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Festivais de animação formam novo público

Os festivais de animação que acontecem no Estado impulsionam a formação de público para a produção local e para exibição dos filmes que estão fora do circuito comercial. Em Pernambuco destacam-se o Animage, o Animacine e o Festival Internacional Brasil Stop Motion. Mostras que já não se restringem apenas ao Recife. Em 2019, o Animage completará 10 anos ininterruptos. Os números da edição do ano passado impressionam. Mais de sete mil pessoas passaram pelas salas do evento que é coordenado por Antônio Gutierez (Gutie). Atualmente ele é o festival brasileiro de cinema nesse segmento com o maior número de longas-metragens exibidos. A qualidade da produção pernambucana tem garantido espaço na disputada programação do evento. “O Animage não privilegia a produção local. A definição do conteúdo é feita dentro de uma curadoria bastante rigorosa em que contemplamos produções independentes e experimentais focadas na qualidade artística. Mas o nível dos trabalhos locais tem avançado muito e isso reflete na participação dos filmes pernambucanos no festival”, conta Gutie. Na última edição do Animage mais de 800 produções do mundo todo foram inscritas para o evento, que exibiu 202 trabalhos entre curtas e longas. Além do Recife, o evento teve exibições em Caruaru, Belo Jardim e Triunfo. O animador e presidente da ABCA-PE, Tiago Delácio, coordena o Animacine - Festival de Animação do Agreste, que passa pelas cidades de Gravatá, Caruaru e Bezerros. Realizado a cada dois anos, o evento foi idealizado por Lula Gonzaga. “Nossa proposta é exibir essa produção para um público mais carente de informação e arte. E, inclusive, abrir espaço para exibição da produção que já é feita na própria região do Agreste”, destaca Delácio. A programação conta também com oficinas e mesas de debate. A última edição partiu de uma seleção de 1.827 filmes de 96 países. O Festival Internacional Brasil Stop Motion, dirigido por Ana Farache, é outra atração do calendário cultural pernambucano. Em atividade desde 2011, o evento interiorizou suas exibições no ano passado. Além do Recife, os filmes foram apresentados em Caruaru e em Triunfo. Trata-se do único evento na América do Sul e terceiro no mundo dedicado a essa tradicional técnica de animação. Na última edição foram exibidos 75 produções de 32 países. Uma das características desse festival é a preocupação com a inclusão, pois oferece sessões com acessibilidade comunicacional, atingindo as pessoas cegas e surdas. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Lula Gonzaga guarda memória da animação em Gravatá

Além de produtor, Lula Gonzaga realizou diversas oficinas de formação de animadores de maneira itinerante pelo Brasil e até no exterior, mas um problema de saúde o impossibilitou de viajar. Os filhos decidiram então encampar um sonho de ter um espaço para guardar a memória da animação no Estado e fundaram o Museu de Cinema de Animação Lula Gonzaga, na cidade de Gravatá. “Esse espaço é o resultado do sonho do Dom Quixote Lula Gonzaga de expandir a produção e o conhecimento sobre animação. Ele viajava num Gurgel com suas oficinas. Sem poder mais ser itinerante, esse trabalho precisaria ser local”, conta Silvana Delácio,esposa do pioneiro, que recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Lá estão expostos equipamentos antigos para a produção dos filmes, como o taumatrópio, o zoetropo e a mesa pedagógica. Só visitando para entender as suas funcionalidades num período sem câmeras digitais ou softwares avançados de edição. Além desses instrumentos, o espaço guarda desenhos, cartazes, bonecos, filmes e livros que remontam essa memória, incluindo muitas referências do curta A Saga da Asa Branca (1979), que contou com narração de Humberto Teixeira e trilha sonora autorizada por Luiz Gonzaga. “Esse é o primeiro museu de animação do Brasil. Há muitas coisas que juntei desde 1970, inclusive equipamentos originais na época em que os filmes eram feitos à mão”. O MUCA já recebeu realizadores, turistas e grupos de diversas faixas etárias interessados em mergulhar no universo da animação, além da possibilidade de realizar oficinas de produção “à moda antiga” que ainda são conduzidas pelo pioneiro. O espaço é aberto nas terças e sábados das 9h às 17h ou por agendamento pelo e-mail: cinemadeanimacao@gmail.com LIVRO   Para quem deseja conhecer mais sobre essa memória, outra dica é a leitura do livro A História do Cinema de Animação de Pernambuco, escrito pelo professor Marcos Buccini. A publicação conta desde a origem dessa atividade no Estado até o ano de 2016. “Uma aluna fez uma monografia sobre A animação no Ciclo do Super 8 em Pernambuco. Depois fiz meu doutorado contando toda a história desde 1968. O livro foi realizado com recursos do Funcultura em 2016. É uma história bem interessante que acompanha a evolução tecnológica e a questão cultural, com o forte regionalismo nessas primeiras produções”, conta o autor. Ao todo, foram 267 obras catalogadas desde o final dos anos 60. Só durante o Ciclo do Super 8 foram produzidas 11 animações no Estado, de acordo com o pesquisador. Buccini realizou mais de 50 entrevistas nesta publicação que foi lançada pela Editora Serafina. Sobre o trabalho dos pioneiros, Marcos Buccini e Rodrigo Carreiro escreveram em um artigo científico que “dos seis realizadores que resolveram encarar a empreitada de produzir um filme animado, somente dois – Lula Gonzaga e Walderes Soares – exploraram as técnicas de animação por um intervalo mais longo de tempo. Os demais tiveram apenas vivências casuais com o cinema de animação. Assim, por conta do isolamento dos agentes realizadores, da multiplicidade de técnicas e materiais em uma produção tão pequena e a falta da continuidade de novos filmes não se criou condições para o amadurecimento, o desenvolvimento e o compartilhamento das informações e dos processos no cinema de animação em Pernambuco", constatam os estudiosos. "Somente em 2000 surge uma nova geração que, estimulada pelas facilidades das tecnologias digitais, dá início a uma produção sólida de animações”.

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Melatonina pode ajudar a aumentar o sucesso de transplante de medula

Já utilizada no tratamento de distúrbios do sono e alvo de estudos clínicos para combater o câncer e outras doenças, a melatonina também pode ajudar a aumentar o sucesso de transplantes de medula. O hormônio produzido à noite pela glândula pineal, no cérebro, e que tem a função de informar o organismo que está escuro e prepará-lo para o repouso noturno, também regula a disponibilidade de células-tronco na medula óssea. A descoberta foi feita por pesquisadores do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), em colaboração com colegas do Instituto Weizmann de Ciências, de Israel, e de outras instituições do exterior. Resultado de um projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP, o estudo foi publicado na revista Cell Stem Cell. “Descobrimos que a proliferação e a liberação de células-tronco são menores durante o dia do que à noite, quando essas células são estocadas na medula, e que a melatonina produzida pelo organismo à noite é responsável por essa diferença”, disse Regina Pekelmann Markus, professora do IB-USP e coordenadora da pesquisa, à Agência FAPESP. “Essa descoberta sugere que o horário da coleta de células-tronco pode influenciar o sucesso de um transplante de medula óssea no tratamento de câncer”, avaliou. O grupo da pesquisadora no IB-USP tem focado seus estudos na relação entre a melatonina e o controle do sistema imunológico – o eixo imune-pineal. Já os pesquisadores do Instituto Weizmann, liderados pelo professor Tsvee Lapidot, têm se destacado no estudo da imunologia da medula óssea e mobilização de células-tronco. Em estudos anteriores, o grupo do IB-USP já tinha constatado que a melatonina controla a mobilidade de células do sangue para os tecidos, saudáveis e infectados. No caso de infecção, a produção noturna de melatonina é bloqueada, e as células de defesa invadem o tecido infectado. Por sua vez, os pesquisadores israelenses observaram que, na medula, as células progenitoras que dão origem às de defesa ficam protegidas em nichos próximos ao osso, aninhadas por células de defesa do organismo (macrófagos). Continuamente elas se soltam dos nichos, se proliferam e dão origem a células precursoras de linhagens sanguíneas e ossos. Por essa razão têm sido usadas no tratamento de câncer e de outras doenças. “Fizemos uma série de experimentos que demostraram que os processos de liberação e proliferação dessas células, assim como a estocagem delas nos nichos dos ossos da medula, são mediados pela melatonina, que atua sobre os macrófagos”, explicou Markus. Por meio do novo estudo, os pesquisadores determinaram a quantidade de células-tronco na medula de camundongos ao longo de 24 horas. Os resultados das análises indicaram que ocorrem dois picos diários de produção dessas células – às 11h e às 23h –, regulados pela transição entre as fases de mudança na entrada do dia ou da noite Os picos de produção das células-tronco eram impulsionados pelo aumento ou diminuição dos níveis de duas substâncias na medula óssea dos camundongos: a norepinefrina (NE) e o fator de necrose tumoral (TNF). “Vimos que o TNF, que é conhecido por causar morte celular e inflamação, atua como um sinal fisiológico de produção da melatonina na medula. Essa molécula aparece na transição do dia para noite, ou o contrário, e gera picos de produção das células-tronco progenitoras”, afirmou Markus. “A secreção de TNF e NE na medula óssea induz a proliferação celular e, portanto, há dois picos de intensa produção, um de dia e outro de noite. Mas aí entra a melatonina. Durante o dia, apenas a melatonina local está presente e as células saem da medula e vão para o sangue”, explicou. Ao bloquear o TNF e a NE em camundongos, os pesquisadores observaram que cessaram os picos diários de produção de células-tronco na medula óssea dos animais – o que sugere que essas moléculas são essenciais para a produção, alternativamente, de células indiferenciadas e maduras. “Quando são 11 horas, as células-tronco da medula se proliferam e se diferenciam para formar células do sangue, e às 23h se proliferam, mas ficam estocadas nos nichos dos ossos. Isso permite a existência de um ciclo diário de produção e reabastecimento dessas células na medula óssea”, explicou Markus. Estratégias de transplante Os pesquisadores também fizeram outro experimento em que injetaram melatonina em camundongos durante o dia para avaliar se era possível inverter os picos diários de produção de células-tronco. Os resultados confirmaram essa possibilidade. O típico pico noturno, com grandes quantidades de células-tronco indiferenciadas, passou a acontecer pela manhã. Ao transplantar células-tronco produzidas à noite, também em camundongos, foi constatado que elas foram duas vezes mais eficientes do que as células colhidas durante o pico matinal. “Esses achados podem dar origem a estratégias para aumentar a eficiência da coleta de células-tronco em transplantes de medula em humanos”, avaliou Markus. Uma das estratégias seria coletar as células-tronco da medula de um doador durante o dia, porque as células colhidas à noite vão para a medula mais rapidamente, onde ficam ancoradas e guardadas nos nichos dos ossos. Outra possibilidade seria realizar nos doadores de medula, antes do transplante, um pré-tratamento com melatonina ou outras moléculas reguladoras dos ciclos de luz e escuridão. “Uma vez que, em transplantes de medula, o objetivo é coletar as células-tronco do doador e fazer com que possam ser mobilizadas o mais rapidamente para o receptor, vimos que a injeção de melatonina durante o dia permite atingir esse objetivo”, disse Markus. “A utilização de células-tronco da medula para transplante poderia ser controlada farmacologicamente por meio da aplicação da melatonina”, avaliou Markus. De acordo com a pesquisadora, uma das perguntas para a qual pretendem encontrar resposta, agora, é como a medula consegue perceber a diferença entre claro e escuro, por meio do TNF. “Sabemos que há influência da melatonina, mas queremos identificar a origem desse hormônio, se também vem do cérebro, na glândula pineal, trazida pela circulação, ou se é produzida pela medula”, disse Markus. O artigo “Daily onset of light and darkness differentially controls hematopoietic stem cell differentiation and maintenance” (DOI: 10.1016/j.stem.2018.08.002), de Karin Golan, Tsvee Lapidot, Regina P. Markus e outros, pode

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Crítica| Creed II

Retomar uma franquia de sucesso é bem arriscado. O estúdio que abraçar tal missão terá a dura tarefa de agradar a fãs exigentes e ao mesmo tempo cair no gosto da crítica especializada. A franquia Rocky é um bom exemplo. Após dezesseis anos de hiato, Stallone encarnou outra vez o famoso lutador Rocky Balboa no filme homônimo, arrancando elogios de fãs e crítica em 2006. E quando muitos pensavam que acabaria por aí, chegou aos cinemas, nove anos depois, o excelente Creed (2015), dando início a uma nova fase para os filmes do garanhão italiano, que rendeu a Stallone uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante. A boa resposta nas bilheterias (custou US$ 35 milhões e arrecadou quase US$ 174 milhões) resultaria, inevitavelmente, numa sequência. Creed II estreia nesta quinta (24) promovendo o retorno de um personagem que, de alguma forma, marcou a trajetória de Rocky Balboa nos ringues. Na história, após assumir o posto de novo campeão dos peso-pesados, Adonis Creed (Michael B. Jordan) é desafiado por Viktor Drago (Florian Muteannu), filho de Ivan Drago (aquele mesmo que matou Apollo Creed numa luta de exibição em Rocky IV). Dolph Lundgren retorna ao papel do já aposentado lutador russo. Diferente do primeiro filme, que apresentou uma trama forte e uma subtrama consistente, focada no problema de saúde de Rocky, neste não conseguimos notar qualquer evolução em Adonis, que enfrenta aqui os mesmos conflitos existenciais do longa anterior. A dupla Sylvester Stallone e Cheo Hodari Coker (Luke Cage, NCIS: Los Angeles), responsável pelo roteiro, optou por não se arriscar, entregando uma narrativa conservadora ao extremo e uma história, por vezes, previsível.   Creed II deverá, sim, agradar aos fãs do gênero, ainda que não tenha a mesma pegada e bom nível do seu antecessor. A volta de Ivan Drago despertará, na pior das hipóteses, a curiosidade daqueles que vêm acompanhando a franquia desde o início. A produção de Creed III já recebeu sinal verde e deverá marcar o fim da carreira de Rocky nos cinemas. Em entrevista recente, Michael B. Jordan expressou o desejo de, com seu personagem, enfrentar o filho de Clubber Lang (Mr. T, aquele mesmo de Rock III) em Creed III. Penso que o melhor caminho para a conclusão da trilogia seria justamente o oposto disso. Chegou a hora de Adonis Creed sair da sombra de Rocky e usar as próprias luvas.  

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O Movimentado Mercado da Animação

Seja na TV ou nas telonas, a maioria das pessoas é introduzida ao universo do audiovisual com a animação. Os desenhos e filmes consumidos pelos brasileiros, ainda em sua maioria norte-americanos ou japoneses, iniciaramum processo de nacionalização nos últimos anos.Uma mudança impulsionada pelas políticas públicas de incentivo à cultura. E a produção pernambucana tem se destacado neste cenário. O crescimento dos festivais no Recife e no interior, a empregabilidade de animadores e demais profissionais que atuam neste circuito e as premiações das obras pernambucanas são alguns sinais desse movimento cultural em crescimento. O  Mundo Bita, da produtora Mr. Plot, é o maior case desse novo momento da animação em Pernambuco. Consolidado em rede nacional e dando os primeiros passos no exterior, a produção alcança por mês a marca de 100 milhões de visualizações só no Youtube. “O Mundo Bita já é uma marca que tem seu espaço nas famílias com criança na faixa etária de 0 a 6 anos. E tem muito a crescer ainda, pois tem apenas 8 anos de vida. Mickey, por exemplo, tem 90. A Mônica, 50. Bita é um menino”, comenta Felipe Almeida, sócio e diretor da empresa Mr. Plot. A empresa conta atualmente com uma equipe interna de 14 profissionais. Esse número triplica se contar as produtoras e companhias de teatro que fazem shows do Mundo Bita pelo Brasil. Felipe afirma que a marca tem ainda contratos com 10 empresas que fabricam produtos licenciados, como brinquedos, artigos para aniversários e itens de higiene bucal. A animação está presente em plataformas como o Netflix e o Discovery Kids.  Outra série pernambucana em destaque é a Além da Lenda, que foi exibida na TV Brasil e na Globo Nordeste. A animação nasceu nas mãos da equipe de criação da produtora Viu Cine, que também realizou Pedrinho e a Chuteira da Sorte e está em atividade desde 2015. “Chegar ao quarto ano de produção ininterrupta para a gente é uma vitória. Produzir animação é complexo”, conta o diretor Ulisses Brandão. A Viu Cine está produzindo o primeiro longa-metragem de animação de Pernambuco com os personagens do Além da Lenda. A previsão de lançamento é para 2020. No longa trabalham cerca de 50 pessoas, juntando as diferentes etapas de produção. A carteira de projetos da produtora conta ainda com uma nova produção de Pedrinho e a Chuteira da Sorte; a estreia do primeiro projeto para o público pré-escolar e em 3D, o Zoopedia; e o Iuri Udi, a principal aposta da empresa. “Fechamos uma parceira com um grande canal de animação para o Iuri Udi. É uma série para 2021 e 2022. Temos uma grande expectativa de alcançar voos maiores com ela”, afirma Ulisses. A Mr. Plot e da Viu Cine não estão sozinhas. A ZQuatro Stúdio (que produziu Bela Criativa), a Produções Ordinárias (da série Foi assim, foi assado) e a Carnaval Filmes (de Bia Desenha e Dó Ré Mi Fadas) são outros players de destaque. O sucesso deles não acontece por acaso. De acordo com o presidente da ABCA-PE (Associação Brasileira de Cinema de Animação em Pernambuco), Tiago Delácio, os editais do Ministério da Cultura e da Fundarpe conseguiram viabilizar profissionalmente o setor. “Com a política de investimentos na cultura foi possível o surgimento das produtoras e a dedicação exclusiva de profissionais no ofício da animação. Hoje há muitos produtores e é difícil encontrar um animador desempregado em Pernambuco”, comenta o presidente da associação. Ele estima que mais de 100 animadores atuem profissionalmente no Estado. “É possível chegar em torno de 200 pessoas”. Filho de Lula Gonzaga, um dos pioneiros da animação em Pernambuco, Delácio também é produtor. Ele foi codiretor do clipe animado Eu o declaro meu inimigo, da banda pernambucana Devotos, e está trabalhando no curta Ciranda Feiticeira. Além do volume de profissionais e do alcance das produções em diversos canais, as animações têm conseguido marcar presença em grandes premiações. A última produção a se destacar foi Guaxuma, de Nara Normande, que é alagoana, mas desde o ano 2000 reside no Recife. “Guaxuma tem sido bem aceito nos mais variados festivais, tanto de cinema em geral, como festivais específicos de animação ou de documentário. O filme tem uma linguagem universal, o que facilita sua aceitação. Estou bem feliz com o retorno do público, tenho recebido muitos relatos sinceros sobre o filme”, conta Nara. Produzida em areia, a animação exibe um belo resultado estético ao fundir três técnicas: stop motion feita com bonecos, animação tradicional em 2D e esculturas modeladas na areia molhada. O filme coleciona 22 prêmios e duas menções em importantes festivais nacionais e internacionais. Nara avalia que Pernambuco vive seu melhor momento da animação. “Tem muita coisa sendo produzida, o fundo de incentivo à cultura do Estado aliado a alguns polos de tecnologia, como o Portomídia, ajudou bastante a impulsionar o cinema de animação pernambucano. Mas é também um cinema muito recente. Ainda faltam muitos caminhos e desafios para a animação se consolidar no Estado, diferente do cinema live-action (filmes com atores reais), que já ocupa seu lugar de destaque”. O Portomídia, mencionado por Nara, é o braço do Porto Digital para fomento da economia criativa. Sua primeira instalação, em 2013, focou justamente no cinevídeo animação. “Fomentamos cinco linguagens da economia criativa, mas no primeiro momento definimos que o carro-chefe seria cinevideo animação por causa da importância do audiovisual pernambucano. Percebemos que os grandes realizadores estavam todos no Sul e Sudeste e quando fomos indagar a razão disso, um dos motivos é que não era possível fazer a pós-produção em audiovisual aqui na região. Funcionamos com uma série de laboratórios para atender essa demanda no Estado”, conta Clara Arruda, coordenadora de marketing e economia criativa do Porto Digital. Na primeira fase do Portomídia, focada na pós-produção, foram investidos R$ 14 milhões na estrutura que presta serviços de educação, experimentação, empreendedorismo e exibição. Alguns projetos de destaque que passaram pelas salas desse espaço foram Ex-Mágico, Do Ré Mi Fadas e Bia Desenha. Apesar do crescimento, duas preocupações principais assombram o setor. A primeira é

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Adolescentes brasileiros ficam 12 horas por dia no celular

"Quantas horas por dia o celular está ao alcance das suas mãos?" Essa foi a pergunta feita no questionário on-line Phone Life Balance, realizado globalmente pela Motorola em 2018 e que, no Brasil, contou com a participação de mais de 65 mil adolescentes. As respostas dos jovens, cujas idades variam entre 10 e 19 anos, refletem a importância do telefone celular na vida deles. Seis de cada dez adolescentes têm o celular ao alcance das mãos 12 horas por dia. Em outras palavras, 60% dos jovens têm o smartphone em mãos durante metade do dia. A relevância do celular na vida cotidiana dos jovens fica ainda mais clara quando se analisam os dois extremos da tabela: somente 1% disse ter o celular ao seu alcance por uma hora ou menos. Já no outro extremo, 30% afirmaram ter o celular ao seu lado durante as 24 horas do dia, ou seja, o deixam próximo até enquanto dormem. "Assim como a pesquisa realizada no Brasil, as internacionais também confirmam que os adolescentes mantêm o celular ligado 24 horas por dia. A pergunta da pesquisa da Motorola dá um passo a mais: o telefone não só está ativo, como também fica nas mãos deles praticamente o tempo todo. Não é que eles tenham acesso enquanto realizam outra atividade, a atividade é o próprio celular", explica Roxana Morduchowicz, especialista em cultura juvenil, consultora da Unesco e autora do livro Ruídos na Web. Por ser um dispositivo portátil, o celular faz com que sua tela seja a que mais acompanha os adolescentes durante o dia. Em todo o mundo, o celular é a tela principal (e em muitos casos, a única) na vida dos jovens. Eles realizam todas as suas atividades nela: falam com amigos, escutam música, buscam informações, jogam e realizam as tarefas escolares. "A vida diária dos adolescentes do século 21 se define por sua relação com as telas. As tecnologias vêm transformando a maneira como eles aprendem, leem, se informam, se divertem, assistem a filmes, séries, escutam música e se relacionam com os amigos. Trata-se, sem dúvida, de transformações muito recentes e muito dinâmicas: há 10 anos, nenhum adolescente acessava as redes sociais e, hoje, não existe nenhum fora delas. Em apenas uma década, as redes sociais se converteram na principal atividade dos jovens, quando navegam pela internet", afirma Roxana. Por isso, segundo a especialista, não é de surpreender que eles deixem o celular ligado as 24 horas do dia, ou que, como demonstra o estudo, esteja ao alcance de suas mãos durante metade do dia. Essa situação se intensifica quando chegam as férias. Durante o recesso escolar, os jovens têm mais tempo livre e, portanto, muito mais horas para passar navegando pela rede no smartphone. Um bom ponto de partida para tentar resolver essa questão é entrar em um acordo com o jovem, quanto ao tempo de uso do dispositivo e as tarefas que ele deve realizar. Dessa maneira, pais e filhos podem decidir em quais momentos podem ficar livres das telas e quais outras atividades podem realizar, para que a tecnologia não ocupe a totalidade do tempo livre nas férias. Ler um livro, compartilhar uma atividade em família, ir a uma praça, a um clube, ao cinema, ao museu ou à casa de um amigo podem ser momentos apropriados para ficar livre da tecnologia e deixar o celular em segundo plano. A respeito da relação dos mais velhos com os celulares dos filhos, é importante que os adultos estejam atentos à maneira que eles usam as tecnologias. Isso se reflete na necessidade dos pais de incorporar uma nova pergunta ao diálogo familiar: "O que você fez hoje na internet, quais páginas você conheceu, com quem se comunicou, houve algo de que você gostou ou não?" Essa é a melhor maneira de conhecer, saber e compartilhar o uso que os filhos fazem das tecnologias, conclui a consultora.

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Economia, Venezuela e Battisti são temas de Bolsonaro em Davos

Em seu terceiro dia em Davos, na Suíça, o presidente Jair Bolsonaro tem hoje reuniões sobre diversos temas, entre eles as perspectivas econômicas, políticas e sociais sobre o Brasil, as questões bilaterais, como a extradição do italiano Cesare Battisti, e o agravamento da crise na Venezuela. O presidente terá um almoço de trabalho denominado “O Futuro do Brasil” e, em seguida, se reúne com o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte. O encontro ocorre 10 dias depois de Battisti ser capturado e preso, na Bolívia, para onde fugiu do Brasil, na tentativa de escapar da extradição. Condenado na Itália à prisão perpétua pelo assassinato de quatro pessoas, a captura, prisão e extradição de Battisti se transformaram no principal tema da imprensa na Itália e no Brasil. Bolsonaro concedeu entrevista exclusiva à RAI, emissora pública de televisão italiana, em que lembrou ter sua origem na região de Lucca, e disse que pretende visitar o País. Venezuela O agravamento da situação na Venezuela e a crise humanitária ocuparão dois momentos distintos na agenda do presidente. Inicialmente, uma reunião diplomática, e depois um jantar com presidentes latino-americanos. No intervalo, é aguardada uma declaração à imprensa. A conversa sobre a Venezuela ocorre no dia em que os opositores promovem, em Caracas, a chamada jornada anti-chavismo e em meio a protestos intensos nas principais cidades do país. Civis e militares entram em confronto, segundo imagens divulgadas por organizações não governamentais. Economia Em Davos, ontem (22) o presidente discursou na abertura do Fórum Econômico Mundial e jantou com empresários. Ele ressaltou a preocupação do governo federal em promover o desenvolvimento econômico associado à preservação do meio ambiente. Também defendeu valores e reiterou a preocupação em promover mudanças, a partir das reformas que pretende implementar. "Minha equipe sabe o dever de casa que tem que ser feito e esperamos obter esse apoio do Parlamento", disse Bolsonaro. "Minha confiança nos senhores é muito grande e sei da minha responsabilidade", acrescentou em vídeo publicado em sua conta pessoal do Twitter. O presidente reafirmou os compromissos de campanha e sua preocupação com o combate à corrupção e o aperfeiçoamento da segurança pública no Brasil. Acrescentou que o país tem praias, florestas e o pantanal, que precisam ser conhecidos, e convidou os presentes para vir ao Brasil. Agência Brasil

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Vendas tiveram tímido crescimento no País

O Indicador Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo o Brasil, subiu 1,8% em 2018, de acordo com dados apurados pela empresa Boa Vista. Na avaliação mensal dessazonalizada, o indicador caiu 1,5% em dezembro. Já na avaliação contra dezembro do ano anterior o varejo cresceu 0,8%. Apesar do desempenho tímido nos últimos meses, o indicador segue crescendo pelo segundo ano consecutivo. Ainda assim, fatores como alto nível de desocupação e lenta melhora da atividade continuam sendo os principais entraves para uma evolução mais robusta do setor. Com poucos sinais de melhora no cenário econômico, espera-se que o varejo siga em um ritmo gradual de recuperação em 2019. Setores Na análise mensal, dentre os principais setores, o setor de “Móveis e Eletrodomésticos” apresentou queda de 3,4% em dezembro, descontados os efeitos sazonais. Ao longo de 2018 o segmento cresceu 1,1%, de acordo com os dados sem ajuste sazonal. A categoria de “Tecidos, Vestuários e Calçados” cresceu 0,3% no mês, expurgados os efeitos sazonais. Na comparação da série sazonal, nos dados acumulados do ano houve queda de 1,0%. A atividade do setor de “Supermercados, Alimentos e Bebidas” registrou queda de 0,1% na série dessazonalizada. Na série sem ajuste, a variação acumulada subiu 2,7% em relação ao ano anterior. Por fim, o segmento de “Combustíveis e Lubrificantes” caiu 0,6% em dezembro considerando dados dessazonalizados, enquanto na série sem ajuste, a variação acumulada do ano avançou 1,3%.

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Mercado prevê inflação de 4,01% e alta de 2,53% no PIB este ano

A inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ficar em 4,01% este ano. Essa é a previsão de instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) todas as semanas sobre os principais indicadores econômicos. Na semana passada, a projeção para o IPCA estava em 4,02%. A estimativa segue abaixo da meta de inflação (4,25%), com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%, este ano. Para 2020, a projeção para o IPCA segue em 4%, há 81 semanas seguidas. Para 2021 e 2022, a estimativa permanece em 3,75%. A meta de inflação é 4%, em 2020, e 3,75%, em 2021, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para os dois anos (2,5% a 5,5% e 2,25% a 5,25%, respectivamente). O BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,5% ao ano, para alcançar a meta da taxa inflacionária. De acordo com o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2019 em 7% ao ano e continuar a subir em 2020, encerrando o período em 8% ao ano, permanecendo nesse patamar em 2021 e 2022. O Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic para conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação. A manutenção da taxa básica de juros indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação. Atividade econômica O mercado financeiro reduziu a projeção para o crescimento da economia, este ano. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no País – foi ajustada de 2,57% para 2,53%. Para o próximo ano, a expectativa subiu de 2,50% para 2,60%. Em 2021 e 2022, a projeção segue em 2,50%. A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar caiu de R$ 3,80 para R$ 3,75 no final deste ano. Para 2020, a previsão passou de R$ 3,80 para R$ 3,78. Agência Brasil

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Delícias do Mar no Pátio de São Pedro

Boêmios e apreciadores da gastronomia popular pernambucana consideravam o Pátio de São Pedro um lugar para degustar as delícias da culinária local, além de ponto turístico, histórico e cultural da cidade do Recife. No entanto, nos últimos anos o antigo point da boemia tem sofrido com o abandono. Mas existem algumas iniciativas para revitalizar aquela área que chamam a atenção pela beleza do casario colonial. Exemplo disso é a chegada neste ano do restaurante São Pedro, comandado pelo chef Thiago das Chagas. “Sabemos que o Pátio anda esquecido e o nosso projeto de vir para cá faz parte de um movimento observado nas grandes cidades brasileiras de revitalização dos centros”, justifica. Thiago já faz sucesso entre os recifenses pela proposta adotada em seu restaurante Reteteu Comida Honesta (no bairro da Encruzilhada), que tem o seu cardápio voltado para a culinária sertaneja, e oferece comida de dar água na boca a um preço justo. Seguindo a mesma estratégia, o São Pedro também investe na cozinha made in Pernambuco. Desta vez, porém, o ingrediente principal são os frutos do mar. “A ideia é poder trabalhar com a gastronomia pernambucana em ambas as casas, onde já temos um compromisso segmentado com o consumo local. É algo que faz parte da nossa essência”, afirma o chef. Localizado na casa de número 52 do Pátio de São Pedro, o restaurante tem uma proposta “minimalista” ao apostar em um ambiente compacto e nas opções do menu. “O cardápio é bem enxuto”, disse. São duas opções de entradas, quatro pratos principais e uma para a sobremesa. A entrada apontada como o carro-chefe da casa é a Salada de Camarão de Bacia (R$ 25,50), que é bem leve e bastante saborosa. Já as refeições principais ficam por conta do Baião de Dois com Peixe (R$ 24,50, individual), o Arroz de Camarão e o de Caranguejo, que custam R$ 29,50 para uma pessoa e R$ 59 para duas e aparecem com grande destaque. A sobremesa da casa é a Torta de Chocolate (R$ 13,90). Completando os sete itens do menu, duas opções podem variar de acordo com a disponibilidade dos ingredientes. “Temos um prato que está sempre mudando, pois nem sempre o mar colabora”, revelou Thiago, em meio a risos. Na segunda semana de novembro, foi a vez do Caldo de Marisco (R$ 8,90), servido como entrada, e do Xerém de Marisco com Camarão (R$ 27,90 – individual), como principal. Outro diferencial do São Pedro é a valorização dos fornecedores locais. Por isso, conta com uma localização estratégica que permite o diálogo com pequenos comerciantes e pescadores do Centro da cidade. “Estamos muito próximos do Mercado de São José, onde compramos muitos dos nossos ingredientes. Já os nossos camarões de bacia são adquiridos aqui na esquina, em Dona Rama”. São Pedro Restaurante Local: Rua das Águas Verdes, Nº 52. Horário: Segunda a sexta / 12h às 15h.Telefone: (81) 3224-0129. *Por Marcelo Bandeira, da Revista Algomais

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