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Daniel Becker

Celulares na sala de aula: ferramenta de apoio ou obstáculo à aprendizagem?

Especialista em saúde infantil, Daniel Becker discute os impactos do uso de telas na educação em palestra gratuita no Recife O uso de celulares em sala de aula divide opiniões e acende um importante debate sobre os efeitos dessa tecnologia no processo de aprendizagem. Para o pediatra e sanitarista Daniel Becker, defensor do uso consciente das telas, o aparelho pode representar um risco ao desenvolvimento de crianças e adolescentes, especialmente quando interfere na atenção, memória e na saúde mental dos estudantes. Reconhecido por sua atuação em políticas públicas de infância, Becker abordará o tema em palestra gratuita e aberta ao público no dia 26 de maio, às 19h, no Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), na Imbiribeira, ao lado do Geraldão. Becker é um dos principais articuladores da nova Lei Federal nº 15.100/2025, que proíbe o uso de dispositivos eletrônicos em escolas de educação básica, públicas e privadas. A norma foi criada para preservar a saúde física, psíquica e emocional dos estudantes e estimular momentos de convivência social sem a mediação de telas. “Quando a gente fala de educação digital, a gente precisa primeiro contextualizar na nossa juventude, na juventude brasileira, o que ela está passando”, afirma o especialista. Com ampla trajetória na promoção da saúde infantil, Daniel Becker já colaborou com o Unicef, a OMS e fundou o CEDAPS, ONG com forte atuação em comunidades populares. Ele foi também um dos autores do guia interministerial de uso de telas por crianças e adolescentes. Em suas falas, Becker chama atenção para os riscos do uso excessivo de celulares, como dependência digital, ansiedade, depressão e queda no rendimento escolar, especialmente num país como o Brasil, que lidera rankings globais de tempo de tela entre os jovens. A palestra será realizada na Unit-PE, instituição que figura entre as melhores de Pernambuco segundo o Índice Geral de Cursos (IGC) do MEC. Com nota 4 em uma escala até 5, a Unit-PE se prepara para o Vestibular Tradicional do segundo semestre, que ocorrerá em 1º de junho, com organização da Strix Educação. Serviço:Palestra “Celular na sala de aula: ajuda ou atrapalha?”📍 Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) – Av. Marechal Mascarenhas de Moraes, ao lado do Geraldão, Imbiribeira, Recife📅 26 de maio (domingo)🕖 19h🎟️ Entrada gratuita e aberta ao público 4o

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Gravatá ganha nova grife que transforma o amor pela cidade em camisetas e suvenires

Marca autoral criada por jornalista e diretor de arte aposta no design afetivo para valorizar os ícones e o turismo local Gravatá, um dos destinos mais charmosos do Agreste pernambucano, acaba de ganhar uma marca que une turismo, identidade local e memória afetiva em peças criativas. A grife @Ilove.gravata, idealizada pela jornalista Janaína Lima e pelo diretor de arte Leonardo Davino, chega ao mercado com uma coleção que estampa símbolos culturais da cidade em camisetas, canecas, copos, ímãs e outros suvenires. O projeto surge para preencher uma lacuna: a ausência de produtos temáticos que representassem, com autenticidade e afeto, os encantos gravataenses. “Sentimos a carência de um souvenir com o nome da cidade, com seus pontos turísticos. Gravatá tem um artesanato incrível, com grandes artistas, mas não havia um produto temático que você pudesse levar de presente ou usar para expressar seu amor pela cidade”, explica Janaína. Entre os atrativos já homenageados nas estampas estão o Cristo do Alto do Cruzeiro, a bonequinha da sorte e as práticas de aventura, como o rapel. Outros elementos — como balonismo, mercado público, cachoeiras e o tradicional São João — devem integrar em breve as próximas coleções. Com um apelo visual moderno e linguagem leve, a marca aposta na valorização do turismo de experiência, alinhando-se ao movimento de viajantes que buscam conexão autêntica com os lugares visitados. “Queríamos criar uma marca que não fosse apenas turística, mas afetiva. A ideia era transformar os símbolos de Gravatá em peças com design autêntico, que despertassem identificação e orgulho em quem usa”, ressalta Davino. A proposta é que a grife represente mais do que lembranças: seja uma forma de vestir e vivenciar o afeto por Gravatá. A aceitação do público já é positiva, e os fundadores planejam expandir a atuação da marca em eventos culturais e pontos estratégicos da cidade. Além de promover o comércio criativo, a @Ilove.gravata fortalece o posicionamento de Gravatá como destino que alia natureza, cultura e afeto. “Quis devolver à cidade um pouco do bem que ela me faz”, completa Janaína, que mantém laços com a região mesmo morando no Recife. Serviço:Acompanhe as novidades da grife no Instagram: @ilove.gravata.

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Mobilidade elétrica em foco: evento gratuito em Petrolina impulsiona transição energética

O evento será nesta quarta-feira (21) e quinta-feira (22), organizado pela Associação Pernambucana de Energias Renováveis em parceria com o Conselho Regional de Técnicos Industriais (CRT-03). Empresários, engenheiros e técnicos envolvidos em negócios e projetos de sustentabilidade energética de todo o estado se encontram em Petrolina, no Sertão, nesta quarta e quinta-feira (21 e 22 de maio). A iniciativa é da Associação Pernambucana de Energias Renováveis (Aperenováveis), em parceria com o Conselho Regional de Técnicos Industriais da Terceira Região (CRT-03) - que representa Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Sergipe-, contando ainda com o apoio das regionais do SENAI e SEBRAE. Trata-se de uma oportunidade estratégica para empresários, investidores, projetistas e demais profissionais envolvidos na implantação e gestão de sistemas de energia renovável, além de ser uma chance de capacitação e aprofundamento técnico. “Sem falar, é claro, no fortalecimento do networking, para firmar possíveis parcerias e discutir os caminhos mais assertivos para o avanço da mobilidade sustentável no Semiárido pernambucano”, ratifica o presidente da Aperenováveis, Rudinei Miranda. Programação A programação começa hoje (21/05), a partir das 19h, na sede do SENAI, na Vila Eduardo, com foco no aperfeiçoamento profissional de técnicos e engenheiros. Na quinta-feira (22), na sede do SEBRAE, no Centro de Petrolina, também começando às 19h, os debates vão ser em torno das estratégias comerciais - modelos de negócio, tendências de mercado e perspectivas da Eletromobilidade. As inscrições são gratuitas e feitas pela plataforma de vendas Sympla (link na Bio do perfil @aperenovaveis). A ideia do II Encontro da Aperenováveis Regional Petrolina é fomentar o debate qualificado sobre a transformação da mobilidade urbana e interurbana, com foco na transição energética e na inovação tecnológica. “A eletromobilidade vai além dos veículos elétricos, na verdade, engloba toda a infraestrutura essencial para o seu funcionamento, como estações de recarga, sistemas inteligentes de gestão energética e a modernização da rede elétrica”, acrescenta Miranda. SERVIÇOII Encontro Regional Petrolina AperenováveisDias 21 e 22 de maio de 2025 - credenciamento a partir das 18hLocais: SENAI Petrolina (21) e SEBRAE Petrolina (22)Incrições GRATUITAS pelo Symplaou link na Bio do Instagram @aperenovaveis

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5 dados que mostram por que o lixo eletrônico virou um problema urgente no Brasil

Pesquisa aponta que 89% dos brasileiros não consideram o impacto ambiental ao trocar de aparelhos, enquanto 43% mantêm celulares antigos guardados em casa Apesar do uso constante de celulares, notebooks e outros dispositivos, a maioria dos brasileiros ainda não sabe como descartar corretamente seus aparelhos. Uma pesquisa realizada pela Descarbonize Soluções mostrou que o lixo eletrônico é o tipo de resíduo que mais gera dúvidas na população: 49% dos entrevistados afirmaram não saber como ou onde fazer o descarte adequado. Além disso, 43% admitiram manter celulares antigos guardados em casa, muitas vezes quebrados, por falta de informação ou pela distância dos pontos de coleta. O estudo também revelou que “89% dos consumidores não consideram a geração de lixo eletrônico no momento da troca do aparelho”, destacando a desconexão entre o consumo desenfreado de tecnologia e o cuidado com o meio ambiente. Essa negligência ocorre em um país que ocupa a quinta posição no ranking mundial de geração de lixo eletrônico, com mais de 2,4 milhões de toneladas anuais. A lógica da obsolescência programada e a constante busca por novidades tecnológicas intensificam esse problema. De acordo com Antônio Lombardi Neto, Diretor de Tecnologia da Descarbonize Soluções, é preciso diferenciar descarte de reciclagem. “Nem todos sabem, mas existe uma diferença essencial entre o descarte e a reciclagem. O descarte nem sempre é feito de forma correta, enquanto a reciclagem garante que as matérias-primas serão reaproveitadas”, afirma. Ele destaca ainda que, além do impacto ambiental causado pelos metais pesados, não reaproveitar os materiais implica a extração de novos recursos naturais. Outro dado preocupante é que apenas 3% do lixo eletrônico gerado no Brasil é efetivamente reciclado. Segundo a pesquisa, 73% dos entrevistados apontaram a falta de pontos de coleta especializados como o principal entrave, seguidos pela ausência de informação (49%) e pela dificuldade de transporte (23%). Pilhas e baterias lideram a lista de itens que mais causam dúvidas no descarte, seguidas por eletrodomésticos e celulares. Para transformar esse cenário, é necessário ampliar a conscientização sobre os impactos do e-lixo e criar mecanismos mais acessíveis de coleta. O envolvimento de fabricantes, varejistas e governos é essencial para estruturar a logística reversa e facilitar o acesso da população a pontos de descarte. Como resume Neto, “reciclar eletrônicos é mais do que uma atitude ambiental: é um compromisso com o futuro”.

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Sérgio Xavier é o único nordestino entre os enviados especiais da COP30

Grupo com 30 nomes vai atuar como ponte entre a presidência da conferência do clima e regiões estratégicas; primeira reunião será na sexta (23), em Brasília A COP30, que acontecerá em Belém (PA) em novembro, acaba de ganhar um reforço estratégico na sua preparação. O presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago, anunciou os 30 nomes que atuarão como "Enviados Especiais da COP30", uma iniciativa inédita para aproximar os debates climáticos de setores e territórios ainda pouco representados nas negociações globais. Entre os indicados, o pernambucano Sérgio Xavier é o único nordestino na lista. Ex-secretário de Meio Ambiente de Pernambuco e atual coordenador executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, Xavier integra o grupo de 20 lideranças responsáveis por temas estratégicos. Os outros dez enviados representarão regiões geopolíticas prioritárias, como América Latina, Europa, Ásia, África e Oriente Médio. A primeira reunião do grupo está marcada para esta sexta-feira (23), em Brasília. O papel dos enviados será exercido de forma voluntária, com a missão de ampliar o diálogo com a sociedade civil, conectar experiências locais à agenda internacional e facilitar a circulação de informações entre a presidência da COP e os diversos territórios representados. “Precisamos ouvir muito das regiões e setores para garantir uma conferência à altura da emergência climática e da potência da Amazônia”, afirmou Corrêa do Lago. Além de Sérgio Xavier, fazem parte do grupo nomes de relevância global, como Jacinda Ardern (ex-primeira-ministra da Nova Zelândia), Laurence Tubiana (economista e arquiteta do Acordo de Paris) e Xie Zhenhua (negociador climático da China). Do Brasil, participam ainda Janja Lula da Silva, a surfista Maya Gabeira, a defensora pública Denise Dora e o ambientalista André Guimarães. A lista completa pode ser conferida em: cop30.br/presidencia-da-cop30/enviados-especiais.

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"O Centro do Recife precisa ser um novo bairro para o seu comércio prosperar"

A CDL Recife chega aos 65 anos de atividade, reconhecida pelas ações na operação do SPC (Sistema de Proteção ao Crédito) e pela defesa da revitalização do Centro da cidade. O presidente, Fred Leal, e o diretor institucional da organização, Paulo Monteiro, falam da história da entidade e das conquistas e desafios para restaurar o movimento da região central e impulsionar o varejo local. A CDL Recife (Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife) comemora 65 anos e seu presidente, Frederico Leal, e o diretor institucional, Paulo Monteiro, fazem um balanço sobre a atuação da entidade nesta conversa com Cláudia Santos. Conhecida por seu pioneirismo, foi a primeira CDL do País a criar um sistema centralizado do SPC. Ao longo dos anos, a organização também tem uma atuação constante em prol da revitalização do Centro da cidade.  Ambos os assuntos são tratados na entrevista pelos dois empresários que defendem transformações estruturais na área central do Recife, como o incentivo à moradia, instalação de serviços, recuperação urbana das áreas e segurança para que o varejo volte a ser pujante na região. A ideia baseia-se também no conceito da “cidade de 15 minutos”, em que moradores tenham acesso a serviços, comércio, cultura e lazer, a uma distância máxima de 15 minutos a pé ou de bicicleta.   Que balanço vocês fazem dos 65 anos da CDL Recife? Fred Leal - O balanço é muito bom. Hoje são quase duas mil CDLs em todo o Brasil e a do Recife foi uma das primeiras que surgiram. Sempre tivemos grande atuação, principalmente na relação com os poderes institucionais, federais, estaduais e municipais, logicamente mais fortemente na instância municipal. Em relação aos 65 anos, é importante frisar a questão da credibilidade da CDL Recife enquanto uma instituição apolítica. Tivemos, pelo menos, 40 anos de relações com o poder público independentemente do partido que estivesse no poder. Ou seja, o partido da CDL é o lojista, é a cidade do Recife. A grande preocupação nossa não é somente com o comércio mas, também, com a cidade como um todo, pois se o cidadão recifense está bem, se tem sensação de segurança, vai comprar com mais tranquilidade e isso, consequentemente, favorece o comércio.  A ascensão da CDL Recife se deu a partir do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) que começou no Rio Grande do Sul e, depois, chegou ao Recife, mas temos orgulho de dizer que foi aqui que virou a chave para o SPC Brasil. Antes, cada cidade tinha seu sistema de SPC. Nós fomos o primeiro que interligou os dados de todas as cidades de Pernambuco e unificou no CDL Recife sendo os primeiros a migrar para o processamento central do SPC Brasil. Qual a importância do Serviço de Proteção ao Crédito para o desenvolvimento da CDL e do comércio brasileiro? Paulo Monteiro - Antigamente, a forma de saber se um consumidor pagava bem era ligando para outra empresa onde a pessoa comprava e perguntar: “fulano é bom pagador?” Não havia um banco de dados. Um dos fatores mais importantes para o crescimento de qualquer atividade de compra e venda, no Brasil, é o crédito. Ele é o grande impulsionador em todos os setores no mundo todo. A importância maior do SPC é que alguém chegou e disse: "vamos criar um sistema de ficha, para anotar: ‘fulano’ é bom pagador’”.  Diferente de outros países europeus, no Brasil vende-se muito de forma parcelada. O SPC entrou com muita força e, antigamente, era um sistema para cada estado. Então, há 20 anos, começamos a centralizar e hoje o SPC Brasil é uma empresa nacional (a CDL Recife é cotista dessa empresa), que faz mais de 400 milhões de consultas por ano. Somos um dos maiores bancos de dados de consumo da América Latina.  Por isso temos um convênio com a Serasa, que não é concorrente, na realidade é uma parceira. Hoje há cinco bancos de dados no Brasil, nós somos um deles. Esse negócio é regulamentado pelo Banco Central, são necessárias algumas premissas para existir um banco de dados, não é qualquer um que pode ser porque é necessária uma confiabilidade técnica.  Nós tínhamos três grandes linhas de atuação: a de negócio, a institucional e a linha social. A linha social era a Fundação de Amparo ao Menor, fundada há 30 anos para tirar os meninos da rua, foi evoluindo e hoje extinguiu-se.  Ainda temos algumas ações sociais, mas ficamos mais com o institucional e com o negócio, pois a CDL é um birô de crédito que faz consulta, faz a garantia de cheque, enfim, uma série de outras coisas, inerentes ao negócio da CDL. Mas vale ressaltar a importância da CDL, nesses 65 anos, em questões como a revitalização do Centro do Recife.  Como tem sido a participação da CDL Recife na revitalização do Centro?  Fred Leal - Começou com o projeto Reviver Recife Centro da CDL, que surgiu para promover a revitalização e a recuperação da região central da cidade. Mas, antes desse projeto, o então prefeito Gilberto Marques Paulo queria fechar a Rua da Imperatriz. Os lojistas queriam tirar os camelôs da Rua Nova, da Imperatriz e da Duque de Caxias. Nós nos reunimos com os lojistas e montamos uma operação com o secretário na época e dissemos: “vocês vão ter que passar quatro dias com as lojas fechadas”. Montamos um esquema, instalamos grades, ajeitamos a rua. Depois, esse projeto começou a ser implementado, passando máquinas, trocando pedra portuguesa por tijolo intertravado e evoluiu.  A partir daí, começamos a fazer uma série de ações, e quem deu o apoio muito grande foi João Paulo, como prefeito, depois veio o João da Costa, que foi um desastre, em seguida, Geraldo Júlio, foi um bom prefeito, mas não deu aquele apoio que queríamos. Porque, na realidade, não é só tirar camelôs e pedras, era preciso dar continuidade em outros processos, ter alguém ou um órgão que cuide do Centro, que olhe a região 24 horas. Assim, no fim do primeiro ano de mandato de João Campos,

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Pernambuco amplia esforços pela restauração ambiental

Estado investe em reflorestamento da Caatinga e da Mata Atlântica com parcerias público e privadas, mirando metas climáticas e socioeconômicas. *Por Rafael Dantas Nem só do combate às queimadas e ao desmatamento vive a luta pelas florestas brasileiras e pernambucanas. Além de conter os crimes ambientais que avançam sobre a flora e comprometem o habitat da fauna silvestre, há também um esforço significativo voltado à restauração ambiental. Esse movimento, cada vez mais robusto, reúne instituições com foco ecológico, empresas sensibilizadas pela pauta da sustentabilidade, o poder público e uma diversidade de organizações populares. Em Pernambuco, essas iniciativas ganham corpo nos biomas da Caatinga e da Mata Atlântica. Em meio ao debate do aquecimento global e das mudanças climáticas, a ONU convocou os países em 2021 para vivermos a Década da Restauração de Ecossistemas. No ano em que o Brasil recebe a COP-30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), é estratégico o fortalecimento das iniciativas que não apenas preservam mas agem pela regeneração do meio ambiente. E Pernambuco tem várias experiências de destaque. “Desde 2021, as ações de restauração estão se intensificando muito no Brasil inteiro. Pela primeira vez, inclusive, a gente está tendo um aporte de recursos para trabalhar a restauração no semiárido. Em 2025, temos visto bastante oportunidades de restauração aparecendo, seja por meio de edital público ou pelo ambiente privado”, afirmou Joaquim Freitas, coordenador geral no Cepan (Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste). "Pela primeira vez, a gente está tendo um aporte de recursos para trabalhar a restauração no semiárido. Em 2025, temos visto bastante oportunidades de restauração aparecendo, seja por meio de edital público ou pelo ambiente privado." Joaquim Freitas Neste semestre, por exemplo, o Governo Federal anunciou que o País contará com R$ 1,44 bilhão para promover a restauração florestal e ampliar o uso de soluções baseadas na natureza. O investimento faz parte do Plano de Investimento do Programa Natureza, Povos e Clima do Fundo de Investimento Climático. Em Pernambuco, o Governo do Estado lançou no ano passado o Edital Caatinga com aporte de R$ 16 milhões para o plantio de 500 mil espécies nativas. O projeto está em execução, com 45 mil já plantadas em seis unidades de conservação, como a APA Chapada do Araripe e o Parque Nacional do Catimbau. Outro edital foi o Plantar Juntos Manguezal, com R$ 600 mil para plantio de 10 mil mudas de mangue. Ao todo, os planos anunciados por Raquel Lyra são de 4 milhões de árvores plantadas. Além dos aportes do poder público estadual, o bioma da Caatinga teve o anúncio do investimento de R$ 8,8 milhões, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Banco do Nordeste, que lançaram o edital Caatinga Viva no final de 2024. A iniciativa está apoiando projetos de restauração ecológica em até quatro áreas de no mínimo 100 hectares no bioma. A iniciativa integra o programa Floresta Viva, que deve investir R$ 60 milhões nos próximos anos. Há ainda investimentos privados, de iniciativas municipais e outros recursos internacionais no cenário de investimentos restaurativos. DESAFIOS NO HORIZONTE No Estado, Joaquim destaca que um dos principais focos de atuação está relacionado às áreas nas fronteiras de desertificação que acontecem principalmente na Caatinga. “Em Pernambuco temos mapeados focos de desertificação e também de desmatamento. As ações de restauração têm que ser voltadas para conseguir recuperar minimamente a capacidade dos ecossistemas de gerar serviços ecossistêmicos”, afirmou o coordenador geral do Cepan. “A ideia é que a gente consiga impedir esse avanço ao recuperar as áreas (de fronteira), porque uma vez que a desertificação se estabelece, a gente perde áreas agricultáveis, além de perder também água, potencialidade de solo e, principalmente, capacidade de manter os modos de vida da população”. Os núcleos de desertificação no Estado estão identificados em municípios como Cabrobó, Araripina e Exu. Mesmo em regiões próximas a Petrolina, como Belém do São Francisco, os sinais de alerta já estão ligados. O desmatamento ocorre nessas mesmas regiões mas, também, em vários outros focos espalhados pelo território pernambucano. “A gente tem um desmatamento difuso”, destacou Joaquim.  A secretária da Semas-PE (Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha de Pernambuco), Ana Luiza Ferreira, ressalta que há um olhar estratégico do Governo do Estado de restauração no PERBH (Programa Estadual de Recuperação de Bacias Hidrográficas). “Sempre refletimos muito sobre a melhor forma de alcançar o Plano de Governo de 4 milhões de árvores, para atingir o maior impacto. No PERBH (uma iniciativa liderada pela Apac, Agência Pernambucana de Águas e Clima) foi apontado o diagnóstico de cinco bacias prioritárias e o que deve ser feito para promover nelas a recuperação de 2.780 hectares dentro das reservas legais e áreas de proteção permanentes”. Ana Luiza Ferreira informa que o governo tem a meta de plantar 4 milhões de árvores e planos de recuperar 2.780 ha em cinco bacias hidrográficas dentro de reservas legais e áreas de proteção permanentes, além de ações em assentamentos rurais da agricultura familiar. A secretária destacou que nos próximos dois meses serão anunciadas muitas novidades com foco no restauro dessas bacias hidrográficas, bem como em iniciativas restaurativas em assentamentos rurais da agricultura familiar, que é outro desafio. Um estudo recente, publicado pelo Instituto Escolhas, revelou que 57% das Áreas de Preservação Permanente nos Assentamentos de Reforma Agrária de Pernambuco foram desmatadas.  O investimento na recuperação apenas dessas áreas por sistemas agroflorestais (SAFs) poderia remover 2,1 milhões toneladas de CO² da atmosfera. Esse volume representa 8% das emissões brutas dos gases de efeito estufa em Pernambuco.  Os investimentos necessários para essa recuperação nos assentamentos, porém, seriam na ordem de R$ 504 milhões nos três próximos anos. Em 30 anos, o investimento seria de R$ 1,92 bilhão. Apesar dos aportes elevados, o instituto estima que a recuperação produtiva de 20,7 mil hectares de APPs (àreas de preservação permanente) resultaria em uma receita líquida de R$ 5,91 bilhões, mais de três vezes o valor investido. Além de contribuir nesse aspecto das emissões, a recuperação dessas áreas poderia gerar

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Tarciso Augusto Semas Caatinga

Pernambuco mantém trajetória de queda no desmatamento da Caatinga e Mata Atlântica

Relatório do MapBiomas aponta redução de 9% na supressão vegetal ilegal em 2024; estado lidera preservação no semiárido Pernambuco consolidou em 2024 a tendência de redução no desmatamento dos dois biomas presentes em seu território: a Caatinga e a Mata Atlântica. De acordo com o Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, divulgado pelo MapBiomas, o estado registrou uma queda de 9% na supressão vegetal ilegal ao longo do ano. Em 2023, já havia sido destaque nacional ao ser o único estado brasileiro a reduzir o desmatamento na Caatinga, com recuo de 35%. A governadora Raquel Lyra atribui o resultado ao fortalecimento da política ambiental estadual. “Nós estamos investindo e fortalecendo a CPRH para promover as políticas ambientais em todas as regiões de Pernambuco. Pelo segundo ano conseguimos reduzir o desmatamento e isso é resultado de um trabalho integrado que vem sendo desenvolvido. Além, é claro, de garantir o reflorestamento de biomas tão importantes para a nossa biodiversidade, como a caatinga, a exemplo do investimento de R$ 16 milhões para o plantio de 500 mil espécies nativas”, afirmou. Segundo o relatório, foram desmatados ilegalmente 14,7 mil hectares em 2024 — número inferior aos 16,2 mil hectares registrados no ano anterior. Em 2022, o índice foi ainda mais alto: 21,8 mil hectares, o que indica uma tendência de queda consistente desde o início da atual gestão estadual. O relatório do MapBiomas é elaborado por uma rede de universidades, ONGs e empresas de tecnologia que integram o Observatório do Clima. A secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha, Ana Luiza Ferreira, reforça que os números positivos refletem a adoção de políticas públicas consistentes. “Manter as árvores em pé é um desafio que vale a pena aceitar. A intensificação do monitoramento e fiscalização da CPRH, aliados às ações que privilegiem a educação ambiental, a justiça climática e um desenvolvimento econômico verde mostram que um resultado como esse é possível”, afirmou.

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Nordeste deve receber até 30% mais turistas em junho e companhias aéreas reforçam voos para o período

Com as tradicionais festas de São João e o início da alta temporada de férias, o Nordeste brasileiro se prepara para um verdadeiro aumento do turismo durante o mês de junho. Companhias aéreas como a Azul já anunciaram voos extras para atender à demanda crescente de passageiros com destino à região. De acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Nordeste representa cerca de 30% da demanda doméstica da companhia no mês. Impulsionado pela retomada do setor e pela força das celebrações juninas, que movimentam cidades como Caruaru (PE), Campina Grande (PB) e Salvador (BA), a expectativa é de que o fluxo de visitantes cresça até 30% para esses destinos. No primeiro trimestre de 2025, mais de 23,7 milhões de passageiros embarcaram em voos nacionais no Brasil. Somente em março, foram 8 milhões de viajantes — um crescimento de 6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo a Anac. Diante da alta procura, especialistas recomendam atenção redobrada na hora de planejar a viagem. “Seja na compra das passagens, na reserva de hotéis ou na contratação de passeios, é importante ler as regras de cancelamento, reembolso e remarcação. Verifique prazos, taxas e políticas da empresa. Isso evita surpresas desagradáveis caso precise mudar os planos”, orienta Rayana Assis, CEO da agência de turismo FWTur. Ela também reforça a importância de guardar comprovantes e documentos da viagem, como e-mails de confirmação, notas fiscais e prints de conversas com fornecedores. “O planejamento e a informação são aliados essenciais para garantir uma experiência segura e tranquila”, revela. Para evitar aborrecimentos durante as viagens, é recomendável evitar comprar serviços de última hora, alerta a especialista. “Desconfie de preços muito abaixo do mercado, pois podem indicar golpes. Ao contratar pacotes online, verifique se a agência de turismo é cadastrada no Cadastur (sistema do Ministério do Turismo). Tenha sempre um seguro-viagem, mesmo em deslocamentos nacionais, especialmente se a viagem incluir atividades físicas ou for com crianças e idosos. Leve medicamentos de uso contínuo e uma pequena farmácia com itens básicos”, pontua.Além disso, Rayana Assis recomenda manter os documentos pessoais em local seguro e acessível, de preferência com cópias digitais armazenadas na nuvem. “E por fim, prepare um plano B: tenha sempre alternativas de hospedagem, rotas e contatos locais para emergências. Essas pequenas atitudes ajudam a transformar imprevistos em situações contornáveis e garantem uma experiência mais leve e proveitosa”, finaliza.

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Lais Duanne

Lais Duanne: "A habitação hoje é uma emergência"

Gerente de operações da TETO conta como a ONG ajuda pessoas que moram em condições precárias a terem uma casa, por meio de mutirões de voluntários e moradores. Também são construídas sedes comunitárias, banheiros públicos, além de viabilizar o acesso à água. Ela fala ainda do trabalho realizado no Recife e com vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul. Morar em condições precárias significa muito mais do que residir num local que não tenha o mínimo de conforto. Implica também em não ter um CEP que garanta o acesso a políticas públicas como poder matricular os filhos na escola. Ou, ainda, ao voltar do trabalho durante um dia de tempestades, não saber se a casa foi soterrada ou se as roupas e a cama estarão enxutas. Tudo isso provoca um nível de estresse e depressão elevado em moradores submetidos a essa instabilidade. Esse é o cenário encontrado pelas pessoas que atuam na TETO Brasil, uma ONG que, diante da emergência do problema habitacional, oferece soluções transitórias emergenciais para quem mora de forma insalubre em favelas. No seu método de trabalho, casas são erguidas em mutirão por voluntários e moradores, a partir de modelos e tecnologia desenvolvidos pela organização. Além de habitações, também são construídas sedes, lavatórios e banheiros comunitários. Mais de 25 comunidades foram impactadas no País, mais de 400 projetos de infraestrutura implantados e mais de 5 mil moradias construídas. Laís Duanne, gerente de operações da TETO Brasil, conversou com Cláudia Santos sobre a atuação da ONG, especialmente no Recife. Também abordou o impacto das mudanças climáticas no agravamento do problema habitacional no País e as ações realizadas para atender vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.  Você poderia nos contar como surgiu a TETO e quais os propósitos da organização? A TETO surgiu no Chile, em 1997, quando moradores e voluntários se juntaram para construir uma capela e perceberam que era possível também construir moradia para as pessoas que viviam no território e haviam perdido tudo. A mística da TETO é fazer encontros improváveis, juntar jovens voluntários com moradoras e moradores de territórios hipervunerabilizados para construir inicialmente moradias. Atualmente, o foco da TETO é em habitabilidade, trazendo soluções para que a existência em territórios que têm direitos negados seja possível e digna. Além de moradia, a organização também faz sedes, lavatórios e banheiros comunitários, sempre seguindo a lógica de unir moradores e voluntários gerando soluções e transformação.  Qual o perfil dos voluntários? Hoje não há restrição, o time de voluntários é diverso, atinge dos 16 a 70 anos de idade. Todos podem botar a mão na massa com a TETO, mas há predominância de jovens universitários que também buscam desenvolvimento profissional, como estudantes de engenharia e arquitetura. Eles se sentem atraídos pelo nosso trabalho porque podem usar o conhecimento técnico para transformar a realidade das comunidades em áreas vulnerabilizadas. Muitos de nossos voluntários vivem essa experiência de construir casas sem nunca terem pegado num martelo. São guiados pela nossa metodologia de estar no território e sair com outra perspectiva, querendo construir um Brasil melhor para todos.  Quais são as soluções oferecidas pela TETO? Em relação a moradias, no Brasil, atuamos hoje em soluções transitórias emergenciais. É o caso de alguma família, por exemplo, que perdeu o barraco precário onde morava em decorrência da queda de uma árvore ou vive em casas de lona e chão de terra batido. Atuamos nessas emergências constantes retirando famílias do contexto de vulnerabilidade para uma moradia digna. Temos uma cartela de soluções de moradia cuja metodologia de execução vai da mais simples a algumas mais complexas, sempre com a premissa de serem construídas por mãos voluntárias, de forma rápida. Essas Moradias de Emergência são casas mais simples, com o padrão de 18m², que construímos em maior volume geralmente num final de semana.  Os voluntários, basicamente, derrubam os barracos e constroem casas no lugar. Elas têm duração prevista de 5 a 10 anos, e a perspectiva é tirar os moradores dessa realidade de desespero inicial de moradia para que possam se preocupar com outras questões do cotidiano como procurar um emprego, a educação dos filhos, ter mais qualidade no sono para ir em busca dos seus objetivos no dia seguinte.  O outro tipo é a Moradia Semente. Ela tende a durar mais de 20 anos devido aos materiais utilizados e vem com banheiro, cozinha e uma sala. Assim, ratificamos que a moradia é a base dos outros direitos. Quando o direito à moradia é negado, há um combo de negação de outros direitos que afeta o todo da existência do cidadão. As famílias que moram em casas que não têm CEP, por exemplo, não conseguem acessar o sistema de saúde pública ou matricular os filhos na escola.  Além da moradia, temos outras soluções como a sede comunitária, que são espaços com até 72m² usados para encontros, atividades com crianças, distribuição de cestas básicas etc. Geralmente, nos territórios onde fazemos esses centros comunitários, viabilizamos o acesso à água e iluminação nas principais ruas da comunidade a partir de energia solar. Outra solução da TETO são os banheiros comunitários cuja demanda é grande nos territórios onde atuamos. Há comunidades em que poucas famílias têm banheiro em casa. Há outras iniciativas nossas como pontes, parques, praças, que vêm a partir de demandas no território.  Como é o processo para implantar as soluções e a participação das pessoas beneficiadas nas comunidades?  Nossa metodologia de trabalho tem moradoras e moradores como centro. Quando buscamos novos territórios para atuar, fazemos um mutirão de visitas para conhecer várias comunidades ao mesmo tempo, nós nos aproximamos buscando um match com o perfil dos territórios. Com muita coragem, procuramos territórios hipervulnerabilizados onde, geralmente, as casas são barracos, as famílias não têm acesso a banheiro, por exemplo. Há organizações que escolhem favelas urbanas, outras atuam junto à habitação social, mas a escolha da TETO é em cima dessa urgência.  Quando vamos conhecer as comunidades, deixamos claro que não vamos dar nada, mas construir juntos, e o relacionamento se constrói a partir

Lais Duanne: "A habitação hoje é uma emergência" Read More »