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Aprender com os erros: o que os fracassos revelam sobre a gestão dos pequenos negócios

Levantamento do Sebrae mostra que quase um terço dos MEIs fecha antes de completar cinco anos; especialistas defendem capacitação como caminho para reverter esse cenário Cerca de 29% dos microempreendedores individuais (MEIs) encerram suas atividades nos primeiros cinco anos, segundo dados do Sebrae. A estatística evidencia um problema recorrente no empreendedorismo brasileiro: a falta de preparo para enfrentar os desafios de gestão. Especialistas apontam que, embora dolorosos, os erros cometidos ao longo da jornada empreendedora podem se transformar em valiosas oportunidades de aprendizado e crescimento. “Empreender é um jogo de aprendizado constante. Quem não entende isso, dificilmente se mantém no mercado”, afirma André Minucci, mentor de empresários. Para ele, cada tropeço funciona como um alerta para melhorar estratégias, corrigir rumos e desenvolver habilidades essenciais de gestão. Entre os erros mais comuns estão o descontrole financeiro, a ausência de um plano de ação, falhas de comunicação e despreparo para lidar com mudanças no mercado. A adaptabilidade, segundo Minucci, é uma das competências mais importantes no mundo dos negócios. Muitos empreendedores perdem espaço por não acompanharem tendências ou resistirem à inovação. Além disso, ignorar a gestão de riscos pode ser fatal, diante de crises econômicas, novas regulamentações ou movimentos inesperados da concorrência. “O empreendedor precisa entender que não é só sobre vender bem, é sobre saber gerir, organizar e planejar”, alerta. Capacitação, treinamento técnico e desenvolvimento de liderança aparecem como caminhos indispensáveis para transformar falhas em ferramentas de evolução. Programas de mentoria e cursos especializados ajudam a consolidar uma cultura organizacional sólida e uma postura mais estratégica. No fim, como destaca Minucci, “o fracasso não define ninguém. O que define é o que você faz depois dele”.

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Banco do Nordeste destina R$ 7,8 bilhões para crédito sustentável em 2025

Recursos do FNE Verde vão impulsionar projetos de baixo carbono, hidrogênio verde e infraestrutura na região Nordeste e parte do Sudeste O Banco do Nordeste (BNB) anunciou, nesta segunda-feira (26), um orçamento de R$ 7,8 bilhões para projetos sustentáveis por meio do FNE Verde, linha de crédito voltada à economia de baixo carbono. A apresentação foi feita pelo presidente da instituição, Paulo Câmara, durante o evento “COP 30 – O que o Brasil deve entregar para o mundo em Belém”, promovido pelo Grupo Veja, em São Paulo. A iniciativa marca o posicionamento estratégico do BNB no financiamento de soluções sustentáveis em sua área de atuação, que abrange os nove estados nordestinos e parte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Destinado a empresas de todos os portes, o FNE Verde contempla ações em áreas urbanas e rurais, além de infraestrutura. Os financiamentos abrangem descarbonização industrial, eficiência energética, hidrogênio verde, energias renováveis, saneamento básico, agricultura de baixo carbono e recuperação ambiental. “Todos os projetos financiados pelo BNB precisam atender a critérios rigorosos de preservação ambiental, seja no crédito destinado ao agronegócio, à indústria ou aos setores do comércio e de serviços. O Banco atua com muita atenção à produção sustentável, uma grande exigência do mercado global”, afirmou Câmara. Segundo o executivo, a instituição atua orientada por uma Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC), que direciona todas as atividades e processos de concessão de crédito do banco. Ao destacar o papel do Nordeste na transição energética brasileira, Câmara afirmou: “A Região Nordeste é a que tem o maior conjunto de ações voltadas para a produção de energia limpa. Esse é um diferencial competitivo importante e o BNB tem um papel fundamental no fortalecimento dessa característica”. O painel em que o presidente do BNB participou foi mediado pelo jornalista Marcio Juliboni e contou ainda com Cacá Takahashi, da Rede Anbima de Sustentabilidade, e Plínio Ribeiro, diretor de descarbonização da Ambipar. O encontro integra a programação preparatória para a COP 30, que será realizada em Belém (PA), em novembro de 2025, reunindo lideranças e especialistas em clima de todo o mundo.

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INSS inicia reembolso de R$ 292 milhões por descontos indevidos

Valores serão devolvidos automaticamente a aposentados e pensionistas que tiveram cobranças associativas na folha de abril. Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começou nesta segunda-feira (26) a devolver os valores descontados indevidamente da folha de pagamento de abril de aposentados e pensionistas. A medida beneficia quem sofreu a cobrança de mensalidades associativas mesmo após a suspensão desse tipo de desconto, determinada no final do mês passado. Ao todo, serão reembolsados R$ 292 milhões. Segundo nota do INSS, “no final de abril, o INSS determinou a suspensão de todos os descontos desse tipo. Porém, como a folha de pagamentos referente àquele mês já estava fechada, os descontos ainda foram realizados nos pagamentos feitos entre 24 de abril e 8 de maio.” A devolução ocorrerá automaticamente junto ao pagamento regular dos benefícios, programado para o período de 26 de maio a 6 de junho. O instituto reforça que “para isso, o beneficiário não precisa tomar nenhuma providência”. No entanto, quem desejar contestar mensalidades associativas de períodos anteriores deve registrar a solicitação pelo site ou aplicativo Meu INSS, ou pelo telefone 135. O órgão também alerta para possíveis tentativas de golpe e lembra que todas as informações sobre aposentadorias são repassadas exclusivamente por canais oficiais. Em caso de cobrança indevida anterior à suspensão, o INSS afirma que exigirá comprovação da autorização da entidade. “Caso não haja comprovação, a entidade deverá devolver os recursos ao Instituto, que posteriormente fará o repasse ao beneficiário”, informa o comunicado. O pagamento da devolução será realizado pelo mesmo meio usado para o benefício – conta bancária ou cartão magnético. Serviço:Mais informações podem ser acessadas no portal Meu INSS ou pelo telefone 135.

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Governo congela R$ 31,3 bi do Orçamento de 2025

Cortes por órgãos serão detalhados no próximo dia 30 (Da Agência Brasil) O Orçamento de 2025 terá um congelamento de R$ 31,3 bilhões de gastos não obrigatórios, informaram há pouco os Ministérios da Fazenda e do Planejamento. O valor consta do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento enviado ao Congresso a cada dois meses que orienta a execução do Orçamento. Desse total, R$ 20,7 bilhões serão contingenciados, bloqueados temporariamente para cumprir a meta de resultado primário. Embora a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 estabeleça meta de resultado primário zero (nem déficit nem superávit), a equipe econômica considerou o limite inferior de tolerância, que permite déficit de R$ 31 bilhões para este ano. Os R$ 10,6 bilhões de gastos discricionários (não obrigatórios) restantes foram bloqueados para cumprir o limite de gastos do arcabouço fiscal, que prevê crescimento dos gastos até 2,5% acima da inflação para este ano. Segundo os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, esse bloqueio foi necessário porque o governo terá de abrir crédito de R$ 12,4 bilhões para acomodar o crescimento de gastos obrigatórios. O congelamento dos R$ 31,3 bilhões será detalhado no próximo dia 30, quando o governo publicar um decreto presidencial com os limites de empenho (autorização de gastos) por ministérios e órgãos federais). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificou o bloqueio dos R$ 10,6 bilhões pelo crescimento dos gastos com a Previdência Social e com o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

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Setor de alimentação projeta alta de até 20% no faturamento no Dia dos Namorados

Pesquisa da Abrasel aponta otimismo entre bares e restaurantes, que apostam em programação estendida para ampliar receitas na semana da data comemorativa O Dia dos Namorados deve impulsionar as vendas no setor de alimentação fora do lar. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 82% dos estabelecimentos esperam faturar mais do que em 2024, sendo que a maioria projeta um crescimento de até 20%. A adesão à data é ampla: 95% dos negócios pretendem abrir as portas, e 1% funcionará exclusivamente para atender os casais. Apenas 5% não irão operar ou ainda não definiram sua participação. Para aproveitar melhor a ocasião, a Abrasel lançou a campanha Semana dos Namorados. A iniciativa incentiva os estabelecimentos a ampliarem suas programações para além do jantar romântico do dia 12 de junho. A proposta inclui uma cartilha com orientações voltadas ao aumento do faturamento, com ações como capacitação de funcionários e ambientação temática. O material está disponível em: materiais.abrasel.com.br/cartilha-semana-dos-namorados. “O Dia dos Namorados é, historicamente, o dia de maior movimento nos bares e restaurantes, marcado por filas e casas lotadas. Ao incentivar comemorações ao longo de toda a semana, queremos oferecer aos casais uma experiência mais tranquila e prazerosa, com conforto, privacidade e um atendimento ainda mais dedicado por parte das equipes", afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel. Os dados de abril já indicam um cenário mais positivo: 40% das empresas do setor registraram lucro, 40% equilibraram as contas e 19% ainda operaram com prejuízo. Para manter a clientela, a maioria dos estabelecimentos tem adotado reajustes moderados nos preços. No último ano, 60% ajustaram seus cardápios dentro ou abaixo da inflação, enquanto 34% mantiveram os valores inalterados. Apenas 6% elevaram os preços acima do índice oficial.

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Ultracargo anuncia investimento de R$ 155 milhões para expansão em Suape

Ampliação deve aumentar a capacidade de armazenagem de combustíveis líquidos no porto, com início das obras previsto para 2025 e operação a partir de 2028. A Ultracargo, empresa do Grupo Ultra, vai investir R$ 155 milhões na ampliação da unidade de armazenagem de granéis líquidos no Complexo Industrial Portuário de Suape. O plano de expansão, apresentado na última quarta-feira (21), prevê a construção de quatro novos tanques para gasolina e etanol, com obras previstas para começar ainda em 2025. A operação das novas estruturas deve ter início em 2028. Durante reunião com o diretor-presidente do porto de Suape, Armando Monteiro Bisneto, representantes da Ultracargo detalharam o projeto. Participaram do encontro o presidente da empresa, Décio Amaral; o vice-presidente executivo, Helano Pereira; e o vice-presidente Comercial e de Novos Negócios, Fulvius Tomelin. A reunião foi realizada na sede da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Sdec), no Recife. “O projeto de ampliação da Ultracargo reforça a importância estratégica do nosso porto para armazenamento e distribuição de combustível para toda a região e outras partes do Brasil, além do exterior. É mais um movimento para consolidar Suape como líder na operação de granéis líquidos no país”, comenta Armando Bisneto. Com a expansão, serão adicionados quatro tanques com capacidade de 10 mil m³ cada, medindo 25 metros de diâmetro e 21,6 metros de altura. A unidade passará a contar com capacidade total superior aos atuais 157.910 m³, distribuídos em 39 tanques e uma esfera de 5.000 m³ destinada ao armazenamento de butadieno. O Grupo Ultra, que também opera a Ultragaz em Suape, tem atuação nas áreas de mobilidade, energia e infraestrutura logística.

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Renda dos pernambucanos atinge valor recorde com alta de 32,2% entre 2022 e 2024

Segundo a PNAD Contínua do IBGE, rendimento per capita no estado chegou a R$ 1.412 em 2024; crescimento foi acima da média nacional Pernambuco registrou um avanço expressivo na renda da população entre 2022 e 2024. De acordo com o IBGE, o rendimento mensal real domiciliar per capita no estado alcançou R$ 1.412 no ano passado, o maior valor da série histórica iniciada em 2012. A alta de 32,2% em relação a 2022 (R$ 1.068, a preços atualizados) coloca o estado entre os 19 que bateram recorde no período. No Brasil, o rendimento médio per capita também atingiu o maior nível desde o início da série: R$ 2.020. A alta nacional foi de 16,8% acima da inflação, considerando o valor de R$ 1.730 registrado em 2022. Todas as unidades da Federação tiveram aumento real no período, conforme mostra a PNAD Contínua: Rendimento de Todas as Fontes, divulgada em 8 de maio pelo IBGE. A Região Sul liderou com rendimento de R$ 2.499, seguida por Sudeste (R$ 2.381) e Centro-Oeste (R$ 2.331). As regiões Norte (R$ 1.389) e Nordeste (R$ 1.319) ficaram abaixo da média nacional. O Distrito Federal teve o maior valor (R$ 3.276), enquanto o Maranhão teve o menor (R$ 1.078). Além da renda, outros indicadores também bateram recordes: o rendimento do trabalho chegou a R$ 3.225 e os programas sociais a R$ 836. O Índice de Gini da renda domiciliar per capita caiu para 0,506, o menor nível já registrado, sinalizando leve redução da desigualdade. "Todas as unidades da Federação tiveram incremento real no período 2022-2024".

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Recife sedia edição inédita do Friends of Tomorrow, com imersão sobre os futuros possíveis da sociedade e dos negócios

Pernambuco reúne especialistas em inovação para debater tecnologias emergentes, impactos sociais e estratégias de futuro Em tempos de transformações aceleradas, pensar no futuro deixou de ser opção para se tornar uma necessidade estratégica. De 22 a 24 de maio, a capital pernambucana recebe a primeira edição local do Friends of Tomorrow, considerado um dos eventos mais avançados do Brasil sobre construção de futuros. Com curadoria de Tiago Mattos — referência internacional em futurismo e inovação —, o encontro será realizado na sede do Sebrae Pernambuco, reunindo empreendedores, gestores e profissionais que desejam antecipar tendências e liderar transformações. As vagas são limitadas e as inscrições estão abertas no site fotrecife.com.br. Com 20 horas de programação distribuídas ao longo de três dias, o evento propõe uma jornada imersiva por metodologias inéditas no Brasil. “Essa é uma oportunidade única para empresários e empreendedores que precisam estar atentos às inovações, inclusive nos negócios. Serão três dias dedicados a pensar sobre futuros no presente, os emergentes e os pós-emergentes”, destaca Vitor Abreu, analista do Sebrae Pernambuco. A iniciativa é realizada em parceria com a Club Job e a Aerolito, organização especializada em alfabetização para o futuro. O novo formato do Friends of Tomorrow — Now, Next & Futures — será dividido em três momentos: o Now contextualiza as transformações em curso; o Next explora futuros pós-emergentes com metodologias autorais; e o Futures antecipa discussões sobre temas como IA com neurônios humanos, laboratórios autônomos e revoluções pós-digitais. “A expectativa é que os participantes aprendam tanto a pensar no futuro como a aplicá-lo ao presente, impulsionando a carreira e içando os negócios para um novo patamar”, explica Abreu. Além do conteúdo presencial, os participantes terão acesso a uma plataforma de aulas online da Aerolito por 90 dias e a um ambiente de networking voltado a lideranças e inovadores. O evento contará ainda com a plataforma DataViz, baseada em inteligência artificial, que mapeia inovações e tendências em diferentes setores. A metodologia busca capacitar os profissionais para lidar com os desafios de um futuro que já começou.

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Interior de Pernambuco se fortalece como polo de geração de empregos no Nordeste

Boletim da Sudene revela o protagonismo de cidades como Petrolina e Caruaru no avanço do mercado de trabalho fora das capitais As oportunidades de emprego no Nordeste estão se expandindo para além das capitais. É o que mostra o mais recente Boletim Temático Emprego e Rendimento, divulgado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que destaca a interiorização do desenvolvimento regional. Cidades de médio porte vêm assumindo papel central na economia nordestina, atraindo investimentos e ampliando o número de postos formais de trabalho. Pernambuco é um dos estados que mais exemplificam essa tendência. No estado, os municípios de Petrolina e Caruaru se sobressaem. Petrolina alcançou 84.043 empregos formais, com destaque para o agronegócio — principalmente a fruticultura — que coloca o setor agropecuário como o segundo maior empregador (30%), atrás apenas dos serviços (33%). Já Caruaru mantém seu protagonismo nos setores de comércio e confecções, somando 81.619 vínculos formais. Juntas, essas duas cidades representam um vetor importante de dinamismo econômico fora da Região Metropolitana do Recife. A pesquisa revela que essa expansão se deve a uma combinação de fatores. “O Nordeste vem consolidando clusters de emprego não só nas capitais, mas também no interior. Isso está relacionado a fatores como economias de aglomeração, aumento da demanda, investimentos públicos estratégicos e um ambiente de negócios mais favorável, construído historicamente”, explica José Farias, coordenador-geral de Estudos e Pesquisas da Sudene. Cidades de outros estados também demonstram força, como Feira de Santana (BA), Juazeiro do Norte (CE) e Campina Grande (PB). Além da força dos setores produtivos, a presença de universidades, institutos federais e a melhoria da infraestrutura têm sido determinantes para impulsionar esse movimento. “Esse conjunto de fatores amplia a oferta de mão de obra qualificada e fortalece o ambiente de negócios nas cidades do interior. Trata-se de uma evidência do processo de interiorização do desenvolvimento”, analisa Miguel Vieira Araújo, economista da Sudene. O boletim completo pode ser acessado em: Boletim Temático da Sudene.

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Alta de juros

Impactos do Aumento da Taxa Selic na Economia Brasileira

*José Carlos Maia e Antônio Dourado O aumento da taxa Selic para 14,25%, com projeção de atingir 15% em 2025, tem provocado reflexos significativos na economia brasileira. Embora a elevação dos juros seja uma medida utilizada pelo Banco Central para conter a inflação, suas consequências vão muito além do controle dos preços, afetando o endividamento das famílias, a inadimplência das empresas e aprofundando a crise no crédito bancário. A alta da Selic reduz a demanda agregada ao encarecer o crédito e desestimular o consumo e os investimentos. Empresas enfrentam maiores custos de capital, comprometendo sua capacidade de expansão e geração de empregos. Além disso, consumidores, diante do crédito mais caro, limitam os gastos com bens duráveis, afetando setores como varejo, indústria e serviços. Esse cenário gera um efeito multiplicador, ampliando a desaceleração econômica e podendo levar o Brasil a uma recessão técnica em 2025. Outro ponto crítico é o aumento do custo da dívida pública. Com juros elevados, o governo precisa destinar uma parcela crescente do orçamento para o pagamento de serviços da dívida, reduzindo recursos para áreas essenciais como saúde e educação. A relação dívida/PIB tende a crescer, aumentando o risco de insolvência fiscal e prejudicando a confiança dos investidores no país. Segundo estudos da assessoria econômica do Congresso Nacional, as despesas obrigatórias poderão ultrapassar 100% da receita da União até 2027, inviabilizando a gestão fiscal. As famílias brasileiras também sofrem com a elevação da Selic. O custo do crédito mais alto aumenta a inadimplência, tornando inviável o pagamento de dívidas já existentes. Em novembro de 2024, 41,51% da população adulta estava inadimplente, um reflexo direto do aumento dos juros e da deterioração da renda disponível. Para as empresas, em especial as pequenas e médias, o cenário é igualmente desafiador, com dificuldades para renegociar dívidas e acessar crédito. Ademais, a falta de comunicação clara por parte do governo tem agravado o pessimismo em relação ao futuro econômico. A percepção de que as medidas adotadas visam apenas aumentar a arrecadação, sem resolver problemas estruturais, reduz a confiança dos agentes econômicos e aumenta a incerteza em relação ao crescimento do país. Diante desse quadro, é fundamental que o governo implemente políticas fiscais mais responsáveis e medidas que protejam os consumidores endividados. Propostas como a revisão contratual, a assessoria jurídica especializada e programas de educação financeira podem auxiliar famílias e empresas a enfrentarem os desafios impostos pela política monetária restritiva. Apenas com uma abordagem equilibrada entre controle da inflação e estímulo ao crescimento será possível reverter os impactos negativos do aumento da Selic e garantir a estabilidade econômica do Brasil. *José Carlos Maia é Economista e Antônio Dourado é advogado do escritório Portela Soluções Jurídicas.

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