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Cultura e história

25 anos depois: qual a herança da cena mangue?

*Por Rafael Dantas Modernizar o passado / É uma evolução musical / Cadê as notas que estavam aqui? / Não preciso delas! / Basta deixar tudo soando bem aos ouvidos / O medo dá origem ao mal / O homem coletivo sente a necessidade de lutar / O orgulho, a arrogância, a glória / Enche a imaginação de domínio / São demônios os que destroem o poder / Bravio da humanidade. O monólogo provocativo de Chico Science dava início ao álbum da Nação Zumbi Da Lama ao Caos. No mesmo ano, o Mundo Livre S/A lançava também seu primeiro disco Samba Esquema Noise. Era o som dos “caranguejos com cérebro” tirando do mangue a diversidade cultural que caracterizou o movimento musical, que se espraiou para o cinema e até para a relação dos recifenses com a cidade. Um quarto de século depois, perguntamos a protagonistas, mangueboys e especialistas: o manguebeat morreu ou se metamorfoseou? Hugo Montarroyos, 44 anos, não tinha nem 20 quando o mix de sons do manguebeat explodiu. Ele era fã do primeiro momento, quando os shows de Chico Science e Nação Zumbi e do Mundo Livre S/A juntavam pouco mais de 100 pessoas. “A banda e o público se misturavam. Eles terminavam de tocar e desciam para tomar umas cervejas com a gente. Sou de uma geração privilegiada que viveu aquele momento”. . . Frequentador do Circo Maluco Beleza, da Soparia e de outros espaços onde as bandas tocavam, Montarroyos se envolveu muito com aquela cena. “O Recife era um deserto cultural nos anos 80 e 90, principalmente para quem gosta de rock. A cultura forte de raiz estava restrita às periferias. A classe média não tinha se apropriado do maracatu. Até que as pessoas começaram a formar muitas bandas, como Chico Science. Aquilo tomou uma dimensão que ninguém imaginaria”. O mangueboy, anos depois, escreveu um livro sobre a banda Devotos e se tornou jornalista cultural. Tudo isso influenciado pelo movimento. As reuniões, shows e sensações que fervilhavam no final dos anos 80 e início dos 90 permanecem vivos na memória do jornalista e DJ Renato L. Autor do manifesto do movimento, junto com Fred Zero Quatro, ele conta que a metáfora do mangue foi apresentada por Chico Science numa mesa do Cantinho das Graças, um reduto de boêmios. “Nunca perguntamos a ele porque resolveu batizar de mangue. Mas ele chegou no bar dizendo que tinha usado alfaia, como se fosse o bumbo do hip hop, e feito outras inovações na música. E que iria chamar esse novo beat (batida, ritmo) de mangue”, conta. O grupo de apaixonados por música, que se encontravam com frequência, concluiu que a inovação não poderia ser só um beat. Veio a sugestão para que se tornasse uma cena. “Na mesma noite, numa espécie de fluxo de criatividade, veio a expressão caranguejos com cérebro e as metáforas básicas do manguebeat como: queremos criar um ecossistema cultural tão rico e diversificado quanto o mangue é em biodiversidade”, lembrou Renato, que anos depois veio a ser secretário de Cultura do Recife. . Inspirado na obra de Josué de Castro, o movimento falava do homem-caranguejo que vive as contradições sociais da cidade do Recife e a busca por transformá-lo em “caranguejo com cérebro”. Na metáfora da antena parabólica fincada na lama, fez a fusão de ritmos regionais com influências da música global e colocou o Recife em destaque até fora do País. “Há muitos anos não havia uma inovação no cenário brasileiro musical. O manguebeat foi uma coisa que em Pernambuco mexeu praticamente com todos os setores da cultura, como literatura, cinema, artes plásticas. E ecoou fora do Estado e até do Brasil”, analisa o jornalista e crítico musical José Teles. Contraditoriamente, o lugar em que ele tinha mais resistência, segundo Teles, era o Recife. “Não se tocava o manguebeat nas rádios, às vezes era motivo de chacota. Mas chegou logo no exterior. No primeiro disco, chegou em Nova Iorque e na Europa”, relembra. A vocação para inovação é algo que transcende o manguebeat na avaliação do vocalista da banda Mundo Livre S/A, Fred Zero Quatro. “Pernambuco tem uma vocação para o inusitado, para o original, o ousado, o vanguardista. Quando a gente começou a ter visibilidade nacional e ganhar prêmios, muita gente nos perguntava: o que é que tem na água do Recife?”. O interesse por saber o que inspirava os músicos recifenses tinha uma razão. Logo após os “caranguejos com cérebro” saírem do mangue e se conectarem com o mundo, uma leva de novas bandas e de antigos nomes da cultura pernambucana começaram a gravar e exportar os ritmos, batuques e composições locais. “Na sequência dos nossos primeiros discos, teve gravadora de São Paulo que só contratava artista de Pernambuco. Veio um monte de gente como Devotos e Jorge Cabeleira. Todo mundo se espantou”, lembra Zero Quatro. A água do mangue recifense que contaminou a música do manguebeat tem uma história que passa por personagens como Manuel Bandeira, Cícero Dias, João Cabral de Melo Neto, entre outros tantos nomes de destaque da cultura nacional segundo o músico. Rapidamente, o som do mangue desperta o cinema pernambucano. O clássico longa-metragem da retomada Baile Perfumado, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, tem trilha sonora do manguebeat. Em entrevista à Algomais, em 2016, DJ Dolores afirmou que o movimento contribuiu para os cineastas locais descobrirem a capital pernambucana. “Um filme muito próximo do manguebeat foi Amarelo Manga, que trouxe a visão do Centro do Recife, que estava ausente na cinematografia do Estado, ainda muito influenciada por aquela coisa do Cinema Novo. Acho que esse discurso urbano atravessou os anos e, com certeza, interferiu na cinematografia das pessoas que estão realizando filmes atualmente”. A estética do mangue promove ainda a valorização do trabalho do design made in PE, segundo Renato L, Teles e Zero Quatro. Prova disso são as capas dos álbuns pioneiros, que eram produtos conectados com o efervescente momento cultural do Recife. As bandas brigaram com as gravadoras para garantir que as ilustrações que

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Manguebeat despertou a consciência ambiental

“Emergência! / Um choque rápido ou o Recife morre de infarto! / Não é preciso ser médico para saber que a maneira mais simples de parar o coração de um sujeito é obstruindo suas veias. / O modo mais rápido, também, de enfartar e esvaziar a alma de uma cidade como o Recife é matar seus rios e aterrar os seus estuários (...)” A acidez do texto do manifesto Caranguejos com cérebro demonstra o cenário de desvalorização do mangue e a inércia criativa, econômica e cultural da cidade, no qual os jovens recifenses estavam imersos no período. O manguebeat, para muitos analistas, surge como uma resposta contundente àquela realidade, com o intuito de devolver o ânimo e reavivar o orgulho dos cidadãos da capital pernambucana. “Foi como se destampasse uma panela de pressão, havia toda uma energia reprimida no Recife. Era uma cidade morta no mapa, foi como se toda essa energia explodisse de uma vez só e isso contaminou, ou melhor, energizou todas as outras áreas da cidade”, relembra Renato L., jornalista e um dos expoentes do movimento. Renato L., o ministro da Informação do Manguebeat (título conferido por Chico Science), conta que sempre fez parte do movimento uma preocupação com o então estado da cidade e que aquela realidade incomodava todos os integrantes da cena. “O mangue surge como uma espécie de resposta à situação do Recife enquanto cidade. Tanto o punk como o hip hop trabalham muito nas letras a realidade ao redor e ambos foram muito fortes nas influências do movimento. A letra de A Cidade é preciosa para definir o que toda cidade brasileira sofre, de crescimento desigual”, esclarece o ex-secretário de Cultura. “Isso modificou a percepção do recifense e as pessoas passaram a olhar a cidade de outro jeito. O próprio termo mangue passou a chamar a atenção para o meio ambiente na época”, destaca Renato. A partir da explosão do manguebeat, lembra o jornalista, a população passou a ser tomada por uma série de novos sentimentos, como o de orgulho, tanto do ecossistema quanto de ser recifense, em contrapartida à antiga síndrome de patinho feio que assolava os moradores. “Recife foi apelidada da Seattle brasileira, por conta do Nirvana. Realmente, estava acontecendo muita coisa na cidade naquela época” destaca Hugo Montarroyos, fã das bandas. Dengue, baixista da Nação Zumbi, destaca que o movimento impactou outras localidades, provocando uma maior união entre seus habitantes. “Naquela época, os bairros se uniram mais. Lembro que éramos de Rio Doce, em Olinda, e tinha gente de Peixinhos, Candeias (Jaboatão dos Guararapes) e do próprio centro do Recife, além de pessoas de outros lugares, como Casa Amarela e o Alto José do Pinho. As partes das cidades se conheceram, trocaram experiência e já está na hora disso voltar a acontecer”, instiga o músico. . . Uma união que se reflete na característica do movimento de acolher diferentes ritmos. Ao contrário dos outros grandes movimentos da música popular brasileira, o manguebeat não se caracterizou por um padrão musical, mas o que unia os componentes da cena era uma noção coletiva, é o que explica Fred Zero Quatro, líder do Mundo Livre S/A e uma das cabeças à frente da cena. “O que conectava todo mundo, era um sentimento comum, uma postura de amor à diversidade. Vem daí essa alegoria com o manguezal, que é o ecossistema berçário de quase todas as espécies marítimas”, explicou. “Há, então, essa alegoria da diversidade ecológica com a diversidade cultural, e toda uma vontade de valorizar o espontâneo, a riqueza contida no multiculturalismo”, completou. Toda essa analogia com o ecossistema acabou também por despertar na população local o sentimento de valorização dos manguezais que até então era desprezado. “Antigamente havia uma visão do mangue como um local sujo, insalubre, fétido, cuja única função era o aterramento para a construção de novos imóveis e isso mudou”, constata André Galvão, que era editor da editoria de Cidades do Jornal do Commercio na época. O jornalista assistiu de perto a essa transformação, impulsionada também por organizações não governamentais e pelos veículos de comunicação. “A população hoje em dia quer conhecer o outro lado da cidade, o lado do mangue, o lado da lama e isso não seria possível sem a atuação das ONG’s, o forte apoio da imprensa e, sobretudo, a revolução cultural encabeçada por Chico Science e Fred Zero Quatro”, evidencia Galvão. “Você não tem como desatrelar uma coisa da outra, porque ao cantar sobre o mangue, ou gravar um clipe no estuário, ou conceder uma entrevista falando sobre o manguezal, as pessoas começaram a se interessar e a entender a importância do mangue para a cidade”, analisa o jornalista. O manguebeat, culturalmente, chamou a atenção da cidade para o estuário e também revigorou o movimento ambientalista, segundo Galvão. “Foi um processo de retroalimentação”, conclui. A ideia de que as letras ácidas com temática urbana sobre a realidade recifense acabaram por influenciar ativistas ecológicos é compartilhada por pessoas do movimento como Renato L. “Quando rolou essa movimentação do Ocupe Estelita, muitos anos depois da cena mangue, conheci muitas pessoas que acamparam lá no Cais, e os mais velhos me disseram que circulou ali o mesmo tipo de energia que eles sentiam na explosão do manguebeat, como se mais uma vez a cidade estivesse viva”, detalhou. É, parece mesmo que num dia de sol, Recife acordou com a mesma energia do dia anterior. *Por Yuri Euzébio, da Revista Algomais (redacao@algomais.com)   VEJA MAIS 25 Anos depois: qual a herança da cena mangue? 

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Grupo O Tapete Voador apresenta novo show em Triunfo

As histórias infantis do grupo O Tapete Voador são famosas por trazer mais do que diversão ao seus espectadores, elas carregam conhecimento e lições para todos seus ouvintes. Explorando a diversão, as contadoras de histórias Mila Puntel e Bruna Peixoto conseguem prender a atenção dos pequenos e iniciá-los no mundo da literatura antes mesmo de aprenderem a ler. E com essa proposta, o grupo O Tapete Voador acaba de criar seu novo espetáculo “Reza a Lenda – Lendas cantadas e contadas em Pernambuco”, que conta com a participação da percussionista Bárbara Regina, no projeto e já possui dia e hora marcada para estrear. A primeira apresentação acontece nesta próxima quarta-feira (21), a partir das 9h, com entrada aberta ao público, no Cine Teatro Guarany, localizado na Praça Carolino Campos, s/n, Centro do município de Triunfo. Reza a Lenda é um espetáculo narrativo e musical do grupo O Tapete Voador, que propõe um passeio por Lendas contadas e cantadas em Pernambuco. Para compor o espetáculo, a dupla Mila Puntel e Bruna Peixoto, contou com a participação da percussionista Bárbara Regina. O grupo se aprofundaou em diferentes lendas da região, selecionando cinco das mais populares: Encanta-moça (Pina, Recife); João Galafuz ( Praia do Porto); Cumadre Florzinha (Zona da Mata Pernambucana); Palhaço do Coqueiro (Paulista) e Alamoa (Fernando de Noronha). Todas as histórias são embaladas por canções autorais do grupo, trazendo ritmos pernambucanos como Maracatu, Ciranda, Coco de Roda e entre outros, além de valorizar a tradição oral e a cultura popular do Nordeste. Serviço: Estreia do espetáculo Reza a Lenda – Lendas cantadas e contadas em Pernambuco Data: Quarta-feira, 21 de agosto, 2019 Hora: 9h Local: Cine Teatro Guarany Evento Gratuito sujeito a lotação do local

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Lançamento do “Catálogo do Mamulengo Pernambucano” em Olinda

A Cultura Popular de Pernambuco encontra no Mamulengo um dos seus mais expressivos trabalhos de artes cênicas em interação com a plateia. É praticamente impossível estar diante de um trabalho de teatro de bonecos, o nosso mamulengo, e não interagir com as figuras que naturalmente nos envolve no “brinquedo do faz de conta”, independentemente das faixas etárias e de outras particularidades de cada indivíduo do público presente. O catálogo aponta esse e outros fatos curiosos do brinquedo e está sendo distribuído para Centros Culturais, Bibliotecas, assim como para pesquisadores, escolas de Artes Cênicas e grupos de teatro de bonecos de todo o Brasil, no intuito de divulgar nossos artistas e abrir espaços e mercado de trabalho para eles, lembrando que o Mamulengo é Patrimônio da Cultura Brasileira. O Catálogo do Mamulengo Pernambucano, patrocinado pelo Funcultura, com produção cultural de Alexandre Albuquerque, é ilustrado com fotos assinadas por Alexandre Albuquerque e Hans von Manteuffel, com texto de Romildo Moreira, contando com a assessoria e entrevistas conduzidas pelo ator e mamulengueiro Fábio Caiu. Este catálogo reúne dezessete mamulengueiros em atividades tais como: criação e apresentação de espetáculos, criação e feitura de bonecos e figuras do mamulengo, assim como o ensino da arte do teatro de bonecos para novas gerações. Entre eles destacamos o Mestre Zé de Vina, da cidade de Lagoa de Itaenga; Mestre Zé Lopes, da cidade de Glória do Goitá; Sebá, de Caruaru; Fernando Augusto, de Olinda, entre outros. O segundo lançamento do Catálogo do Mamulengo Pernambucano acontecerá na cidade de Olinda, contando com atividades dos artistas presentes, assim como exposição e venda de bonecos e outras curiosidades oferecidas pelo Museu do Mamulengo, instalado no Mercado Eufrásio Barbosa, no bairro do Varadouro. Na ocasião, o Mestre Miro, de Carpina, fará uma apresentação do seu trabalho para o público presente. II Lançamento do Catálogo do Mamulengo Pernambucano Local: Museu do Mamulengo no Mercado Eufrásio Barbosa – Olinda PE. Dia: 20 de agosto, às 10h. Entrada Gratuita.

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A radicalização do ridículo

Por Joca Souza Leão O cabra é um bufão contumaz. E desembarcou em Osaka para o G-20 chispando fogo pelas ventas. Brabo todo: “Eles tão pensando o quê?” “Eles” eram Angela Merkel e Emmanuel Macron. Angela tinha prometido ao parlamento alemão peitá-lo sobre o desmatamento da Amazônia e a falta de respeito aos direitos humanos no Brasil. E Emmanuel, ameaçado não assinar acordo algum com o Brasil, caso o bufão confirmasse que iria deixar o Acordo de Paris. Ah! Ele também disse aos jornalistas (brasileiros, claro) que Putin e Xi Jinping não perdiam por esperar. “Vou propor sanções aos países que apoiam Maduro na Venezuela.” Mas, cara a cara com os quatro, o cabra afinou. Baixou a crista. Disse a Angela que era tudo mentira (do ministro dele, inclusive), que não pretendia pagar indenizações a proprietários de terra com dinheiro doado pela Alemanha e Noruega para preservação da Amazônia e que “o Brasil é alvo de uma psicose ambientalista”. (Aos jornalistas, no aeroporto, havia dito que a Alemanha não tinha moral para cobrar nada do Brasil porque desmatou suas florestas e usa combustível fóssil como fonte de energia. “Eles é que têm o que aprender conosco”). A Macron, garantiu que o Brasil iria permanecer no Acordo de Paris. Só faltou dizer que era ambientalista desde novinho. (Apesar de ter anunciado a saída do Acordo reiteradas vezes – inclusive na campanha eleitoral – e ter debochado, à la Trump, do aquecimento global.) No encontro dos BRICS, finalmente, topou com Putin cara a cara. “É agora” – pensaram os crédulos jornalistas brasileiros que tinham ouvido suas bravatas. “Vai chamar Putin pro pau.” Mas, qual o quê? Aí foi que o cabra afinou mesmo. “Eu estava na presença do nosso (sic) presidente da Rússia, está certo? E vi que não era o momento de ser agressivo nessa questão (da Venezuela).” “Bem – imaginaram os jornalistas –, vai sobrar pra Xi Jinping.” Mas, que nada! Saiu do BRICS de fininho, rabo entre as pernas e desculpa esfarrapada: “Tudo tem hierarquia (se referindo à China como potência econômica e nuclear), não vejo chineses na Venezuela (...), vejo cubanos.” Sobrou pra Cuba. Isso porque o presidente Díaz-Canel e Raul Castro não estavam por lá. Se estivessem, teriam sido saudados pelo bravateiro com baforadas de um Montecristo. E o Mercosul, hein? No chamado Grupo de Lima, formado para derrubar Maduro na Venezuela, o bravateiro tinha anunciado o fim do Mercosul e a criação de uma nova entidade (“sem comunistas”). Agora, com o acordo celebrado com a União Europeia, costurado por mais de 20 anos (que ele, rompendo com o Acordo de Paris, teria mandado pras cucuias), dá vivas ao Mercosul. Como dizia Millôr: Quando tudo é ridículo, nada pode ser ridicularizado. P.S. O imperador romano Calígula (41 d.C.) nomeou seu cavalo Incitatus cônsul. Não se sabe ao certo se Bolsonaro tem cavalos. Se tiver, aguardem a indicação do próximo embaixador do Brasil na ONU.

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Paço do Frevo visita Pitombeira dos Quatro Cantos

Iniciado em 2015, o programa de interlocução, estudos e pesquisas “Observatório do Frevo” é um dos destaques das atividades do Centro de Documentação Maestro Guerra-Peixe do Paço do Frevo. Pela primeira vez, desde sua criação, o seminário mensal será realizado em outra locação. A sede da Pitombeira dos Quatro Cantos, em Olinda, recebe o projeto neste sábado (17), às 15h. O acesso é aberto ao público. Com o tema "Territórios educativos do passo", o seminário mensal acolhe debate sobre os processos de ensino-aprendizagem da dança do frevo, com convidados Wilson Aguiar (Brincantes das Ladeiras), Adriana do Frevo (Cia Brasil Por Dança) e Gil Silva (SerTão Frevo). Afinado com a temática da 12ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, “Territórios Educativos e Culturais: Diálogos Possíveis”, a ideia é conversar com a comunidade do frevo sobre as possibilidades do ensino de frevo. As atividades do “Observatório do Frevo” têm como objetivo estimular a realização de investigações, discussões, debates e produções científicas acerca do frevo e temas transversais. Observatório do Frevo: Territórios Educativos do Passo Pitombeira dos Quatro Cantos, dia 17 de agosto, às 15h. Acesso gratuito. Paço do Frevo O espaço cultural apresenta-se como um local de incentivo à difusão, à pesquisa, e à formação de profissionais nas áreas da dança e da música, dos adereços e das agremiações do frevo. Ao longo de cinco anos, recebeu mais de 550 mil visitantes, teve mais de 2 mil alunos formados em suas atividades e promoveu mais de 500 apresentações artísticas. Localizado na Praça do Arsenal da Marinha, no Bairro do Recife, o Paço é uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, com realização da Prefeitura do Recife e gestão do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG). O projeto conta com o patrocínio do Grupo Globo através do Ministério da Cidadania, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Funcionamento Horários: Terça (entrada gratuita) a sexta, das 9h às 17h. Sábado e domingo, 14h às 18h (Última entrada até 30 minutos antes do encerramento das atividades do museu). Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia). Endereço: Praça do Arsenal da Marinha, s/nº, Bairro do Recife. Informações: (81) 3355-9500 www.pacodofrevo.org.br/programacao

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6 fotos do Liceu de Artes e Oficios Antigamente

O Liceu de Artes e Ofícios, no Recife, é uma das valiosas peças arquitetônicas no entorno da Praça da República. Vizinho do Teatro Santa Isabel e do Palácio do Campo das Princesas, o tradicional colégio foi construído entre 1871 e 1880. De acordo com Lúcia Gaspar, da Fundaj, a escola inaugurou este prédio no dia 21 de novembro de 1880. O projeto do edifício é do engenheiro José Tibúrcio Pereira de Magalhães, que também assinou outros prédios emblemáticos do Recife, a exemplo da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). "Em estilo classicista imperial, inspirado no neoclassicismo francês, o prédio é composto de dois pavimentos. A fachada sofreu pequenas modificações durante a construção e também no século XX, mas não chegaram a causar uma grande desfiguração do projeto de Magalhães. (...) Como uma das instituições que prestava um serviço à educação popular no Recife, o Liceu ministrava aulas de desenho, música, pintura, marcenaria, arquitetura, aritmética, alfabetização. Possuía uma biblioteca com algumas obras raras e um museu com um bom acervo", escreveu Lúcia Gaspar¹. As imagens abaixo são do Acervo da Villa Digital, da Fundação Joaquim Nabuco. Clique nas imagens para ampliar. . Trem passando na frente do Liceu (Acervo Josebias Bandeira) . Cartão Postal com o Liceu de Artes e Ofícios (Acervo Josebias Bandeira) . Fachada do prédio em 1904 (Acervo Josebias Bandeira) . Liceu de Artes e Ofícios (Acervo Josebias Bandeira) . Foto da Ponte Princesa Isabel, com imagem do Liceu ao fundo, em 1899 (Acervo Josebias Bandeira) . Imagem do Rio Capibaribe, com Liceu na margem esquerda, em  1915 (Acervo Benício Dias)   *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com) ¹Trecho extraído do artigo Liceu de Artes e Ofícios. GASPAR, Lúcia. Liceu de Artes e Ofícios, Recife, PE. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em:<http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar>. Acesso em: 11 ago. 2018. . LEIA TAMBÉM 10 fotos da Praça da República Antigamente . 5 fotos das Praças de Burle Marx no Recife antigamente

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Camaragibe terá mostra de cinema neste mês

A Periférica - II Mostra de Cinema de Camaragibe será realizada de 26 de agosto a 01 de setembro de 2019, na cidade de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco. A comissão curadora recebeu 398 filmes de cineastas de todo o Brasil e selecionou 34 curtas-metragens para exibição, com acesso gratuito. São filmes nas categorias de ficção, animação, documentário ou experimental. Confira a lista de filmes selecionados neste link http://bit.ly/curtasselecionados. A Mostra Periférica é realizada pela produtora Ambar e Pós -Traumático Coletivo, com incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), mantido pela Secretaria de Cultura, Fundarpe, Governo de Pernambuco. A Periférica - II Mostra de Cinema de Camaragibe tem o objetivo de propagar filmes de diversos formatos para moradores e visitantes de Camaragibe. Os locais das exibições serão divulgados em breve. O intuito é tornar a sétima arte mais acessível na cidade, contribuindo para a fruição artística, a formação do senso crítico e a construção de ações de transformação política e de cidadania. Além da exibição de curtas-metragens, a mostra realizará oficinas e sessões especiais com exibição de longas-metragens convidados. Estão abertas, até 14 de agosto, as inscrições para as oficinas Descolonizando o Olhar, com Natália Lopes, e Da Poesia ao Vídeo, com Eva Jofilsan. A programação da Periférica será composta pelas seguintes mostras não-competitivas: Mostra Camará, para curtas-metragens produzidos em Pernambuco; Mostra Aquarela, para curtas produzidos nos demais estados brasileiros; Mostra Josenita Duda, para curtas realizados por mulheres; e Mostra Origens, para curtas de realizadores e realizadoras indígenas e/ou afro-brasileiros; Mostra O Invisível aos Olhos, sessões itinerantes nas escolas públicas de Camaragibe. Sobre a curadoria A Comissão Curadora foi formada por Ângelo Fábio, Amanda Ramos, Carlos Kamara, Caio Sales e Izabel de Fátima Cruz Melo. Entre os 398 filmes inscritos de todo o país, 243 se candidataram na categoria nacional, 47 para a programação de filmes pernambucanos, 82 para a mostra de curtas dirigidos por mulheres e 26 na mostra para obras realizadas por cineastas indígenas e afro-brasileiros. Os estados com mais inscrições foram São Paulo com 81 curtas, Rio de Janeiro com 65 obras; Pernambuco com 54 curtas, Minas Gerais com 30 filmes, Santa Catarina com 21 curtas, e Paraná também com 21 filmes. SERVIÇO: II PERIFÉRICA - MOSTRA DE CINEMA DE CAMARAGIBE De 26 de agosto a 01 de setembro de 2019 Acompanhe a Mostra Periférica pelas redes sociais Facebook: https://www.facebook.com/mostraperiferica/ Instagram: https://www.instagram.com/mostraperiferica/ OFICINA “DESCOLONIZANDO O OLHAR” com Natália Lopes De 26 a 30 de agosto, das 9h às 12h Local: Escola Técnica de Camaragibe Público: Até 30 pessoas, com faixa etária a partir dos 15 anos. Pessoas negras e mulheres (cis e trans) terão prioridade. Carga horária: 15h Inscrição gratuita até 14/08: http://bit.ly/Descolonizando Através de uma abordagem geopolítica sobre o campo audiovisual e as narrativas que marcam os movimentos cinematográficos, a oficina coloca em xeque" a perspectiva eurocêntrica e colonizante do cinema. O público da oficina será sensibilizado acerca de movimentos estéticos/políticos no cinema que atuam na busca por representação nas telas: o Cinema de Mulheres e o Cinema Negro. Além disso, haverá um momento de prática cinematográfica, durante a oficina, em que os participantes produzirão narrativas curtíssimas com temáticas representativas dessas duas perspectivas a serem exibidas e comentadas no último dia da oficina. OFICINA “DA POESIA AO VÍDEO” com Eva Jofilsan De 26 a 30 de agosto, das 13h30 às 17h30 Local: Escola Tito Pereira Público: Até 20 pessoas, com faixa etária a partir dos 12 anos, alunas/os de escolas, poetas, escritores e demais pessoas interessadas na experiência audiovisual com ou sem formação prévia. Carga horária: 20h Inscrição gratuita até 14/08: http://bit.ly/Dapoesiaaovideo A oficina “Da Poesia ao Vídeo: a construção do videopoema” pretende sensibilizar os olhares para construção de um conteúdo imagético a partir da poesia. Através da exposição de diversos videopoemas proporciona-se a abertura para um novo olhar sobre cinema, literatura e suas confluências. Após o trabalho teórico, haverá a parte prática, na qual as/os alunas/os serão estimuladas/os a roteirizar e produzir suas próprias peças audiovisuais a partir da interpretação de poesias. As etapas de realização serão pontuadas passo a passo: da pré-produção a pós-produção e exibição dos vídeos realizados.

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Livro sobre longevidade será lançado na quinta (15)

Diante do fato de que a expectativa de vida do brasileiro aumentou para mais de 75 anos, surgem novas perspectivas no horizonte. Hoje quem tem acima de 50 anos enfrenta desafios bem diferentes dos cinquentões do passado: fazer planejamento de carreira, cuidar da estética e da saúde de forma preventiva são essenciais na agenda para uma maior qualidade de vida. Atenta a esta tendência a Cepe Editora publica Maturidade: um tempo novo, título organizado pela psicanalista e consultora de carreira da Trajeto Consultoria, Sílvia Gusmão. O lançamento será no próximo dia 15, na Caixa Cultural, às 19h. “A pirâmide social brasileira está se invertendo. Em 2010, o número de jovens era dez vezes maior do que o das pessoas mais velhas. Segundo projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) essa diferença tende a cair para três vezes em quatro décadas. Em 2050, 29% da população brasileira terá mais de 60 anos. Em algumas décadas, a proporção de pessoas acima dos 60 anos atingirá a de países ricos”, ressalta Sílvia Gusmão. Prefaciado pelo sócio-fundador da TGI Consultoria em Gestão, Francisco Cunha, o livro reúne textos de seis autores, incluindo a própria organizadora. Cada um deles discorre sobre questões essenciais ao planejamento de uma vida longeva. Gabriel Perrusi e Jéfter Domingos Barbosa Campos falam sobre a importância dos exercícios físicos nessa etapa da vida; Germana Uchoa dedica-se ao tema do empreendedorismo criativo; Nathalia Cavalcanti mostra como os cuidados com a alimentação podem ser fortes aliados nesse desafio; enquanto Georgina Santos enfatiza a necessidade de organização das finanças pessoais. O grande desafio no mundo é promover mudanças para acompanhar o novo cenário. Na introdução de Maturidade, Francisco Cunha faz a seguinte reflexão: “ E agora, o que fazer, quando nos deparamos com o fato de serem os 50 os novos 30 anos? Ou, melhor ainda, os 60 os novos 40 anos? (…) A longevidade já é um fato científico e social irrefutável. Agora, precisamos promover essa mudança, que o mundo já processa, só que dentro de nós. Precisamos nos assumir pós-balzaquianos e isso não é fácil”. Maturidade traz uma visão realista desse processo de envelhecimento da população, com o otimismo de uma vida com mais possibilidades. Por outro lado aborda as dificuldades da falta de políticas públicas e de saúde compatíveis com as necessidades dos que estão envelhecendo. Um dos impactos apontados por Sílvia Gusmão está refletido no sistema previdenciário: “O número de contribuintes não cresce na mesma proporção dos beneficiários”. A novidade é que as mudanças estão acontecendo, segundo o IBGE, com a volta dos aposentados ao mercado de trabalho, um salto de 63% do ano 2000 para 2011. Para ilustrar esse dado, o livro contempla depoimentos de pessoas que colocam suas dúvidas e questionamentos frente ao desconhecido, e fala como se reinventaram. Antes do lançamento será realizado debate, mediado por Sílvia Gusmão, tendo como convidados Denise Mazaferro, sócia da Angatu IDH, mestre em gerontologia pela PUC-SP, autora do livro Longevidade: os desafios e as oportunidades de se reinventar; Jane Okazaki, geriatra e mestre pela Univesp; e Marcelo Carrilho, engenheiro mecânico de formação, que após os 50 anos, fez transição de carreira, e hoje é proprietário da cafeteria GrãoCheff, localizada no Espinheiro. Artigos dos autores Sílvia Gusmão é psicanalista, consultora de carreira da Trajeto Consultoria e organizadora do livro. Ela assina a introdução e os artigos de Maturidade: um tempo novo: “Os 50+ anos de hoje” e “Faça o que gosta e encontre um mercado para isso” Gabriel Perrusi, sócio-diretor da Unic – Espaço de Metas, assina o artigo: Movimento é para todos: adquira saúde pelo exercício Georgina Santos é consultora e sócia da AgilisRH / TGI e assina o texto: Organize suas finanças pessoais Germana Uchoa, publicitária e gestora da plataforma Garimpo, escreve sobre Empreendedorismo: transforme o que você ama em um negócio criativo Jéfter Domingos Barbosa Campos, sócio-administrador da Unic – Espaço de Metas discorre sobre O desafio do envelhecimento saudável Nathalia Cavalcanti, nutricionista, assina: Comendo bem com prazer SERVIÇO Lançamento do livro Maturidade: um tempo novo Data: 15 de agosto Horário: 19h Local: Caixa Cultural Endereço: Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife Valor do livro: R$ 40,00 (impresso) e R$ 12,00 (e-book)

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UFPE aprova concessão de título de Doutor Honoris Causa a Lia de Itamacará

O Conselho Universitário (Consuni) da UFPE, reunido na sexta-feira (9), aprovou, por unanimidade, a concessão do título de Doutor Honoris Causa a Maria Madalena Correia do Nascimento, mais conhecida como a cirandeira Lia de Itamaracá. O título será entregue em data a ser marcada posteriormente. A proposta foi encaminhada ao Consuni pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) da UFPE, que a aprovou previamente, em atendimento ao requerimento coletivo de docentes lotados nos Centros de Artes e Comunicação (CAC), de Ciências Jurídicas (CCJ), Biociências (CB), Acadêmico de Vitória (CAV), Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), Ciências da Saúde (CCS) e Ciências Médicas (CCM). A proposta está baseada no artigo 96 do Estatuto da UFPE em seu parágrafo 3°destaca que “o título de Doutor Honoris Causa será concedido, da mesma forma disciplinada no parágrafo anterior, a personalidade eminente que tenha contribuído para o progresso da Universidade, da região ou do país ou que se distinguiu pela sua atuação em favor das ciências, das letras, das artes ou da cultura em geral”. Lia de Itamaracá é cantora, compositora, dançarina, brincante e cirandeira, sendo patrimônio vivo da cultura pernambucana. “Ela colocou a democrática ciranda, uma dança circular, dançada ao som das ondas da Ilha de Itamaracá, no roteiro turístico e cultural do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo reconhecida internacionalmente”, diz a proposta aprovada. Em 2004, Lia recebeu da Presidência da República o grau de comendadora da Ordem do Mérito Cultural, ao lado de artistas como Caetano Veloso, Mauricio de Sousa, Márcia Haydée e Odete Lara. Em 2005, o Governo do Estado a reconheceu como “Patrimônio Vivo de Pernambuco”, sendo uma das primeiras pessoas a receber o título, ao lado de Mestre Salustiano e Ana das Carrancas. A artista recebeu várias homenagens e honrarias em sua carreira, teve sua vida contada em livro e na tela do cinema. Até o compositor Capiba registrou em versos “esta ciranda não é minha só, é de todos nós, é de todos nós” na música “Minha ciranda”. “Sua obra contribui de modo decisivo para a formação da identidade cultural da região e para o seu cotidiano trabalho de atualização, tornando-a acessível aos vários segmentos e faixas etárias. Lia é uma embaixadora da ciranda e a sua arte ensina aos povos o ato de dar as mãos e de coexistir, compartilhando uma mesma música e uma mesma dança. Em seus 75 anos de existência, nos ensina que ‘esta ciranda quem me deu foi Lia que mora na Ilha de Itamaracá’ e nos inspira a pensar a educação de forma diferente, em um mundo desigual que insiste em ignorar a diversidade”, enfatiza a proposta.

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