canal Brasil Play) –, além da TV Pernambuco, uma vez que ainda não é recomendável a realização de eventos presenciais de grande porte. O formato multiplataforma vai possibilitar que ainda mais pessoas possam ter acesso ao conteúdo do festival, democratizando ainda mais o acesso ao cinema. De 23 a 25 de novembro, a programação do horário nobre do Canal Brasil será ocupada pelos longas-metragens selecionados para a mostra competitiva do NOVO CINE PE 2020, sendo dois por noite, a partir das 18h, com exibição simultânea no streaming Canais Globo. Já os 31 curtas escolhidos para as mostras competitivas de curtas-metragens Nacional e Pernambuco ficarão disponíveis online, para assinantes da plataforma Canais Globo, durante os três dias de festival, o que vai possibilitar que os cinéfilos assistam às películas nos horários que lhes forem convenientes. As mostras competitivas de curtas ainda serão exibidas na TV Pernambuco, com data a ser definida. Dos 941 filmes inscritos para as mostras competitivas, número que representa um crescimento de discretos 5,37% em relação ao número de 2019, que foi de 892 filmes, seis longas, sendo três na categoria ficção e três na categoria documentário, estarão juntos na Mostra Competitiva de Longas-Metragens, oito títulos na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos e vinte e três na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais. Os seis longas nacionais selecionados para a mostra competitiva foram as ficções “O Buscador” (RJ), de Bernardo Barreto; “Mudança” (RS), de Fabiano de Souza; e “Mulher Oceano” (SP), de Djin Sganzerla; e os documentários "Nós, que ficamos” (PE), de Eduardo Monteiro; “Memórias Afro-Atlânticas” (BA), de Gabriela Barreto; e “Ioiô de Iaiá” (RJ), de Paula Braun. Para Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais foram selecionadas 23 produções do Amazonas, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo. (Veja abaixo a lista completa de selecionados e detalhes). A missão de selecionar os curtas e longas das mostras competitivas do NOVO CINE PE 2020 ficou nas mãos dos curadores Edu Fernandes, crítico e programador do circuito Cine Materna, e Nayara Reynaud, crítica de cinema, repórter, criadora e editora-chefe do site cultural Nervos (SP). Vale a pena destacar o crescimento da participação de produções pernambucanas. De acordo com Edu Fernandes, foram mais filmes avaliados e com alto grau de qualidade. “Por essa razão, a Mostra Nacional de Curtas abriga mais produções pernambucanas do que nos últimos anos, para poder contemplar as realizações locais que precisam ser vistas. Outro desdobramento dessa maior participação dos produtores locais é a alegria de voltar a ter um longa pernambucano em competição no NOVO CINE PE, algo que não acontecia há alguns anos”, comemora o curador. A ideia dos curadores para a edição 2020 foi compor um retrato o mais diverso possível da produção nacional de cinema, com filmes das cinco regiões do país. De acordo com Edu, “o público pode esperar, de alguma forma, se ver na tela. Os temas e abordagens dos filmes da seleção dialogam com diversos assuntos da pauta que a sociedade vem discutindo. Ainda nesse assunto, a mostra de longa tem uma paridade de gêneros entre os diretores e diretoras. Não foi algo que determinamos no começo do processo de curadoria, acabou acontecendo assim e considero mais um aspecto a se comemorar nesta edição do festival”. O Júri Oficial de cada categoria das mostras competitivas será constituído por cineastas, críticos, pesquisadores e artistas com comprovada experiência, que serão responsáveis por indicar os vencedores para as seguintes categorias do Troféu Calunga: categoria de longa-metragem (Melhor Filme de longa-metragem, Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som, Melhor Montagem); categoria de curta-metragem (Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som, Melhor Montagem). Além das categorias selecionadas pelo Júri Oficial, o público irá selecionar os premiados pelo Júri Popular, por meio do aplicativo oficial do festival, e os críticos da Abraccine também escolherão os melhores filmes nas categorias competitivas das Mostra de Curtas Nacionais e Mostra de Longas Metragens, através do Júri da Crítica. Sobre as dificuldades para a realização do NOVO CINE PE 2020, ano marcado pela pandemia de COVID-19, a diretora e idealizadora do festival, Sandra Bertini, conta que os desafios foram muitos. “Foi um ano desafiador para todos os profissionais que trabalham com eventos presenciais. Tivemos que mergulhar para criar um modelo que atendesse aos realizadores dos filmes, público, patrocinadores e produtores do evento, seguindo todas as normas de segurança. Alteramos o projeto na Lei de Incentivo à Cultura, já que o projeto aprovado antes era no modelo presencial. Mas o mais fácil mesmo foram os realizadores dos filmes. Conversei com todos e 100% deles abraçaram a proposta. Muitas vezes me emocionei com tamanho apoio”, relata Bertini. Embora o formato seja diferente em 2020, a produção do NOVO CINE PE fez questão de seguir com a cerimônia de apresentação dos curtas e longas direto do Cinema São Luiz, um dos últimos grandes cinemas de rua do país, tradicional palco do Festival Audiovisual, para manter o clima. A cerimônia foi gravada e será exibida sempre antes dos longas. Quem assume a apresentação do festival pelo segundo ano consecutivo é a atriz pernambucana Nínive Caldas. Com 10 anos de carreira, Nínive é integrante do “Coletivo Angu de Teatro” e já participou de filmes nacionais e internacionais. O NOVO CINE PE 2020 terá ainda espaço para a formação com seminários realizados de forma on-line e temáticas girando em torno da interrogativa "Como encarar o desafio de empreender e fazer novos

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Núcleo Popular da Orquestra Criança Cidadã realiza recital online

Assessoria de Comunicação O Núcleo Popular da Orquestra Criança Cidadã protagoniza nesta quarta-feira (11), às 20h, o décimo recital online no canal da OCC no Youtube. Alternando entre sucessos de diversos gêneros – como baião, rock e gospel – e composições autorais de Wanessa Mouta, vocalista do grupo, o Núcleo Popular alia emoção e refinamento em suas interpretações. Criado em 2012 e coordenado pelo professor de teoria musical da OCC Manassés Bispo, o grupo, como o próprio nome diz, abrange um repertório multifacetado e eclético, que alcança diversos públicos. "O Núcleo Popular surgiu por causa de Wanessa Mouta e Isaías Tavares, que eram excelentes alunos, mas não se adaptaram aos instrumentos de cordas, até então oferecidos pela OCC", explica Manassés Bispo. Buscando inovar em suas apresentações, o grupo executa obras de maneira autêntica e alterna o repertório a cada show. Desta vez, a performance segue pela música gospel, pelo rock internacional e por ritmos regionais, mas sem abrir mão dos belíssimos trabalhos autorais de uma de suas integrantes: a vocalista Wanessa Mouta, ex-aluna da OCC e atual funcionária da Associação Beneficente Criança Cidadã, que estreia três composições autorais: "Moça bonita", "A vida vai" e "James Bond". O concerto, com 30 minutos de duração, abre com a canção "Em teus braços", da cantora gospel paulistana Laura Souguellis. Em seguida, o sucesso "Creep", da banda britânica Radiohead, que em 1993 passou 20 semanas em primeiro lugar na lista de músicas mais ouvidas do mundo da Billboard, tem uma interpretação poucas vezes vista antes, com um tempo musical que acompanha a energia contagiante dos músicos envolvidos. Do pop/rock internacional, o grupo representativo da OCC parte para ritmos regionais, com "Sandaia de côro", de Adriano Coelho, e as brilhantes composições de Dominguinhos, "Lamento sertanejo" e "Gostoso demais", coescritas com Gilberto Gil e Nando Cordel, respectivamente. Logo depois, o espetáculo finaliza com as esperadas composições de Wanessa Mouta. Além de Wanessa na voz e percussão, e do professor Manassés no violão, guitarra e coordenação, o grupo ainda é composto por Orlando Araújo no teclado, Thierry Santos e Rayanna Lima na percussão, Diego Dias no violoncelo e Alice Soares no baixo elétrico. Em novembro e dezembro, a Orquestra Criança Cidadã fará mais três recitais online, realizados na Caixa Cultural Recife e com a participação de músicos do projeto a distância, nas demais seis unidades da Caixa Cultural pelo país (Salvador, Fortaleza, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba). A transmissão será feita pelas redes sociais da OCC e da Caixa. A Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Coque é um projeto social realizado pela Associação Beneficente Criança Cidadã, incentivado pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e que conta com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal. SERVIÇO [MÚSICA] Recital online – Núcleo Popular da Orquestra Criança Cidadã Local: Canal da Orquestra Criança Cidadã no YouTube (https://www.youtube.com/orquestracriancacidada) Data: 11 de novembro de 2020 (quarta-feira) Horário: 20h Duração: 30 minutos Classificação: Livre Patrocínio: Caixa e Governo Federal

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“Em breve chegaremos à Idade Média”, diz Ignácio de Loyola Brandão

Paulista de Araraquara, jornalista, romancista e crítico mordaz do governo federal, Ignácio de Loyola Brandão abre hoje (10), às 17h, a terceira etapa do Circuito Cultural Digital de Pernambuco. Aos 84 anos, o imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) participa da live O professor pode criar um escritor, que tem mediação do jornalista Fellipe Torres. Na conversa, ele vai falar sobre o papel do professor na formação de leitores e escritores, os mestres que contribuíram para sua formação e o descaso do ministro Milton Ribeiro com a Educação. O Circuito Cultural é uma iniciativa da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) com curadoria da Fundação Gilberto Freyre e apoio de mais de 20 livrarias, editoras e instituições. As atividades oferecidas são gratuitas, com atrações para todas as idades, e podem ser acompanhadas pelo portal www.circuitoculturalpernambuco.com.br. Confira a entrevista concedida por Ignácio de Loyola, autor com 46 livros publicados, traduzido para diversos idiomas e vencedor do Prêmio Jabuti de Melhor Ficção com o livro O Menino que Vendia Palavras, em 2008, e do Prêmio Machado de Assis da ABL pelo conjunto da sua obra, em 2016. Há pouco mais de um mês, na coluna que assina no jornal O Estado de São Paulo, o senhor sugeriu que o ministro da Educação pedisse desculpas aos professores pela lamentável declaração dada (“Hoje, ser um professor é ter quase uma declaração de que a pessoa não conseguiu fazer outra coisa”). As desculpas não vieram… O que esperar de um governo que não tem a educação como prioridade e de um ministro que demonstra não conhecer a realidade educacional do País, referindo-se dessa forma aos mestres? Ignácio - As respostas não vieram por duas razões, por arrogância e por não haver respostas. Toquei na ferida, na chaga exposta que apodrece, gangrena. O ministro, que pertence a uma das mais respeitáveis instituições de ensino e São Paulo, conservadora ao extremo, é também pastor religioso. Quando eu disse que ele jamais percorreu o País, jamais conversou com secretários de educação, jamais soube da real situação dos professores, e prega inclusive o castigo físico aos alunos, ele nada disse, porque nada tem a dizer. É um burocrata fechado numa sala do bairro de Higienópolis, um dos mais elitistas e São Paulo. Bairro que recusou uma estação de metrô, porque iria denegrir a imagem local com o povo transitando por ela. Desde que assumiu, o presidente – presidente? – pouco se incomodou com a Educação. Odeia ensino, porque é ignorante, analfabeto. Faz dois anos que não existe ministério, ministros, projetos, discussões. Zero sobre Zero. Achincalhou as universidades, “pontos em que se planta maconha”. Cancelou verbas, combate pesquisas. É um trator que passa sobre tudo que forma um país. Átila, aquele rei dos hunos, que conquistava e deixava terra devastada. Para que educar, se o ensino o cidadão abre a cabeça, forma o pensamento? Quem quer formar cidadãos? Estes pensam, raciocinam, conhecem, protestam, manifestam e portanto incomodam. Quanto mais ignorante um povo, mais fácil de ser manipulado, enganado, traído. Em breve chegaremos à Idade Média. Não bastasse tudo, no final de quarta-feira passada (4), Bolsonaro tirou R$ 1,8 bilhão da verba da Educação, passando para obras. Eleitoreiras. Em função do isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus, professores tiveram de aprender de uma hora para outra uma nova forma de dar aulas: virtualmente. Ao mesmo tempo, o ministro da Educação, faz uma declaração desse tipo. Com um ministro que tem esse pensamento e leva o País ao caos educacional, qual o futuro da educação brasileira? O senhor crê em mudanças positivas? Ignácio - Há muitos anos o ensino vem sendo esquecido. Desde a ditadura (talvez) se montou um projeto de acabar com ele, que neste momento chega ao máximo da derrocada. Também o ensino privado, uma indústria, vem trabalhando subterraneamente para isso. Há quanto tempo se abandonou a formação de professores, preparando-os para um ensino moderno? Desde os anos 80 o digital vem crescendo, se impondo em todos os setores. Quando algum ministério pensou na modernização do ensino? Quantas escolas têm computadores e professores preparados com tecnologia para trabalhar com eles? Entre a população mais pobre, quantos têm computadores em casa? Com a pandemia, de um momento para o outro, todos se recolhem e as aulas são on-line. O professor não sabe dar aulas on-line, porque é uma situação inteiramente nova, súbita, o aluno não sabe frequentar, os pais não querem ou não têm tempo de ajudar, a internet é de quinta categoria, falha. O que esperar? E há dois anos um Ministério inerte, incompetente, burro fica lá... Olhando, talvez rindo… Mudanças? Sim. Com pessoas preparadas pedagogicamente, conhecendo o País, as diferenças regionais, as necessidade locais. Do ministro ao secretário estadual, ao municipal, aos diretores de escolas, ao professor. Mudar toda a estrutura e colocar dinheiro nisso e não nos desejos do Centrão ou dos filhos do presidente vai e vem, fala hoje, desmente amanhã. Em Araraquara, minha terra, no interior, dizia-se, um homem que caga para trás toda hora... No Brasil, professores são mal remunerados e não têm o devido reconhecimento por parte do governo federal pelas atividades que desempenham. O senhor já viajou por vários cantos do País e já viu professores que se desdobram para dar boas aulas com poucos recursos. Ser professor no Brasil, num governo que não investe em educação, é um ato de resistência? A paixão pelo ensino consegue superar as dificuldades? Ignácio - Já falei nisso em minha carta ao Ministro sem resposta. O que existe de professor bom, dedicado, maluco, inventando, criando, renovando por este Brasil afora não está escrito. Professores que têm paixão e professores que sentem necessidade, a custas de sacrifícios pessoais enormes, de levar adiante o projeto Educação. Sim, eles praticam a resistência, ainda que os salários sejam assim ó ... Lembram o gesto de Chico Anysio na Escolinha do Professor Raimundo com os dois dedos quase grudados. Os apaixonados, os que não desistem, sim existem. Mas por quanto tempo? Porque há professores que passam fome. Quero

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