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Cultura e história

Cepe dedica três lançamentos ao teatro pernambucano

Teatrólogo, dramaturgo, escritor, crítico literário, jornalista… Hermilo Borba Filho (1917-1976) foi tantos que as comemorações pelo centenário de seu nascimento - completado ano passado - ainda acontecem, um ano depois, para dar conta das homenagens! Uma delas, preparada pela Cepe Editora, é o lançamento de três publicações que se debruçam sobre a vida e a obra do teatrólogo de Palmares. Destaque para o inédito ensaio 'Teatro Popular do Nordeste, o palco e o mundo de Hermilo Borba Filho', de Luís Reis. Também serão reeditados o romance 'Sol das Almas' e o álbum de contos 'Dez Histórias do Nordeste sobre dez desenhos de José Cláudio', ambos escritos por Hermilo, tendo sido a segunda publicação ilustrada pelo artista pernambucano. O evento de lançamento ocorre dia 17 de julho, no Museu do Estado, às 19h. No ensaio de Luís Reis, o leitor conhece a trajetória do Teatro Popular do Nordeste (TPN), que se mistura com a do próprio Hermilo, um de seus fundadores e líderes, assim como do  Movimento de Cultura Popular (MCP), e integrante do Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP). Para mostrar tudo isso, a obra de Reis traz, a cada início de capítulo, cartas dirigidas a atores e, ao final, fotografias das peças encenadas no palco, além de croquis de figurinos, distribuídos em 232 páginas. É a partir dos registros do teatrólogo, portanto, que Reis baseia sua narrativa sobre o TPN, que estreou em 1958 no palco do democrático Teatro do Parque com a peça A pena e a lei, de Ariano Suassuna. O autor armorial foi o grande parceiro de criação de Borba no TPN, como também a esposa e atriz Leda Alves. “O teatro é mais do que uma arte de comunidade, é uma arte de comunhão”, disse certa vez Hermilo, natural de Palmares, município da Mata Sul de Pernambuco. Com o objetivo de tornar o teatro uma cultura popular no sentido de feita para o povo, o grupo realiza montagens inspiradas em autores ocidentais clássicos como Molière, Gil Vicente, Goldoni, Schiller e Goethe, e também nas encenações dramáticas e espontâneas nordestinas como o bumba meu boi e o mamulengo. A ideia, como diz o autor, é “tentar levar toda essa cultura teatral ao povo, a fim de instruí-lo, de aprimorá-lo como consumidor de arte”. Se nos palcos a proposta do teatrólogo era usar a arte como ferramenta crítica da realidade, na literatura ele se entrega à “liberdade imaginativa encontrada nas fábulas do povo nordestino. Diferentemente de suas encenações, seus contos e seus romances trazem uma extravagante presença do erotismo, da sexualidade”, define Reis. O contraponto do sexo com a religião também é muito presente no romance Sol das Almas (272 páginas), cuja primeira edição foi publicada em 1964. Nesta versão editada pela Cepe, a obra ganha prefácio do escritor Raimundo Carrero, que a define como ‘divina e transcendental’. “Sol das almas se caracteriza, sobretudo, pela força da linguagem, pela densidade psicológica e pela caracterização do personagem”, derrete-se o premiado escritor. Hermilo dá voz ao narrador Jó, um pastor protestante que vive o conflito do ‘pecado da carne’. “(...) sempre tive a certeza de que era um libidinoso. E o que é mais: um hipócrita”, confessa o protagonista ao leitor. Casado com Estela, ele a deseja mas a religião só permite sexo com fins de procriação. Após deparar-se com um livro a descrever atos sexuais, Jó não se conteve. “É a luta eterna entre Deus e o diabo, sendo o coração humano o campo de batalha”, resumiu Carrero.   Arte e Literatura Geralmente é a partir do texto que se cria a  ilustração. No caso de Dez histórias do Nordeste sobre dez desenhos de José Cláudio (60 páginas), essa lógica foi invertida. Nos anos 1970, o já grande amigo de Zé, Hermilo, foi desafiado a escrever contos a partir dos desenhos do artista:  “eu desenho e você ilustra escrevendo”. Assim disse o artista ao escritor, como conta o prefácio da curadora Clarissa Diniz. Publicados pela primeira vez em 1976, os contos de Hermilo não acompanharam as ilustrações de Zé. Como explica o editor da Cepe, Wellington Melo, na apresentação desta nova edição, os tais contos foram anteriormente batizados de Dez histórias da Zona da Mata dentro do livro As Meninas do Sobrado, acrescido de mais 21 contos. “O fato acabou por privar os leitores de um dado importante sobre o conjunto aqui publicado, qual seja, sua gênese a partir do diálogo com os desenhos de José Cláudio”, diz Wellington. A compreensão dos originais agora se faz completa graças à recuperação dos desenhos de José, guardados por Leda Alves durante anos, e depois devolvidos ao artista.  “É na materialidade do texto final que se revela a alquimia, e o gênio de Hermilo se coloca na roda de capoeira com o gênio de José Cláudio”, define Wellington. O álbum ganha edição especial, em formato de pôster, com os desenhos ao lado dos contos.   Mais homenagens Ainda dentro da comemorações do centenário de Hermilo, acontece no dia 18 de julho, no Arquivo Público, uma exposição das crônicas originais publicadas pelo escritor nas páginas de opinião do jornal Diário de Pernambuco, com apoio da Cepe Editora. De 19 a 22 de julho, o Teatro Hermilo Borba Filho contará com programação dedicada ao teatrólogo. Por lá estarão também os livros lançados pela Cepe. E em Palmares, de 24 a 29 do mesmo mês, uma programação de exibição de filmes e palestras ocupará a Fundação da Casa da Cultura Hermilo Borba Filho. Aliás, essa é a primeira fundação de cultura criada no Interior do Estado, em 1983.   Serviço Lançamento dos livros Teatro Popular do Nordeste (TPN), o palco e o mundo de Hermilo Borba Filho (Luís Reis), Sol das Almas (Hermilo Borba Filho), e Dez Histórias do Nordeste sobre dez desenhos de José Cláudio (Hermilo Borba Filho e José Cláudio) Quando: 17 de julho, às 19h Onde: Museu do Estado (Avenida Rui Barbosa, 960, Graças)   Preços: TPN - R$ 50 (livro impresso)/ R$ 20 (E-Book) Sol das Almas - R$

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Bruno Vilela celebra 20 anos de carreira com a exposição Hermes na Amparo 60

No próximo dia 26 de julho, às 19h, o artista Bruno Vilela inaugura a exposição Hermes, na Galeria Amparo 60. A mostra marca tanto os 20 anos de carreira do artista, que está há quatro sem expor no Recife, quanto os 20 anos da galeria, fundada em 1998, cuja primeira sede foi a casa de número 60, na Rua do Amparo, em Olinda. Esta é a primeira exposição em que Vilela integra desenho, pintura, fotografia e estudos, funcionando como uma grande instalação. As obras são costuradas por textos nas paredes, símbolos e ícones ressignificados pelo artista. Para inspirar essa série de trabalhos o artista se lançou numa pesquisa sobre o hermetismo. É por volta de 2.600 a.C. que surgem os primeiros registros do Hermetismo na história. Incorporados pelos egípcios na figura do Deus Toth, Hermes Trismegistos, o três vezes grande, é Mercúrio na mitologia romana. O semideus que tem a capacidade de levar o conhecimento do divino aos homens. “A figura de Hermes aparece até em igrejas católicas. Existe um mosaico da lendária figura numa catedral em Siena. A lenda diz que Hermes passou o conhecimento a Abraão e desde então todas as religiões têm fundamentos nos princípios herméticos. Do hermetismo surge a alquimia e dela os grandes arquitetos e artistas do renascimento que eram alquimistas”, conta Bruno. A grande obra do hermetismo é o Caibalion. Um pequeno livro com pouco mais de 120 páginas que elabora as sete leis herméticas. Na realidade a alquimia é a arte da transmutação. E a tão falada pedra filosofal é o conhecimento que transforma chumbo, pensamentos e sentimentos grosseiros, em ouro, elevação espiritual e iluminação. O hermetismo nada mais é que uma grande ciência, religião e arte, através da qual o homem aprende o caminho para a evolução. Através da pesquisa desses princípios, Bruno Vilela criou obras que revelam visualmente o conhecimento do grande mestre. São pinturas, desenhos e fotografias que surgem de um profundo mergulho no hermetismo. “As escrituras falam que Deus, O TODO, é indizível e incognoscível. A arte tem então a vocação de mostrar justamente o que não se consegue explicar com palavras”, destaca. A figura de Hermes abre a exposição na fotografia de uma escultura numa fonte. Espécie de oráculo que representa a conhecida citação do Caibalion: “Os lábios da Sabedoria estão fechados, exceto para os ouvidos do Entendimento. Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir, então vêm os lábios para os preencher com a Sabedoria.” A segunda obra tem como título mais uma citação do Caibalion: O Todo está em tudo. Tudo está no TODO. Um grande motor numa fábrica, feito de carvão e tinta acrílica, tem uma auréola que sai da sua grande roda. A sacralização e a possibilidade de se ver o criador em qualquer lugar. O grande motor criador do universo. A primeira obra do salão principal é uma fotografia de grande formato da asa de um avião. O Mensageiro faz referência as asas nos pés de Mercúrio. No céu vemos o Circumponto, antigo símbolo asiático que representa o sol e o universo, utilizado para meditação, feito de folha de prata, através de uma intervenção na fotografia. Ao lado surge o caduceu de Hermes, ressignificado através de duas fotografias e uma intervenção na parede, 2.600 a.C. é um díptico feito de uma imagem de uma Pirita, mineral que tem a propriedade de ser um amuleto que atrai prosperidade e elimina nós energéticos. Essa, em especial, foi fotografada pelo artista no Museu do Minério, em Belo Horizonte (MG), e tem o incrível formato de asa. A fotografia é replicada, espelhada e separada por um desenho feito a carvão na parede. Duas serpentes sobem em direção ao teto e são feitas das digitais do artista. O princípio da Transmutação dá título a obra seguinte. O leão de São Marcos recebe asas e também tem o papel de levar o conhecimento dos céus a nós mortais através do livro sagrado em suas patas. O espaço representado pela auréola e círculos ao redor de sua cabeça são os infinitos anéis do universo. O leão é feito de óleo e carvão. Na outra parede,  vemos uma grande montanha pintada a óleo. A obra tem 150x200 cm. No cume paira um triângulo em perspectiva feito de folha de prata. A montanha representa  O TODO das leis herméticas. Deus. O incognoscível. O triângulo ascendente é o céu. O triângulo descendente a terra. Os dois juntos formam a estrela de Davi. O casamento do Céu e do inferno escrito por William Blake. Os mesmos triângulos aparecem no teto e no chão da galeria com as frases: O que está em cima...É como que está embaixo. No centro da parede temos uma fotografia. É o ateliê de Burle Marx no seu sítio, no Rio de Janeiro. A composição mostra claramente um templo. Orientalismo foi um movimento do século XIX na pintura e dos anos 30 aos 60 no cinema regido pelas cores do Technicolor. Vemos o templo do mestre, de Hermes, perdido num delírio tropical entre as palmeiras. A última obra da parede tem por título também uma das leis herméticas: O que está em cima é como o que está em embaixo. O templo de Delfos na Grécia aparece como que mergulhado num mar escarlate. São as pálpebras dos olhos saturadas pela luz solar. Nesse templo, o oráculo falava aos humanos as palavras dos deuses através dos gases que saiam da terra e deixavam as sacerdotisas em transe. Também uma ligação, religação, religião, do céu com a terra. Do homem com os deuses. A última obra da exposição é um altar numa mesquita. Um grande desenho de 200x150 cm feito de carvão e tinta acrílica. Uma escada de madeira entalhada leva a um altar. Dentro dele uma luz brilha. É O Profeta. O espírito do grande mestre presente. As diversas influências de liturgias, iconografias, mitos e deuses presentes nessa exposição, de católicos a muçulmanos têm como objetivo mostrar como o pensamento hermético formou todas as religiões e o misticismo do mundo.   Serviço

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21ª Corrida da Galinha movimenta o agreste pernambucano

A irreverente Corrida da Galinha, festa já tradicional no calendário do agreste pernambucano, realiza a sua 21ª edição entre 01 a 05 de agosto, na cidade de São Bento do Una, com estrutura montada no Parque de Exposições Eládio Porfírio de Macedo. O nome do evento, idealizado em 1992 por um grupo de amigos, encabeçados pelos irmãos Marcos e Marcelo Valença, foi inspirado na fama do município, considerado um dos principais produtores de ovos e frangos do Nordeste e com destaque no cenário nacional do setor. Com o tema “No terreiro dos embargos dos embargos, o Galo nega ser ladrão de galinha!”, a 21ª edição traz uma programação intensa com grandes shows, atividades culturais, exposição de artesanato, Feira de Avicultura do Nordeste e as irreverentes brincadeiras, que são o ponto alto da festa. As famosas competições da Corrida da Galinha são realizadas em uma pista de circuito fechado, chamada de Galinhódromo, com uma arena de capacidade para 5 mil pessoas. Como uma espécie de paródia da Fórmula 1, a corrida apresenta os ícones do circuito automobilístico, com direto a prêmios para os três primeiros e último lugares. O Galinhódromo tem 85 metros de extensão, sendo protegido por uma tela e instalado em local amplo para dar mais espaço e segurança aos pilotos e suas “máquinas voadoras”. A estrutura ainda conta com o espaço Pinto Stop e a Torre de Comando, onde é feita a transmissão da corrida com narração exclusiva do Galão Bueno e seus respectivos comentaristas. E as arquibancadas são cobertas para a proteção dos telespectadores da corrida. Haverá novidades em competições no evento deste ano. Entre elas, A corrida do ovo no saco, prova semelhante a corrida do saco, Beiseovo, uma nova modalidade de beisebol no Galinhódromo, A Escolha do Príncipe dos Frangos, versão masculina da musa do poleiro, O Brasil que você quer, semelhante ao quadro da Rede Globo e até Árbitro de Vídeo, com tecnologia disponível no galinhódromo. Além das tradicionais corridas, há provas para saber quem come mais rápido frango e ovo, concurso de fantasias e imitações. As inscrições são gratuitas e feitas no local do evento. Outro destaque da festa é sua programação cultural, contando com shows gratuitos de artistas nacionais e da terra. Entre as atrações: Gabriel Diniz, Forrozão das Antigas e Trio e Banda Asas da América, na sexta (03/08); Trio e Banda Asas da América, Ricardo França, e Douglas Pegador, sábado (04/08); e Xand Avião e Amor Eterno, no domingo (05/08). Os shows acontecerão das 22h às 0h, num grande palco montado no local. Haverá também atração em trio elétrico parado, na sexta, a partir das 20h, e um arrastão, no sábado, saindo a partir das 18h, próximo ao Terminal Rodoviário em direção ao parque de exposições. E como o artesanato é outro setor que movimenta a economia de São Bento do Una, haverá barracas com exposição de artesanatos locais, onde cada artista terá o seu espaço para comercializar os seus produtos. Haverá ainda o polo da Agricultura Familiar, contando com comidas elaboradas a base dos produtos produzidos por famílias de agricultores locais. Para comer, o público poderá conferir também outros restaurante no parque, que vão oferecer cardápio recheado de comidas elaboradas com frango, galinha e ovos, localizado dentro da feira de avicultura. A Corrida da Galinha traz ainda o Ninho do Conhecimento e da Cidadania. A proposta é vivenciar, no espaço escolar e no Galinhódromo, atividades semelhantes às que são realizadas durante a festa, enfatizando para as novas gerações a importância da festividade na cultura regional e para a economia local. Cerca de 2.400 estudantes da Rede Municipal de Ensino participarão do projeto. Para sua 21ª edição, a expectativa da organização é que 200 mil pessoas circulem pelos cinco dias da Corrida da Galinha, número que é motivo de orgulho para o município. Ele é maior evento da cidade e um dos maiores do interior de Pernambuco, gerando cerca de 700 empregos, entre diretos e indiretos, nesta edição. A festa vai contar com efetivo da Polícia Militar e ambulâncias do hospital municipal e SAMU. Durante os shows um stand de atendimento será montado com ambulância, enfermeiros e técnicos em enfermagem. A estrutura do evento também conta com um parque de diversões e estacionamento. O evento é uma realização da Prefeitura de São Bento do Una, através da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes e concepção do Grupo Asas da América. Mais informações: (81) 3735.1027 e cultura@saobentodouna.pe.gov.br. Feira de Avicultura do Nordeste Outro destaque é a realização da terceira Feira de Avicultura do Nordeste, a única feira específica do segmento da região nordestina, que acontecerá nos dias 02 e 03 de agosto. Com o objetivo de proporcionar oportunidades de negócios, trocas de conhecimento, e potencializar a avicultura e a agroindústria, o evento é realizado pela Prefeitura de São Bento do Uma, contanto com o apoio da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), Sebrae/PE, Granja Almeida e TRX Net. A feira contará com espaço para 70 expositores do setor de agronegócios do Nordeste, Sul e Sudeste. Haverá também uma rodada de palestras ministradas por estudiosos da agricultura e de negócios, médico veterinário e fiscal agropecuário. A estimativa da organização do evento é de que cerca de R$ 30 milhões sejam movimentos este ano. Interessados em expor podem entrar em contato através do e-mail avicultura@saobentodouna.pe.gov.br ou pelo telefone (81) 98240.2209. São Bento do Una Localizado a 206 km do Recife, é composto pelos distritos sede e Espírito Santo, além dos povoados de Jurubeba, Pimenta, Queimada Grande, Manicoba e Gama. Sua população é de 57 mil habitantes e a avicultura industrial é o segmento mais importante do seu agronegócio, sendo o maior produtor de ovos do Nordeste e o quarto no Brasil. Atualmente, são produzidos mais de 7 milhões de ovos por dia e mais de 150 toneladas de frango para abate por semana, contando com mais de 90 produtores e geração de 13 mil empregos. No último ano houve um aumento de 30% na produção do município, incluindo os novos empreendedores que

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"Lisbela e o Prisioneiro" rememora os 40 anos sem Osman Lins e leva tom feminista para o palco

Depois do sucesso estrondoso em maio deste ano, com casa lotada nos dois dias de apresentação, a Cobogó das Artes volta com Lisbela e o Prisioneiro para o palco do teatro Apolo, no centro do Recife. O espetáculo será no dia 20 de julho, às 19h, com ingressos a R$ 30 e R$ 15 e contará com interprete de Libras. Sessenta anos depois da publicação de Lisbela e 40 depois da morte de Osman Lins, o cineasta Adriano Portela (diretor do longa Recife Assombrado – em finalização) decide adaptar Lisbela e o Prisioneiro para a contemporaneidade, e levanta questões bem atuais, como o feminismo e o preconceito. “Para se ter uma ideia, as mulheres são quem mandam em cena. Quase todas as personagens são mulheres, por exemplo, em vez do delegado é uma delegada, no lugar de um carcereiro temos “uma carcereira” e tem até mulher desempenhando papel de homem. Independente da personagem, elas dominam o palco”, pontua Portela. Nesse clima de mostrar a força feminina, uma personagem presta homenagem a uma figura de força em Pernambuco, a delegada Gleide Ângelo. “Estamos tratando tudo com muito respeito e humor e ao mesmo tempo aproveitando para valorizar uma pessoa que tanto vem lutando pelos direitos das mulheres”, afirma Rafaela Quintino, a diretora do espetáculo. A Cobogó das Artes é um projeto social do cineasta Adriano Portela. À frente da Portela Produções e em finalização com o seu primeiro longa-metragem, Portela resolveu ocupar a casa que foi dos seus avós e transformá-la num ponto de cultura na periferia. A Cobogó ofecere oficinas gratuitas das mais diversas modalidades artísticas, já os cursos mais duradouros com preço bem abaixo do mercado. “O curso de teatro, por exemplo, cobramos uma mensalidade simbólica, porque além da manutenção do espaço a verba é toda investida na produção do espetáculo, desde a pauta do teatro a figurino, plano de luz, entre outras despesas, é uma forma de incluir a comunidade no meio artístico”, acrescenta Portela. Lisbela e o Prisioneiro tem o apoio da RC Mídia, por meio do seu diretor, o senhor Carlos Carneiro. O empresário assistiu ao espetáculo e no mesmo dia tomou a decisão de investir. “Uma peça como esta não pode ter apenas duas apresentações, é preciso que o público tenha acesso à cultura, a uma produção de qualidade. Essa reapresentação é só o início de uma caminhada”, pontua Carneiro. Serviço: Dia: sexta 20 de julho Teatro Apolo 19h Ingressos: R$ 30 e R$ 15

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Orquestra Sinfônica do Recife realiza concerto hoje (18) em celebração aos seus 88 anos

A orquestra mais antiga do Brasil em atividade ininterrupta completa 88 anos de história no próximo dia 30 de julho. Para celebrar o seu aniversário, hoje à noite(18), a partir das 20h, a Orquestra Sinfônica do Recife vai realizar uma apresentação especial no Teatro de Santa Isabel. O quinto concerto oficial da temporada 2018 vai mostrar ao público a Sinfonia nº 7 em La Maior, de Beethoven, composta em 1812, além de uma obra do próprio maestro da Orquestra, Marlos Nobre. Atualmente a Orquestra realiza mais de 30 concertos anuais que podem ser oficiais, especiais, multimídias, populares (ao ar livre) e comunitários. O grupo conta com 85 músicos, entre primeiros violinos, segundos violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, flautas, oboés, clarinetes, fagotes, trompas, trompetes, trombones, tubas e percussão. À frente dessa equipe, o recifense Marlos Nobre coleciona títulos e muitos anos de prestígio internacional. Tanto, que a programação da noite será iniciada com uma composição dele: “desde os meus 12 anos comecei a frequentar os concertos da Orquestra no Teatro de Santa Isabel e seguramente isto foi um dos fatores mais marcantes para que eu tomasse a decisão mais importante da minha vida: a de me dedicar inteiramente à composição. Não era uma decisão fácil nem tranquila. Dirigindo a Orquestra Sinfônica do Recife, dedico a esta centenária, o meu Opus 124”. Ainda de acordo com ele, a peça, de abertura festiva, reúne o Maracatu, que fascina o maestro desde sua infância, ao Samba do Rio de Janeiro e às memórias afetivas musicais que ele colecionou em suas andanças pelo Brasil, como o Carimbó do Pará, a Prenda Minha de Porto Alegre. “Tudo misturado em uma fantasia sinfônica alucinante”, afirma. No segundo momento do programa, será executada a Sinfonia nº 7 em La Maior, de 1812. A obra foi composta por Ludwig van Beethoven (1770-1827), quando já sofria de surdez. Para Marlos Nobre, Beethoven expandiu a noção de som e levou a música para novos rumos. Concertos para Juventude Mensalmente, sempre um dia antes do seu concerto oficial, a Orquestra Sinfônica do Recife realiza uma aula-espetáculo para os jovens do Recife. Trata-se do projeto Concertos para Juventude. Na manhã da última terça-feira (17), o Teatro de Santa Isabel recebeu cerca de 50 pessoas do Compaz Ariano Suassuna, situado no Cordeiro, e 50 alunos do Projeto Samuel, desenvolvido pela Fundação AIO de Educação e Assistência Social, que implementa atividades de educação musical para jovens em situação de vulnerabilidade social. A dona de casa Ana Maria Pereira, 69 anos, estuda violão no Compaz Ariano Suassuna, e participou do Concertos para Juventude. “Esta foi a primeira vez que vi uma orquestra, foi lindo, nota dez. Também é a primeira vez que venho ao teatro, é lindo demais”, contou ela com um sorriso no rosto. Já para o representante comercial Luís Fontelles, 58 anos, que também compareceu ao teatro junto ao grupo do Compaz, é muito importante esse tipo de projeto para divulgar a música erudita. “No rádio, não é comum ouvirmos músicas de qualidade, pelo contrário. Sendo assim, é interessante levar a música erudita para as pessoas conhecerem”, comentou ele. Débora Fortunato, 18 anos, estuda clarinete há oito anos no Projeto Samuel e já viu a Orquestra Sinfônica do Recife outras cinco vezes. “A música é algo muito envolvente. Assim, acho esse projeto muito interessante porque estimula as pessoas a conhecerem a música erudita”, explicou. Esther Dos Santos, 16 anos, participa do Projeto Samuel desde os três anos de idade, e lá estuda clarinete desde os 9 anos: “hoje eu conheci instrumentos que nunca tinha visto como o contrafagote, que é um dos instrumentos mais graves de uma orquestra”. Idealizados pelo maestro Marlos Nobre, com o objetivo de popularizar a música erudita, os Concertos para Juventude são gratuitos, mas exigem inscrição prévia. Para participar, é preciso agendar pelo telefone 3355-3323.

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Camilla cumpre a magia da literatura infantil

*Por Paulo Caldas Campo fértil às diversas formas de expressão literária, Pernambuco traz ao público seu mais recente destaque neste segmento. Com “Lápis mágico” (Editora Imeph), Camilla Inojosa dá sequência a difícil, porém gratificante, missão de escrever para crianças. Neste livro, o quarto da sua promissora carreira, de mãos dadas com a criatividade, ela manuseia como pedra de toque um questionamento característico de quem está descobrindo o mundo: “Se a gente pudesse entrar nos desenhos?”. Passeando por esse universo vovô Rubens (referência dupla ao avô da autora e ao célebre Peter Paul Rubens, pintor flamengo amante do estilo barroco) e a neta Maria (relativa à singeleza do perfil da personagem) contracenam com elementos da natureza: árvores, animais e seres que habitam o imaginário infantil e se aproxima do fantástico quando essas figuras assumem vida própria e assim começam a interagir no ritmo de aventura. O vovô Rubens recorre à simplicidade dos presentes despidos de valores materiais, limitados apenas ao lápis e papel, mas que carregados de afeto e magia, transpassam gerações combinando com destreza traços e cores. Camilla tem se destacado ao obter merecido êxito junto ao segmento de público leitor ao qual se atém, e cuja espontaneidade das opiniões não se afasta das trilhas da sinceridade. O livro conta ainda com um primoroso projeto gráfico concebido na Editora Imeph, de Fortaleza, ainda pouco conhecida por aqui. As ilustrações são assinadas por Veruschka Guerra, que não obstante a pouca idade, possui bagagem acadêmica e profissional que a incluem entre os nome já consagrados nesta arte. *Paulo Caldas é escritor

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“Desobediência” mostra transgressora história de amor em uma comunidade religiosa

*Por Houldine Nascimento Quem estiver no Recife terá, neste sábado (14), às 20h40, uma última chance de ver na tela grande o longa-metragem “Desobediência” (Disobedience, Reino Unido/Irlanda/EUA, 2017), em cartaz no Moviemax Rosa e Silva. Este filme dirigido pelo chileno-argentino Sebastián Lelio (“Uma mulher fantástica”) deu o que falar nos festivais por onde passou, especialmente em Toronto, onde estreou em setembro de 2017. Nele, vemos Ronit (Rachel Weisz) retornar a uma comunidade judaica em Londres após muitos anos de ausência. Seu pai, um rabino muito admirado pela congregação, falece. Ela achou no auto-exílio em Nova Iorque, onde ganha a vida como fotógrafa, uma maneira de escapar daquilo que considerava sufocante: o conservadorismo da religião, que a fez renunciar a um grande amor no passado. O regresso surpreende a todos, incluindo o primo Dovid (Alessandro Nivola), prestes a assumir a liderança espiritual da comunidade. O reencontro traz algumas revelações, como o casamento entre o primo e Esti (Rachel McAdams), uma mulher com quem Ronit cresceu e passou por várias experiências. Em paralelo aos acontecimentos da rígida e intransponível comuna judaica, as duas decidem reviver, na surdina, a relação que abalou o local tempos atrás. É assim que Esti sai do torpor e foge do que a aprisionava. A desobediência do título – a que aderem Esti, Ronit e o próprio Dovid mais adiante –, é um respiro dos três protagonistas. Uma obra sutil em sua transgressão, “Desobediência” expõe ao espectador aspectos contraditórios de seus personagens e, por consequência, da vida. Para construir seu primeiro longa falado inteiramente em língua inglesa, Lelio tomou o romance homônimo da inglesa Naomi Alderman como ponto de partida. O filme ratifica o talento dele na direção. Além disso, exibe as virtudes das duas Rachels como atrizes, tanto em cenas quentes como em inserções mais delicadas. Mas quem chama atenção é Nivola, mesmo com uma participação menor do que as duas colegas. Ele é o que há de melhor nesta produção e confere ao seu personagem várias camadas. É um ator que está na estrada há algum tempo, mas aos poucos se afirma como um nome interessante e ao qual devemos estar cada vez mais atentos. *Houldine Nascimento é jornalista

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Espetáculo "A Vaca Minuciosa" será apresentado na Galeria Hora Center

O espetáculo infantil "A Vaca Minuciosa", musical e contação de histórias da obra de Pochyua Andrade, será apresentado amanhã (14/07), às 10h, na Galeria Hora Center, no bairro do Espinheiro. O evento integra a programação Férias Criativas, da loja Zepellin Brinquedos Educativos. A obra é encenada pelo músico e escritor Pochyua Andrade e por Viví Souza. A contribuição é voluntária. A história, que nasce do livro com o mesmo nome do espetáculo, conta o olhar do mundo a partir da perspectiva de uma vaquinha, que tem ares de filósofa. SERVIÇO Musical: A Vaca Minuciosa 14 de julho, às 10h Local: Galeria Hora Center (Rua da Hora, 345 - Espinheiro)

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Raimundo Carrero em romances que se entrelaçam

Em comemoração aos 70 anos de um dos maiores escritores de Pernambuco, Cepe Editora lança edição definitiva da tetralogia de Raimundo Carrero, Condenados à vida, dia 21 de julho, durante o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), no qual o autor é homenageado. No dia 4 de agosto, é a vez do Recife receber o lançamento na Fundaj. A pré-venda já começou! Os mesmos personagens circulam de maneiras diferentes por quatro romances do escritor salgueirense Raimundo Carrero, 70 anos. Em comemoração à data redonda que completou em dezembro passado um dos maiores escritores pernambucanos, a Cepe Editora reuniu na tetralogia Condenados à vida o já esgotado Maçã Agreste (1989), O amor não tem bons sentimentos (2007), Somos pedras que se consomem (1995), e Tangolomango (2013). O lançamento ocorrerá dia 21 de julho, durante a 28ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns, onde Carrero será homenageado. Pré-venda já foi iniciada! Foi a partir de Maçã Agreste que Carrero começou a narrar as histórias da família Cavalcanti do Rêgo - Dolores, Ernesto, Leonardo, Raquel, Guilhermina, Jeremias, Matheus, Ísis e Biba. Parentes que se relacionam e se destróem sexualmente, tendo a cronologia da decadência da elite nordestina da cana de açúcar diante da industrialização como pano de fundo. E que, ao praticarem relações incestuosas, mostram o desejo de não se misturarem com classes ‘inferiores’. “Na nossa família não precisamos nem de outros beijos, nem de outros abraços”, diz trecho do livro. O declínio moral e econômico combina com a decrepitude visual do centro e dos subúrbios do Recife, cidade-cenário da narrativa. “A crítica corrosiva ao falso moralismo, à instituição familiar, à religião e à sociedade vai permeando as psicoses, taras e idiossincrasias dos personagens, que vão se revelando, cada um à sua maneira, em um ambiente de assassinato, estupro e luxúria ”, resume Carrero. O autor confessa que esses perfis foram criados com inspiração na realidade. A experiência de 40 anos como jornalista deu a Carrero o repertório para construir quadros aparentemente absurdos de família, mas que se encontram nos jornais diariamente. “Reuni recortes e transformei em episódios literários”. Na obra, destaque para o prefácio inédito do também escritor, jornalista e crítico literário carioca José Castello, que anteriormente resenhou quase todos os livros dessa tetralogia, com exceção de Maçã Agreste, considerado por Carrero sua obra mais importante e, no entanto, menos conhecida. “A leitura desses quatro grandes romances de Carrero dilacera. Rasga a proteção íntima que costumamos usar para nos defender do mundo. A verdade é: eles nos atordoam. Enquanto relia os quatro livros, senti, muitas vezes, uma mistura desconfortável de espanto e horror”, descreve Castello em seu prefácio. Membro da Academia Pernambucana de Letras, Raimundo Carrero é um dos escritores mais premiados do País. Já ganhou o Prêmio Jabuti, mais importante prêmio literário do Brasil; dois troféus da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA); e dois prêmios Machado de Assis da Biblioteca Nacional. Em Pernambuco é vencedor dos prêmios José Condé e Lucilo Varejão. Seus livros já foram traduzidos para o francês, português, espanhol, romeno e búlgaro.   Serviço Condenados à vida (tetralogia de Raimundo Carrero) Preço: R$ 80 (livro impresso com capa especial de acetato) E-book: R$ 24

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Arquivo Público de Pernambuco inaugura exposição do cronista Hermilo Borba Filho

“Hermilo, um cronista dos anos 1970” é a nova exposição do Arquivo Público de Pernambuco. A abertura será nesta quarta-feira, 18 de julho, às 18h30, no Arquivo, na Rua do Imperador, 371, Santo Antônio, com a realização de uma mesa redonda, composta por Leda Alves, Joca Souza Leão e Juareiz Correya. Coube ao Arquivo louvar o viés cronista de Hermilo, já que é a instituição que guarda em sua Hemeroteca todas as edições de jornais em que Hermilo publicou suas crônicas. Entre 1971 e 1976, a imprensa escrita de Pernambuco veiculava semanalmente crônicas de Hermilo Borba Filho, especialmente nos jornais Diário de Pernambuco e Jornal da Cidade. A pesquisa para as crônicas que serão expostas foram feitas a partir do livro Hermilo Borba Filho: Louvações, Encantamentos e Outras Crônicas, organizado por Leda Alves, Juareiz Correya e Jaci Bezerra. O temário eleito por Hermilo em suas crônicas é bastante rico: debruça-se sobre as cenas cotidianas do Recife nos anos 1970; sobre sua terra natal, Palmares; sobre a cultura pernambucana e suas expressões no teatro, música, folguedos populares, entre outros assuntos. A exposição reúne imagens do autor e edições de jornais pernambucanos com suas crônicas que circularam nos anos 1970. O Arquivo Público de Pernambuco é a instituição que guarda em sua Hemeroteca todas as edições de jornais em que Hermilo publicou suas crônicas, veiculadas semanalmente, entre 1971 e 1976, especialmente nos jornais Diário de Pernambuco e Jornal da Cidade. Ou seja, o visitante terá acesso aos jornais da época que difundiram o cronista Hermilo Borba Filho. A exposição, que ficará aberta ao público até o dia 31 de outubro, tem o apoio cultural da CEPE, Companhia Editora de Pernambuco.   Serviço: Exposição “Hermilo, um cronista dos anos 1970 Período: 18 de julho a 31 de outubro de 2018.   Abertura: Quarta-feira, 18 de julho, 18h30 Mesa Redonda com Leda Alves, Joca Souza Leão e Juareiz Correya. Local: Arquivo Público Estadual Rua do Imperador Pedro II, 371, Santo Antônio, Recife

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