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Economia

Roberto Gusmão: "Nós vamos ter a Transnordestina aqui"

O presidente de Suape Roberto Gusmão está atento à votação de dois projetos de lei que estão próximo de serem votados no Congresso. Um deles é a lei chamada BR do Mar, que incentiva a navegação de cabotagem, feita nos portos dentro do País. Atualmente, só empresas brasileiras com navios próprios podem operar o serviço no Brasil. Pela BR do Mar, o mercado seria aberto a companhias sem frota própria, que poderiam alugar embarcações estrangeiras, desde que 2/3 da tripulação seja de brasileiros. O outro projeto é a PL 261, de autoria do senador José Serra (SP), que permite a uma empresa privada concluir obras de ferrovias, como a Transnordestina. Seria a oportunidade para Pernambuco concluir o trecho de Salgueiro a Suape, que está parado há anos. Grupos, como os que detêm as jazidas de minério de ferro, no sul do Piauí, que seriam transportadas pela Transnordestina, poderiam se interessar. Nesta entrevista a Cláudia Santos, no último dia 16, Roberto Gusmão comenta como essas novas legislações podem beneficiar o porto pernambucano. Gusmão também apontou soluções para tornar a movimentação de contêineres mais competitiva, a atração de players do setor metalmecânico para o complexo e a perspectiva de o Estado se tornar o principal produtor ensavador de gás de cozinha do Nordeste. Suape obteve o aval da Capitania dos Portos para receber navios de 366 metros de comprimento. De que forma essa autorização vai estimular a movimentação do porto? Esses navios apresentam um comprimento que é fundamental para que se tenha o maior número de contêineres carregados. São navios como o que interrompeu o Canal de Suez. Eles serão o futuro. O Panamá gastou US$ 3 bilhões para fazer uma outra passagem no seu canal que contemplasse o comprimento e a largura desses navios, que não estão ainda operando no Brasil. Um dos portos que primeiro conseguiu a autorização foi o de Santos, que é o maior da América Latina. Pela nossa estratégia de médio a longo prazos, precisamos já estar habilitados para quando houver essa demanda. Além disso, conseguimos, em março, do Ministério da Justiça e da Segurança a deliberação de que o Complexo de Suape está habilitado também quanto à segurança, no grau de risco dos portos. Muitos poucos portos têm essa certificação. O senhor mencionou o Canal do Panamá, e há uma expectativa que com a sua ampliação, Suape se consolidaria como um hub portuário. Os navios cargueiros provenientes principalmente da Ásia, trafegariam pelo canal e, em Pernambuco, passariam a carga para navios menores que a distribuiriam para outras localidades. Qual a perspectiva disso se tornar realidade? É uma perspectiva muito intensa. Hoje temos absoluta certeza que somos líder no Nordeste, principalmente nessa parte de cabotagem, que é a navegação no nosso próprio litoral. Existe uma lei que está sendo estabelecida que é a BR do Mar. Ela regulamenta essa questão da cabotagem, estabelecendo-a como prioridade, inclusive com uso de embarcações internacionais, salvaguardando a questão da mão de obra. Como somos líder em cabotagem, acreditamos, não só pelo Porto do Panamá, mas mesmo nas diversas rotas que há no mundo, que estamos habilitados e em condição de ser um hub. Já somos um hub de granéis líquidos, na parte de combustível, e nos habilitamos a ser também hub em todos os tipos de carga do Nordeste, pela localização privilegiada, pela profundidade do nosso canal (que tem quase 15,60 m e chegará em 20m), pela estrutura e infraestrutura do porto e do Complexo de Suape como um todo, mas principalmente pelo mercado. Estamos rodeados por cinco grandes capitais do Nordeste com 45 milhões de consumidores, num raio de até 800 km, o que faz com que Suape seja extremamente competitivo na parte logística, tanto do transbordo como você falou – isto é, os navios vêm carregados, deixam uma parte aqui e vai distribuindo em outros portos – como também a questão da carga completa aqui em Suape e a distribuição em caminhões para pequenas distâncias. Qual a sua expectativa para a votação no Senado do projeto BR do Mar? Acredito que serão aprovados agora neste primeiro semestre não só o BR do Mar, mas também o projeto de lei do senador José Serra (PL 261), que permite a um ente privado concluir os trechos que ainda estão faltando de ferrovias, como a Transnordestina. Hoje, se a decisão da conclusão da Transnordestina for técnica, não tenho dúvida de que Suape será o beneficiado (entre os trechos da obra que estão incompletos estão: de Salgueiro a Suape, que beneficiaria o escoamento de cargas pelo porto pernambucano, e da cidade de Missão Velha ao Porto de Pecém, que favorece o porto cearense). Mas, mesmo que a decisão não for técnica, nós nos habilitaríamos a fazer o trecho que está faltando de Salgueiro até Suape, por meio da iniciativa privada, com a chamada outorga autorizativa. Um ente privado, em vez de esperar que o governo faça uma concessão e essa concessão passe por uma licitação, ele faz uma proposição ao Governo Federal para autorizar fazer aquele trecho que ainda não foi feito. Hoje a concessão da Transnordestina está se arrastando há mais de 15 anos com um grupo que não tem uma estratégia muito bem definida como negócio. Agora, estamos falando de grupos que têm diversas jazidas de minério de ferro extremamente competitivos e que precisam de ferrovia para poderem se integrar a portos no Brasil como um todo, mas que hoje precisam de uma concessão, o que demanda um prazo muito grande, e agora vão poder fazer por meio de uma outorga de autorização. Assim, vamos conseguir ter a nossa Transnordestina para que possamos fazer um escoamento de cargas não só do Piauí, que tem diversas jazidas, principalmente de minério de ferro, mas também das outras mercadorias que Pernambuco também é líder nacional, como a gipsita (o gesso do Araripe) e as frutas do São Francisco. Será que finalmente a Transnordestina será concluída? ANTT (Agência Nacional do Transporte Terrestre) e o Tribunal de Contas sugeriram a caducidade da atual concessão da

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Recife Outlet inicia inicia operação em maio

Pernambuco vai ganhar no dia 7 de maio seu primeiro outlet de categoria premium. O Recife Outlet será inaugurado às margens da BR-232, em Moreno, conta com um investimento de R$ 75 milhões e 76 operações, O empreendimento irá abrir com mais de 90% do seu mix fechado e irá gerar mais de dois mil empregos com seu funcionamento. O mall nasce já conectado com os novos comportamentos do consumidor que está preocupado com a segurança sanitária, em relação à pandemia. “As pessoas estão voltando a consumir, mas estão levando em conta, também, aspectos como ambientes ao ar livre, espaço para não gerar aglomeração e rigor nos protocolos de saúde. Em um outlet temos tudo isso”, explica Paulo Perez, sócio do Grupo BCI de Pernambuco e empreendedor do Recife Outlet. . . Shopping Patteo Olinda com novos contratos no mês de aniversário No mês em que completa seu terceiro ano de funcionamento, o Shopping Patteo Olinda comemora a assinatura de novos contratos. Abriram recentemente FunShoes (calçados infantis), Big Plush (pelúcias) e na parte de gastronomia Empadinhas Barnabé e Bello Pastel. Chegarão em breve ao mix do centro de compras as operações Chiquinho Sorvetes, The Poke e Rei do Matte. No mix geral, o Patteo receberá também as seguintes lojas: Belle Bijou, Ótica Chilli Beans, Colombo, Casa do Celular, Realeza Joalheria e Centauro. Ainda dentro das comemorações, durante todo o final de semana os clientes encontrarão no mall dois ambientes instagramáveis e no próximo domingo (25/04), dia do aniversário, o estacionamento será gratuito para todos os clientes que visitarem o empreendimento. . . Shopping Recife apresenta novidades para o Dia das Mães O Shopping Recife preparou duas novidades para comemorar o Dia das Mães. A partir do dia 24/04, quem chegar ao Shopping Recife poderá garantir o segundo presente para as mamães. Para isso, basta trocar as notas fiscais de R$ 350 em compras no mall por um kit Natura Tododia Tâmara e Canela, composto por um hidratante corporal, um creme para mãos e uma caixa com dois sabonetes. As notas são cumulativas e válidas a partir de R$ 20 para compras realizadas no período da ação ou enquanto durarem os estoques. O estande de trocas ficará localizado em frente ao Magazine Luiza. Para aqueles filhos que também gostam de homenagear suas mães de forma mais que especial, através do hotsite www.shoppingrecife.com.br/diadasmaes, será possível criar um vídeo personalizado exclusivo. A homenagem será produzida com o envio de fotos encaminhadas, relembrando momentos marcantes em família. . . Exposição fotográfica relembra a história do Shopping Tacaruna Em 29 abril de 1997, o Shopping Tacaruna abriu as portas ao público, sendo o primeiro mall da Zona Norte do Recife. Desde então, passou por expansões e revitalizações, oferecendo sempre diversas lojas e serviços dos mais variados segmentos, operações de lazer e alimentação e entretenimento, sempre com o objetivo de proporcionar o melhor aos clientes. Para comemorar o aniversário de 24 anos, o Tacaruna realiza a exposição fotográfica “Tacaruna, com você agora e sempre”, de 21 de abril a 9 de maio. Montada no segundo pavimento, próximo à praça de eventos, a mostra relembra a trajetória do empreendimento através de imagens do próprio acervo. Ao longo de 24 anos de história, o Shopping Tacaruna realizou duas expansões, em 2004 e 2014. Ao todo, o mall oferece mais de 300 operações. Nos últimos cinco anos foram realizados investimentos de aproximadamente R$35 milhões. . . Paulista Nrth Way Shopping recebe campanha do Hemope Hoje, 23, o Paulista North Way Shopping abre as portas para a nova Campanha de Doação de Sangue do Hemope, que será das 10h às 12h e das 13:30h às 16h, no piso L2, próximo aos caixas eletrônicos. Com a pandemia, os estoques de sangue do Hemope estão em nível crítico. Nos últimos três meses, a média mensal de doações foi de 6 mil, quando o mínimo necessário são 7 mil doações por mês para manter os volumes estáveis. O tipo sanguíneo mais difícil de captar é o B negativo (B-), considerado o grupo mais raro. Quem tem sangue tipo B só pode receber doações dos tipos B e O. Por isso, o Hemope apela para que a população contribua doando sangue, com uma média de 100 a 120 doadores por dia, para que as dificuldades ocorridas nesta pandemia sejam superadas. A doação dura cerca de 40 minutos e é feita sob todos os procedimentos de segurança contra a covid-19.

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Aeroporto do Recife é o 5º mais movimentado do Brasil

O Aeroporto Internacional do Recife Guararapes - Gilberto Freyre, administrado pela Aena Brasil, é o 5º maior em número de embarques e desembarques no País, de acordo com dados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O terminal fechou o primeiro trimestre de 2021 com 6,09% da movimentação aérea brasileira, e subiu três posições em comparação com o mesmo período de 2020. De janeiro a março deste ano, 1,7 milhão de passageiros passaram pelo aeroporto da capital pernambucana. No indicador Pousos e Decolagens, o equipamento também está em 5ª colocação, registrando 15,6 mil operações nos três primeiros meses de 2021. No quesito cargas, o Aeroporto do Recife, que tem sido importante centro logístico de recebimento e envio de insumos para o combate à pandemia, está em 4º lugar, com registro de 15 mil toneladas no período. . . Jasmine Alimentos mira no mercado do Nordeste com investimento de R$ 1 milhão No último ano, as vendas de granolas registraram crescimento de 28% em todo o país, segundo dados da Nielsen Brasil, empresa especializada na análise de comportamento dos consumidores. Entre as líderes deste mercado, a Jasmine lançou neste mês um novo sabor de granola: Castanha-de-caju. Inspirado em análises de mercado sobre os hábitos de consumo do Nordeste brasileiro, o produto deve contribuir para o aumento da participação da marca na região. Para a iniciativa, a empresa investiu R $1 milhão. Segundo a gerente de marketing da Jasmine Alimentos, Thelma Bayoud, o novo sabor foi especialmente desenvolvido para essa região, após diversos estudos. “A Jasmine é referência em produtos saudáveis em todo o Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Queremos ampliar este reconhecimento e por isso decidimos estudar melhor a Região Nordeste. Após analisar dados de mercado, desenvolvemos um produto que vai ao encontro dos hábitos de consumo deste público, com ingredientes que são a cara do Brasil”, destaca. A linha de granolas da marca, composta atualmente por 14 SKUs, registrou crescimento de 45% nas vendas do último ano, acima da média da categoria, segundo dados da Nielsen. . . CIEPE e Governo buscam soluções para aumento do preço do gás Reunião coordenada pelos secretários de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, e da fazenda, Décio Padilha, contou com a participação da diretoria do CIEPE (Centro das Indústrias de Pernambuco), além da diretoria da Copergás, liderada pelo presidente André Campos trouxe algumas definições sobre o aumento do gás natural. A subida de preços, anunciada pela Petrobrás, passará a valer a partir de maio. Entre os participantes, ficou definido que a Copergás vai submeter à análise da Agência Reguladora de Pernambuco a sugestão de se limitar a repassar as alíquotas definidas pela Agência Nacional de Petróleo. A variação é resultado da vinculação do valor do gás à cotação do petróleo e à taxa de câmbio. Durante o encontro, foi batido o martelo quanto à decisão da Companhia de Gás de Pernambuco de manter até agosto sua margem de lucro, em valor de hoje correspondente de R$ 0,24 centavos por metro cúbico. A medida foi uma resposta ao pleito do CIEPE, que fez exposição sobre os impactos negativos que uma alta substancial no preço do gás representa na Indústria e na economia do estado de uma maneira geral.

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"O Corredor do Comércio tem um valor histórico enorme e com uma atividade econômica intensa".

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Recife, Rafael Dubeux, foi um dos entrevistados da edição desta semana da Revista Algomais em que tratamos sobre o projeto do Corredor do Comércio do Recife. Reivindicação antiga da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), a recuperação das principais vias comerciais dos bairros centrais da cidade tem um novo olhar neste ano, com as estratégias do urbanismo tático. O secretário comenta também sobre o impacto da pandemia na atividade dessa região e fala das ações do poder municipal para incentivar os pequenos empresários e empreendedores. Qual a sua avaliação sobre o projeto de revitalização do Corredor do Comércio do Recife? Rafael Dubeux - A região central da cidade merece mesmo uma atenção diferenciada, já que é o coração da cidade. O Corredor do Comércio é parte desse núcleo, com um valor histórico enorme e com uma atividade econômica ainda muito intensa. A Prefeitura está articulando ações para promover a recuperação desses principais eixos e, em parceria com os empreendedores locais, poderemos dar uma nova cara à região. Qual o impacto da Pandemia nesta região? Rafael Dubeux - A pandemia trouxe impacto para quase todas as atividades econômicas. O comércio de rua, naturalmente, sofreu um revés forte por conta das medidas de distanciamento e pelo uso crescente do comércio eletrônico. Todos esses segmentos passam por uma reestruturação no nível mundial e é preciso se adaptar a essa nova realidade. Mesmo sabendo que das nossas limitações, inclusive orçamentárias, a gestão do prefeito João Campos anunciou uma série de ações no sentido de auxiliar os setores produtivos, adiando o recolhimento de taxas municipais, como o IPTU e ISS municipal e do ISS do Simples Nacional, e oferecendo mais prazos aos empreendedores. Todos os impactos, que superam quase de R$ 30 milhões, estão beneficiando cerca de 30 mil empreendimentos da cidade. Também elaboramos e lançamos em menos de 3 meses o Crédito Popular do Recife, um dos compromissos de campanha do prefeito, que ajudará setores produtivos nesse momento difícil. É uma ajuda para dar fôlego sobretudo aos micro e pequenos negócios. Algumas intervenções em ruas dessa região central já foram iniciadas. Quais as primeiras ações da PCR no centro nesta gestão? Quais os resultados esperados? Rafael Dubeux - Houve intervenções de urbanismo tático, com pintura da Rua Velha para embelezar o espaço e ampliar a segurança para os pedestres. Também houve intervenção na Avenida Nossa Senhora do Carmo, com a maior faixa de pedestre da cidade e espaços de proteção aos que caminham pela cidade. Também foi expandida a rede de Wifi gratuito do Conecta Recife, o que facilita o uso pelos usuários e também pelos pequenos comerciantes, que podem usar as maquininhas de pagamento. Estão nos planos da secretaria que tipo de ações e articulações para a revitalização do Corredor do Comércio? Rafael Dubeux - Temos discutido com os lojistas locais a requalificação de outras ruas, incluindo pinturas de fachadas. Queremos também avaliar em conjunto a possibilidade de pedestrianização de alguns trechos. No nível mais amplo, uma preocupação permanente deve ser a melhoria das atividades de zeladoria e controle urbano. O CredPop servirá de impulso para alguns dos empreendedores do local. Além disso, a transformação digital de toda a região precisa se consolidar no horizonte de ação de todos neste novo contexto econômico.

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Gente & Negócios: Novo residencial de luxo é lançado em Muro Alto

Novo residencial de Luxo é lançado em Muro Alto O Cais Eco Residência chega na beira-mar de Muro Alto com a proposta de valorizar a cultura local e tem toda sua identidade visual inspirada na arte da xilogravura e literatura de cordel. O empreendimento é das empresas DUE Incorporadora e a Árbore Engenharia e tem o projeto assinado por FG+M Arquitetos e paisagismo de Luiz Vieira. O ator Rafael Zulu é um dos sócios do empreendimento. . O luxuoso empreendimento vai contar com espaços de convivência equipados e decorados e seis complexos aquáticos. Nas áreas de lazer serão oferecidas mais de 40 opções de atividades, além do beach club, que fica disponível para todos os moradores e conta com vista privilegiada para o mar. O valor dos imóveis varia entre R$ 600 mil e R$ 2,5 milhões. O lançamento ocorrerá no dia 1º de maior e a previsão de entrega do empreendimento é para junho de 2024. . . Conportos concede a Suape nova declaração de cumprimento de normas internacionais de segurança portuária A Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos) concedeu a Suape nova Declaração de Cumprimento que reconhece e homologa internacionalmente o atracadouro como um porto que opera dentro das mais rígidas regras de segurança portuária, cumprindo os protocolos e normas do ISPS Code (Código Internacional para Proteção de Navios e Instalações Portuárias). Após receber a DC, o porto é incluído no site da Organização Marítima Internacional como certificado, permitindo a divulgação para toda a comunidade portuária. “A concessão da declaração amplia ainda mais a área de atuação de Suape. Traz maior confiabilidade para a operação de navios internacionais e nos credencia a todas as instalações portuárias no mundo que mantêm registro na IMO. Isso foi possível graças às medidas de segurança adotadas no porto e os investimentos realizados na área”, pontua Paulo Coimbra, diretor de Gestão Portuária de Suape. . . Construtora ACLF é a primeira no Estado a receber certificação Nível de Desempenho Técnico da CAIXA A pernambucana ACLF é a primeira do Estado a receber da Caixa a certificação NDT - Nível de Desempenho Técnico. O selo é um reconhecimento à qualificação técnica das construtoras. A certificação é alinhada aos procedimentos de compliance e gestão de riscos e foi concedida a apenas dez empresas no país. “A Caixa criou o projeto para avaliar construtoras parceiras no desempenho técnico dos empreendimentos contratados e selecionar as que estão dentro do padrão. Acredito que a certificação possa trazer alguns benefícios como redução da burocracia e mais agilidade no andamento dos projetos”, afirma Fernando Fink, diretor de Engenharia da ACLF.

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Governo do Estado anuncia mais R$ 5 milhões para impulsionar pequenos produtores

Do Governo de Pernambuco O Força Local, programa que aplica recursos em projetos que promovem o fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais em Pernambuco, abre novo chamamento público. Dessa vez, serão R$ 5 milhões destinados a projetos nas cidades, o dobro do ofertado em editais anteriores. A iniciativa é uma das principais apostas da administração para distribuir os investimentos e direcionar recursos para atividades que são a vocação e a cultura econômica dos municípios. A nova fase foi anunciada ontem (15), no Palácio do Campo das Princesas, pelo governador Paulo Câmara. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio, e o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), participaram do evento. “Pernambuco tem essa vocação, tem gente trabalhadora que sabe fazer a diferença com as oportunidades que são criadas. O Força Local é isso, é oferecer oportunidades, dentro de recortes regionais, dando também incentivos à participação feminina e buscando desenvolver o Estado em todas as regiões. Nossa intenção é chegar até o final de 2022 com mais de R$ 20 milhões investidos no programa”, frisou Paulo Câmara. Nesta edição, serão selecionados até 38 projetos. As propostas têm de ser enviadas até 17 de maio e a divulgação provisória dos contemplados deverá ser anunciada em 1º de junho. Todo o recurso aportado é destinado para capacitação das equipes, compra de equipamentos, reforma de espaços e desenvolvimento de negócios. Vale ressaltar que o programa estabelece uma pontuação extra de 10% para APLs com pelo menos 80% de participação feminina, em conformidade com o projeto Pernambuco com Elas, que visa reunir propostas e esforços pela inserção justa e cidadã das mulheres no mercado de trabalho. De acordo com o secretário Geraldo Julio, é o momento certo de injetar recursos nas pequenas economias, para fortalecer os negócios no enfrentamento à pandemia e prepará-los para a retomada futura. “Oferecer um aporte que pode ser essencial para um negócio se estruturar e melhorar já seria de grande relevância para as pessoas que querem crescer na cidade que escolheram viver. Considerando uma pandemia, que fez o trabalho de gerar renda ainda mais desafiador, o Força Local chega em 2021 com o dobro de recursos, elevando o alcance e o impacto do projeto. Já chegamos em 70 cidades e a ideia é ir ainda mais longe, em todas as regiões do Estado”, destacou. Desde a criação do Programa Força Local, o Governo contabiliza aportes totais de R$ 12 milhões, sendo R$ 7 milhões da AD Diper e R$ 5 milhões em contrapartidas. Os recursos foram distribuídos em 58 projetos, beneficiando 5.100 mil pessoas, priorizando a coletividade, integração e diálogo, competitividade, visão de negócios e fomento. "O Força Local é um projeto com bastante capilaridade, atendendo vários municípios, entidades e produtores rurais. Vamos trabalhar esse novo chamamento com abertura a partir de amanhã para todas as entidades sem fins lucrativos e pretendemos anunciar um aporte maior de recursos. Neste chamamento, temos como novidade a inclusão do polo moveleiro como um dos setores prioritários. Nossa meta é fortalecer o cooperativismo e o associativismo que é muito importante para levar desenvolvimento para os municípios mais afastados", reforçou Roberto Abreu e Lima, presidente da AD Diper. Até hoje, já foram beneficiadas as cadeias produtivas da agricultura; apicultura; bovinocultura do leite; caprinovinocultura; confecções e moda; piscicultura; avicultura; horticultura e cafeicultura. Podem participar do novo edital entidades sem fins lucrativos, associações, entidades e organizações sociais que precisam pleitear ao governo recursos para desenvolver seus projetos e criar um mercado de desenvolvimento. O edital está disponível no site da AD Diper, o www.addiper.pe.gov.br.

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Senai investe R$ 54 milhões em Instituto de Inovação no Recife

Instituto Senai de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs) inaugura nova sede e aprimora atendimento à indústria. Nova estrutura foi fruto do investimento de R$ 54 milhões e inaugura hoje (15). O novo centro foi construído em Santo Amaro, ao lado da Casa da Indústria. O novo espaço irá potencializar o desenvolvimento de soluções inovadoras para o setor produtivo. O equipamento irá abrigar um laboratório multimodal de 500 m², voltado para o desenvolvimento de novas soluções que agregam tecnologias como inteligência artificial, aprendizagem de máquina, big data, computação nas nuvens e internet das coisas. A inauguração da sede facilita a realização de pesquisa aplicada e o desenvolvimento de soluções inovadoras. Além do laboratório multimodal, o novo ambiente contará com espaços para a realização de testbeds (experimentos controlados que comprovam a viabilidade técnica de soluções) e de testes em escala real e workshops com o ecossistema de inovação. “Toda essa infraestrutura servirá como ferramenta para que possamos potencializar o processo de inovação aberta com indústrias, startups e Institutos de Ciência e Tecnologia parceiros e habilitará, inclusive, a nucleação de empresas e o spin-off de soluções inovadoras”, afirma o diretor interino do ISI-TICs, Adriano Gomes.   . Porto Digital fecha parceria com a PwC Brasil O Porto Digital acaba de se associar à consultoria e auditoria PwC Brasil para oferecer uma série de novos produtos e serviços para o ecossistema de inovação do Recife. A cooperação envolve o vínculo a programas de empreendedorismo do parque tecnológico, a exemplo do Mind the Bizz, voltado a negócios em estágio inicial, e da incubação, que foca na maturação de startups. A partir desta parceria, as empresas que passarem pelos programas de suporte empreendedor poderão usufruir de master classes, consultorias e assessorias com a assinatura do Porto Digital em conjunto com a PwC. Para o sócio e líder do escritório da PwC no Recife, Vinícius Rêgo, a parceria é importante pelo papel que a PwC e o Porto Digital desempenham na cidade e no estado de Pernambuco. “A missão e o propósito do Porto Digital, de ser um dos pilares da economia do futuro de Pernambuco e ser uma das âncoras do desenvolvimento sustentável do estado, vai ao encontro da nossa visão e aspiração de contribuição significativa para a cidade e região”, diz Vinícius Rêgo. . . Grupo BIG lança e-commerce em Pernambuco O Grupo BIG apresenta uma nova alternativa de compra para o consumidor e lança os sites de comércio eletrônico das lojas BIG Bompreço e Sam’s Club. Para fazer suas compras, os clientes passam a contar com os sites www.big.com.br, www.bompreco.com.br ou www.samsclub.com.br. Em Pernambuco, as lojas contempladas com o serviço são: Sam's Club Recife, Big Bompreço Casa Forte, Big Bompreço Av. Recife, Big Bompreço Guararapes, Big Bompreço Olinda, Big Bompreço Boa Viagem, Big Bompreço Caruaru e Big Bompreço de Petrolina. A entrega é gratuita, com valor mínimo de R$ 30 para as compras nos hipermercados e de R$ 80 no clube de compras. . . O Mundo do Cabeleireiro projeta quadruplicar vendas pelos canais digitais em 2021 O Mundo do Cabeleireiro já tinha o plano de aceleração digital em operação desde abril de 2020. Com as restrições adotadas para conter a pandemia, o tema virou prioridade total na companhia. Dessa forma, foi criada uma área Digital com vários canais de comunicação e venda com seus clientes. Ainda em 2020 essa nova área já representava mais de 3% do faturamento da empresa, tendo como canais mais relevantes o site www.mundodocabeireiro.com.br e as vendas pelo Whatsapp, os quais equivalem a 95% do resultado da área do digital. Para 2021 a meta é mais ousada: o Mundo do Cabeleireiro projeta um crescimento através dos canais digitais quatro vezes maior que em 2020, sendo o e-commerce o maior tracionador do resultado e o Whatsapp com uma relevante taxa de crescimento. É uma estratégia da área estar presente nos principais marketplaces com uma representatividade por volta de 20% do resultado, estando também já presente no RAPPI em todas as categorias da loja. A perspectiva é que, em 2025, esses canais digitais representem mais de 15% do faturamento da companhia.

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"A educação é o ingrediente chave para diminuir a desigualdade brasileira"

Vitor Pereira, Doutor, mestre e bacharel em Economia pela PUC-Rio (2016), com doutorado sanduíche na Universidade de Stanford (2015), é professor do Mestrado Profissional em Avaliação e Monitoramento de Políticas Públicas da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e foi um dos nossos entrevistados na última edição da Revista Algomais, sobre o futuro da educação. Ele também foi diretor do Departamento de Avaliação da SAGI, no antigo Ministério do Desenvolvimento Social e possui experiência na condução de diversas avaliações de impacto, especialmente no campo da economia da educação. Publicamos hoje a entrevista na íntegra em que ele fala nessa relação da qualidade da educação e a competitividade do País, além de apontar cases de referência de países que conseguiram virar o jogo do desenvolvimento econômico a partir de um investimento robusto e acertivos nos seus sistemas de ensino. Como as dificuldades do nosso sistema de educação colaboram para a desigualdade social do País? Como é possível reverter esse cenário? A educação é, de longe, o determinante principal da produtividade e dos salário das pessoas. Quanto mais anos de estudos, maior a renda da pessoa. Mas infelizmente, o Brasil é ainda é um pais com pouca mobilidade educação, embora o quadro melhorado recentemente. Um estudo recente do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), mostrou que apenas 1 em cada 4 filhos de pais sem instrução alcançam o ensino médio. De cada 6 em 10 brasileiros cujos pais não possuem o ensino médio também pararam de estudar antes de terminar essa etapa. Sem dar oportunidade educacional a essas gerações mais novas, estamos reproduzindo a desigualdade das gerações passadas. O problema não é simples. Há estudos que mostram que, ao aumentar a escolaridade dos pais, os filhos são beneficiados. Por exemplo, a geração de maio de 68 na França teve os requerimentos para ingressar na universidade e para nela permanecer afrouxados durante um período. Isso facilitou a essa geração nascida entre 1947 e 1950 possuir um curso universitário. Os filhos dessa geração acabaram mais educados do que da geração anterior e da seguinte. Da mesma forma, reformas que expandiram o acesso à educação na Suécia e na Finlândia beneficiaram a geração seguinte. No entanto, o quadro é um pouco mais complicado. Na Noruega, por exemplo, a maior educação dos pais não beneficiou os filhos, o que é um sinal de outros fatores, como as características da família ou habilidade dos pais deixam um pouco mais complexo esse processo de perpetuação da desigualdade entre gerações. Nos EUA, se tomarmos duas crianças com pais de mesma renda e mesma educação, o fato de crescer em um conjunto habitacional diminui as chances de a criança subir na vida depois, comparada com crianças que passaram os primeiros anos de vida em locais menos violentos ou com melhor acesso à serviços. Pegue esses exemplos e pense em uma criança crescendo em uma favela típica de Recife ou do Rio de Janeiro, que ainda chega no ensino fundamental tendo aulas interromidas por tiroteios. Não é difícil imaginar como essas crianças enfrentam desafios hercúleos para poder completar o ensino médio, eventualmente cursar uma univeridade e subir de vida. . Como é possível reverter esse cenário? Esse cenário não significa, porém, que estejamos fadados a reproduzir nossa desigualdade passada. A educação é o ingrediente chave no processo de aumentar a mobilidade social e diminuir a desigualdade brasileira. E a ação mais contundente para podermos aumentar as chances de mobilidade social de uma criança é incluí-la em uma escola de qualidade. Em uma escola de qualidade, as chances de aprendizado sao maiores, as chances de repetir de ano são menores e, consequentemente, as chances de abanonar precocemente os estudos acabam reduzidas. O desenvolvimento do cérebro começa na gestação. É durante os primeiros mil dias de vida, contando os meses da gravidez, que o cérebro mais se desenvolve. Existem muitos riscos ao bom desenvolvimento durante esses primeiros dias, como a falta de nutrição adequada, o consumo de tabaco e álcool durante a gravidez, a contaminação por doenças infecciosas e o estresse materno. Esses fatores podem resultar em crianças menos saudáveis e com menor peso ao nascer, o que tem consequencias sobre seu desenvolvimento futuro. Nos primeiros anos de vida, a amamentação no peito e os estímulos adequados e positivos são fundamentais para o bom desenvolvimento da crianças, mas nem sempre os pais sabem da importância desses cuidados. . Então, esse fosso da desigualdade a partir da formação cognitiva começa mesmo antes das crianças entrarem na escola e aumenta nos primeiros anos de ensino? Há evidencia dos EUA, por exemplo, de que pais de estratos sociais mais baixos conversam menos com as crianças, comunicam um vocabulário mais limitado e pronunciam menos frases positivas para as crianças do que pais de classes mais abastadas. As diferenças de desenvolvimento por classes sociais se inicia ai e vai se ampliando durante a vida. Nesse sentido, programas de visitação domiciliar que encorajem os pais a ter interações mais estimuladoras com os filhos em casa podem se muito promissoras. Na Jamaica, crianças que passaram por um programa desse tipo tiveram ganhos cognitivos expressivos durante a vida e, 20 anos depois, tinham salários 30% mais altos do que as crianças que não haviam sido sorteadas para participar do programa. Essa é a experiencia que inspirou o Programa Criança Feliz , que hoje está presente na maioria dos municípios brasileiros. A relevância da primeira infância também traz ao primeiro plano a questão da qualidade das creches e pré-escolas brasileiras. O Brasil nos últimos anos universalizou a matrícula na pré-escola, e ainda caminha para chegar na taxa cobertura de creche preconizada pelo Plano Nacional de Educação, de 50%. No entanto, o desenvolvimento da criança nesses centros depende crucialmente da intencionalidade pedagógica do professor e da qualidade das suas interações com a criança. Ainda damos muito pouca atenção à garantia da qualidade da educação nas creches e pré-escolas brasileiras. Um outro momento crucial do desenvolvimento das capacidades dos indivíduos é durante o processo de alfabetização. Enquanto as crianças da classe média acabam sendo

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Porto de Suape autorizado a receber navios New Panamax

A Capitania dos Portos de Pernambuco autorizou o Porto de Suape para receber navios porta-contêineres da classe New Panamax, a de maior dimensão disponível na América Latina, que mede 366 metros de comprimento, largura de 52 metros e capacidade para cerca de 14 mil TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés). Apenas portos de classe mundial têm infraestrutura para receber esse tipo de embarcação, a maior que pode cruzar o Canal do Panamá por meio das novas eclusas. A permissão para navios New Panamax favorece a atração de novas rotas de navegação para o país, atendendo importadores e exportadores da região Nordeste, onde Suape já é o porto líder em movimentação de contêineres. “Suape é a principal porta de entrada e saída de navegações de cabotagem e de longo curso para o Nordeste e merecia mais essa autorização para se equiparar a outros grandes portos mundiais. A nova condição fortalece a missão estratégica de Suape de ser um hub logístico para região, assim como a de fomentar a vocação de entreposto do nosso porto. Além disso, abrindo possibilidade para atender o Estado com mais produtos de escala global, a gente ganha mais um item de grande valor para a lista de atrativos de Pernambuco na hora de atrair novos investimentos”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio. Para realizar manobras de entrada e atracação ou saída e desatracação, é necessário o emprego de alguns requisitos, como atuação de, pelo menos, dois práticos a bordo, e os procedimentos devem ocorrer somente com luz natural. Além disso, deve-se utilizar o mínimo de quatro rebocadores. Uma vez atracado, o navio pode operar em qualquer horário, já que o Porto de Suape funciona durante 24 horas. “Estarmos aptos a receber esses megaconteineiros é condição indispensável para que Suape exerça a vocação de porto concentrador de cargas de alto valor agregado na América do Sul. Passamos a ter a possibilidade de incremento na movimentação de contêineres, inclusive no transbordo, já que elevamos nossa capacidade para recebimento de navios de 14 mil TEUs”, explica Roberto Gusmão, presidente de Suape. Líder na movimentação de contêineres no Norte/Nordeste, Suape bateu recorde em 2020 com 483.919 TEUs e 1,6% de crescimento em relação ao ano anterior. Em toneladas foram 3,6% de aumento nas cargas conteinerizadas, passando de 5,3 milhões para 5,5 milhões. O acordo assinado entre o Tecon Suape (terminal de contêineres) e a Agência Argentina de Investimento e Comércio Internacional aumentará o fluxo de mercadorias que tenham o Nordeste como origem e destino. Com isso, Pernambuco passará a absorver diretamente toda a carga argentina com destino à região, tendo Suape como porta oficial no comércio bilateral.

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"A pandemia escancarou a desigualdade educacional em nosso país"

Para falar sobre como qualificar a educação brasileira e pernambucana nos próximos 15 anos, entrevistamos o professor Mozart Neves Ramos. Ele é Titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP – Ribeirão Preto e professor emérito da UFPE. Nesta entrevista, concedida ao jornalista Rafael Dantas, o docente fala sobre o impacto da pandemia no sistema educacional brasileiro, critica as gestões do MEC no Governo Bolsonaro e aponta os pontos estratégicos para que o País avance no setor educacional. Que passos o Sr. considera fundamentais para que a educação brasileira alcance uma qualidade satisfatória no cenário dos próximos 15 anos, de forma a colaborar para o avanço do desenvolvimento do País? O grande desafio da Educação brasileira é o de colocar numa mesma equação quantidade e qualidade. Ao longo das últimas décadas o país fez avanços importantes com relação ao acesso escolar, da creche ao ensino médio. Contudo, no que diz respeito à qualidade, em termos de aprendizagem escolar, o país está literalmente estagnado e num patamar muito baixo, especialmente no ensino médio – última etapa da educação básica e porta de acesso à universidade e ao mundo do trabalho. De cada 100 jovens que terminam o ensino médio, apenas 9 aprenderam o que seria esperado em matemática, em língua portuguesa é um pouco mais, ou seja, 29, mas nada que se possa comemorar. Além disso, o país apresenta uma grande desigualdade educacional, entre redes de ensino e dentro de uma mesma rede escolar. Portanto, entendo que o enfrentamento da baixa aprendizagem escolar e a redução da desigualdade educacional são os dois maiores desafios para alcançar a tão sonhada qualidade. Para isso, o Brasil precisa investir na qualidade do professor, pois, segundo pesquisas internacionais, esse é o fator mais importante, dentre vários, para alavancar a aprendizagem escolar. Investir desde a atração pela carreira do magistério, passando pela formação inicial e continuada, chegando a uma carreira cujo plano valorize o desempenho docente e a busca por aperfeiçoamento profissional ao longo da vida. O Brasil precisa investir mais em educação e melhor. O Brasil, é bem verdade, triplicou os investimentos, nos últimos 15 anos, em educação básica. O esforço precisa continuar se quisermos chegar ao patamar dos países que estão no topo da educação quanto ao per capita-aluno. Mas a gestão, por sua vez, deixa, em geral, muito a desejar, é preciso dar mais ênfase à eficiência, eficácia e efetividade dos gastos públicos em educação. Costumo dizer que o Brasil deveria aprender com o Brasil, e nesse sentido refiro-me ao belo exemplo do estado do Ceará no campo da alfabetização e ao estado de Pernambuco nas escolas de ensino médio em tempo integral. O país já tem caminhos seguros de bons resultados, mas é preciso dar escala nacional. O país não pode deixar de lado investimentos em inteligência artificial para a educação e o uso de plataformas adaptativas que irão ajudar exponencialmente na gestão da tão necessária flexibilização e diversificação da oferta educacional. Que prejuízos a pandemia deixa para o nosso sistema educacional e quais inovações experimentadas nesse período deveríamos ou poderíamos comemorar? A pandemia escancarou a desigualdade educacional em nosso país. Enquanto o setor privado respondeu com certa rapidez ao fechamento das escolas oferecendo ensino remoto, uma boa parte das crianças de escolas públicas ficaram, ao longo de 2020, sem acesso simplesmente por falta de conectividade digital, falta de internet e banda larga. Para essas crianças que ficaram à margem do processo educacional, segundo estudos do professor André Portela da FGV – SP, significa um retrocesso escolar à 2018, é como se o governo atual não tivesse existido para elas. A falta de uma coordenação nacional pelo Ministério da Educação (MEC), em colaboração com estados e municípios, como prevê o artigo 8◦ da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), agravou ainda mais. O país deveria ter iniciado este ano com um plano nacional de conectividade escolar para todas as crianças e professores da educação básica, pois o ensino remoto deverá ainda ser, em 2021, a forma de acesso majoritária às atividades escolares. Por outro lado, costumo dizer que o covid foi um catalisador para as mudanças que estavam em curso na educação, que estavam acontecendo, mas de forma muito lenta. Aqui me refiro ao uso das novas tecnologias no processo ensino e aprendizagem. Daqui para frente elas irão ocupar um lugar de destaque no apoio ao professor, constituindo aquilo que está sendo chamado de ensino híbrido. Isso irá impulsionar o conceito do aluno em tempo integral, que é diferente da escola em tempo integral. Quais os prejuízos causados pela atual administração do MEC e como revertê-los? Em pouco mais de dois anos foram três ministros, cuja preocupação maior foi agradar a ala ideológica do governo. Por exemplo, enquanto milhões (e não milhares) de crianças e jovens estão sem estudar, sem acesso à educação, por conta da pandemia, o governo prioriza no Congresso o homeschooling, uma das bandeiras dessa ala do governo, que, no máximo, atenderá a pouco mais de 7 mil famílias. Como disse anteriormente o governo deveria ter estruturado um plano nacional de conectividade digital, e usar os recursos do Fundo da Universalização dos Sistemas de Telecomunicações (Fust) para isso, pois o valor estimado em caixa é de R$ 23 bilhões de reais. Mas o presidente preferiu vetar o Projeto de Lei que iria assegurar internet e banda larga para estudantes e professores da educação básica. O próprio Fundeb que agora o governo faz propaganda dele, pois é de fato um avanço no financiamento da educação básica, ele próprio tentou barrar aos 45 minutos do segundo tempo, como costumamos falar no futebol. O que manteve vivo o Fundeb e sua aprovação foi a grande articulação e mobilização nacional em prol do projeto que tramitava no Congresso há bastante tempo. Foi, na verdade, uma grande vitória da educação brasileira. Com a chegada do ministro Milton Ribeiro renovei as minhas esperanças em termos do diálogo, especialmente pensando no seu antecessor, que buscou mais enfrentamento do que colaboração.

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