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Cultura e história

“O Grande Circo Místico”: Cacá Diegues decepciona em retorno ao cinema após hiato 12 anos

*Houldine Nascimento A fria recepção no Festival de Cannes, em maio deste ano, quando foi exibido fora de competição, já era um indicativo sobre o resultado de "O Grande Circo Místico", novo filme de Cacá Diegues, que retorna ao cinema após hiato de 12 anos. Para construir a produção escolhida pelo Brasil para lutar por uma vaga no Oscar em 2019, ele toma como ponto de partida o poema homônimo de seu conterrâneo, o alagoano Jorge de Lima. Os personagens do texto que lhe serviu de base estão ali. A trama perpassa por cinco gerações da família Knieps, dedicada ao circo. Cacá Diegues vai numa direção contrária do que se espera de um filme com o universo circense como fio condutor. A magia e o encantamento dão lugar à melancolia e à degradação do ser humano em diversos níveis. Não por acaso, o centenário circo que integra a história vai esvaziando com o passar do tempo e, na mesma proporção, o filme perde força. O desfecho sem propósito sacramenta o desapontamento causado pelas opções que a direção toma e abre espaço para suscitar acusações de machismo. Uma das cenas exibe por quase cinco minutos uma dupla feminina nua em diversos ângulos. É como se Cacá, tão – e merecidamente – festejado no audiovisual brasileiro, estivesse preso a ideias dos anos 1980, anacrônicas portanto. Se serve de consolo, os pontos altos estão na fotografia de Gustavo Habda e na música, esta assinada por Chico Buarque e Edu Lobo. A história, inclusive, já tinha sido musicada pela dupla em um balé bem sucedido de 1983. Vários temas acabam ganhando uma releitura neste longa, que, sem dúvida, é o melhor trabalho de Cacá quanto à estética. Também há alguns personagens que chamam atenção, como a Agnes/Beatriz de Bruna Linzmeyer e a sofrida Margarete de Mariana Ximenes. As duas atrizes entregam boas interpretações. Mas outros atores entram e saem sem deixar marcas, revelando deficiências do roteiro e da própria direção. A situação mais gritante é a do português Nuno Lopes, que mal tem uma fala. O elenco ainda reúne nomes como Juliano Cazarré, Antônio Fagundes e Jesuíta Barbosa, o qual encarna Celavi, figura-chave e responsável por conduzir a narrativa. O caso de Diegues é semelhante ao que acometeu Arnaldo Jabor em "A Suprema Felicidade" (2010), quando o diretor carioca de sucessos como "Toda Nudez será Castigada" e "Tudo Bem" voltou a realizar longas depois de parar por 24 anos. A extensa pausa contribuiu para que ambos "perdessem a mão". Uma pena porque "O Grande Circo Místico" era um dos projetos mais ambiciosos de Cacá. Com isso, o Brasil deve ficar (com justiça) mais um ano fora da disputa pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. *Houldine Nascimento é jornalista **Visto como cortesia no UCI Kinoplex Shopping Recife em 20 de novembro de 2018  

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Pátio de São Pedro recebe Terça Negra especial neste Dia da Consciência Negra (20)

Tradicionalmente realizada pelo Movimento Negro Unificado, com apoio da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura, da Fundação de Cultura Cidade do Recife e do Núcleo da Cultura Afro-brasileira, a Terça Negra está sendo realizada em quatro edições neste mês de novembro, e não apenas uma vez no mês como de costume. Amanhã (20), Dia da Consciência Negra, as celebrações no Pátio de São Pedro terão início ainda pela manhã e só serão encerradas a noite. Na programação: Feira Afroempreendedora, serviços de saúde, oficinas e shows. Promovendo um verdadeiro desfile de tradições e celebrações de matriz africana, a programação de amanhã será concebida com a participação das secretarias de Turismo, Esportes e Lazer e de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos. De manhã, a partir das 9h, o Pátio de São Pedro recebe a Feira Afroempreendedora, além de serviços de saúde, como distribuição de preservativos, aferição de pressão e glicemia, vacinação, teste rápido de sífilis, hepatite e HIV, Reiki e auriculoterapia. Às 9h e às 10h, vai ter oficina de dança afro e de contação de história. Das 11h20 às 12h e das 14h às 15h, o microfone estará aberto para o público presente. Às 15h, uma roda de diálogo sobre o papel do hip hop no fortalecimento da identidade da população negra reunirá Zé Brown e Jouse Barata. Na Casa do Carnaval, às 14h30, será ministrada a oficina Juventude Participa. Mais cedo, às 14h, haverá exibição de filmes no Memorial Chico Science. E, às 15h, no Núcleo Afro, serão ministradas oficinas sobre cuidados com cabelos cacheados e crespos e de maquiagem para peles negras. A tarde termina com a apresentação do Maracatu Linda Flor, às 17h. Mais tarde, às 19h, começa a Terça Negra propriamente dita, que abrirá, como de costume, com capoeira. Depois, subirão ao palco montado pela Prefeitura do Recife as bandas Tambor Falante, Lamento Negro e Lucas & Orquestra dos Prazeres. A celebração à cultura afro-brasileira só acaba na Terça Negra do dia 27, com capoeira e outros grandes shows de Massapê, Faces do Subúrbio e Marlevou. A festa a céu aberto, naquele importante cenário da história e da cultura pernambucana, é gratuita e aberta ao público. A primeira edição da Terça Negra do mês de novembro ocorreu no último dia 6, depois a festa seguiu no dia 13. Confira a programação completa: Dia 20 – Dia da Consciência Negra 9h às 18h - Feira Afroempreendedora e serviços de saúde (distribuição de preservativos, aferição de pressão e glicemia, vacinação, teste rápido de sífilis, hepatite e HIV, Reiki e auriculoterapia) 9h - Oficina de Dança Afro com Paulo Queiroz 10h – Contação de história – Roma Julia 10h – Olha! Recife – Bairro de Santo Antônio 11h20 às 12h – Microfone aberto 14h às 15h – Microfone aberto 15h – Roda de diálogo o sobre o Papel do Hip Hop no fortalecimento da identidade da população negra, com Zé Brown e Jouse Barata 17h – Maracatu Linda Flor Casa do Carnaval 14h30 - Oficina Juventude Participa Memorial Chico Sciense 14h – Exibição de filmes que abordam a questão racial – UNEGRO Núcleo da Cultura Afro-brasileira 15h - Oficina sobre cuidados com o Cabelo crespo e cacheado e maquiagem – Félix Oliveira Maquiagem para pele Negra com Gênesis Terça Negra 19h – Capoeira 20h – Tambor Falante 21h - Lamento Negro 22h – Lucas & a Orquestra dos Prazeres Dia 27 Terça Negra 19h – Capoeira 20h – Massapê 21h – Faces do Subúrbio 22h - Marlevou

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Se eu fosse eu

Martha Medeiros escreveu uma crônica, em 2000, fazendo menção a Clarice Lispector que também escreveu a respeito em 1968. A ideia original é de Clarice. Martha copiou. Clarice fez o perturbador e intrigante exercício de refletir sobre o que ela faria se fosse ela mesma. Martha também. Agora faço eu. Porque umas das coisas que eu faria se eu fosse eu mesmo, era copiar uma boa ideia sem ter vergonha de copiá-la. Sobretudo uma ideia genial. Então, neste momento, estou sendo eu mesmo. Se eu fosse eu, trabalharia apenas quatro dias da semana e dedicaria os outros três ao ócio. Não o ócio qualquer, mas o criativo, enaltecido na obra de Domenico De Masi. Usaria calça jeans e camiseta. Abandonaria terno e gravata. Assistiria mais a documentários do que a filmes. Nas reuniões, substituiria a xícara de café por uma taça de vinho. Uma para cada reunião. Mesmo nos dias com mais de cinco reuniões. Se eu fosse eu, elogiaria a beleza feminina, em alto e bom som, e não me preocuparia se iriam me interpretar como assediador. Acordaria somente quando o sono cessasse. Não abriria mão de sobremesas no almoço. Peidaria em qualquer ambiente. Moraria numa casa e não em apartamento. Criaria cachorros. Beijaria minha mãe todos os dias. Se eu fosse eu, não juntaria dinheiro e pararia de me preocupar com o futuro dos outros. Faria churrasco dia sim, dia não. Me dedicaria mais a escrever do que a advogar. Faria aula de canto. Diria na cara de quem não gosto que não gosto. Conversaria abertamente sobre todas as minhas fraquezas e defeitos, sem me preocupar com imagem, rótulos ou conceitos. Se eu fosse eu, viajaria sozinho quando bem entendesse. Não esconderia qualquer sentimento: raiva, paixão, ódio, amor, afeto. Opinaria sobre tudo nas redes sociais. Compraria uma vespa. Esmurraria políticos corruptos em encontros sociais, utilizando-me covardemente do elemento surpresa. Mandaria à merda meia dúzia de chatos. Tiraria um período sabático, por um ano, pensando no que deveria fazer na segunda metade da vida que me resta. Se eu fosse eu, dedicaria metade do dia ao meu filho, Joaquim, e desligaria o celular durante esse período. Faria turismo futebolístico pela Europa, durante três meses seguidos, somente assistindo a jogos e bebendo cerveja até cair. Diria a um ingrato o quanto ele foi ingrato comigo (sei que você está lendo isso, seu ingrato!). Mas lhe diria o quanto foi importante na minha vida. Estudaria psicanálise. Andaria a pé, por aí, sem destino. Eu só não sei se aguentaria ser eu mesmo o tempo todo. Minha vida seria um inferno, creio eu. E este ser que ora crer, sou eu mesmo. Porque toda crença vem de mim, inobstante se exteriorizar apenas aquele que, insistentemente, faz morada em mim, mas que no fundo não reflete quem verdadeiramente sou.

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10 fotos da Praça da República Antigamente

No dia em que comemoramos a Proclamação da República, a coluna Pernambuco Antigamente publica uma série de 10 fotos da Praça da República, no Recife. Selecionadas do acervo da Villa Digital, as imagens destacam a vegetação e a beleza dos prédios do entorno dessa praça histórica do Recife, como o Palácio do Campo das Princesas, o Teatro Santa Isabel e o Palácio da Justiça. Clique nas fotos para ampliar a imagem. Vista da Praça para o Teatro Santa Isabel em 1901 (segundo descrição do Acervo Josebias Bandeira) Vista da Praça da República em 1905, segundo o acervo Manoel Tondella Postal da Praça em 1908   Praça da República em 1920, com vista para o Prédio do Tesouro do Estado Destaque para arborização em frente ao Palácio do Campo das Princesas Estátua do Conde da Boa Vista Destaque para o Baobá, em 1940, na foto do Acervo Benício Dias   Destaque da Praça nas proximidades do Palácio da Justiça Fonte Luminosa Vista aérea da praça *Faça sugestões de posts ou mande suas fotos antigas da cidade para o e-mail: rafael@algomais.com

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Recife terá primeira feira de literatura infantil

Criança não deixa a literatura de lado nem na crise! O segmento infantojuvenil foi o único que não entrou na estatística da retração de 21% que o mercado editorial nacional sofreu ano passado. Por si só, essa já seria uma forte justificativa para uma feira voltada exclusivamente para o público infantil. De 22 a 25 de novembro será realizada a I Feira da Literatura Infantil (Flitin), na Academia Pernambucana de Letras (APL). O evento, realizado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) em parceria com APL e a Proa Cultural, será gratuito e voltado ao público de 3 a 12 anos. Na programação, além de lançamentos literários, oficinas, animações e mediação de leituras, haverá espaço para outras manifestações culturais como música e teatro. Serão cinco polos que ocuparão os oito mil metros quadrados com eventos simultâneos, além da feira permanente de livros com editoras e livrarias de todo País. A expectativa de público é de 30 mil pessoas. Haverá ônibus gratuitos para escolas de ensino fundamental. Em coletiva de imprensa ocorrida nesta quarta-feira, foi anunciado o tema da feira: “Era uma vez…Minha História”. Trata-se de uma referência a como se iniciam muitas histórias infantis, e ainda insere a criança como protagonista, tanto do evento como da própria vida que está sendo escrita. Na ocasião, o presidente da Cepe, Ricardo Leitão, falou do investimento da editora pública estadual no segmento infantojuvenil. “A Cepe é a editora que mais edita livros infantis em Pernambuco e no Nordeste. Além disso, temos um prêmio literário voltado apenas para esse público, o Prêmio Cepe Nacional de Literatura Infantojuvenil”, declara Leitão. O presidente ainda destacou como objetivo da feira discutir o conteúdo da literatura infantil na educação dos pequenos. O catálogo da editora pública voltado a esse segmento chega a 53 títulos, muitos deles premiados. Já Maria Chaves, da Proa Cultural, mencionou o potencial transformador que a leitura tem sobre as crianças, “gerando cidadãos críticos”, pontua a produtora. A presidente da APL, Margarida Cantarelli, falou da importância de aproximar o público infantil da academia. “É uma oportunidade de contato com a leitura, o que é papel da academia. No nosso museu teremos apresentação adequada ao público infantil”, declarou Margarida. Também parceira da feira, a Fundarpe, representada pelo coordenador de Literatura José Jaime, entrará com duas ações. Uma delas chama-se “Livros Livres”, que se propõe a ‘libertar livros’ desde 2011, uma vez por mês, em todos os cantos do Estado. “Deixaremos livros em lugares da feira para que as pessoas peguem, leiam e depois devolvam”, explica Jaime. Já o “Escambo de Livros” leva um estande e propõe a troca de livros em bom estado que não sejam nem didáticos, nem religiosos. I Feira da Literatura Infantil – Flitin Tema: Era Uma Vez...Minha História Quando: 22 a 25 de novembro Horário: 9h30 às 20h (quinta e sexta-feiras) e das 9h30 às 17h (sábado e domingo) Local: Academia Pernambucana de Letras (APL) Endereço: Avenida Rui Barbosa, 1.596, Graças Entrada franca PROGRAMAÇÃO QUINTA-FEIRA (22/11) - ANCESTRALIDADE 9h30 às 20h – Feira de Livros POLO LETRAS MIÚDAS 9h às 11h – Oficina Galeria Reciclada (oficina de pintura e montagem de peças feitas com papel reciclado) 14h às 15h - Oficina Galeria Reciclada SALA DE PROJEÇÃO 10h às 10h30 - Sessão de filme de animação 15h às 15h30 - Sessão de filme de animação AUDITÓRIO 11h - Cerimônia de abertura da Flitin 2018 - Apresentação do grupo Meninos do Batuque (Garanhuns) 16h - Apresentação teatral “O Pequeno Príncipe Preto” (Pé de Vento Produções -RJ) POLO OUTRAS PALAVRINHAS 14h30 às 15h30 - Mediação de Leitura - “Histórias do meu povo”, com Roma Júlia (Contação de histórias com livros de temática afro-brasileira e africana com o objetivo de valorizar autores e personagens negras) SEXTA-FEIRA (23/11) - SONHOS E IDEIAS TRANSFORMADORAS 9h30 às 20h – Feira de Livros POLO LETRAS MIÚDAS 9h30 às 10h30 – Oficina Galeria Reciclada (oficina de pintura e montagem de peças feitas com papel reciclado) 14h às 15h - Oficina Galeria Reciclada 16h às 17h - Oficina de Palhaçaria - “Ao amanhecer, brincar”, com Marcelo Oliveira SALA DE PROJEÇÃO 10h às 10h30 - Sessão de filme de animação 15h às 15h30 - Sessão de filme de animação POLO OUTRAS PALAVRINHAS 10h às 11h - Mediação de leitura - Livro Um Novo Abraço (Cepe Editora), com grupo Tapete Voador 14h30 às 15h30 - Bate-papo com Cleyton Cabral (O Menino da Gaiola - Funcultura) SÁBADO (24/11) - HERANÇAS E TRADIÇÕES 9h30 às 20h – Feira de Livros SALA DE PROJEÇÃO 10h às 10h30 - Sessão de filme de animação 15h às 15h30 - Sessão de filme de animação AUDITÓRIO 10h às 12h - Seminário Flitin: “A produção literária para a infância no Brasil” - participação de Sueli Cagneti (autora e crítica literária), Wellington de Melo (editor da Cepe) e Renata Penzani (Lançamento do livro A coisa brutamontes - Cepe Editora) 14h às 16h - Seminário Flitin: “A leitura como ferramenta de transformação social” POLO LETRAS MIÚDAS 11h - Apresentação teatral - “As aventuras de Mané Gostoso” (Cia. Meias Palavras - PE) 17h - Apresentação teatral - “Histórias da Caixola (Coletivo Tear - PE) POLO OUTRAS PALAVRINHAS 14h às 15h - Mediação de leitura - Livro Pequeninas histórias de gente pequenina (Cepe Editora), de Xico Bezerra-PE 15h às 16h - Mediação de leitura - Livro Dianimal (Cepe Editora), de Alexandre Revoredo 16h às 17h - Lançamento do livro Pedrinho e a chuteira da sorte (Cepe Editora), de Marcelo Cavalcante DOMINGO (25/11) - DESPRINCESAMENTO 9h30 às 17h – Feira de Livros POLO LETRAS MIÚDAS 9h30 às 11h - Oficina de Musicalização com Cacau da Mini Rock! POLO OUTRAS PALAVRINHAS 10h às 11h - Bate-papo com a autora Débora Seabra sobre o livro Débora conta histórias (Alfaguara) 11h às 12h - Mediação de leitura - Lançamento do livro Uma Festa na Floresta (Cepe Editora), com presença da autora, Lêda Selaro, e grupo Tapete Voador 14h às 16h - Oficina de Desprincesamento com a jornalista Cláudia Bettini (Rádio Matraquinha/ Corujices) SALA DE PROJEÇÃO 14h às 16h -

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Vivenciar a cultura negra por meio do turismo de impacto social gera renda e empoderamento

Vivenciar a cultura negra por meio de roteiros turísticos, hospedagens e experiências culturais é a proposta da Diaspora.Black. Em Salvador, o viajante pode conhecer locais históricos e memoriais do Candomblé. Na Chapada Diamantina, conhecer o polo do garimpo baiano, onde se extraíam diamantes no Período Colonial. Em Paraty, no Rio de Janeiro, conhecer os sabores e ritmos vindos da África no Quilombo do Campinho. Essas são algumas das experiências oferecidas pela plataforma brasileira que reúne anfitriões e viajantes interessados no turismo de impacto social – que promove cultura e lazer ao mesmo tempo em que gera impacto econômico positivo. No mês dedicado à memória e à cultura negra, a startup Diaspora.Black promove em quatro Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia)) roteiros e experiências turísticas exclusivas de valorização da cultura afro-brasileira. Uma curadoria criteriosa escolheu algumas das principais atrações em cidades como Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo – algumas das opções foram desenhadas especialmente para o período, com venda exclusiva pela startup de impacto social. Com operadores locais e ampla experiência em roteiros diversificados, a plataforma propõe aos usuários uma vivência imersiva e afetuosa em diferentes segmentos da cultura negra – as matrizes religiosas, as comunidades tradicionais quilombolas, roteiros guiados pela cidade e festivais de culturas populares. Com roteiros selecionados com foco no turismo de base comunitária e impacto social, a startup promove mais de 10 circuitos de imersão cultural. A proposta a visibilidade das manifestações tradicionais, associada à geração de renda que permita a preservação do legado dessas comunidades. “Viver a cultura negra é a melhor forma de manter vivo o legado das manifestações culturais! Em novembro, celebramos o mês da Consciência Negra com um amplo leque de experiências para serem vividas por todos os que buscam valorizar a matriz afro-brasileira da nossa cultura!”, afirma Carlos Humberto da Silva Filho, sócio-fundador da Diaspora.Black. Além das experiências culturais, a startup conta também com uma rede consolidada de hospedagens, sejam na casa dos anfitriões cadastrados ou na rede comercial certificada para atendimento sem preconceito. “Os integrantes atuam como pontes para referências culturais em suas cidades. E na plataforma, eles encontram serviços e benefícios reunidos com o propósito comum de valorização da cultura negra”, explica André Ribeiro, co-fundador da startup residente na Estação Hack, em São Paulo - o primeiro centro de inovação do Facebook no mundo. Turismo como catalizador econômico para a comunidade negra A Diaspora.Black acredita que o fomento ao turismo é um grande catalisador da circulação econômica na comunidade negra. A startup reúne em uma única plataforma iniciativas e serviços focados na cultura negra em diferentes cidades para aproximá-las de viajantes. A rede está presente em mais de 100 cidades e 18 países, como Argentina, Estados Unidos, Portugal, Itália, França, Guiné Bissau, Cabo Verde, Moçambique e Angola.Nessas cidades, a rede promove a oferta de acomodações compartilhadas e experiências turísticas imersivas, como roteiros e vivências guiados em quilombos e diversos locais de memória e cultura negra. Cerca de 4 mil integrantes estão conectadas na rede, que é aberta a todas as pessoas interessadas em conhecer a riqueza da cultura negra. “Os anfitriões atuam como pontes para referências culturais em suas cidades. E na plataforma, os integrantes encontram serviços e benefícios reunidos com o propósito comum de valorização da cultura negra”, explica André Ribeiro, cofundador da startup.A rede interativa permite que viajantes e anfitriões conversem, encontrem interesses comuns e ainda avaliem ou sugiram espaços e ofertas disponíveis na rede. Com um modelo de negócio voltado para o impacto social positivo, a Diaspora.Black proporciona a ativação econômica na comunidade negra. A negociação de hospedagem domiciliar e a oferta de serviços turísticos promove a geração de renda para os afroempreendedores, especialmente as mulheres negras. Entre os anfitriões, 74% são mulheres negras, de 25 anos a 44 anos, que têm um aumento de até 30% na geração de renda com a oferta de acomodações compartilhadas. Entre os clientes, 16% são estrangeiros vindos de países como Itália, França e Estados Unidos. As hospedagens compartilhadas têm tíquete médio de R$ 80, mas podem chegar a R$ 350, no caso de uma ilha exclusiva em Angra dos Reis, por exemplo. São os sentidos de pertencimento, valorização identitária e promoção da igualdade que norteiam a relação entre a Diaspora.Black e seus integrantes. “A plataforma também articula roteiros históricos, vivências em quilombos e centros culturais para divulgar o turismo de experiências autênticas”, afirma Antonio Pita, um dos empreendedores. “Nós damos visibilidade às iniciativas e facilitamos o acesso de turistas que buscam conhecer, valorizar e preservar essa memória”, detalha. Diáspora negra fortalecida pelo turismo Em 2018, a startup também passou a qualificar profissionais e certificar empresas do setor de turismo para o atendimento de excelência à população negra. Com metodologia exclusiva e alinhada às diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU), o Selo Diaspora.Black realiza treinamento profissional e planejamento de boas práticas de diversidade para redes hoteleiras, companhias aéreas, agências e empresas do setor. “É comum nos hotéis sermos vistos com desconfiança e sofrermos algum tipo de discriminação. A certificação é uma forma de qualificar as empresas para atuar de forma ativa e socialmente responsável frente às situações recorrentes e construir um plano de ação pró-diversidade”, avalia Carlos Humberto da Silva Filho, empreendedor da startup. De acordo com uma pesquisa conduzida pela Universidade de Harvard, os negros têm 16% menos chances de serem aceitos ou receberem hóspedes via plataformas de turismo. Os levantamentos indicam que os algoritmos restringem a visibilidade de anunciantes negros, mesmo em bairros e cidades de maioria negra - o que favorece a concentração de renda e a exclusão econômica em plataformas colaborativas. Uma experiência negativa foi justamente o que impulsionou Carlos Humberto a criar a Diaspora.Black. Morador do bairro de Santa Teresa – um dos mais procurados pelos turistas que visitam o Rio de Janeiro – o empreendedor viu nos sites de acomodação compartilhada uma oportunidade de incrementar a renda, mas a experiência não foi como esperava. “Uma das situações mais incisivas foi a de um casal estrangeiro que chegou, me conheceu e

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‘Sobre a escrita criativa II’ conta experiências e ensina técnicas de produção literária

Inspiração para novos e velhos escritores, técnicas para a produção literária e experiências de quem vive o trabalho de tecer em palavras grandes e boas histórias. A reflexão sobre o processo criativo é a motivação do livro “Sobre a escrita criativa II”. A publicação lançada recentemente foi editada pela Raio de Sol e coordenada pela escritora Patricia Gonçalves Tenório. Em uma leitura leve e instigante, o livro reúne textos de 25 escritores pernambucanos e gaúchos sobre o fazer literário. O livro traz desde técnicas e dicas mais objetivas, como revelações mais pessoais dos escritores convidados à contribuir com a publicação. A coletânea trata de temas como personagens, memória, inspiração, entre outros. A escolha dos autores se deu a partir do grupo de Estudos em Escrita Criativa realizados pelo professor Assis Brasil, que foi orientador de doutorado de Patrícia na PUCRS. Essas reuniões acontecem no Recife e Porto Alegre. “Temos recebido escritores incríveis nesse percurso e tido contato com produções surpreendentes. Por isso, decidi, mais uma vez, reunir essas contribuições riquíssimas ao fazer literário”, explica a escritora, lembrando que o primeiro volume da coletânea foi lançado na última Bienal do Livro de Pernambuco, em 2017.   A obra não apenas fala sobre a escrita literária como é muito bem costurada, trazendo os sentimentos e o percurso dos autores ao longo de suas trajetórias de crescimento enquanto escritores. Relatos de grande valia principalmente para aqueles que pensam em se aventurar pelo caminho da literatura. O jornalista Adriano Portela, por exemplo, conta sobre suas angústias e inspirações para produzir seu primeiro livro - acompanhado de inúmeras leituras antes de ser concluído e publicado - e apresenta alguns dos portos atracados por ele na sua viagem da construção literária (a técnica e a literatura nacional) até chegar ao terminal marítimo (a sala do sentar e escrever). Com prefácio assinado por Bernardo Bueno e projeto gráfico de Jaíne Cintra, a publicação reúne textos de: Adriano Portela, Alexandra Lopes da Cunha, Amilcar Bettega, Andrezza Postay, Annie Müller, Antonio Ailton, Bernadete Bruto, Camilo Mattar Raabe, Dabiel Gruber, Elba Lins, Fernando de Mendonça, Fred Linardi, Gisela Rodriguez, Gustavo Melo Czekster, Guilherme Azambuja Castro, Lourival Holanda, Luiz Roberto Amabile, Luiz Antonio de Assis Brasil, Maria do Carmo Nino, María Elena Morán, Patricia Gonçalves Tenório, Paulo Ricardo Agelini, Ricardo Timm de Souza e Tiago Germano. A organizadora – Patricia Gonçalves Tenório (Recife/PE, 1969) escreve prosa e poesia desde 2004 e tem onze livros publicados, com premiações no Brasil e no exterior, entre elas, Melhor Romance Estrangeiro (2008) por “As joaninhas não mentem”, e Primo Premio Assoluto (2017) por “A menina do olho verde”, ambos pela Accademia Internazionale Il Convivio (Itália); Prêmio Vânia Souto Carvalho (2012) da Academia Pernambucana de Letras (PE) por “Como se Ícaro falasse”, e Prêmio Marly Mota (2013) da União Brasileira dos Escritores (RJ) pelo conjunto da obra. Mestre em Teoria da Literatura pela UFPE e doutora em Escrita Criativa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

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Teatrando! leva história, aventura e música para o Teatro de Santa Isabel

Existem várias maneiras de contar e preservar a história da humanidade. Nesta terça-feira (13), duas das mais antigas se encontram, no Teatro de Santa Isabel, dentro da programação do projeto Teatrando!, idealizado pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, e executado pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão – IDG, com patrocínio do Santander, através da Lei Rouanet. A partir das 15h, o teatro, a música e a tradição oral popular convidam os recifenses a participar de uma programação gratuita e intensa. A primeira atividade do dia será o Proscenium!, mistura de visita, jogo e espetáculo, que conduz os participantes pelos cômodos e pelos quase dois séculos de história do Teatro de Santa Isabel, uma das mais antigas e bonitas casas de espetáculos do país. O elenco que conduz a visita é formado pelos atores Alexandre Sampaio, Bruna Luiza Barros, Douglas Duan, Ellis Regina, Kadydja Erlen, Luciana Lemos, Paulo de Pontes e Rafael Dyon, que contam e inventam histórias sobre o Santa Isabel, além de proporem desafios para o público resolver. O roteiro é de Analice Croccia, Célio Pontes e Quiercles Santana e a direção geral leva as assinaturas dos dois últimos: Célio Pontes e Quiercles Santana. Para participar, basta ter mais de 10 anos e fazer a inscrição prévia pelos telefones 3355-3323 ou 3355-3324. Gratuitas, as visitas são oferecidas toda terça-feira, desde março até o fim deste mês. Às 19h, a programação vai misturar música e tradição popular, com a apresentação do espetáculo Cantorias do Interior para o Mar, dos “cantautores” Publius e Tonino Arcoverde, com entrada gratuita. Inspirado nos brinquedos populares e na poesia do escritor Alberto da Cunha Melo, os músicos Publius e Tonino prometem devolver a esperança aos corações aflitos por meio da música e da sabedoria da cultura popular.

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Inscrições rupestres são foco da exposição “Simbologia da Gruta da Memória”

Registros pré-históricos são inspirações do multiartista Carlos Vasconcelos na exposição “Simbologia da Gruta da Memória”,  lançada na última quarta (dia 07) e que segue até o dia 30 de novembro, trazendo em evidência a arte rupestre, representações artísticas de povos antigos, que fascinam a humanidade desde sua descoberta há séculos atrás. “Inscrições ou arte rupestre sempre me fascinaram, desde minha infância quando me foi dado meu primeiro patrimônio cultural: a enciclopédia Larousse, afinal, na minha infância não tinha buscador do Google. E dentre aqueles doze livros, grandes, grossos e pesados; O de artes, arquitetura, biologia, pré-história, história e geografia eram meus bons companheiros. Nestes volumes processei um dos maiores conceitos de encanto pela arte, como as fantásticas inscrições da gruta de Lascaux, na França, seguindo-se as imagens da caverna de Altamira na Espanha; uma criança que sonhava em ser artista na pré-histórico”, lembra o multiartista pernambucano Carlos Vasconcelos que concretiza o último projeto artístico antes do ano encerrar. Toda essa fascinação que estimulou o artista sempre encantou estudiosos, pesquisadores e curiosos a visitarem sítios históricos na França, Espanha, Portugal, Itália, Alemanha e diversos outros países na Europa em busca daqueles mais conhecidos e estudados. No Brasil, temos nossos próprios registros arqueológicos e um dos mais importantes ganha destaque nesse novo projeto “Simbologia da Gruta da Memória”, que se inspirou na Pedra do Ingá, localizada no oeste da Paraíba, e que é considerado o primeiro monumento arqueológico tombado como patrimônio nacional em 1944. Esse pequeno distrito de Pedra Lavrada, no agreste paraibano, guarda em seus 24m de comprimento e 3,8m de altura de área um enigma que nem pesquisadores conseguem decifrar nessa formação rochosa a 46km de Campina Grande e a 109km de João Pessoa. “Recentemente encontrei em meus arquivos imagens de um estudo cuidadoso, que realizei da Pedra do Ingá, no estado da Paraíba, que está entre as artes rupestres mais estudadas e celebradas, que chegaram a nosso tempo. E isso foi decisivo para interpretar; copiar nunca! E trazer a tona toda simbologia na gruta da minha memória”, comenta Carlos. E sua motivação reforça a versatilidade da arte e a importância desta formação rochosa que traz símbolos, sulcados e esculpidos com apurada técnica na enorme pedra, que lembram figuras humanas e animais, linhas onduladas que remetem o movimento das águas, e ainda contornos curvilíneos, círculos pendulares e formatos cônicos. E são nesses detalhes em contornos e cores que o experiente desenhista, fotógrafo, escultor e diretor de arte e criação se inspirou para criação de 14 esculturas exclusivas no tom bege luminoso, o marrom e preto para uma construção de semelhança e harmonia com o real. Um trabalho minucioso de interpretação que congrega um longo processo de acompanhamento da região do multifacetado artista, que fecha com o lançamento de “Simbologia da Gruta da Memória” o ciclo de trabalho do seu Centro Cultural de Criação em 2018. Atuando há décadas em diversos campos da arte, o multiartista pernambucano Carlos Vasconcelos abre mais uma vez as portas do espaço para a mostra “Simbologia da Gruta da Memória”, que fica em cartaz no Centro Cultural de Criação até o dia 30 de Novembro, com visitas agendadas por email (carlosvasconcelosfoto@gmail.com) ou pelo whatsapp (81) 9.9925-1314. O espaço fica na Rua dos Medicis, 30 AP-406, na Boa Vista, e os interessados também podem conhecer mais do trabalho do multiartista, que atua há mais de três décadas em várias frente, pelo site https://carlosvasconceloscriacoes.com. “Como realizamos diversas atividades distintas no Centro, que também abriga workshops e oficinas, receberemos o público em visitas agendadas, para manter a dinâmica do espaço, que é voltado a eventos culturais disponibilizados aos amantes da arte”, completa Carlos Vasconcelos. SERVIÇO MOSTRA “SIMBOLOGIA DA GRUTA DA MEMÓRIA” Quando: Até 30 de novembro Onde: Centro Cultural de Criação (Rua dos Medicis, 30 AP-406, na Boa Vista) Visitas: Agendadas de segunda a sexta pelo email carlosvasconcelosfoto@gmail.com) ou pelo whatsapp (81) 9.9925-1314 Mais informações: site https://carlosvasconceloscriacoes.com

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“Central do Brasil” ganha sessão especial com debate no 11º Janela de Cinema do Recife

*Por Houldine Nascimento Lançado há 20 anos, o filme “Central do Brasil” é um marco no período que ficou conhecido como “retomada do cinema brasileiro”, após os anos de baque que o governo Collor proporcionou com a ausência de políticas públicas que incentivassem o audiovisual do País. Uma cópia restaurada em 4k do longa-metragem de Walter Salles Jr. vai ser exibida dentro do programa de clássicos do 11º Janela Internacional de Cinema do Recife, neste sábado (10), às 18h50 (horário local), no Cinema São Luiz. Ao final da sessão, um debate ocorre com a presença do ator Vinícius de Oliveira, que viveu o garoto Josué, um dos protagonistas da trama, ao lado da professora aposentada Dora (Fernanda Montenegro). A restauração de “Central do Brasil” integra as comemorações do aniversário de lançamento e vai resultar em uma nova edição em DVD no mês de dezembro. Antes do Janela, o filme também foi exibido na 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e no 20º Festival do Rio. TRAJETÓRIA - Entre 1998 e 1999, “Central do Brasil” teve uma notória carreira em festivais e premiações de cinema do mundo, além de ter feito sucesso no circuito comercial. Ao todo, foram 50 prêmios: destaque para o Urso de Ouro no Festival de Berlim e o troféu de Melhor Atriz para Fernanda Montenegro. O longa recebeu o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Bafta e no Globo de Ouro – em que Fernanda Montenegro também foi nomeada à estatueta de Melhor Atriz de Drama. No Oscar, foi indicado às categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz, o que causou grande repercussão à época. *Houldine Nascimento, especial para a Revista Algomais

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