Endividamento das famílias fica estável entre setembro e outubro

O percentual de famílias endividadas em Pernambuco manteve-se no mesmo patamar entre os meses de setembro e outubro, saindo de 78,0% para 78,2%. Os indicadores relacionados à inadimplência também registraram comportamento brando na passagem do terceiro para o quarto trimestre: no caso das famílias com contas em atraso, houve um modesto recuo de 0,6 ponto percentual (de 30,9% para 30,3%); já o percentual de famílias sem condições de quitar as dívidas atrasadas apresentou movimento inverso, com pequeno avanço de 0,6 ponto percentual (de 15,1% para 15,7%).

Os indicadores em outubro, portanto, apontam para uma acomodação no ímpeto de endividamento das famílias, tendo em vista os recentes aumentos da taxa básica de juros, que tendem a encarecer o crédito no curto prazo e devem continuar ocorrendo até o final do ano.

Com efeito, seguindo o objetivo de controlar a inflação, após a elevação de 6,25% a.a. para 7,75% a.a. pelo Conselho de Política Monetária, a expectativa das principais consultorias consultadas pelo Banco Central é de que a taxa SELIC alcance o patamar de 9,25% a.a. ao final de 2021.

Entretanto, não obstante o arrefecimento ocorrido em outubro, a proporção de famílias endividadas permanece acima do patamar observado um ano atrás, na comparação com outubro de 2020, quando a proporção era de 76,1%. O mesmo se aplica aos indicadores relacionados à inadimplência, sobretudo o percentual de famílias sem condições de pagar as contas atrasadas, que era de 13,4% há um ano (aumento de 2,3 ponto percentual)

No caso de famílias com contas em atraso, o aumento foi de 0,5 ponto percentual em relação a outubro de 2020, mas destaca-se que o indicador registrou o quarto mês consecutivo de queda, iniciando em junho com 33,2% em junho.

No que diz respeito a percepção sobre o nível de endividamento, o percentual de famílias que se declaram “muito endividadas” registrou mais um aumento, saindo de 20,3% em setembro para 21,2% em outubro, nível que continua muito acima do percentual observado no mesmo mês de 2020, quando o percentual registrado foi de 13,7%. Já o percentual de famílias que declaram não possuir nenhuma dívida comprometendo o orçamento doméstico ficou estável, saindo de 22,0% em setembro para 21,8% em outubro, além de ficar abaixo do resultado registrado em outubro de 2020 (23,9%).

Já a parcela média de comprometimento da renda com as dívidas ficou estável em outubro, mantendo-se em 29,8%, mas com elevação de 1 ponto percentual com relação a um ano atrás.

Entre os tipos de dívidas que as famílias apontam como componentes do orçamento mensal, destaca-se em outubro a queda no percentual de famílias endividadas que citaram o cartão de crédito. É o segundo mês com queda significativa na declaração desse vetor de endividamento entre as famílias: foi de 97,0% em agosto, passou para 95,1% em setembro e agora chegou a 91,9%.

Na comparação a outubro de 2021, o cartão de crédito avançou 1,2 ponto percentual. Esse avançou foi menor que o aumento na participação de outros tipos de dívidas, como o cheque especial – citado por 6,6% das famílias em outubro de 2020 e por 11,6% em outubro de 2021 – e os carnês – 22,2% há um ano e 33,0% agora em outubro de 2021. Essa dinâmica sugere que contratações de crédito e dívidas em conta corrente vêm sustentando o alto nível de endividamento à medida que os débitos em cartão de crédito começam a diminuir. É razoável supor que boa parte desse crédito adicional ou das dívidas em conta assumidas pelas famílias sejam também direcionadas à quitação dos débitos em cartão, cujo taxa média de juros supera os 300% ao ano.

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