O diagnóstico de um tipo raro de câncer, como o linfoma de Hodgkin, é sempre um assunto delicado e uma notícia que o paciente e os familiares, normalmente, não estão preparados para receber. De toda forma, é preciso estar atento aos sinais, pois, dependendo da situação, a doença quando descoberta no início tem grandes chances de cura. No caso do Hodgkin, 90%.
Em 2016, o linfoma de Hodgkin teve uma estimativa de 2.470 novos casos pelo INCA1. Os mais afetados pela doença são homens entre 15 e 35 anos e não há uma causa específica identificada3. Como todo tipo de linfoma, acomete inicialmente os linfonodos, pequenos órgãos do sistema linfático que produzem e transportam as células responsáveis pela imunidade por todo o corpo4.
“Um dos principais sintomas é o aparecimento de gânglios aumentados de tamanho, conhecidas popularmente como ínguas. Estes podem aparecer em pescoços, axilas, virilhas ou em outras cadeias ganglionares”, comenta a Dra. Tânia Barreto, Gerente médica da área de oncologia da Takeda Brasil. Geralmente, em processos infecciosos, estes também podem estar aumentados, mas regridem de tamanho entre duas semanas e um mês. Caso não desapareçam, pode haver a suspeita de um caso mais grave, como o linfoma de Hodgkin.
Cerca de 30% dos pacientes podem apresentar febre, suor intenso durante a noite, perda de peso e coceiras. Às vezes, o linfoma é diagnosticado ao acaso, quando é solicitado algum exame ao paciente por outros motivos, como um raio-X ou tomografia de tórax. Uma vez que se levante uma hipótese de linfoma de Hodgkin, é mandatório que se faça uma biópsia para retirar todo ou parte do linfoma. É recomendável que o exame seja feito sempre em local apropriado para se ter um resultado mais apurado. Após o diagnóstico, é necessário o acompanhamento do médico especialista.
O tratamento
A quimioterapia e a radioterapia são os caminhos terapêuticos iniciais para a doença. Caso não haja resultados, o tratamento pode ser feito com transplante de células tronco. Se ainda assim o paciente apresentar progressão na doença, é proposto o tratamento por meio de terapia-alvo, em que o diferencial é o direcionamento realizado apenas para as células cancerígenas do linfoma de Hodgkin. “No caso da terapia-alvo, o medicamento tem uma distinção importante em sua seletividade no mecanismo de ação e ataca somente células doentes”, explica Dra. Tânia. No Brasil, há apenas uma opção de terapia-alvo aprovada para este tipo de câncer, o brentuximabe vedotina.
Como crianças e adolescentes podem ser acometidas pela doença, é aconselhado ainda o tratamento paralelo com profissionais de suporte, como psicólogos e assistentes sociais. “Buscar manter uma boa alimentação e horas adequadas de sono e descanso também podem auxiliar no tratamento. O linfoma de Hodgkin é um câncer com uma alta taxa de cura. Por isso, manter a confiança e o pensamento positivo são fundamentais para enfrentar a doença e ser bem-sucedido, além de seguir o tratamento definido pelo médico”, complementa Dra. Tânia.