Arquivos Cultura E História - Página 257 De 375 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

Sutilezas na prosa de Rejane Paschoal

* Paulo Caldas Porções mágicas de letras emergem de uma cartola imaginária e obedecem ao toque de uma varinha de condão manuseada com esmero por Rejane Paschoal. O texto eclode ao impulso da magia e dialoga com o leitor em perene amenidades. Assim, aqui e ali, ergue um brinde às reminiscências, com imagens nítidas de conteúdo aconchegante. No arsenal das artimanhas sedutoras, Rejane é menina e brinca com o texto (em monólogo interior e às vezes em solilóquio compartilhado com o leitor) e traça uma elipse narrativa pouco perceptiva entre as cenas do conto "Até quarta-feira". Em meio ao aparato de técnicas, faz uso, com destreza, dos diálogos internos, imperceptíveis ao leitor comum, que absorve o texto com absoluta naturalidade e a constatação se repete no emprego do discurso indireto livre. O ‘eu confessional’ também conduz a narrativa em “Díptico: equilibrista”, com a sensibilidade aguçada da autora: “os sinais da morte me fazem pensar no menino que fora aquele homem e que volta, ressurge, emerge na hora da morte”. Aos toques mágicos, o negro das letras se espalha sobre a virgindade do papel e sob as ordens da criatividade, as palavras, frases e parágrafos, nutridos de ansiedade induzida, levam ao leitor avidez ante ao final de cada cena. Pode-se incluir nesta magia a conversa com o leitor através de gestual do personagem, também visto em “Até quarta-feira”. A finura da prosa em Rejane Paschoal vem de frases do tipo “é triste um par de cadeiras vazias”, que reflete, sobretudo, o estado da arte no escrever nascido da criatividade e da estética, siamesas que conspiram com os recursos técnicos e tecem formidável efeito no anticlímax no conto “Domingas de José”. Em “Domingas de José”, o escrever gentil, amável, se enamora das esmeradas metáforas quando a protagonista sente o “cheiro frio, sem alma”. Com maestria, ela rege um desfecho elogiável, preparado com minúcias para ser um grande final, em clima e sabor de saudade na cena final do conto “Pequena fantasia para uma morte perfeita”. * Escritor

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Semana Manuel Bandeira celebra os cem anos do livro “Carnaval”

A décima edição da Semana Manuel Bandeira, promovida pelo Espaço Pasárgada, celebra este ano o centenário do lançamento do livro “Carnaval” de Manuel Bandeira, uma das obras precursoras do Movimento Modernista. A programação gratuita começa hoje (15) e segue até o dia 18 e vai contar com uma vivência artística com o artista visual Charles (Victor Dreyer), palestras, recitais de música e poesia, rodas de diálogos, visita guiada e performances voltadas para estudantes. A Semana Manuel Bandeira é um evento cultural para comemorar o aniversário do poeta (133 anos) que viveu naquele lugar quando criança. Essa atividade, que já alcançou mais de quatro mil pessoas durante as suas dez edições, com um amplo perfil que vai das crianças à terceira idade, faz com que o público possa conhecer de perto a obra do poeta Manuel Bandeira. De acordo com o secretário estadual de Cultura, Gilberto Freyre Neto, “a iniciativa busca ainda inserir na rotina das escolas públicas e privadas o Espaço Pasárgada como referência de suporte a pesquisas e estudos sobre a vida e obra do poeta”. As três escolas convidadas irão apresentar trabalhos feitos pelos próprios alunos e alunas sobre a obra de Bandeira, criando uma interação entre a educação, a poesia e a arte de uma forma geral. Para Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe, “a ideia é estabelecer uma relação entre os convidados, professores, estudiosos, e profissionais de diversas áreas culturais, como parte das ações, indo além das apresentações literárias, recitais ou das palestras e mesas de debate“, explica. Um dos convidados desta edição é o professor, dançarino, ator e performer Adriano Cabral, que irá conduzir as atrações artísticas da Semana. Durante cada dia haverá uma performance do artista e seus convidados. Na quarta-feira (17), por exemplo, ele se apresenta ao lado do Grupo Tutti, da Cia. Ciganos de Luz (com o espetáculo Bailados no Reino do Pasárgada) e do bailarino Thiago Leal (com o número Um Sapateado para Bandeira). Na quinta-feira (18), o público poderá desfrutar da primeira edição do Saraus em Pasárgada, com o declamador Cláudio Noah. Outra atividade é a vivência ‘Bandeira, um novo olhar 100 anos depois’, do artista visual Charles, no qual os visitantes poderão testemunhar, de segunda (15) a quinta (18), a criação de um painel inspirado no poema “Poema de uma quarta-feira de Cinzas” - presente no livro centenário de Bandeira. Além disso, todos os dias Charles irá conversar com os estudantes sobre seu processo criativo e a interação entre artes visuais e poesia. Na quinta–feira (19), encerrando a programação, será apresentada a primeira edição do ano dos Saraus em Pasárgada, com uma performance poética de Adriano Cabral e apresentação do cantor e compositor Claudio Noah, que recitará poemas, canções autorais e muitas obras de Manuel Bandeira. Em seguida, o artista Charles apresenta o resultado da sua vivência no Espaço Pasárgada. Serviço: 10ª Semana Manuel Bandeira 15 a 18 de abril Espaço Pasárgada (Rua da União, 265 Boa Vista) Gratuito Confira a programação da X Semana Manuel Bandeira: Segunda (15) 14h às 17h - Vivência artística ‘Bandeira, um novo olhar 100 anos depois’, com o artista Charles Terça (16) 14h às 17h - Vivência artística ‘Bandeira, um novo olhar 100 anos depois’, com o artista Charles 14h30 às 16h - Visita guiada com poemas de Manuel Bandeira (alunos do Colégio Apoio) Quarta (17) 14h às 17h - Vivência artística ‘Bandeira, um novo olhar 100 anos depois’, com o artista Charles 14h30 às 16h - Visita guiada com poemas de Manuel Bandeira (Escola Municipal Poeta Manuel Bandeira) 19h - Apresentação do Grupo Tutti; Recital ‘Um bailado no Reino do Pasárgada’ com o ator Adriano Cabral e a Cia. Ciganos de Luz; e ‘Um Sapateado para Bandeira’, com Thiago Leal Quinta (18) 14h30 às 16h - Visita guiada com poemas de Manuel Bandeira (Alunos do Educandário São Judas Tadeu) 19h - Saraus em Pasárgada Especial: Performance poética com o ator Adriano Cabral; apresentação do cantor e compositor Cláudio Noah, com poemas autorais e de Manuel Bandeira 19h – Apresentação-final da vivência artística ‘Bandeira, um novo olhar 100 anos depois’, com o artista Charles

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Casa da Cultura Luiz Gonzaga celebra 43 anos como equipamento cultural

Famoso polo de comercialização do artesanato pernambucano, a Casa da Cultura Luiz Gonzaga completa 43 anos de atividade como equipamento cultural neste domingo ( 14 de abril). A comemoração será nesta segunda-feira (15), quando o espaço abrigará uma programação especial, a partir das 10h, incluindo apresentação itinerante com o Trio Pé de Serra Beberibe, Serenata Luar de Olinda e corte do bolo comemorativo. Localizado às margens do Rio Capibaribe, no bairro de São José, o prédio é um patrimônio histórico que abrigou a antiga Casa de Detenção do Recife até 1973. A partir de 1976, a construção se tornou a Casa de Cultura de Pernambuco, ligando a população a sua identidade cultural. Atualmente, possui 129 celas em funcionamento, sendo 21 delas ligadas à administração do equipamento (escritório, copa/cozinha, sala Jota Soares, Teatro Clênio Wanderley e a cela original); 90 celas voltadas para o comércio de artesanato, além de três restaurantes e duas lanchonetes; e 18 celas ocupadas por movimentos e associações culturais de Pernambuco. “A valorização destas representações materiais retrata também a recordação de parte da nossa identidade, pois lembrar nossa cultura é também reafirmar quem somos. Nesse sentido, ao longo desses 43 anos, a Casa da Cultura Luiz Gonzaga mantém viva e preservada a história do que um dia foi a Casa de Detenção do Recife, através da sua imponente construção do século XIX”, observa a Juliana Rezende, gestora do espaço. “Nesses 43 anos, a Casa da Cultura se consolidou não só como um polo comercial, mas também como um endereço garantido para apresentações das manifestações culturais de nosso Estado. Através de ambientes como o Teatro Clênio Wanderley e o Palco Nelson Ferreira, o equipamento faz um importante trabalho de difusão quando recebe programações especiais, que destacam grupos e artistas da nossa cultura popular”, comenta o secretário de Cultura de Pernambuco, Gilberto Freyre Neto. O presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto, destaca o interesse público pelo endereço. “A programação artística que montamos na Casa da Cultura para comemorar essa data vem reafirmar nosso compromisso com a preservação do nosso patrimônio material e imaterial”, conclui ele. HISTÓRIA - Inaugurada no dia 25 de abril de 1855, a antiga Casa de Detenção do Recife é uma das maiores edificações do século XIX, localizada próxima a duas expressivas obras desse século: a Estação Ferroviária do Recife e a Ponte 6 de Março (mais conhecida como a Ponte Velha). O projeto original é de autoria do engenheiro e urbanista José Mamede Alves Ferreira, responsável por outras obras importantes na cidade, como o Hospital Pedro II e o Ginásio Pernambucano. A construção de Mamede segue o modelo “panopticon”, obedecendo aos padrões tradicionais de segurança das penitenciárias da época. Após funcionar por 118 anos como presídio, em 1973, o então governador Eraldo Gueiros Leite determinou o fechamento da Casa de Detenção do Recife. No mesmo ano, um plano de restauração do edifício foi elaborado e a partir de 14 de abril de 1976 o prédio se tornou a Casa da Cultura de Pernambuco. Essa mudança de penitenciária para centro cultural havia sido idealizada e planejada cerca de dez anos antes, pelo artista plástico Francisco Brennand, na época em que era o chefe da Casa Civil do Governo do Estado. Convidados por Brennand, a arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi e o arquiteto Jorge Martins Júnior foram os responsáveis pela elaboração do projeto de renovação e adequação do edifício. A Casa da Cultura ainda abriga dois painéis do pintor pernambucano Cícero Dias, que representam a Revoluções Pernambucanas de 1817 e 1824. SERVIÇO 43 anos da Casa da Cultura Luiz Gonzaga (Rua Floriano Peixoto, s/n, São José – Recife) Programação gratuita: 10h – Apresentação itinerante com o Trio Pé de Serra Beberibe 16h – Serenata Luar de Olinda 16h30 – Corte do bolo comemorativo, às 16h30

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5 fotos de Nova Jerusalém Antigamente

O espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém há tempo já é um dos atrativos culturais que compõe o calendário anual de Pernambuco. Construída no Brejo da Madre de Deus, a cidade do cenário do espetáculo que conta no período de Páscoa os passos de Jesus Cristo foi idealizada por Plínio Pacheco. Antes do suntuoso teatro ao ar livre que conhecemos hoje, a paixão teve origem nas encenações do Drama do Calvário nas ruas da vila de Fazenda Nova, entre 1951 e 1962. De acordo com o histórico redigido pelo próprio espetáculo, a vila do município do Brejo da Madre de Deus, onde foram realizadas as primeiras encenações fica próxima ao local onde hoje se situa a cidade teatro. "A ideia de construir um teatro que fosse como que uma pequena réplica da cidade de Jerusalém para que nela ocorressem as encenações da Paixão foi de Plínio Pacheco, que chegou a Fazenda Nova em 1956. Mas o plano só veio a se concretizar em 1968, quando foi realizado o primeiro espetáculo na cidade teatro de Nova Jerusalém", descreve o institucional do espetáculo, que nos cedeu as imagens abaixo. Clique nas fotos para ampliar.       *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais e colunista da Gente & Negocios (rafael@algomais.com)

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Conservatório comemora Dia Nacional do Choro com concerto do bandolinista Hamilton de Holanda

Importante data do calendário do Conservatório Pernambucano de Música, o Dia Nacional do Choro será comemorado desta quinta-feira (11) a domingo (14), com workshops e oficinas de instrumentos musicais e concertos na sede da escola de música e no Teatro de Santa Isabel. As atividades são gratuitas. Este ano, o evento homenageará o grande bandolinista e compositor Rossini Ferreira, que foi solista da Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco e professor do CPM. O ponto alto das comemorações será na quinta-feira, quando ocorre o show do bandolinista Hamilton de Holanda, referência no País atualmente em se tratando do gênero. A programação especial para celebrar o dia do gênero brasileiro por excelência já é uma tradição do Conservatório, que busca não só divulgar o estilo musical, como também oferecer formação técnica aos novos instrumentistas, através de oficinas, explica a gerente geral Roseane Hazin. “O choro sempre teve lugar nos programas de instrumento do Conservatório. Nossos cursos de bandolim e cavaquinho estão entre os primeiros cursos oficiais desses instrumentos no País. Nos anos 1980, o Conservatório teve a Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco, uma orquestra que trazia na formação o bandolinista Rossini Ferreira, um dos grandes bandolinistas do Brasil entre as décadas de 1950 e 1990. O convidado desta edição do Dia Nacional do Choro é o bandolinista Hamilton de Holanda, um fenômeno como instrumentista, um dos melhores da nova geração do choro brasileiro. Estão todos convidados a assistir os concertos e participar das oficinas”, finaliza a coordenadora. A programação comemorativa tem início na quinta-feira (11), com um workshop de bandolim com Hamilton de Holanda, das 10h às 12h, na sede da escola. À noite, acontece a abertura oficial das comemorações do Dia Nacional do Choro, com a apresentação do bandolinista, acompanhado pela Orquestra Matéria Prima, no Teatro de Santa Isabel, às 20h, com entrada gratuita. Já na sexta (12), o professor e integrante da Orquestra Matéria Prima, Maurício Cezar, ministra o workshop “Iniciando no choro” para alunos de iniciação musical. A aula acontece em dois horários, das 9h às 10h30 e das 15h às 16h30, no CPM, com a participação especial do músico Arthur Philipe. Oficinas de canto, percussão, sopro, cavaquinho e violão de seis e sete cordas acontecerão na escola de música durante o sábado (13) pela manhã, 9h às 12h, e tarde, 13h às 16h. No domingo, o músico Maurício Cezar promove a oficina prática de conjunto e roda de choro, das 9h às 12h. As inscrições para estas aulas são gratuitas e podem ser realizadas na secretaria do Conservatório Pernambucano de Música. Encerrando a semana, no domingo, às 16h, os pianistas Elyanna Caldas e Levy Guedes apresentam o concerto Dois Pianos no Choro no Auditório Cussy de Almeida. O percussionista Júnior Teles e o violonista Bozó 7 Cordas também participam do concerto "Dois Pianos no Choro", apresentando choros de Ernesto Nazareth, Radamés Gnatalli, Paulinho da Viola, Jacob do Bandolim, Tom Jobim e dos pernambucanos Rossini Ferreira e Capiba. “Todos, compositores de talento invulgar, excelentes músicos na improvisação e criatividade dignas de aplauso. Contando no início com três instrumentos, flauta, cavaquinho e violão, os grupos de choro receberam a colaboração do clarinete, do sax soprano, do bandolim, da percussão, até mesmo do piano. Atualmente, é um gênero internacionalmente conhecido e o seu sucesso é garantido”, conta Elyanna. HAMILTON DE HOLANDA A grande atração da noite de abertura do evento é a apresentação do bandolinista Hamilton de Holanda, no Teatro de Santa Isabel, às 20h. O músico se apresentará com a Orquestra Matéria Prima. “Estou muito feliz de voltar ao Recife, Pernambuco, Estado de origem da minha família, onde me sinto muito bem, me sinto querido, encontro as pessoas que eu gosto. O pernambucano tem uma cultura muito forte, que eu adoro. Tocar com a orquestra Matéria Prima será muito legal. A gente vai tocar algumas músicas do Rossini e duas composições minhas, ‘Capricho de Rafael’ e ‘Balaio’. Tem tudo a ver com a onda da orquestra, acho que vai ser um barato, vai ser emoção pura”, comentou Hamilton. Músicas como ‘Abraçando Avena’, ‘Ansiedade’, ‘Choro no Natal’ e ‘Lembranças de Recife’ fazem parte do repertório do show. O público deve comparecer ao local para fazer a retirada do ingresso uma hora antes do início do espetáculo. SERVIÇO COMEMORAÇÃO DIA NACIONAL DO CHORO – De 11 a 14 de abril, no Conservatório Pernambucano de Música (Av. João de Barros, 594, Santo Amaro). Apresentações, workshops e oficinais musicais – inscrições na secretaria do CPM até dia 12 de abril. Entrada franca. SHOW DE HAMILTON DE HOLANDA – Quinta-feira, 11 de abril, às 20h, no Teatro de Santa Isabel (Praça da República, S/N, Santo Antônio). Entrada franca. Público pode retirar o ingresso para o concerto uma hora antes do seu início.

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Acervo de Waldemar Valente doado à Fundaj

27 anos após o falecimento do médico, farmacêutico, antropólogo, pesquisador e escritor recifense Waldemar Valente, seu acervo chega a Fundação Joaquim Nabuco pelas mãos da companheira de vida, Marilene Torquato. Entre aproximadamente 6 mil documentos da coleção, estão artigos de temáticas diversas, manuscritos, diplomas, livros originais inéditos, revistas, críticas e comentários sobre seu trabalho, correspondências a personalidades ilustres, medalhas, troféus, entre outros. “A família faz essa doação levando em consideração o fato de que ele foi servidor da Fundaj, um órgão que preserva a cultura dos grandes nomes do Nordeste e do Brasil. Vamos organizar esse material e torná-lo público para ser difundido da melhor maneira possível”, comenta o presidente da Fundaj, Alfredo Bertini. A viúva reuniu todo material que tinha em uma casa em Maria Farinha, no litoral Norte Pernambucano. “Os acervos estiveram sempre comigo, nunca longe de mim. Se não for preservado, quando me for, tudo isso desaparecerá”, explicou Marilene Torquato, sobre a doação.     Entre o material reunido, estão a placa de reconhecimento da atuação de Waldemar ganhou no Museu do Homem do Nordeste, o troféu Escritor de 1974 e um quadro feito pelo pintor pernambucano Baltazar da Câmara. Marilene esteve com Waldemar desde os seus 17 anos. Durante os 32 anos que passaram juntos, trabalhou com o marido ajudando a pesquisar, reunir e armazenar seu acervo. “Gosto muito de guardar as coisas, mas me sinto muito bem sabendo que encaminhei para um local que o fará permanente e as pessoas terão acesso”, afirmou. Coleção ao Muhne Ainda em vida, Waldemar Valente doou parte de sua coleção para o Museu do Homem do Nordeste, com peças e estudos em temáticas de cultura, folclore, miscigenação, sobretudo na questão indígena e afrodescendente. Waldemar realizou um grande trabalho etnográfico junto ao o cineasta Rucker Vieira sobre terreiros de religiões afro-descendentes. O próprio Rucker doou o acervo fotográfico das visitas que fez com Waldemar aos terreiros. Waldemar tinha permissão para entrar e participar até de cultos vetados ao público. Até hoje há fotografias desses momentos que não podem ser mostradas. Relação com a Fundaj Waldemar Valente chegou na Fundaj em 1962 como prestador de serviço sem remuneração. Em 1965, conseguiu um contrato remunerado, trabalhando no setor de antropologia da instituição. Em 1972, entra como diretor do departamento. Ficou na casa até a aposentadoria compulsória, em 1990. Mas o presidente na época, Fernando Freyre, o convocou para continuar na instituição. Waldemar sofria do Mal de Parkinson. A doença tira todos os movimentos, mas mantém a mente lúcida. Ele não queria deixar de trabalhar e continuou frequentando a Fundação até não conseguir mais andar. (Da Fundaj)

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Inscrições abertas para de oficina fotografia bordada na Arte Plural Galeria

A artista visual Laís Domingues realiza no Recife mais uma edição da sua oficina de Fotografa Bordada. O encontro acontece, das 9h às 18h, no próximo dia 13 de abril, na Arte Plural Galeria. Além de despertar a criatividade, por meio da intervenção com linha e agulha em imagens fotográficas impressas, o curso reverencia a atividade das tradicionais bordadeiras. Mais do que bordar uma fotografia, durante a oficina, os participantes vão conhecer um pouco mais da história do bordado e de alguns artistas têxteis. Eles também serão apresentados a técnicas que facilitam o desenho no bordado e irão debater sobre a importância da memória fotográfica. “Como criar e expressar sentimentos que não podem ser fotografados? Essa é a questão que, na oficina, tentamos responder com nossas próprias mãos, despertando o nosso imaginário e encarando o bordar como um exercício de autoconhecimento”, comenta a artista, que destaca o grande potencial terapêutico do exercício, já que se trata de uma atividade manual. LAÍS DOMINGUES - recifense, 27 anos, teve o primeiro contato com a fotografia profissional em 2011 e então se aproximou naturalmente das artes visuais. Laís Domingues estudou cinema, fotografia e gestão cultural na Argentina. Desde 2015 vem se dedicando ao bordado em fotografia. SERVIÇO: Oficina de Fotografia Bordada Data: 13 de abril de 2019 Local: Arte Plural Galeria - Rua da Moeda, 140, Bairro do Recife - Recife/ PE Horário: 9h às 19h. Inscrições: contato@artepluralgaleria.com.br Turma até 15 alunos Informações: (81) 3424.4431

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Fim de semana com frevo música erudita, exposições, oficinas e passeios no Recife

No primeiro fim de semana do mês de abril, visitantes e moradores da capital pernambucana têm diversas opções de cultura, lazer e turismo. No sábado (6), o MAMAM recebe o evento Antena Paraurora + Sarau das Lobas, com programação focada no protagonismo feminino. No domingo (7), o Paço do Frevo anima o Bairro do Recife com desfile da troça Abanadores do Arruda. A Orquestra Criança Cidadã faz concerto na Igreja Madre de Deus, também no domingo. O Econúcleo Jaqueira, Jardim Botânico do Recife e o CAT Ambiental oferecem oficinas, vivências e práticas de yoga e meditação. O Olha! Recife convida o público a conhecer as dependências do Palácio da Justiça, vitrais sacros e passear pela história do bairro da Encruzilhada. CULTURA Paço do Frevo promove desfile no Bairro do Recife Domingo (7) tem arrastão promovido pelo Paço do Frevo, no Bairro do Recife. Vencedora do Concurso de Agremiações em 2019, a Troça Carnavalesca Mista Abanadores do Arruda se concentra no Marco Zero, às 15h. Depois ela sai em cortejo, arrastando amantes do frevo pelas ruas do bairro. O grupo foi fundado no dia 1o de outubro de 1934 e já conquistou diversos títulos ao longo da sua história. Evento gratuito e aberto ao público. Site: http://www.pacodofrevo.org.br/programacao MAMAM celebra mulheres com bazar, capoeira e shows Neste sábado (6), a partir das 14h, ocorre no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) o evento Antena Paraurora + Sarau das Lobas. A programação foca no protagonismo feminino e inclui bazar, roda de capoeira (Centro Luz Di Angola) e apresentações artísticas do Cordão de Bruta Flor, MUN-HÁ, DJ Panther, Biarritzzz, Nagô MC, Cris Alquimia, Lady Laay e Mari Periférica. O MAMAM fica na Rua da Aurora, 265, Boa Vista. A entrada é gratuita, mais informações: (81) 3355-6871. Site: https://blogmamam.wordpress.com/ Exposição "Cinco Pontas" no Museu da Cidade A exposição "Cinco Pontas" reúne achados arqueológicos, pinturas e documentos que mostram a importância do Forte das Cinco Pontas em diversos momentos históricos da capital pernambucana. Em quase 400 anos de existência, o local foi base para navegadores, depósito, prisão e quartel militar. O Museu da Cidade do Recife está localizado no Bairro de São José, neste sábado (6), abre das 9h às 17h, e no domingo, das 9h às 16h. A entrada é gratuita. Fone: (081) 3355-9540 Saiba mais: www.museudacidadedorecife.org. Música na Igreja leva concerto à Igreja Madre de Deus O Música na Igreja, realizado pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer, leva a Orquestra Criança Cidadã à Igreja Madre de Deus, no Bairro do Recife, neste domingo (7), às 17h. A apresentação será feita pelo Grupo de Sopro da orquestra, formado por 20 instrumentistas, os quais serão regidos pelo professor e fagotista Josias Bezerra. A orquestra tocará cinco peças de Wolfgang Amadeus Mozart, Richard Strauss, Charles Gounod, Ennio Morricone e Ernst Mahle. O concerto é aberto ao público. TURISMO E LAZER Vitrais, bairro da Encruzilhada e Palácio da Justiça são temas do Olha! Recife Neste sábado (6), o Olha! Recife de ônibus tem saída às 14h, da Praça do Arsenal, no Bairro do Recife. O roteiro Vitrais Sacros vai explicar a técnica, que é um tipo de vidraça composta por pedaços de vidros coloridos, representando geralmente cenas ou personagens e cujas técnicas chegaram ao Brasil no Século XIX. Este tour vai levar os inscritos à Matriz do Espinheiro, que possui um enorme conjunto de peças em vidro retratando a vida de Jesus; à Capela do Colégio Damas, em estilo Neogótico; à Matriz da Boa Vista; e à Basílica do Sagrado Coração. No domingo (7), o Olha! Recife a pé vai conhecer alguns recantos do bairro da Encruzilhada e apresentar a história do local, que surgiu a partir do encontro de linhas de trens e bondes. O ponto de partida será na porta do Mercado da Encruzilhada, às 9h, na Rua Doutor José Maria. Além do próprio mercado, que está no roteiro, os participantes ainda caminharão pelo largo da feira; monumento ao Jaú; Igreja de Belém; e seguirão até a Praça do Hipódromo, encerrando a caminhada. Já na quarta-feira (10), o outro roteiro a pé será com uma visita ao Palácio da Justiça, com saída às 14h, da Praça do Arsenal. O prédio localizado na Praça da República terá os seus salões apresentados ao público, com suas obras de arte, biblioteca, capela, átrios e o salão nobre, decorado no estilo rococó. Excepcionalmente para este passeio, os participantes não poderão vestir bermudas ou shorts, por determinação do Palácio. Todos os passeios têm suas inscrições abertas nesta sexta-feira (5), a partir das 9h, pelo site www.olharecife.com.br . MEIO AMBIENTE Oficinas de mudas e plantas medicinais no Econúcleo Jaqueira O Econúcleo Jaqueira oferece no sábado (06), às 11h, a oficina de mudas: sementes do amanhã. Os participantes vão plantar diversos tipos de mudas (arbóreas, frutíferas, medicinais ou vegetais) nas sementeiras. Já no domingo (07), o equipamento ambiental oferece, às 16h, a oficina sensorial com plantas medicinais. A atividade vai abordar a história do cultivo e consumo de ervas e plantas medicinais pela população indígena e rural, além de apresentar os benefícios de cada espécie para o ser humano e a natureza. Fanpage: https://www.facebook.com/econucleojaqueira/ Econúcleo Jaqueira, sábado (6) 09h – Em cena verde: oficina de teatro 10h – Caminhada Ecológica: trilha cega 11h – Oficina de mudas: Sementes do Amanhã 14h – Oficina sensorial com plantas medicinais 15h – Vivência Ambiental: faço parte desse lugar 16h – Os sons ao redor: vivências ambientais musicais Econúcleo Jaqueira, domingo (7) 09h – Meditação com o grupo Sahaja Yoga 10h – Vivência ambiental: sou forte, sou fraco, sou terra 11h – Resíduos nos eixos: oficina de malabares 14h – Trilha Ambiental 15h - Vivência ambiental: sou forte, sou fraco, sou terra 16h – Oficina sensorial com plantas medicinais Econúcleo Jaqueira Rua do Futuro, 959 - Jaqueira De quinta a domingo, das 9h às 17h Entrada gratuita   Jardim Botânico do Recife tem contação de história e atividades ecológicas No sábado (6), às 10h, o Jardim Botânico do

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Festival Latino-Americano de Cinema de Belo Jardim chega à sua quinta edição

A cada ano, proporcionando a magia do cinema no Agreste Pernambucano, a quinta edição do Cine Jardim - Festival Latino-Americano de Cinema de Belo Jardim vai acontecer entre os dias 20 e 25 de maio de 2019, na cidade de Belo Jardim. Com o tema "Cinema e Periferia", o país convidado será CUBA para uma mostra especial sobre o Cinema Cubano. O festival irá homenagear a Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de los Baños (EICTV) pelos 34 anos de atuação na formação de jovens no audiovisual. Serão selecionados filmes que evidenciem temas relevantes da sociedade cubana, realizados por cineastas cubanos ou estrangeiros que estudaram na instituição que já formou mais de 120 cineastas brasileiros. Nesta edição, o Cine Jardim vai contar com uma grande variedade de filmes de curtas e longas-metragens, além de atividades como: Mesas, Debates, Masterclasses, Lançamento de Livro e oficinas de formação para os estudantes dos ensinos fundamental e médio de Belo Jardim. O público terá a oportunidade de assistir as sessões, gratuitamente, no Cineteatro Cultura e as exibições ao ar livre no Parque Ariano Suassuna. “É importante ter esta janela aberta no interior do estado, especialmente em cidades onde não há cinema. Esse movimento de descentralização do cinema nacional dos grandes centros urbanos é fundamental para sua difusão e compreensão de outras realidades, que na mágica tela branca projetam-se infinitas possibilidades de encontros e intercâmbios com um único compromisso, fazer deste mundo um mundo mais humano e mais perto de todos nós”, diz Leo Tabosa - Diretor do Cine Jardim. O festival é competitivo e os filmes vão disputar a premiação em Troféu, que será composto por três tipos de Júri: Jovem, Oficial e Popular. Além de toda programação e atividades com o público, a educação também é um dos grandes pontos do evento. O Cine Jardim faz um alinhamento prévio com a Secretaria de Educação, para levar os alunos das Escolas Públicas de Belo Jardim às sessões, que são programadas a partir de temáticas transversais que possam ser trabalhadas em sala de aula. Sobre o Cine Jardim O Festival Latino-Americano de Cinema de Belo Jardim acontece anualmente em maio, integrado ao calendário de eventos culturais da cidade. O evento é produzido pela Pontilhado Cinematográfico e Instituto Conceição Moura, com o patrocínio do Ministério da Cidadania, através da Lei Rouanet, Baterias Moura e Incentivo Funcultura, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco.

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Ingrediente: um tema da soberania alimentar

Há um crescente interesse para esse tão importante personagem das cozinhas e das histórias pessoais e coletivas chamado o “ingrediente”. E assim busca-se além do sabor as mais profundas referências que identificam, particularizam uma batata, uma folha de mostarda, um tipo de milho, uma pimenta entre tantas individualidades que devem ser reconhecidas para dessa maneira poder viver cada ingrediente nas receitas e nos símbolos em diálogos que referenciam culturas. O ingrediente é traduzido nos contextos da globalização nas maneiras identitárias e autorais de se fazer comida e de se viver os rituais da alimentação e da comensalidade. É assim, o ingrediente é uma espécie de símbolo do território. Porque cada ingrediente terá uma fala peculiar, um uso indicado na tradição e nas relações com os outros ingredientes, nas maneiras de revelar e de reconhecer um lugar, e isso pode-se chamar de “terroir”. Por exemplo o milho, são centenas de tipos, desse cereal americano, que para as civilizações milenares dos continentes das Américas representa o sol, o poder da vida e da fertilidade, Sagrado milho , uma base alimentar que vai muito além da boca, da receita, ele o milho é um mito vivido nos seus mais identitários ~símbolos de alimento, de pertencimento, de memória ancestral presente também nas nossas mesas de junho, com tantas receitas com coco, cravo e canela, e com as pamonhas que atestam usos de mais de 7000 mil anos pelos povos tradicionais latino-americanos. São os “tamales “comidas cozidas e servidas nas folhas. Ainda o milho um destaque para os hábitos alimentares cotidianos, em especial no Nordeste com as receitas de se comer cuscuz de farinha de milho, bolo de milho, biscoitos entre tantas maneiras de se trazer o sol dos incas às nossas mesas. Mandioca, também da América do Sul, é uma das mais importantes bases das comidas das nossas sociedades tradicionais, dos nossos indígenas e está integrada aos significados culturais de povos milenares das florestas. Da mandioca, a farinha de mandioca, um dos mais notáveis ingredientes de uso e de significado nacional. Farinha para se comer com tudo, em diferentes usos, enquanto farofa, pirão. Para fazer os mais importantes estilos de se comer à brasileira, com farinha seca, farinha misturada nos caldos dos legumes. dos peixes, de crustáceos, com o caldo grosso e temperado da galinha de cabidela com a pimentas frescas , também nativas. Pode também se misturar com mel de engenho ou o melado, com açaí, ser uma bebida artesanal acrescida de água e açúcar, o “chibé”, e ser ainda como o mais tradicional acompanhamento do churrasco de fogo de chão, entre tantos. Sem dúvida a identidade das comidas, das peculiaridades de cada ingrediente e receita marcam as escolhas e as propriedades encontradas na exclusividade do sabor, da forma, das indicações de uso culinário. Porque a receita e a técnica culinária unem-se no entendimento pleno. funcional e de memória que traz cada ingrediente nas suas cores, texturas, odores, quantidades, organizações nos pratos, também indicadores de leituras estéticas. Porque comer é um ato amplo e diverso, peculiar, necessitando das linguagens e dos sentidos, visto que comer é uma atitude, um encontro com referências, com as mais profundas interações entre a cultura e a pessoa. As comidas são apresentadas envoltas em folhas, sobre esteiras, em louça de barro, em gamela de madeira, em compoteira de vidro, para se comer de mão, com talheres, com o rigor dos tabus alimentares, das regras religiosas das festas que indicam o que comer porque é festa e assim a festa só será festa se as comidas traduzirem os símbolos revividos em cada ritual de comensalidade Diante de tantos acervos, com as muitas diferenças regionais pelos biomas, pelas ocupações etnoculturais, pelos interesses comerciais pode-se viver as escolhas dos ingredientes, do que comer, como comer, estabelecendo os sentidos do que chamamos por “soberania alimentar”.

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