Empresas precisam estar dispostas a abraçar os candidatos e colaboradores que passam por esse processo de migração de carreira
Salários competitivos e o aumento da demanda no setor de Tecnologia da Informação estão atraindo interesse não só de quem está desempregado, mas também de quem pensa em mudar de carreira para uma mais promissora. De acordo com pesquisa da Land, empresa de recrutamento, 78% dos colaboradores de outras áreas das empresas gostariam de migrar para TI. A área, segundo pesquisa da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), demandará cerca de 420 mil profissionais até 2024.
“A transição de carreira nada mais é do que o movimento que uma pessoa faz em sua profissão, mudando sua área de atuação, seja por insatisfação com seu trabalho, por ausência de oportunidade no mercado, falta de perspectiva de crescimento ou fatores diversos. Os motivos que podem levar um indivíduo a buscar uma nova carreira ou área de atuação são muitos e bastantes individuais”, destaca a gestora de Pessoas da Procenge, Cíntia Fonseca.
Para Cintia, outro fator que também têm influenciado essa migração de área é que os profissionais de tecnologia já perceberam que cursos mais objetivos, que aliam às competências técnicas e comportamentais exigidas no dia a dia pelas empresas, somados à experiência prática realizando projetos reais para grandes corporações, são mais que suficientes para entrar na área. “O diferencial do setor de TI é que devido ao déficit de profissionais no mercado e a necessidade de inclusão, escolas de tecnologia oferecem alguns cursos com diversos certificados dentro de uma única formação”, diz a gerente da área de Pessoas.
O que fazer - Para quem quer fazer a transição de carreira para o setor de TI, Cíntia aconselha que o ideal seja não sair por aí buscando vagas sem saber nada da área desejada. “Partir de cara para uma pós-graduação pode ser desafiador. O aconselhável é começar com cursos fundamentais”, afirma, acrescentando que estudar o mercado, pensar nas estratégias que o farão migrar de maneira segura, fazer networking, estar disposto a tentar novos horizontes e abraçar novas oportunidades dentro daquilo que se espera para o novo contexto são pontos positivos.
Para que o profissional de Recursos Humanos entenda seu momento profissional, Cintia Fonseca diz que é indispensável que o candidato deixe claro que está em transição de carreira. “Mesmo que ainda não tenha experiência na área, adicione as experiências que mais podem agregar valor e contribuir para o novo cargo, fazendo o link entre as carreiras. Surpreenda o recrutador ao mostrar que entende o perfil da vaga, sabe o que a empresa está buscando e entende como suas soft skills podem colaborar para a função”, detalha a gestora.
Apoio
A gestora de Pessoas salienta que também é importante que as empresas estejam dispostas a abraçar os candidatos e colaboradores que passam por esse processo de transição, orientando-os e dando oportunidades para o desenvolvimento dessas pessoas. Segundo Cíntia, as empresas precisam estar dispostas a apoiar os colaboradores em seus propósitos e processos de desenvolvimento profissional.
“Capacitar e acreditar no time é a forma de troca genuína e retenção de talentos. Alinhar essas expectativas de forma honesta e transparente desde o primeiro contato é fundamental para não gerar frustrações. Assim, menores são as chances de ter um profissional insatisfeito e, por consequência, improdutivo”, salienta.
Amanda Suamy, engenheira de software formada inicialmente em Ciência Contábeis, sempre teve curiosidade em saber mais sobre os sistemas auxiliares de suas atividades. Desde o início da graduação em ciências contábeis, ela teve a oportunidade de atuar na área utilizando ERP (Enterprise Resource Planning) e a forma de integração de um sistema de gestão sempre despertou sua curiosidade.
Iniciando na Procenge como estagiária da controladoria, Amanda pode ver de perto como um ERP é construído, emergindo ainda mais em sua busca por entender esse produto. “Em 2019, ingressei na Procenge no setor de controladoria. Fazer parte de uma organização que desenvolve o seu próprio sistema de gestão fez com que eu tivesse outra perspectiva, então comecei a perceber como as coisas funcionavam nos bastidores”, conta.
Durante a pandemia, assim como muitas outras pessoas, Amanda abraçou sua paixão pela tecnologia e buscou se aperfeiçoar na área de desenvolvimento de produto, em busca da transição de carreira: “Nesse período tive certeza de que queria atuar no desenvolvimento do produto e comecei a investir na área. Não foi fácil conciliar a área contábil com o estudo na área de desenvolvimento, mas valeu a pena cada minuto que dediquei”, reconhece.
Enxergando a oportunidade de migração interna, Amanda não perdeu tempo em apostar nessa e, desde então, atua no time de desenvolvimento de software da Procenge, agradecendo a oportunidade que a empresa deu para que pudesse realizar a mudança “Em 2021, eu conquistei essa migração de área internamente. Agradeço a empresa por ter apostado em mim e me dado a oportunidade”, finaliza.