Arquivos Notícias - Página 54 De 678 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Notícias

daniel uchoa

"No marco do centenário da Av. Boa Viagem, é preciso discutir seus próximos 100 anos"

Daniel Uchôa, professor de história, fala da sua pesquisa sobre a icônica via da Zonal Sul do Recife que fez parte de um projeto de modernidade do governador Sérgio Loreto, ajudou a introduzir hábitos como tomar banho de mar e cuja praia abrigou cabos de telégrafos e foi até campo de pouso para o correio aéreo. O professor de história Daniel Uchôa e o historiador Paulo Bittencourt andavam certo dia pela Av. Boa Viagem e se depararam com uma placa, um tanto escondida e desgastada, que informava que a icônica via da zona sul do Recife foi inaugurada em 1924. Surpresos, eles se deram conta que neste ano ela chega ao seu centenário. A descoberta os levou a partirem para a empreitada de realizar a pesquisa 100 Anos da Avenida Boa Viagem. Um projeto que se justifica, segundo Uchôa, porque quando o governador Sérgio Loreto decidiu inaugurar a avenida, não se tratava de construir mais uma simples pista. A ideia era ampliar a expansão urbana da cidade para a Zona Sul e implantar uma cultura de modernidade no Recife, tão em voga no mundo naqueles loucos anos 20. Nesta conversa com Cláudia Santos, Uchôa conta que essa busca por modernização toma forma por meio da arquitetura inovadora dos imóveis construídos e também pela popularização de novos hábitos como tomar banho de mar. Incentivar a comemoração do centenário da Avenida Boa Viagem, segundo o professor de história, é também uma oportunidade para a reflexão sobre problemas atuais como o esvaziamento que a via sofreu ao longo dos anos, principalmente à noite, quando não exibe a mesma efervescência de outras orlas marítimas do País. Como começou esse projeto? A pesquisa começou de uma lembrança minha de infância: sempre que eu ia à praia, via os cabos de telégrafo que ficavam visíveis em Boa Viagem na maré baixa. O Recife foi a cidade que sediou a chegada dos cabos por meio de uma companhia inglesa. A ligação está completando 150 anos, é uma data histórica, porque naquele momento representou um avanço tecnológico incrível na comunicação entre o Brasil e o mundo. No calçadão havia uma placa que dizia: “neste local o Brasil se encontra com a Europa através dos cabos”. Eu e Paulo Bittencourt, historiador que também participa da pesquisa, saímos um dia na busca pelo local onde estavam os cabos e constatamos que a placa não estava mais lá. Mas nos deparamos com uma outra placa na frente do edifício Lula Cardoso Ayres que testemunhava que a Av. Boa Viagem foi projetada e inaugurada por Sergio Loreto em 1924. Pensei: “a avenida é tão antiga assim? Está perto do centenário. Será que conseguimos fazer um resgate de fotografias antigas dessa avenida para postar nas redes sociais?” Acabamos descobrindo muitas informações. Assim, de maneira inesperada, começamos uma pesquisa historiográfica sobre os 100 anos da Avenida Boa Viagem. Descobrimos, por exemplo, que quando termina a Primeira Guerra Mundial sobram muitos materiais bélicos, inclusive aviões, que eram muito rudimentares, mas que voavam distâncias curtas. Um industrial de Toulouse, na França, adquire um lote dessas aeronaves e decide utilizá-las na distribuição de cartas do correio. Antes as cartas eram enviadas por outros meios, menos o avião. Eles atravessavam o Oceano Atlântico de navio, a carta demorava um mês ou mais para chegar em Natal (RN), porque o a reta mais curta entre de Dacar no Senegal e Brasil. Lá os aviões pegavam os malotes e distribuíam na costa brasileira até Buenos Aires. Pousavam na praia do Pina. Só que em alguns momentos a areia estava muito fofa e os aviões atolavam. Quem são esses autores e sobre o que escreveram? Uma delas é Rita Barbosa, historiadora da UFPE e da Fundação Joaquim Nabuco. Ela trouxe um dos melhores textos, com mais detalhes do ponto de vista histórico, da Avenida Boa Viagem e do contexto em que se deu essa construção. Depois encontramos Antônio Paulo Rezende, professor de história da UFPE, que trouxe um olhar mais sociológico sobre os anos 1920, época em que surge a obra da avenida. Quando unimos a compreensão sociológica de Antônio Paulo Rezende e de outros textos com a cronologia trazida por Rita Barbosa, entendemos que não estávamos falando de uma pista e, sim, de um caminho que foi aberto para a ocupação do bairro de Boa Viagem que surge a partir dela. Primeiro surge a Avenida Boa Viagem, depois a ocupação da Navegantes, em seguida a Conselheiro Aguiar, depois a Domingos Ferreira. A partir dos anos 1960, acontece a ocupação de outras áreas e ruas. E o que impulsionou essa ocupação? O que levou o governo a querer ocupar essa parte da praia? O governador da época era Sérgio Loreto. Ele era tido como conservador, mas compreendeu que os anos 20, os anos loucos como eram chamados, era um momento de virada histórica. Com a chegada dos automóveis, da comunicação, ele percebeu que era preciso um marco que representasse a cara do Recife moderno em oposição ao Recife colonial arcaico, dos coronéis da cultura açucareira. E as obras cumprem essa missão. Na época, a circulação na cidade era entre o Recife Antigo, passando pelo Centro, Praça do Derby, trechos da Zona Norte, Zona Oeste, Várzea. Então Sérgio Loreto cria essa ligação ao novo território, e não era qualquer território, era um balneário, numa época em que o banho de mar era uma nova moda do Recife. Na virada do Século 19 para o 20, o recifense frequentava a Praia dos Milagres em Olinda ou as extintas Praia de Santa Rita e Praia do Brum, porque eram acessíveis, onde era possível chegar a pé ou de ônibus. Na década de 20, surge a ideia de alargar o mapa e dar ao recifense esse novo espaço marinho. Então, criam- -se três obras: a Ponte do Pina, a Avenida de Ligação, que hoje é a Herculano Bandeira, e a Avenida Boa Viagem. Houve críticas de Manuel Borba, o engenheiro da época, opositor a Sérgio Loreto, que dizia nos jornais: “essa é uma obra

"No marco do centenário da Av. Boa Viagem, é preciso discutir seus próximos 100 anos" Read More »

monitor secas 2

Seca abranda em Pernambuco: entre março e abril, áreas secas caíram de 74% para 12%

*Por Rafael Dantas Em abril, Pernambuco registrou uma significativa melhoria nas condições de seca. O percentual de áreas sem seca no estado aumentou de 26% para 88%, embora 12% do território ainda sejam classificados como áreas de seca. Esta melhora coloca Pernambuco como o oitavo estado no país com menos áreas afetadas pela seca, destacando um abrandamento notável no fenômeno. Esse é o melhor indicador do Estado desde janeiro de 2023, segundo o Monitor das Secas, que é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Redução Significativa nas Áreas com Seca no Nordeste Além de Pernambuco, seis dos nove estados do Nordeste brasileiro também registraram um abrandamento na severidade da seca: Alagoas, Bahia, Ceará, Piauí e Sergipe. O Maranhão manteve a severidade estável, enquanto Paraíba e Rio Grande do Norte não registraram seca, juntando-se ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina como os únicos estados livres do fenômeno. Este cenário representa a condição mais amena de seca na região desde maio de 2023. No total, o Nordeste apresentou uma redução significativa na área total afetada pela seca, caindo de 55% para 23% entre março e abril. Cenário Nacional da Seca No cenário nacional, a última atualização do Monitor de Secas indicou um abrandamento em 12 unidades da Federação e aumento em apenas três estados: Mato Grosso do Sul, Pará e São Paulo. Em outros estados, como o Rio de Janeiro, a seca voltou a ser registrada. Entre março e abril, a área total com seca no Brasil diminuiu de 6,41 milhões para 5,68 milhões de km², representando 67% do território nacional. Estados como Amazonas, Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás lideram em extensão total de área seca, enquanto Pernambuco se destaca pela significativa redução das áreas afetadas, consolidando-se como um exemplo positivo na mitigação do fenômeno.

Seca abranda em Pernambuco: entre março e abril, áreas secas caíram de 74% para 12% Read More »

Raquel Lyra Fenearte 2024

Fenearte 2024 acontecerá em julho e terá investimentos de R$ 15 milhões

A Fenearte (Feira Nacional de Negócios do Artesanato) foi lançada ontem (28) pela governadora Raquel Lyra. Este ano, o evento terá investimentos na ordem de R$ 15 milhões por parte do Governo do Estado. O tema da edição 2024 da maior feira de artesanatos da América Latina será “Sons do Criar - Artesanato que Toca a Gente”. A feira será realizada de 3 a 14 de julho, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. A feira é uma realização da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe). Ao todo, irão participar mais de cinco mil artesãos, expositores e empreendedores pernambucanos e também vindos de outros estados e até de outros países. Os artistas irão expor em cerca de 700 espaços de comercialização. O grande homenageado da edição será o Mestre Nado, artesão olindense conhecido por sua produção de instrumentos musicais a partir do barro. Ele será homenageado com uma exposição no Mezanino do Centro de Convenções, na mesma área onde acontecem as Oficinas Fenearte. Pela primeira vez, haverá venda antecipada de ingressos. A medida vai evitar a formação de longas filas durante a feira e traz mais comodidade aos visitantes. As vendas estão abertas pelo site https://www.evenyx.com/24a-fenearte e em pontos de venda físicos: nos shoppings Boa Vista (quiosque Ticket Folia), Guararapes (Loja Artesanato de Jaboatão), Patteo (loja Cobogó Collab), Paulista North Way (loja Luckwu Artes), Plaza (loja Crabolando), Recife (quiosque Ingresso Prime), RioMar (quiosque Ingresso Prime) e Tacaruna (lojas Club da Miçanga e Cia. da Montagem). Os ingressos custam R$ 12 (inteira) e R$ 6 (entrada), de segunda a quinta-feira; e R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia), de sexta-feira a domingo. Raquel Lyra, governadora de Pernambuco  "A 24ª edição da Fenearte tem como tema os sons que estão nos ateliês de cada um daqueles que fazem parte da nossa cultura e da nossa história. Serão cinco mil expositores, nesta edição que vai extrapolar os muros do Centro de Convenções de Olinda, chegando ao Interior. Assinamos um convênio com o Sebrae para trabalhar o programa de Pernambuco Artesão, para garantir melhor qualificação aos nossos artistas, de quem faz a economia criativa de Pernambuco, para que os artesãos possam viver do seu ofício no seu chão e não somente a grande culminância, que é a Fenearte". André Teixeira Filho, presidente da Adepe "Nesta edição a gente chega ao Interior, com o circuito Fenearte, onde também vamos ofertar qualificação profissional e empreendedorismo. Vamos valorizar esses artesãos não só durante a Fenearte, mas antes e depois da sua realização. Então, o projeto de investir na economia do artesanato pernambucano perpassa a feira, expandindo por todo o Estado".

Fenearte 2024 acontecerá em julho e terá investimentos de R$ 15 milhões Read More »

senac serra talhada

Senac inaugura Centro de Educação Profissional no Sertão de Itaparica, Moxotó, Pajeú e Central

Serra Talhada ganhou um novo espaço de conhecimento e oportunidades. O Senac inaugurou o Centro de Educação Profissional no Sertão de Itaparica, Moxotó, Pajeú e Central, que vai atender 35 cidades da região. O novo equipamento possui uma área construída de 3 mil m², com: salas de aulas, biblioteca, auditório e espaços de eventos, entre outros ambientes. O investimento foi de mais de R$ 29 milhões, com aporte do Senac Nacional e do Senac Pernambuco. Em uma solenidade prestigiada por autoridades de diversos municípios, o presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE, Bernardo Peixoto pontuou o potencial educacional da cidade. “Serra Talhada se destaca pelos investimentos em educação. O novo Centro do Senac chega para impulsionar e somar a essa pujança que reflete em desenvolvimento social e econômico, oportunizando qualificação e capacitação profissional para cerca de 2600 pessoas anualmente. Trazemos o equipamento mais moderno em termos de educação profissional. Tudo isso graças ao aporte do Senac Nacional e da CNC”, afirmou. 

Senac inaugura Centro de Educação Profissional no Sertão de Itaparica, Moxotó, Pajeú e Central Read More »

fila pessoas onibus

Negros morrem quatro vezes mais de disparo de arma de fogo que brancos

(Da Agência Brasil) Em uma década, os homens negros morreram quatro vezes mais por disparos de armas de fogo em comparação aos brancos. É o que revela estudo do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e do Instituto Çarê. A pesquisa analisou as taxas de internações e mortalidade por agressões entre 2012 e 2022 a partir do recorte raça e cor.  De acordo com o levantamento, 10.764 homens negros foram mortos por disparos de armas de fogo em vias públicas em 2022, ante 2.406 homens brancos na mesma situação.  Para os pesquisadores, os dados reforçam as desigualdades estruturais presentes no país. "A população negra sofre mais violência, não apenas a violência letal, aquela que leva ao óbito, mas também a violência generalizada, que leva a mais internações do que a população branca", ressalta Rony Coelho, pesquisador do instituto em entrevista à TV Brasil.  Mulheres  Em relação às mulheres, o cenário se repete. Em 2022, foram registradas as mortes de 629 mulheres negras, contra 207 brancas. Os óbitos das mulheres negras são três vezes maior em comparação aos das brancas.  "As mulheres negras estão em maior vulnerabilidade para todos os tipos e locais de agressão em comparação com mulheres brancas. Em 2012, por exemplo, foram 814 mortes de mulheres negras em via pública, 631 mortes no domicílio e 654 em hospitais. Para mulheres brancas, foram 302, 422 e 342, respectivamente", aponta a pesquisa. Faixa etária Quanto à faixa etária, os jovens negros de 18 a 24 anos são as principais vítimas, no período de 2010 a 2021. Segundo o estudo, a discrepância racial ocorre na maioria das faixas etárias, e passa a cair a partir dos 45 anos. Os pesquisadores defendem que a queda do número de vítimas da violência entre negros e brancos depende de acesso igualitário à educação, saúde, justiça social e segurança pública. 

Negros morrem quatro vezes mais de disparo de arma de fogo que brancos Read More »

faniif

Uma degustação da jornada de paixão e inovação na Cozinha Autoral em Caruaru

Faniif Cozinha Autoral, liderado pelo empresário Fagner Figueirêdo, realiza hoje o evento "Jantar dos Sete", celebrando o uso dos ingredientes regionais na alta gastronomia Fagner Figueirêdo é um nome que ressoa na gastronomia de Caruaru. Sua trajetória na cozinha autoral é uma história de paixão, dedicação e inovação, que começou por acaso e se transformou em uma carreira empreendedora no agreste pernambucano. Tudo começou com uma curiosidade despretensiosa. Estudando culinária por hobby, Fagner se viu cada vez mais fascinado pelo mundo dos sabores, técnicas e ingredientes. O que era inicialmente um passatempo rapidamente evoluiu para uma paixão. Determinado a aprimorar suas habilidades, ele se matriculou em diversas escolas de culinária e buscou estágios em grandes restaurantes, onde pôde aprender com alguns dos melhores chefs do país. Com aproximadamente 15 anos de experiência na área gastronômica, e após uma trajetória anterior em negócios e comércio, Fagner decidiu que era hora de transformar sua paixão em um empreendimento. Foi assim que, há sete anos, ele fundou Faniif Cozinha Autoral, em Maurício de Nassau, Caruaru. Seu objetivo era claro: elevar a gastronomia local, oferecendo uma culinária contemporânea que respeitasse as tradições regionais. Anos após a abertura da primeira casa, ele criou também o Maricai Bar e Restaurante, com uma característica mais clássica da comida regional. A proposta de Fagner é clara. Ele combina técnicas de alta gastronomia com ingredientes locais, muitos dos quais são obtidos diretamente de pequenos produtores da zona rural de Caruaru e arredores. "Este enfoque garante não apenas a frescura dos ingredientes, mas também o apoio à economia local". Seus pratos são uma fusão de tradição e inovação, a exemplo do medalhão de carneiro com canolli de beterraba, recheado com queijo de cabra e vinagrete de sementes de quiabo. Apesar dos desafios que Caruaru enfrenta em termos de turismo, que é mais comercial ou concentrado em períodos específicos como o São João e a Semana Santa, Fagner tem conseguido atrair um público fiel e curioso. Ele acredita que a valorização dos ingredientes locais e dos produtores artesanais é fundamental para o desenvolvimento sustentável da região e para o reforço desse turismo gastronômico autoral. Um dos marcos na trajetória de Fagner é o evento "Jantar dos Sete", que já está em sua terceira edição,que acontece hoje em Caruaru. Neste evento, Fagner reúne 7 chefs nordestinos renomados, inclusive aqueles que trabalham fora do estado, para um jantar degustação exclusivo para 60 pessoas. Cada chef prepara um prato. O menu, portanto, é composto de sete etapas. "Mais do que um evento gastronômico, 7 Chefs é uma celebração da culinária nordestina e uma plataforma para divulgar e valorizar os chefs e os ingredientes locais. É uma iniciativa sem fins lucrativos, voltada para promover a memória afetiva e a qualidade dos produtos nordestinos", destacou o empresário. Integram o time dos 7 deste ano: Geovane Carneiro, chef do D.O.M, em São Paulo; Onildo Rocha, que dirige o complexo Priceless, também em São Paulo; Wanderson Medeiros, proprietário dos restaurantes Picuí, em Maceió, e Canto do Picuí, em São Paulo; Joca Pontes, do Ponte Nova, Villa e Bercy Village; Paula Machado, do Buffet Renato Machado (de Caruaru); Miau Caldas, consultora de vários empreendimento e o próprio Fagner. Todas as mesas para o evento já estão reservadas. Para além do Jantar dos 7, Fagner Figueirêdo revela que continua a trilhar seu caminho na cozinha autoral com a mesma paixão que o levou a começar. Seu desafio é seguir construindo pratos que contam histórias e agradam os paladares mais exigentes.

Uma degustação da jornada de paixão e inovação na Cozinha Autoral em Caruaru Read More »

Dupla pernambucana vence concurso de inovacao

Dupla pernambucana vence concurso nacional de inovação na categoria Smart Cities

As irmãs Myllena Almeida de Lima (arquiteta pela UFPE, designer e ilustradora) e Myrela Almeida de Lima (aluna do 6° período de Ciências da Computação do Centro Universitário UniFBV Wyden) foram as grandes vencedoras da categoria Smart Cities da 12ª edição do Campus Mobile, programa de inovação que incentiva o empreendedorismo de jovens universitários e recém-formados. O Campus Mobile, evento realizado pela Associação do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC) da Universidade de São Paulo (USP), com apoio do Instituto Claro, da Escola Politécnica da USP e do beOn — hub de inovação da Claro, recebeu 285 projetos e 569 estudantes inscritos nas áreas de Diversidade, Educação, Entretenimento, Green Tech & Agtech, Saúde e Smart Cities. O projeto da dupla pernambucana foi o Roteo. Trata-se de uma rede social para criar, seguir e pesquisar roteiros urbanos e turísticos. Na solução criada o usuário consegue explorar roteiros únicos na cidade, segmentados pelos mais diversos filtros. Além disso, desvendar a história de monumentos icônicos da cidade, com o auxílio de inteligência artificial. “O Campus Mobile foi verdadeiramente um dos melhores momentos das nossas vidas. O networking que fizemos e o conhecimento adquirido foram inestimáveis.”, afirmou Myrela Almeida. “Estamos planejando estabelecer uma sede física para o Roteo e expandir nosso negócio para todo o Brasil, com o objetivo de torná-lo uma rede social amplamente utilizada em todo o mundo.”, destacou a estudante de Ciências da Computação. Nos encontros realizados na sede da Claro, em São Paulo (SP), e no campus da USP, os mobilianos assistiram a palestras e participaram de dinâmicas com psicólogos, apresentações e conversas com especialistas do mercado de inovação. Oficina de criação de modelos de negócios, mentorias e acompanhamento com os embaixadores do programa — grupo que já participou de outras edições do Campus Mobile e contribui facilitando a aprendizagem dos novos mobilianos — também fizeram parte das atividades. Com o prêmio, os vencedores irão viajar para São Francisco e ao Vale do Silício, nos Estados Unidos, onde irão realizar visita a empresas de tecnologia, além de participar de palestras e workshops. Na última edição, os jovens conheceram a Amazon, a aceleradora Plug and Play do Google, a Universidade Stanford e o Lemann Center.

Dupla pernambucana vence concurso nacional de inovação na categoria Smart Cities Read More »

mulheres mercado ia

Desafios e perspectivas: a luta das mulheres no mercado de trabalho (parte 2)

*Por Luciana Almeida A presença das mulheres no mercado de trabalho ainda enfrenta uma série de desafios significativos. Um estudo realizado após o período de pandemia pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelou que as mulheres retrocederam mais de três décadas em termos de participação no mercado de trabalho. Esse retrocesso é atribuído ao fato de que, em momentos de crise, são as mulheres que muitas vezes sacrificam seus empregos para assumir as responsabilidades domésticas e familiares, além de terem muita dificuldade com rede de apoio e suporte. Este fenômeno está intimamente ligado à economia do cuidado, ou seja, ao trabalho invisível realizado pelas mulheres, que consome muito mais tempo do que uma jornada de trabalho convencional de 44 horas por semana. Infelizmente, esse trabalho não recebe o reconhecimento merecido e raramente é remunerado. Dados de pesquisas da Oxfam (2020) revelam que se o trabalho doméstico fosse remunerado, isso representaria uma injeção de dinheiro na economia equivalente a trilhões de reais ao ano. No entanto, a realidade está muito distante desse cenário. Nossa cultura ainda perpetua a ideia de que cabe exclusivamente às mulheres a responsabilidade de cuidar do lar e da família. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou dados alarmantes, indicando que 86% das jovens entre 14 e 24 anos são encarregadas das tarefas domésticas e do cuidado com a família. Essas jovens, no futuro, enfrentarão dificuldades para se afastar desse papel de cuidadoras, podendo sentir-se culpadas por se dedicarem ao trabalho fora de casa e deixarem seus filhos aos cuidados de terceiros. Por outro lado, os homens experimentam uma realidade muito diferente. Apenas aqueles que optam por morar sozinhos passam a gastar mais tempo com as responsabilidades domésticas, já que não têm a quem delegar essas tarefas. É crucial que comecemos a desconstruir essa realidade e a mudar essa cultura. Isso requer não apenas uma mudança social mas, também, uma mudança de mentalidade entre as próprias mulheres. Durante muito tempo, acreditou-se que as mulheres precisavam desempenhar todos os papéis atribuídos a elas para alcançar sucesso e reconhecimento, incluindo cuidar da casa, da família, ser uma esposa exemplar, ter uma vida social ativa e ainda assim manter uma carreira profissional. Esse ideal levou as mulheres a um estado de exaustão e sobrecarga insustentáveis. No entanto, é hora de repensarmos esses padrões e valorizar nossos desafios como únicos e distintos dos enfrentados por outros grupos. Além disso, é fundamental que a sociedade e as empresas estejam mais preparadas para acolher as mulheres em seus ambientes. Isso implica em desmistificar e eliminar alguns preconceitos comuns existentes nesses ambientes de trabalho e também revisar suas práticas institucionais. A inclusão das mulheres é um investimento crucial em diversidade, impulsionando a inovação e a produtividade. Alguns preconceitos que ainda atrapalham o ingresso das mulheres no mercado dizem respeito diretamente a essa cultura do cuidado, ou seja, estão ligados à maternidade, tempo dedicado ao cuidado com filhos e afazeres domésticos. Outra dificuldade comumente encontrada pelas mulheres é lidar com eventuais microagressões que perturbam a segurança e autoestima no dia a dia e que são vistas por muitos como "brincadeiras" (de muito mau gosto, diga-se de passagem). Em termos de práticas empresariais, a flexibilidade de horários, o trabalho híbrido ou home office e o investimento em programas de desenvolvimento de carreira para mulheres são fundamentais. Dados mostram que, uma vez dentro do mercado de trabalho, elas enfrentam dificuldades adicionais para progredir e alcançar cargos de liderança. Em conclusão, a luta das mulheres no mercado de trabalho é uma batalha por igualdade e reconhecimento justo de suas contribuições. Superar os desafios que enfrentam requer não apenas ação social e mudanças estruturais mas, também, uma revisão profunda de nossas próprias percepções e expectativas sobre o papel das mulheres na sociedade. À medida que avançamos para um futuro mais inclusivo e equitativo, é imperativo que todos, indivíduos e instituições, trabalhem juntos para criar um ambiente onde o talento e o potencial das mulheres sejam valorizados e cultivados plenamente. Só então poderemos alcançar verdadeira igualdade de oportunidades e um mundo onde todos possam prosperar, independentemente de gênero. Luciana Almeida é sócia da TGI Consultoria

Desafios e perspectivas: a luta das mulheres no mercado de trabalho (parte 2) Read More »

Cicero Belmar 5 1

"Neste momento de polarização Thales Ramalho faz falta e seria essencial"

Cícero Belmar, Autor do livro sobre o deputado federal que teve grande influência na resistência à ditadura militar e na redemocratização do País, analisa como o perfil concitador e a habilidade de negociar do político foram fundamentais em episódios importantes da história brasileira, como a conquista da anistia. Durante a ditadura militar do Brasil e, principalmente, no período de redemocratização, o deputado Thales Ramalho era uma peça importante no xadrez político da época. Conciliador, moderado e hábil negociador, esse paraibano, que fez carreira política em Pernambuco, participou – com seu jogo de cintura – de articulações que resultaram em importantes avanços do País rumo à democracia. Da consolidação do MDB (único partido de oposição na época), passando pela anistia, até a eleição de Tancredo Neves, Thales exerceu protagonismo como um estrategista inteligente. Neste ano que marca o seu centenário, ganhou uma robusta biografia (Thales Ramalho – Política, diálogo e moderação – 100 Anos), escrita pelo jornalista, escritor e integrante da Academia Pernambucana de Letras, Cícero Belmar. A obra – feita a partir de um convite da filha de Thales, Ana Clara – é um mergulho na resistência nos anos de chumbo exercida por parlamentares que viviam na tênue e perigosa fronteira entre o diálogo com o regime de exceção e as ações para o avanço democrático. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Belmar conta como fez a pesquisa para escrever o livro, comenta alguns episódios da atuação política de Thales, que faleceu em 2004, e lamenta a ausência de políticos com seu perfil conciliador nestes tempos de polarização radical. Como surgiu a ideia de produzir um livro sobre Thales Ramalho e como foi feita a pesquisa para escrevê-lo? Ana Clara, filha única de Thales, por intermédio do jornalista Ítalo Rocha, me contatou para fazer essa biografia política do pai. Foi meramente uma pesquisa jornalística porque havia no gabinete dele uma verdadeira biblioteca de recortes de jornal, de 300 até mil arquivos por mês de 1970 a 1985. Eu li todas essas matérias e, por intermédio delas, fui montando o livro. Analisei toda a documentação e via perfeitamente a história através dos recortes de jornal. Olha como é interessante: o jornalismo de hoje é a história de amanhã. Fui juntando esse material e, quando achei necessário, também pesquisei nos arquivos do Congresso Nacional, da Assembleia Legislativa do Estado, da Biblioteca Nacional (onde tive acesso a documentos do SNI), além de documentos do Tribunal de Contas da União e da Fundação Getúlio Vargas. Tive uma vasta documentação, foi um trabalho bem rico que durou 16 meses e exigiu muita dedicação. O livro começa com o casamento de Ana Clara, filha de Thales Ramalho, no dia 1º de março de 1985, ocasião em que o Recife vira o centro político brasileiro, porque Tancredo foi o padrinho. Quando ele veio para esse evento, a Nova República em peso estava presente, muitos políticos que queriam ser ministros, vários governadores, deputados, empresários. Estavam, naquele salão de casamento, todos os personagens que eu iria citar no livro. A partir daí, a narrativa fala da amizade de Tancredo com Thales Ramalho, mostrando os movimentos políticos, a entrada de Thales no MDB (Movimento Democrático Brasileiro), a maneira como ele consolida o partido, as lutas do MDB, sobretudo a anistia e, depois, a saída dele para o Tribunal de Contas. Eu nunca convivi com Thales mas, nas pesquisas para o meu livro, tive acesso a documentos, a tantas conversas, que tenho a sensação de que cheguei a conhecê-lo. O livro, narra essa trajetória política dele enquanto peça importante no processo de redemocratização do Brasil durante a ditadura militar. Como você analisa o perfil político de Thales Ramalho? Na ditadura militar, um momento muito difícil da nossa realidade política, Thales Ramalho foi um deputado federal que combateu o autoritarismo mas, também, era um importante conciliador entre o governo e a oposição. No meu livro, faço um resgate dessa ideologia conciliadora, moderada, do seu senso crítico, da sua inteligência e estratégia. Naquela época, quem era a favor do governo fazia parte da Arena (Aliança Renovadora Nacional) e quem era contra se unia ao MDB, que era uma frente ampla e agregava tanto quem era totalmente contra o governo, quanto as pessoas que tentavam dialogar. Thales era desse grupo do MDB mais moderado, um grupo discriminado e chamado de “direita do MDB” pela ala do partido conhecida como os “autênticos” (que defendia um enfrentamento mais radical à ditadura, da qual faziam parte nomes como os pernambucanos Jarbas Vasconcelos e Marcos Freire). Ele era amigo de Tancredo Neves e de Ulysses Guimarães e ajudou a organizar o MDB que, antes da sua chegada, era muito desorganizado. Então, seu perfil é do conciliador. Quais as conquistas que ele alcançou com esse “jogo de cintura”? Ou se negociava com Médici e Geisel, ou os projetos da oposição, como a anistia, não andariam. Quando Thales começou a negociar, não havia possibilidade de abertura, de diálogo. Como era moderado por excelência, ele permite que essas conquistas sejam viabilizadas para que haja mudança política. Por exemplo, num determinado momento cogitou-se haver eleições presidenciais indiretas, mas não havia possibilidades de o MDB ganhar, porque o partido era minoria no Colégio Eleitoral. Por isso, setores do governo ironizaram sugerindo que o MDB lançasse um candidato. Thales e outros representantes disseram “vamos lançar porque, só assim, começamos a ter uma forma legal de percorrer o Brasil pregando as ideias oposicionistas ao governo”. Assim nasceu a anticandidatura de Ulysses Guimarães, e o partido de oposição passou a ocupar espaços lentamente e de forma inteligente. Uma das características de Thales é justamente a inteligência política, ele era um estrategista. Num evento internacional em Haia (Holanda), Thales chegou a declarar que, em pleno período do Governo Médici, não havia tortura no Brasil. Nesse xadrez político que ele jogava, como você encara essa declaração? À primeira vista, isso parece chocante e é, mas havia o crime de lesa-pátria, que estabelecia que aqueles que falassem mal do Brasil no exterior poderiam ser expulsos do País. Thales sabia

"Neste momento de polarização Thales Ramalho faz falta e seria essencial" Read More »

emprego selecao

​Prefeitura do Recife abre inscrições para seleção das Secretarias da Mulher e Segurança Cidadã

Candidatos podem realizar inscrições até o dia 02 de junho. Serão ofertadas 37 vagas em diversas áreas de atuação A Prefeitura do Recife abriu inscrições, nesta terça-feira (21), para uma seleção simplificada que oferece 37 vagas temporárias, com foco especial nas oportunidades para mulheres. Desse total, 22 são destinadas à Secretaria da Mulher e 15 à Secretaria de Segurança Cidadã. A taxa de inscrição é de R$ 110,00, e os interessados podem se inscrever pelo site http://www.upenet.com.br/, onde também está disponível o Edital. O processo seletivo será realizado em única etapa, que consiste em uma avaliação curricular eliminatória e classificatória. Os resultados serão divulgados no dia 27 de junho no site da Universidade de Pernambuco (UPE), realizadora do certame. A banca de seleção é de responsabilidade técnica e operacional do Instituto de Apoio à Fundação da Universidade de Pernambuco (IAUPE). Na Secretaria da Mulher, as vagas são para técnicos de Nível Superior de Promoção dos Direitos das Mulheres, abrangendo áreas como Pedagogia, Jurídico, Ciência Social, Assistência Social, Educação Social e Arte Educação. Além disso, há oportunidades para instrutores em cursos profissionalizantes de Moda e Costura, Gastronomia e Laboratório Audiovisual. Já na Secretaria de Segurança Cidadã, as vagas são para analistas em Segurança Cidadã, voltadas para Arte Educação. A seleção reserva 10% das vagas para pessoas com deficiência e 30% para pessoas negras (pretas e pardas) e indígenas, que devem comprovar suas condições conforme o edital. Os contratos serão temporários, com duração máxima de 12 meses, podendo ser prorrogados por igual período. A seleção terá validade de 24 meses a partir da homologação do resultado final no Diário Oficial do Município. Os salários variam entre R$ 2.205,00 e R$ 3.500,00, a depender da função exercida.

​Prefeitura do Recife abre inscrições para seleção das Secretarias da Mulher e Segurança Cidadã Read More »